quarta-feira, 14 de maio de 2014

Período Sabático

 
O equilíbrio é algo fundamental na nossa via e somos ensinados dessa forma desde pequenos. Já nos tempos de fraldas, quando tínhamos de beber um xarope doce ou vitaminas saborosas, queríamos sempre mais, porém, os nossos pais bloqueavam essa vontade com a explicação mais simples de todas ….. o que é demais, estraga ….. faz mal.
 
Neste aspeto convém fazer uma exceção de autor ….. eu não acredito que o mimo a mais faça mal. Não o é com as pessoas que amamos, incluindo conjugues e filhos. Não é o mimo a mais que faz mal. O que faz mal é o ultrapassar de barreiras, muitas vezes cívicas e de educação, que por laxismo dizemos que é mimo ….. não é …… pode-se dar mimo e manter a educação. A falta de mimo é um dos grandes motivos pelo qual as relações esmorecem ….. sejam elas qual forem. O mimo é a exteriorização do que nos vai na alma ….. para quem consegue exteriorizar, claro.
 
Vivemos intoxicados com as novas tecnologias e, especialmente em Portugal, tornamo-nos uns infoexcluídos se não seguimos a moda ….. o iphone, o ipad, o wireless a toda a hora, o Facebook, o Twitter, o Instagram, etc, etc, etc. Quem não existe na Net, parece que não existe. Há poucos dias falava com um amigo que deixou de publicar no seu blog para publicar apenas no Facebook. A diferença de leitores, segundo ele e eu acredito, é como comparar um jogo no campeonato distrital com um jogo da primeira divisão. Qualquer político que se preze, especialmente se for deputado ou candidato às eleições seguintes, tem de ter uma página no Facebook e Twittar como se não houvesse amanhã.
 
Mas o Facebook é um pouco como o Big Brother. Expomos muito mais a nossa vida que por exemplo num blog, pois colocamos fotografias, amigos, locais onde estamos ou estivemos, etc, etc, etc. É muito bom para os caçadores de relações esporádicas ….. ou pretensamente duradouras ….. para fins comerciais, o que inclui os políticos pois estão a vender-se a eles próprios, para expor pensamentos ou sentimentos ao mundo e para mim, a melhor de todas elas, poder dar os parabéns aos amigos que de outra forma nunca saberíamos que faziam anos.
 
E é como um vício. Dizemos que não vamos publicar nada e depois ….. é só um post ….. tal qual uma dieta, que dizemos ser rigorosa mas existe sempre aquela situação especial ….. e pimba!
 
Entrei em período sabático, não sei por quanto tempo. Gostava do Facebook para pensamentos esporádicos, dar os parabéns aos amigos, falar com algumas amigas em chat e recentemente, de partilhar as fotos tanto minhas como do filhão ….. e que bom era ver os likes e os comentários positivos. Mas preciso de uma pausa ….. de um período back to basis ….. às vezes faz falta.
 
Saí do Facebook ….. não tenho pena ….. um dia destes volto ….. quando me apetecer.
 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Então era assim!

 
A lei que restringe o fumo de tabaco nos locais públicos, com especial ênfase nos restaurantes, já está implementada há tanto tempo que já vamos perdendo alguma memória do antes. Depois de muita polémica, de muitas vozes que prometeram uma insurreição geral, como é típico em Portugal, acatámos as novas regras e a vida seguiu o seu curso.
 
Hoje em dia a memória do ambiente de fumo, que retirava muitas vezes o doce cheiro dos petiscos está quase banido. Poucos são os restaurantes que adotam as áreas de fumadores, não pela beleza ou generosidade da lei mas pelo que custa estar de acordo com os regulamentos. E graças á efetividade cada vez maior das inspeções, não compensa a transgressão. É das poucas áreas em Portugal que não compensa, diga-se.
 
Encontro-me a escrever este texto num pequeno bar de praia, em Aveiro, onde é permitido fumar. É tão estranho este cenário, que não deixa de chamar a atenção. E como as pessoas foram-se desabituando de fumar nos restaurantes, excepto nas esplanadas, a verdade é que são poucos os que estão de cigarro na boca. É impossível não dar atenção a esse aspeto.
 
Há algum tempo tive a oportunidade de almoçar 2 vezes num restaurante, uma delas na sala de fumadores porque não havia mais nenhuma mesa livre e, posteriormente, na sala de não fumadores, que por acaso até acho ser mais pequena que a outra. Que diferença! Notava-se que a extração de fumo era muito boa, mas o cheiro estava presente e incomodava ….. já nem me recordava a última vez que tive uma refeição estragada pelo fumo.
 
Felizmente que locais como estes são escassos, mas permitiu uma viagem ao passado para lembrar de como era no passado ….. e como é bom utilizar este tempo verbal.
 


domingo, 4 de maio de 2014

Cantinhos de Portugal

 
Já não é a primeira vez que escrevo sobre pequenas pausas, escapes à nossa realidade que, em locais bem escolhidos, transformam pouco tempo em autênticas férias. No que se refere ao bem escolhido é o local e naturalmente a companhia, uma vez que “um homem não é uma ilha”. Fugimos à nossa realidade por breves instantes mas parece uma eternidade.
 
Este fim-de-semana o escape foi com o filhão a Norte, num pequeno tesouro de Portugal. Uma pequena propriedade de turismo de habitação, perto de Vouzela e São Pedro do Sul, com uma vista deslumbrante sobre o vale do rio Vouga e as serras de Freitas, da Arada, de São Macário e de Montemuro. Um pequeno cantinho chamado de Paço daTorre. Lindo!
 
Uma casa com 500 anos recuperada com muito bom gosto, mantendo parte do edifício que é o encanto destas casas, nomeadamente as arcadas de pedra que se transformaram num jardim interior. Quartos espaçosos com uma pequena varanda saída com uma pequena mesa e 2 cadeiras com vista do vale. Situada numa zona com várias propostas de passeios pedonais, que desta vez não iremos aproveitar, e mesmo um pequeno cantinho, daqueles que descobrimos por acaso e que decidimos experimentar, e em boa hora o fazemos.
 
O filhão nomeou o local como o nosso refúgio para a escrita. Este post está a ser escrito à beira da piscina, daquelas projetadas que parece que vamos cair na paisagem, sentado numa cadeira com o filhão pouco mais ao lado a escrever o seu livro. Depois de manuscrever várias páginas encontra-se agora a passar para formato eletrónico. Um fim-de-semana de escrita, como ele se refere. Um descanso e bom para libertar a cabeça dos problemas do dia-a-dia.
 
Não é certamente o fim-de-semana que queríamos, especialmente pela data de hoje, mas é o melhor que podemos ter e isso é o mais importante. Era bem mais agradável quando estas saídas eram mais concorridas ….. por mais que adoremos estar um com o outro, a companhia feminina faz-lhe falta e ele gosta de não sermos apenas os 2 ….. mas a nossa realidade agora é esta. Apenas os 2 até ao momento que ele arranjar as suas próprias companhias. Como gosto de dizer, sem lamechices ….. é a vida.
 


terça-feira, 15 de abril de 2014

Um dia ..... outra vida

 
A generalidade das pessoas procura um sonho ….. o dia perfeito ….. a relação perfeita ….. o marido/mulher perfeita ….. o sonho. A generalidade procura e apenas alguns encontram ..... é a vida.
 
Mas a perfeição é uma bênção e ao mesmo tempo uma maldição ….. uma boa maldição, mas mesmo assim, uma maldição. Felizes os malditos.
 
Mas não ter a relação ou o momento perfeito, é uma maldição pois faz com que na generalidade das vezes, faz com que se vá à procura de algo que apenas existe nos filmes ou que ouvimos falar de alguém que viveu essa raridade. E quando se vai atrás de um sonho, perde-se todo o tempo dessa procura ….. isto quando não se encontra, claro está.
 
Ás vezes um dia inesquecível acontece ou algo acontece que torna o dia inesquecível ….. ver o vídeo.
 


domingo, 13 de abril de 2014

O "infeliz" poder dos media

 
Às vezes quando acho que graças aos novos meios de comunicação a tradicional comunicação social já perdeu o seu peso e o seu impacto, algo acontece para me trazer de volta à realidade. Não é apenas um José Rodrigues dos Santos que se acha mais esperto que um político demasiado batido para um mero amador chico esperto. Como ele existem vários que têm o poder de massificar uma mensagem errada, fruto das suas opiniões ou distorções da realidade. No caso do JRS a questão não é tanto a mensagem ou a pertinência ou não do que se passou, é a utilização de um palco de forma pessoal ou encomendada. É uma pena.
 
Nos últimos tempos houve 2 figuras nacionais que foram uma referência pela positiva na luta que milhares todos os dias têm contra as doenças oncológicas. Estou a falar da Fernanda Serrano e do Manuel Forjaz. A primeira sobreviveu e o segundo infelizmente para ele e para a sua família, não. Este último não baixou os braços e lutou enquanto pode para vencer a doença. Consultou médicos, experimentou abordagens, consultou especialistas, informou-se e manteve-se informado e, mais importante que tudo, manteve sempre a esperança de vencer.
 
Mais importante de tudo ..... não se deu por vencido ...... e isso é um exemplo e uma referência.
 
Algures durante o seu percurso, acompanhado por milhares (ou mesmo milhões), teve algumas frases que expressavam bem a sua resiliência. Uma delas, amplamente difundida, é que o cancro não o iria derrotar. Quem leu um pouco o que ele foi escrevendo terá certamente percebido o que ele quis dizer ..... o cancro podê-lo-ia matar, mas não o iria quebrar, atirando-o para um estado vegetativo de letargia à espera da morte ..... ele tudo iria fazer ..... e fez ..... para que o cancro não o "quebrasse".
 
Mas a doença é cruel e o acreditar não é suficiente ..... eu que o diga que assisti e vivi o mesmo ..... certas patologias são irreversíveis e só a vontade não chega ..... em certas situações faz toda a diferença, noutras é curto ..... foi este também o desfecho do Manuel Forjaz ..... mas vendeu cara a luta e o desfecho final.
 
Ele não foi vencido pelo cancro ..... perdeu foi a luta ..... mas lutou até ao fim!
 
Capa de um pasquim feito por um jornalista que devia ter vergonha de se intitular como tal ..... algo do género ..... "Afinal o cancro venceu o Manuel Forjaz". Dizer isto é querer ter uma primeira página bombástica e não olhar a meios e a fins para o conseguir. Numa só frase, para além de demonstrar uma ignorância ignóbil para quem tem uma responsabilidade social a cumprir, matou parte da mensagem de um homem que era um exemplo para muitos na mesma situação. Lamentável.
 
Quem está numa situação destas precisa de exemplos de coragem ..... independentemente do resultado ..... precisa acreditar para lutar ..... precisa de um estímulo ..... de um pequeno farol no meio da tempestade ..... precisa de saber que a sua mente pode fazer a diferença ..... saber que tal como ele, outros passam pelo mesmo e acreditam ..... precisa de exemplos.
 
O cancro não o venceu, porque ele nunca quebrou ..... a doença apenas foi superior ..... o resultado é o mesmo, o sentido é completamente antagónico.
 
Ao pasquim e ao autor do título os meus sentimentos ...... tenho pena que alguém não tenha dito a frase que já vários ouviram ..... porque não te calaste!
 

Ensaio - Para além do seu tempo


John acordou e olhou para o relógio. Eram 4:32. Desta vez tinha conseguido dormir um pouco mais de tempo. Uns redondos 23 minutos. Cansado, sentou-se na cama. Olhou para o lado e a outra metade da sua cama estava vazia. Um espelho da sua vida e alma. Vazia. Por mais que fechasse e abrisse os olhos a realidade era imutável ..... apenas nada ….. um vazio.
 
Lentamente levantou-se e dirigiu-se para a casa de banho. Parado no lavatório, abriu a torneira e deixou a água correr um pouco. Colocou as mãos debaixo do jorro fresco que corria e depois de algum tempo, levou as mãos em concha à cara, refrescando-se como podia. Após algumas repetições levantou a cabeça enquanto as suas mãos procuravam a toalha. Viu-se ao espelho. Á sua frente estava uma figura que reconhecia em feições mas não em alma ...... essa estava morta ..... quebrada.
 
Tão lentamente como ali tinha chegado, dirigiu-se até á sua varanda. Um alpendre de sonho, outrora local de muitos momentos de felicidade. Já lá fora, fez uma festa ao seu fiel amigo que o seguia desde o quarto. Umas lambidelas trouxeram-lhe um fugas leve sorriso aos lábios, mas apenas isso, genuíno mas fugaz. Encostado a um dos postes, observava o horizonte que lhe surgia aos olhos. O dia certamente não tardaria a raiar. Mais um dia que sentia não ser seu ..... vivia num tempo emprestado que não tinha pedido e não queria, mas fora-lhe dado ou imposto ..... um prolongamento depois do apito final.
 
A vista era magnífica. Estava no alpendre da sua casa de Malibu, com escadas de madeira que davam acesso direto à praia de areia branca e limpa. Mais um pouco à frente, o oceano beijava ritmadamente a praia, originando uma visão tranquilizante e um som acolhedor. Para qualquer um menos para John. Aquela casa tinha sido o sonho de uma vida a dois ..... mas o outro não era o simpático e amável Max ..... não era este o sonho, era apenas a realidade. A sua dura realidade.
 
Fazia agora 6 anos que tudo na sua vida mudara ….. após aquele dia, culminar de todo um ciclo, nada era como antes. Na sua mente apenas algumas perguntas sem respostas ….. porquê? ..... porquê ela? ….. porquê eu? ..... porque não podemos trocámos de lugar ..... porque não pude eu escolher quem ficava e quem ia? ..... porquê?
 
Demasiados porquê sem resposta …..
 
Á sua volta via todos a correr desalmadamente para empregos que não gostam, a voltar para casas onde não querem estar, a aspirar por um ideal ou sonho de realidade que não a sua. Homens e mulheres com o sonho de um amor idílico que se calhar nunca iram encontrar e, enquanto procuram, perdem momentos que se tivessem ponderado, talvez tivessem tomado decisões diferentes ..... talvez.
 
Mas esse não era o dilema ou a frustração de John ..... ele tinha sido verdadeiramente feliz ..... tinha ...... e agora, em pé no seu alpendre de sonho, não era capaz de ser feliz ..... a sua vida tinha terminado e vivia um tempo que sentia não ser seu. Já conseguia sair com amigos e esboçar alguns sorrisos, mas não era ele ..... era um mero prolongamento de um tempo que não era o seu. Que não sentia ser seu.
 
Vivia os vários momentos de alegria e tristeza sem qualquer constrangimento ou dilema moral ..... apreciava o lado FIXE da vida no que podia, por mais fugaz que esses momentos fossem ..... sem dilemas morais ou restrições de uma sociedade de valores em que é mais o que se apregoa do que outra coisa. Sem grilhetas sociais.
 
Naquele início de manhã, John olhava para o horizonte ..... vivia um tempo que não era o seu ..... e agora?
 


terça-feira, 1 de abril de 2014

As próximas eleições são mesmo para o quê?

 
Em tempos a filha de uma amiga dizia que só escrevia sobre política ….. nos últimos tempos parece que é mesmo verdade. Mas não está fácil não utilizar este espaço para desabafar sobre o tema. Como o último post que escrevi não foi bem percebido na sua intenção, vou ser direto.
 
Será que os partidos políticos perceberam que as próximas eleições são em primeira instância para a Europa e, apenas como consequência, afetam-nos internamente. Apenas ouço falar sobre o governo e castigar o governo.
 
Hoje, dia 1 das mentiras, o PS lançou um vídeo fabuloso, porém, borrou a pintura no final. O vídeo retrata todas as mentiras do Passos Coelho, mas todas relacionadas com a situação interna de Portugal. No final, referência à votação dos Portugueses sobre as Europeias ….. e ….. não estou a votar para a Assembleia da República de Portugal, nem acredito que um mau resultado para o Parlamento Europeu signifique que internamente devem sair do governo. Entre o cú e as calças, deveriam existir umas cuecas ….. até podem estar todas borradas, mas devem existir.
 
O que gostava de saber é quais as forças ou correntes políticas representadas no Parlamento Europeu, em qual cada um dos nossos partidos se insere ou naturalmente vota e, já agora, qual a sua expressão numérica no momento de votar. Juntando isto tudo fica a faltar apenas um pequeno pormaior ….. o que é que cada uma delas defende. O que é que cada força que contém os nossos partidos defende para a Europa e como têm sido votados os pontos mais importantes. Isso sim seria jornalismo de informação.
 
A mim interessa-me que o meu singelo voto seja utilizado no que defendo ou mais acredito para a Europa, não em quem estará a comandar Portugal ….. para isso haverão eleições próprias.
 
Adorei o filme que o PS fez, que até seria similar a um feito pelo PSD. Numa das últimas eleições americanas, o partido perdedor fez um site com o cumprimento das promessas que quem ganhou havia feito e qual o seu grau de cumprimento. O que o PS fez assemelha-se a isso, com um cuidado muito aprofundado do grafismo dos resultados ….. adorava que seguissem o exemplo americano ….. seria ótimo como avaliação do governo, mesmo desconfiando dos dados que não sejam de uma entidade credível.
 
Alguém com acesso aos nossos dirigentes políticos que lhes explique a diferença entre uma eleição nacional e uma eleição europeia.
 


sábado, 29 de março de 2014

Alguma coisa temos de conseguir fazer

 
Estamos a chegar perto das eleições europeias e da data de saída do período de soberania da Troika sobre nós. Estamos pior que no princípio, e, pior, muito pior, que no passado por uma razão muito simples ….. perdemos a perspetiva de futuro. E isso faz toda a diferença.
 
É prática de quem já esteve na ribalta política ter uma frase do tipo “antigamente éramos (ou era) melhor”. Ouvimos isso sobre a política e os políticos, mas a verdade é que é pura mentira. Os políticos de antigamente não eram melhor que os de agora ….. reconheço que eram mais eloquentes pois neste momento o único “animal político” que existe (para mim), é a bicha não assumida que se mantém em lugar cada vez mais de destaque ….. pode ser um comentário homofóbico, e desculpem a quem possa estar a ofender, mas acho que se calhar é por isso mesmo ….. a sua vaidade feminina impõem-lhe manter-se na “ribalta”.
 
São tão fracos e mentirosos os de hoje como os de antigamente, apenas menos populares por serem conhecidos à menos tempo, mas é apenas essa a diferença que consigo identificar. Digam o que disserem, para mim estes políticos não são piores que os anteriores, são apenas os atuais atores políticos. Nem piores nem melhores, apenas atuais.
 
Estamos numa época que depois de tanto desalento, sabemos que o PSD que está no poder é uma desgraça e só afundou o país mais do que já estava, o PS demasiado fraco para ser uma alternativa e todos os demais partidos são uma falácia para fazer número. Atravessamos um túnel num momento que não vislumbramos nenhuma luz lá bem no fundo ….. até pode ser que esteja uma curva qualquer próxima que impossibilite isso, mas esta é a situação atual ….. ao fundo do túnel ….. nada …..
 
É a recriação da história trágica de Pedro e do Lobo. Depois de muitas promessas sabemos hoje claramente que o problema é um estado “monstruoso” que não conseguimos sustentar, que não existe nem dificilmente existirá num futuro próximo alguém com “tomates” para o enfrentar ….. e peço desculpa pela palavra “enfrentar” ….. os lobbies instalados são demasiado fortes para a nossa tacanhez …. e a solução que é usada há 20 anos é sempre a mesma ….. mais impostos. Solução pré-histórica que já vem desde os tempos dos reis e seus impostos, mas perfeitamente atuais. A famosa reforma do estado é tão somente uma frase que vale tanto quando a “no more taxes”. Tal qual uma miss no concurso Miss Universo tem de dizer “eu quero paz mundial”, os nossos políticos têm de dizer “a nossa solução não passa por aumentar impostos” ….. mas vale zero pois desde o 25 de Abril ….. para não recuar mais ….. é apenas uma frase oca …. tem de ser dita pois faz parte do teatro e está no guião ….. mas ninguém na realidade acredita no que ouve ….. apenas faz parte.
 
Já desde os tempos dos romanos que se referiam a nós como aquele povo que “não se governa nem se deixa governar”. A Troika era a nossa esperança alguém viesse de fora e fosse capaz de meter ordem na casa. Eu fui um dos que fiquei triste/contente com o pedido de ajuda ….. triste pelo fracasso que isso representa enquanto país ….. contente por alguém sem compromissos eleitorais e de clientelismo pudesse ser isento e gestor ….. mas já o ditado diz, uma boa ideia de nada vale se a implementação for fraca ….. e foi o que aconteceu. Uma desgraça e ainda a procissão vai no adro.
 
Tivemos o azar dos interlocutores casuais do momento em que tudo aconteceu ….. internos e externos ..... serem uma desgraça ….. acho que pior até podiam ser …… podem sempre ….. mas convenhamos que era difícil.
 
Estamos a chegar a uma época de eleições europeias e nada se ouve de concreto sobre a Europa para podermos decidir em quem votar ….. se é que a Federação Europeia não é apenas uma ilusão. Ao que tudo indica serão umas eleições centradas nos partidos nacionais ….. um role de nomes para exportar com vantagens milionárias para os mesmos ….. claramente por “pagamento” e não por competência ….. e nada mais que isso ….. excepto o eterno discurso nacional de “vamos castigar o partido no poder” …. vão e mesquinho como o somos enquanto povo.
 
A pergunta que faço é o  título …. Alguma coisa temos de conseguir fazer ….. sendo que o voto não é a solução, apesar de o fazer por considerar um direito e um dever, fica-me o pensamento para o qual não consigo vislumbrar ideias e agradeço a ajuda de quem tiver uma ideia que seja …..
 
Estamos a chegar ao 25 de Abril ….. onde algo foi feito ….. nos dias que correm não se impõem uma revolução armada ….. claramente ….. mas algo deveria ser possível fazer.
 
….. aceitam-se sugestões.
 

Às vezes tudo muda num instante

 
Esta é uma história igual a milhares de outras, e com um fim aparentemente melhor que outras. Um episódio que pode acontecer a qualquer um.
 
Num ato do mais corriqueiro que existe, uma pessoa descia umas escadas ….. situação banal e que se repete em milhares de pessoas todos os dias a toda a hora ….. só que esta pessoa escorregou num degrau enquanto descia descontraidamente ….. desamparada, caiu para trás e bateu com a cabeça nas escadas. Também aqui é um cenário que acontece a várias pessoas sem consequências de maior, porém, neste caso, resultou num traumatismo craniano. A pessoa em causa está há 2 semanas internada e, depois de passar a fase de risco de vida, corre apenas o risco de nada ser igual ao que era antes. A memória de curto prazo não existe, a memória cognitiva pode estar afetada e outras pequenas/grandes mazelas ainda são uma incógnita que apenas o tempo permitirá aferir.
 
Para esta pessoa e sua família, tudo mudou num instante ….. provavelmente nada mais será como dantes ….. valerá a pena não aproveitar o que se pode?
 
Esta semana conversava como umas amigas e tendo em conta que uma está grávida, relembrei em voz alta o que fazia com a Ana na fase de gravidez em que ela se encontra ….. talvez das melhores fazes da minha vida, em que a perspetiva de um futuro risonho e repleto de felicidade ainda se colocava ….. confesso que me calei pois uma delas mencionou um sentimento em voz alta que, apesar de ser verdade, me deixou constrangido. Tenho de aprender a estar calado sobre algumas coisas, mas ás vezes saem ….. acho que é humano.
 
No final do dia, estes dois episódios isolados no tempo mas no mesmo dia, tiraram-me por completo o sono ….. e na minha cabeça para além dos últimos 6 anos não pararem de me passar “à frente”, com todas as escolhas e consequências dessas escolhas, o pensamento acabava sempre de ir parar ao mesmo sítio ….. ás vezes, tudo muda num instante …..
 
Tudo pode mudar num simples instante ….. todos os desejos mesmo que ilusórios ou novos sonhos de uma vida podem acabar …. num breve instante de tempo tudo pode mudar ou a realidade ser percecionada ….. um único momento ….. aquele momento …..
 


sábado, 15 de março de 2014

As opções da nossa vida

 
Todas as ações e decisões da nossa vida têm consequências. Umas no imediato, outras no futuro. Na prática, reduzindo tudo ao infinito, apenas existem boas e más opções ….. umas pensadas e outras resultantes do momento certo ….. umas com consequências à nossa volta outras apenas com consequências para nós próprios. Todas as opções acarretam consequências.
 
Muito se continua ainda a falar sobre o Fernando Tordo, devido à sua ida para o Brasil e pela carta do seu filho. Muitos têm defendido a família ou se aliado ao protesto, outros têm aproveitado para maldizer o artista e a dedicatória do filho. Depois de muita informação, vamos recapitular. Um artista que ultimamente pouco produzia de novo, num estilo já passado teve uma oportunidade de emprego pela experiencia que tem e aceitou. Por acaso a proposta era para o Brasil ….. e depois?
 
A queixa do próprio era que a reforma é muito pequena e que Portugal não lhe dá o devido valor que ele acha que tem. Vamos então por partes:
 
1.       As reformas são baixas para quem trabalha a vida toda, e com isto estou a falar de quem iniciava o trabalho de manhã e terminava à noite, muitas vezes em parcas medidas de segurança. O artista em causa deverá ter tido em termos de trabalho e horário uma vida privilegiada, mesmo considerando as várias situações de sobrecarga de espetáculos.
 
2.       A reforma atribuída é calculada com base nos descontos que são feitos ao logo da vida e, todos sabemos que os artistas enquanto profissionais liberais, descontam o mínimo para não pagar impostos. Se não descontou para o estado, porque deverá agora o estado pagar-lhe algo? A Marina Mota anda às voltas com as Finanças pelo que não descontou e como ela, são vários a correr pagar impostos para poder receber o que lhes é devido, pois não o podem fazer com dívidas fiscais declaradas. E ainda bem que assim é.
 
3.       Ele por gosto e jeito escolheu a vida de artista. Não foi Portugal que lhe pediu para não ser empresário ou assalariado. Ninguém lhe pediu para levar a vida que levou. Foi uma escolha pessoal.
 
4.       A sua carreira é efetivamente de monta e teve inúmeros êxitos de venda. O seu legado ficará na história de Portugal, mas a isso nunca esteve nem está associado uma garantia de reforma ou sustento.
 
5.       Ao contrário de um Gérard Depardieu que decidiu sair de França em protesto pelo excesso de impostos que lhe seriam aplicados, ele teve uma oportunidade de emprego e aceitou. Por acaso era no Brasil. Se tivesse sido em Trás-os-Montes não tinha dado tanto ruído.

O Fernando Tordo não pode agora exigir a Portugal o que Portugal não lhe pediu. Ele escolheu um caminho e uma vida, fez as suas opções ao longo dela e agora está na situação que está. Para efeitos do texto, não é boa nem é má, é a que é. Tem de viver com ela, pois é o resultado de todas as suas opções e contingências momentâneas ao longo dessa mesma vida.
 
É a vida!
 
Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança” – José Eustáquio
 


terça-feira, 11 de março de 2014

Que ganho eu com isso?

 
A discussão que se tem vindo a formar à volta do concurso das Finanças é mais do mesmo. Depois de anos e anos a investir em campanhas para os contribuintes pedirem fatura, mesmo sem nada receber que não a satisfação de agir corretamente, e como tal sem resultados palpáveis, o governo encontrou uma solução que vai ao encontro da nossa mentalidade ….. responde à pergunta sacramental que mais fazemos ….. Que ganho eu com isso?
 
O ano passado a alteração com o SAFT foi uma tentativa para apanhar as PME, deixando por falta de coragem, lobby ou compadrios as grandes superfícies à margem. Controlasse alguns movimentos, mas não se obriga a emitir fatura ….. ou seja, é como se dizer que se quer ser casado mas sem efetuar o casamento. Nunca percebi o racional por detrás destas decisões, mas certamente foi um ser ou seres iluminados mais que os comuns economistas. O ónus continuou sobre o contribuinte pedir fatura, o que por todos os motivos não o fazia.
 
Este ano o governo decidiu responder à tal pergunta, e lançou um concurso. Ao invés de dar muitos milhões em sede de IRS, como nas cabeleireiras e oficinas, dá uns trocos via concurso. Chamem-lhe euromilhões, rifas de feira como ouvi ontem ou qualquer outra coisa, a verdade é que o número de faturas emitidas cresceu substancialmente. E com isso o valor de impostos arrecadados pelo estado em sede de IVA e IRS. Imensamente muito mais eficaz que apelar ao civismo como outros países fazem. Resultou.
 
Como tudo o que um governo faz por natureza é mau, está uma festa montada sobre o concurso e tudo à volta. Discute-se o acessório e passa-se ao lado do essencial. Com um punhado de moedas os Portugueses passaram a fazer o deviam fazer à muito, porque alguns portugueses atrás do balcão não o faziam, e a questão não é analisar o que passámos a fazer, mas porque é que os mauzões do governo estão a dar carros.
 
O governo limitou-se a responder à pergunta sacramental ….. e com isso aumentou a receita ….. elementar.


domingo, 9 de março de 2014

Violência jurídica

 
Peço desculpas pela associação de imagens mas associo sempre a justiça à imagem da estátua que a simboliza. Uma mulher, de olhos vendados e com uma balança equilibrada numa das mãos. Confesso que me esqueço de forma sistemática que na outra mão se encontra uma espada …..
 
No momento em que é celebrado o dia da mulher, não consigo dissociar o que se passa na nossa justiça com os abusos, violência doméstica e violação que continuam a existir sobre as mulheres. As notícias que têm vindo a surgir ultimamente fazem a colagem perfeita da justiça á imagem que faço dela. É bonita, mas está sempre a apanhar tareia.
 
Infelizmente temos a ideia de que existe uma justiça para ricos e outra para pobres. Que existe uma justiça para a pequena criminalidade e outra para os crimes de colarinho branco. E as notícias que continuam a aparecer apenas fortalecem essa ideia.
 
No caso dos submarinos, apesar de na Alemanha haver condenações por suborno em Portugal e Grécia, cá não existem corrompidos. Não existe sequer ida a tribunal para fachada, mesmo havendo um mail da empresa vencedora 2 meses antes da decisão para a Alemanha a comunicar esse facto. Na justiça desportiva, o caso apito dourado tem de voltar ao início depois de 10 anos porque as escutas não podiam mesmo ser utilizadas. O Jardim Gonçalves é absolvido pelo comum neste tipo de crime ….. prescreveu. E o resto dos envolvidos tem já a estratégia de mão beijada para se livrar do problema.

Recentemente um homem viu a sua vida destruída por uma falsa denúncia, esteve preso e conseguiu provar a sua inocência ….. pelo tempo preso e a vida destruída recebeu da justiça 15.000 € ….. quem não perceber o porquê de tão baixo valor para a vida de uma pessoa é porque não viu a entrevista do visado na televisão ….. dá para ver que era um emigrante e que era de raça negra. Pobre, emigrante e preto, uma combinação terrível para a nossa justiça.

Não tenho a mínima dúvida que existem muitos juízes honestos, mas cada vez mais acreditamos que estão guardados numa prateleira ou tribunal menor para que não causem embaraços aos nossos políticos. Muito se fala á anos de alterar o sistema jurídico em Portugal, mas os resultados visíveis são nulos para o comum do cidadão. É um facto inquestionável e indesmentível. Tirando o Tribunal Constitucional, que certo ou errado nos tem defendido à luz do que é a nossa Constituição, onde andam as notícias que nos permitam ter alguma fé na nossa justiça?
 
Mas mesmo este ….. e desculpem terminar de forma negativa ….. é como a mulher corno ….. acreditou no Passos que disse que os cortes eram temporários, e agora descobre que afinal sempre foram definitivos ….. corno mesmo!
 
A justiça é um dos pilares da civilização moderna ….. quando vamos tratar a miúda com o respeito que ela merece?
 


Corrigir o rumo

 
Certo dia o meu filhão proferiu uma daquelas frases que em alguém conhecido se tornaria eternas, ou como se diz nos dias de hoje, virais ….. Se não gostas da tua via, muda-a.
 
Alguns episódios da nossa vida provocam-nos mudanças profundas. Um nascimento, uma morte, um acidente, uma doença nossa ou de alguém próximo. São episódios de tal forma marcantes e que alteram a nossa vida que não temos dúvidas que ela muda. Por muito que tenhamos exemplos de outros, como tem sido por exemplo a exposição que o Manuel Ferraz tem tido, a verdade é que as mudanças profundas só as fazemos quando somos diretamente afetados. A frase do António Feio é linda e profunda ….. “Aproveitem a vida. Ajudem-se uns aos outros. Não deixem nado por dizer e nada por fazer.” ….. mas é uma frase pessoal ….. quantos de nós alterámos algo (já para não dizer substancialmente) a nossa vida à conta dela? Quem efetivamente aproveitou o momento para “Não deixem nada por dizer e nada por fazer”?
 
As grandes mudanças, os Tsunamis da nossa vida aparecem quando menos esperamos e arrebatam-nos por completo. As grandes mudanças são relativamente fáceis, porque na maioria das vezes não temos sequer hipóteses de as evitar. Somos arrastados. Não somos tidos nem achados. O difícil são os pequenos nadas que somados correspondem a muito. Ao que na realidade somos e como vivemos.
 
Todos os dias nos deitamos e pensamos no que foi o nosso dia e o que queremos fazer no dia seguinte. Todos os dias quando nos levantamos nos olhamos ao espelho e o que vemos somos nós próprios ….. e pelo menos a mim surge-me a pergunta ….. “estás satisfeito contigo mesmo? é isto que queres? o que vais mudar e quando o vais fazer?”.
 
Hoje de manhã enquanto passeava os meus pequenos na praia, meditava à volta dessa frase. Apesar de guardar para as férias de verão os pensamentos mais profundos, e as decisões de mudar algo de forma mais substancial, a verdade é que ao longo do resto do ano as correções são necessárias. Seja na nossa vida profissional, pessoal ou familiar, existe sempre algo com o qual não estamos satisfeitos e queremos mudar ….. e é um erro estar à espera de um qualquer evento para proceder a mudanças ….. quando nos sentimos preparados, devemos mudar. Ponto.
 
O verão passado foi um turbilhão de eventos e pensamentos como já não tinha desde há 5 anos atrás. Foi a consolidação de ideias profundas e o assistir à destruição de uma ideia que se calhar era apenas um sonho. De tomar algumas decisões para o resto da minha vida ….. ou pelo menos até que um evento deveras significativo as altere. Correspondeu ao impacto profundo. Mas sentia que faltava algo …..
 
Olhar para o espelho e reconhecer o que não gostamos em nós não é fácil. As questões físicas são inevitabilidades que muitas vezes temos de aceitar por não as podermos alterar. Podemos com capacidade financeira corrigir esteticamente alguns aspetos, havendo essa capacidade, claro. Somos o que somos e temos de nos aceitar. Não é ficar contente, mas considerar que são o que são ….. encarar o que vemos como as regras do jogo. Difícil mesmo é o que não se vê no espelho. A nossa alma. O nosso eu. As nossas atitudes, postura e comportamento. A nossa pedra filosofal.
 
Às vezes é preciso fazer grandes mudanças, é um facto, mas também é preciso ir tratando das pequenas com igual atenção. Preocuparmo-nos com o que queremos e não com o que os outros podem dizer. Dar valor ao que temos, enquanto temos.
 
Admiro a força de vontade de algumas pessoas, como era o caso da Ana. Lamento muitas vezes sentir que no que toca a esse aspeto, sou uma pálida imagem do que ela foi e o que nos ensinou. E fico envergonhado pela memória do que ela era e da força que tinha. É tão fácil arranjar pretextos e desculpas para deixar de mudar o que achamos ser importante ou necessário. É tão fácil não mudar …..
 
Depois de muito meditar, tenho bem claro neste momento o que quero mudar. Tal como um alcoólico ou drogado em recuperação, as pequenas conquistas diárias que quero ter ….. não todo o meu universo, mas os pequenos grupos de poucos nadas de cada vez. O meu passeio matinal de hoje foi isso mesmo, uma decisão de corrigir uma série de pequenos nadas há muito identificados e que me corroíam por dentro por não os mudar. Apesar de desde á meses andar a resolver vários pessoais e profissionais, a verdade é que não estava satisfeito com o que “via” quando olhava de manhã ao espelho. Depois de nos últimos tempos ter assumido as minhas diversas perdas, faltava-me isso, o decidir mudar alguns temas do meu eu. Voltando a parafrasear a Nicola, Hoje é o dia …..
 
Adicionei uma pergunta à minha lista matinal: Que vais melhorar, manter ou corrigir hoje?


sábado, 8 de março de 2014

Dia da Mulher

 
Parabéns e desculpas.
 
Parabéns pelo Dia da Mulher, e todo o que ele ainda representa. Desculpas pelo Dia da Mulher por considerar que é acima de tudo uma data comercial. Quando tanto se defende a igualdade dos géneros, a existência de um dia destes não se justifica, porém, quando recentemente foi anunciado o número de mulheres que são ainda vítimas de violência doméstica e sabemos que as mutações genitais são ainda práticas existentes, teremos de aceitar que talvez ainda se justifique.
 
Tenho tido o privilégio de conviver com mulheres fabulosas, algumas delas numa categoria especial ….. giras e inteligentes ….. e desculpem se é uma classificação machista. Tenho sido um privilegiado. A todas os meus parabéns pelo seu dia, sem qualquer conotação a tudo o que escrevi ou que é dito ….. apenas parabéns pelo seu dia. Como tenho uma princesa cá em casa, os parabéns ao género feminino em geral.
 
Este ano em particular estou mais sensível à importância da mulher, não por mim mas sim pelo que vejo no meu filhão ….. privado da presença da mulher fabulosa que foi a mãe, noto cada vez mais o que a falta de uma presença feminina de forma assídua acarreta. Os pedidos que ele faz e que infelizmente não os posso proporcionar. Este fim-de-semana fomos ao Algarve tratar das férias (nossas, dele e de outros) e isso foi notório. Apesar do muito que nos divertimos os 2 ….. ou os 4 porque os irmãos peludos também foram ….. notei claramente isso. Felizmente tivemos junto de amigos, maioritariamente mulheres, mas senti muito isso nele ….. talvez seja da data que se aproxima, talvez por algumas outras razões que não posso escrever, talvez ….. noto claramente a importância que um convívio regular ….. mesmo quando era pouco frequente ….. se reflete nele. É a vida.
 
Obrigado em especial ás minhas vizinhas com quem ele convive cada vez mais, por lhe proporcionarem o que infelizmente lhe foi retirado e que não irei substituir. Felizmente ele tem isso ….. parca consolação, é um facto, mas sempre é melhor que nada. Obrigado meninas!
 
Como no último post já fiz referência ao texto de Paulo Coelho, que é uma ode à mulher, não o irei repetir apesar de me apetecer. Acho que o melhor que consigo após estas linhas são mesmo apenas estas linhas, e tudo o que por detrás do que está escrito se depreende.
 
Parabéns e desculpas.
 


segunda-feira, 3 de março de 2014

Se calhar não é somente uma cara gira


Um destes dias fui almoçar com uma pessoa amiga e, quando estávamos no restaurante entrou uma daquelas mulheres ….. daquelas de tudo parar à sua volta quando ela passa. Os homens ficam com água na boca, e as mulheres ficam vermelhas de inveja. Daquelas mulheres que fazem desejar que as que se encontram acompanhadas, rezem para que o seu companheiro não as vejam. Não era muito bonita, mas tinha um corpo escultural, muito bem tonificado e uma indumentária de realçar todas aquelas magnificas curvas. Em palavras de homem, uma brasa.

Naturalmente achei que com aquela beleza toda certamente estaria acompanhada, o que aconteceu não ser verdade. Dei por mim a rir por ter assumido esse lugar comum ….. uma mulher gira nunca está sozinha. Não na vida, e certamente não num restaurante. Aguardei para ver quem seria o modelo ou velho rico que se sentaria na mesa ….. outro lugar comum … e mais me ri de mim mesmo por todas essas suposições tradicionais e lugares comuns. Está provado, sou igual ao resto da humanidade! LOL.
 
Apesar de continuar no meu almoço, em conversa muito agradável, não me contive de tempos a tempos observar semelhante beldade ….. discretamente, é certo, mas sempre fui dando uma troca de olhares. E na minha imaginação fui pensando o que poderia levar uma mulher tão bonita a estar sozinha, olhando à sua volta ….. incluindo para mim diversas vezes …… como se pedisse para que alguém fosse falar com ela ….. para não comer sozinha ….. dizendo que a sua beleza não era uma redoma de vidro com alarme ….. pelo menos na minha imaginação, era isso que ela dizia.
 
Pensei na conversa que tinha tido recentemente com um amigo, exatamente sobre a vergonha ou coragem de falar com desconhecidas ….. numa conversa entre homens naturalmente falávamos dessa forma ….. e pensei várias vezes para comigo ….. será que tinha coragem de pura e simplesmente me levantar e ir perguntar “parece sozinha ….. posso lhe fazer companhia a almoçar?” ….. não naquele dia porque estava a almoçar acompanhado, mas noutro qualquer dia em que tivesse sozinho ….. será que era capaz? No meu caso a dúvida não era se seria ou não capaz de o fazer, a dúvida era se correria eu o risco de ouvir um não.
 
Fiquei vários dias a meditar no assunto ….. de passarmos a fase do desconhecido ou não …… novamente o mesmo tema dos meus últimos posts, de ultrapassar os nossos medos e receios, e se calhar, ficarmos surpresos com o que encontramos. Isto vendo pela positiva, que o resto não interessa.
 
Naturalmente não fui ter com a rapariga, até por estar acompanhado, mas os pensamentos sobre falar com alguém desconhecido ….. neste caso de uma beleza de outro campeonato ….. não saíam da minha cabeça. Atenção que com isto não me estou a menosprezar, pois vivi no passado momentos muito bons com mulheres fora de série, desse mesmo campeonato ….. num paraíso até à poucos anos e até muito recentemente, tinha o prazer de partilhar bons momentos com outra mulher dessas, lindíssima e fabulosa, mas a vida é mesmo assim ….. mas não consigo deixar de no meu subconsciente associar a outro campeonato …..
 
A semana passada não resisti a um impulso …… cruzei-me com uma colega que é lindíssima, uma autêntica boneca, sentada numa mesa a escrever no computador e perguntei se me podia sentar ….. tinha 5 minutos enquanto esperava que me fizessem a conta, mas não resisti. E os meus 5 minutos rapidamente passaram a muitos mais, pois além de muito bonita ela é muito simpática. Falámos durante algum tempo sobre dois ou três assuntos, numa conversa muito agradável, mas uma reunião já agendada não me permitia demorar mais tempo. Cordialmente me despedi e cada um seguiu a sua vida.
 
Saí com um sorriso nos lábios, não por imaginar algo mais no futuro, como certamente está a passar na cabeça do leitor, mas pela situação em si, recordando-me da brasa do outro restaurante e da situação em si. Uma cara gira não precisa de ser apenas uma cara gira.
 
Estarão as duas histórias interligadas? Quem sabe …..


domingo, 2 de março de 2014

Brandos bananas ..... perdão, costumes

 
Que as comissões de inquérito dos deputados da Assembleia da República eram uma fantochada, todos sabíamos. Que serviam como pretensa arma de arremesso político, também. Que não têm consequência nenhuma, excepto enaltecer o ego dos participantes, também. Esta semana a presidente da PGR veio oficialmente confirmar tudo isso. E se este entendimento é oficial, então deve estar tudo bem ….. se calhar é mesmo suposto ser assim.
 
Um ministro foi a uma comissão de inquérito e mentiu deliberadamente. Todos os presentes sabiam, mesmo antes dele abrir a boca. Depois disso, os partidos da maioria enalteceram o homem por qualquer coisa irrelevante ….. nem me recordo o que foi, mas também isso era mesmo irrelevante ….. e a oposição atacou a mentira, como se fossem virgens arrependidas e não fossem capazes do mesmo ….. ou não o tivessem já feito noutras ocasiões. Cada um fez o seu teatrinho. Masturbação mental para os presentes que serve para se sentirem que estão a fazer algo por alguma coisa …… tipo eu quando apanho as fezes do meus cães no seu passeio matinal, achar que estou a construir um mundo mais limpo ….. no essencial e na substância é o mesmo.
 
A presidente da PGR veio reconhecer que o ministro mentiu, mas como é amigo não há problema porque não alterou nada ….. o que é normal nas peças de teatro. Quando acaba aquela irá mais tarde começar outra e o mundo continua a girar. Fez-me lembrar a sentença do Parque Mayer que não houve corrupção porque a pessoa que estava a ser corrompida não tinha poder. E depois achamos estranho porque os estrangeiros não investem mais em Portugal ….. os honestos, claro.
 
Somos mesmo um país diferente. Na Alemanha há quem cumpra pena por se ter provado que corrompeu políticos em Portugal e na Grécia. Na Grécia um ex-ministro cumpre pena de prisão por ter sido corrompido. Em Portugal não só nada acontece, como o ministro da altura é vice-presidente do governo, e a sua saída irrevogável do governo que nos custou 2.000 milhões de euros afinal era brincadeira. Não temos corruptos, por mais que os alemães se esforcem. E nada acontece ….. duas ou três peças nas notícias e alguém garante que a atenção muda e nada mais é publicado ou referido. Por acaso o Relvas voltou a um cargo de relevo, mas isso também certamente é um acaso.
 
Volto a escrever o mesmo ….. tenho pena que a comunicação social em Portugal cada vez mais cumpra menos o seu papel de isenção ….. algo que não poderemos certamente dissociar da crise e da tentativa de manterem o seu posto de trabalho ….. tornam-se carneiros, é um facto, mas carneiros com erva para comer ….. é pena que assim seja.
 
Sempre dizemos que somos um país de brandos costumes, mas cada vez mais o que fomos extravasa os brandos costumes, estamos mesmos transformados em bananas.


sábado, 22 de fevereiro de 2014

“Havias de me ver antes da gravidade”

 
Ouvi esta semana esta frase de uma amiga. Depois de a dizer, elaborou-a um pouco mais, referindo-me a sua beleza de outros tempos, desvalorizando o seu eu atual, utilizando o lugar comum das alterações do seu corpo desde jovem, a bela da lei da gravidade. Lembrei-me logo da descrição magistral que o Paulo Coelho fez das mulheres.
 
Realcei a estupidez do seu comentário, dado que é uma mulher muito bonita, com um corpo de gerar paletes de inveja alheia ….. ou dito em linguagem feminina, de ter poucas amigas e muitas invejosas ….. complementada com um cara gira, de sorriso simples e gostoso. Não lhe disse desta vez mas tenho-lhe dito noutras ocasiões que a considero muito inteligente, ao ponto de assustar muitos homens, mas não me iria adiantar muito, pois a sua frase estava feita e proferida ….. havias de me ver antes da gravidade!
 
O problema dela, que é o meu e da generalidade da população não é o que ela realmente é ….. é o que ela acha que é ….. o que acha que os outros veem nela. Os nossos receios do que achamos ser os nossos defeitos são o nosso maior problema ….. e achamos que os outros veem em nós o mesmo que vemos quando nos olhamos ao espelho. Os nossos medos, receios e suposições são efetivamente o nosso maior inimigo. Não interessa se se é homem ou mulher, neste aspeto somos todos muito parecidos. Somos vítimas dos nossos próprios preconceitos.
 
Enquanto pensava na conversa que tivemos, li uma frase do Papa Francisco proferida no dia dos namorados numa alusão ao tema ….. “não há namoradas e mulheres perfeitas ….. nem sogras perfeitas”. Com todo o respeito ao Papa, não concordo. Eu tive a sorte e o prazer de partilhar vários anos com uma mulher dessas ….. perfeita e fabulosa ….. mas, o mesmo Deus que o Papa tanto venera, levou-a de mim, sem dó nem piedade ….. existem pessoas perfeitas, sim ….. a perfeição é um utopia e não sendo quantificável é baseada na nossa interpretação da perfeição.  Não interessa se são perfeitas aos olhos de um júri qualquer, interessa é o que são aos nossos olhos. Não os próprios mas sim os nossos.
 
Ao longo da minha vida, tenho visto e vivido o que a auto-interpretação das perfeições e imperfeições provoca na vida à sua volta. E não apenas em questões de beleza. Casais que deixam de viver uma série de bons momentos porque um deles pode pagar e o outro não ultrapassa esse complexo ….. casais com ambientes pesados porque um é profissionalmente mais bem sucedido que o outro, especialmente se o bem sucedido for a mulher pois vai contra o conceito tradicional ….. de amuos por pequenos nadas que um dos membros do casal considera ser um defeito seu e para o outro é uma característica tão relevante como uma gordura ou ruga ….. ou uma peça de roupa fora do lugar.
 
Quando gostamos e estamos com alguém o relevante não é o que a pessoa acha de si. Obviamente que a auto-estima é fundamental para o equilíbrio próprio e o conseguir desfrutar do que se pode, ou como o anuncio dizia “se não gostar de mim, quem gostará?”. Uma namorada/mulher/companheira é mais do que se vê ….. uma relação é mais o que proporcionamos do que o que nos é proporcionado ….. sempre o achei e sempre o vou achar, mesmo não fazendo tenções de ter mais qualquer outra relação. É acima de tudo o que nos faz sentir ….. do mimo e compreensão que existe entre ambos ….. do saber que nos podemos entregar sem receios e que não iremos sofrer no futuro ….. a gravidade é combatida com a beleza da idade, ou dito por outras palavras, a mulher é como o vinho do Porto, refina com a idade.
 
Aguardo o dia que essa amiga me diga que arranjou um novo namorado ….. sinal que ultrapassou os seus medos, receios e inseguranças ….. ela merece.
 
Ia terminar com um desabafo pessoal, mas como acho que já coloquei um cunho pessoal grande demais no texto, termino com a frase de um quadro que comprei para a minha sala de leitura e com a frase com que a Ana terminava os seus post:
 
Life isn’t about waiting for the storm to pass. It’s about learning to dance in the rain!
Olhem sempre para o lado FIXE da vida!
 


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Quebrar as grilhetas

 
É inegável que a inovação é um auxiliar e um acelerador de tudo nos tempos modernos, porém, como tudo na vida, quando é mal utilizado passa a ser prejudicial. Neste momento é quase impensável a alguém não ter telemóvel, preferencialmente com acesso à net e, em termos profissionais, estar igualmente comunicável em qualquer momento, independentemente do local onde se encontra. A nossa moderna trela eletrónica.
 
A proliferação do facebook e os Farmville da net são uma realidade inegável e, invariavelmente, uma fonte de problemas, ao ponto de várias empresas banirem os acessos a vários sites nas suas instalações. Qualquer estudo de ocupação de banda de transmissão de um site destes ou o nº de cliques feitos demonstra uma taxa de utilização elevada, logo, fonte permanente de distração. A modernidade aliada ao auto-voeyrismos é maioritariamente prejudicial.
 
A facilidade e a simplicidade de estabelecer uma comunicação ou transmitir mensagens começa também a ser um sério problema. Para determinados grupos profissionais, é já expectável que estejam sempre comunicáveis e atentos. Já quase não se pensa em "será que se ligar agora estarei a interromper algo?" ..... o pensamento é muito mais na linha do "porque é que esta besta não me atende o telemóvel" ..... e no caso do mail, é mais do "já enviei um mail" .....muitas vezes completamente vazio de contexto ou impossível de uma correta interpretação e o pensamento é "porque não tenho o meu problema resolvido? já enviei um mail!"
 
Este é um problema que tenho sentido nos últimos anos, onde cheguei a ter um chefe que estupidamente me chateava se não lhe atendesse logo o telemóvel ..... era irrelevante se estava a falar ou não, ele ligava e eu tinha de atender ..... e daí obviamente várias discussões ..... o mesmo se passando com o mail ....."porque não respondeste ainda ao mail do X" ..... ou pior, "porque não está tratado o problema do mail que já te enviaram" ..... felizmente este capítulo é passado ..... mudei de emprego ..... mas mesmo assim, continuava a sentir-me dependente do toque da modernidade.
 
Ao chegar de manhã perdia muito tempo a resolver os problemas dos outros enviados por mail, ficando algumas coisas que tinha de tratar para segundo plano. Ao longo do dia, a concentração várias vezes torpedeada por um mail com Urgente algures nalgum ponto da sua estrutura ou conteúdo ..... é impressionante como hoje em dia quase tudo é urgente. E aos poucos e poucos, cada vez mais sentia que estava preso às modernas ferramentas de produtividade, que ao invés de serem isso mesmo, estavam a dominar o meu mundo. A fazer-me sentir improdutivo.
 
Cansado de sentir esta grilheta na minha vida, apesar de reconhecer a sua utilidade, decidi tomar medidas drásticas para recuperar o meu sentimento de produtividade. Naturalmente que não era improdutivo, mas sentia cada vez mais condicionado, o que é quase o mesmo. Uma prisão. Urgia fazer algo ….. não sei viver condicionado ….. ir vivendo não é viver.
 
Depois de um longo período de introspeção sobre toda a minha vida atual, tanto pessoal como profissional, fiz uma pausa zen e tomei várias resoluções..... a ambos os níveis. Decidi começar uma nova etapa da minha vida..... irrelevante se dura 1 semana ou 10 anos ..... uma nova etapa e uma nova abordagem ..... veremos o que sai  e como até agora, sempre passível de alteração após nova reflexão. Quem não muda são os burros e os políticos. Mudar é sempre positivo, desde que em consciência.
 
Comecei com uma mudança simples .....não via o mail antes de resolver os assuntos que me impunha de tratar antes desse momento sagrado de abrir o dito cujo, o que foi um passo grande na forma como vinha a trabalhar. Mas achei que podia ir mais longe, que podia me sentir ainda menos acorrentado a esse deus Mail.
 
Estou a chegar ao final da minha 1 semana de horários controlados para o mail. Tal qual um drogado que faz um percurso de desintoxicação. Não consegui ir ao mail apenas as 2 vezes por dia como pretendia, mas fiquei muito perto desse objectivo. E a verdade é que me senti muito mais produtivo. Após ultrapassada a tentação de ir ver os problemas dos outros a toda a hora, passei a estabelecer horas para o fazer ..... se demorar 10 minutos a ler e tratar os assuntos demoro, se demorar 2 horas, demoro as 2 horas. ..... mas a horas estabelecidas por mim e sem sentimentos de culpa por ser dentro desses horários. Penso ainda demorar mais 2 semanas a calibrar o ritmo para me sentir tranquilo com esta modalidade, mas é esse o esforço que estou a fazer.
 
Não sei se este será para mim um modelo eficiente e eficaz, mas claramente acredito que o é e irei tentar ..... veremos como termina.