quarta-feira, 26 de maio de 2010

Produtividade superior

Entre os muitos problemas que Portugal tem, a produtividade é sempre um dos que mais é salientado. Sistematicamente falamos dos salários e da nossa produção, comparando-nos com países como a Alemanha. E saímos quase sempre mal na fotografia, por muito bem que façamos várias coisas.

Outro dos problemas que temos enquanto povo é também acharmos que o problema está sempre nos outros. Andamos na estrada da maneira que queremos mas os outros é que têm falta de civismo ….. se perguntarmos a um taxista, ele irá dizer que a classe rouba os clientes, mas ele não ….. e assim por diante.

No mundo das empresas, vemos os mesmos comportamentos do país espalhados a todos os níveis da organização. Se perguntarmos a um grupo de quadros superiores, eles possivelmente dirão que o problema da produtividade está nas classes mais baixas que não querem trabalhar convenientemente. Se fizermos a pergunta aos operários menos qualificados, a culpa é da administração e dos directores que não trabalham.

No caso da produtividade, o advento da tecnologia veio-nos ajudar a ser ainda mais improdutivos. Desde o Farmville a tudo o resto, o tempo efectivo dedicado ao trabalho tem vindo a ser reduzido. Mas ao mais alto nível a produtividade tem sofrido também muito. Cada vez é mais raro assistir a uma reunião em que metade dos participantes não estejam distraídos a receber e a enviar sms e emails (os amora-preto em acção).

E não falo apenas nas organizações que conheço, pois são vários os amigos com quem falo que dizem exactamente o mesmo. Para além disso, raras são as reuniões que começam á hora marcada com todos os presentes e se cumprem o tempo definido para a mesma ….. improdutividade pura.

Numa altura em que todos estamos a pagar do nosso bolso as asneiras dos diversos governos que temos tido, talvez seja tempo de rever o nosso conceito de produtividade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Desaparecimentos convenientes

É impressionante como certos documentos em Portugal têm tendência a desaparecer. E para que não desapareçam sozinhos, o responsável por tal acto nunca aparece.

Quando comprámos a nossa anterior casa, deveria existir uma sala de condomínio de mais de 60 metros quadrados, mas a verdade é que as reuniões eram feitas na entrada. Cada um levava o seu banco, claro está. Houve um vizinho que ainda questionou a câmara, até porque tinha umas plantas do prédio, mas a verdade é que a resposta da câmara foi peremptória – as telas finais do prédio desapareceram ….. perdão, apenas a do andar da sala de condomínio, claro está ….. e o felizardo com a casa ao lado, ganhou uma sala ….. por acaso ele construiu o prédio, mas isso deve ter sido apenas uma feliz coincidência. E para a câmara tudo estava normal ….. deviam haver as telas finais, mas não existem ….. fim de história.

O tema dos submarinos é em tudo similar, apenas a uma dimensão monetária não comparável. Como é possível tanta calma com a afirmação de que desapareceram os documentos das contrapartidas? Assim? Que raio de entidade estatal que valida que existem os documentos todos? Como é que o Tribunal Constitucional que tudo valida, deixou passar uma destas? Até o Paulo Portas quando deixou de ser ministro levou caixas de fotocópias ….. com sorte, o mesmo ainda dá uma ajuda ao estado tirando fotocópias do que lhes faltar.

Para além da nossa justiça ser tão patética que já não deveria ser chamada de justiça, o desaparecimento passou a ser um item comum. No processo Casa Pia, desaparecem fotografias ….. no caso BPN, desaparecem documentos ….. no caso dos submarinos, desaparecem partes dos contratos ….. e tudo é normal.

Vamos gastando

Depois de voltar a organizar as minhas despesas, chego á mesma conclusão que cheguei da última vez que fiz este exercício ….. vamos gastando e não percebemos onde.

Se for olhar para cada uma das transacções que fiz, todas têm um motivo por detrás e uma explicação plausível da sua finalidade. Olhando uma a uma, tudo parece válido, porém, quando as vejo todas juntas, o valor tem uma dimensão superior á que eu estava á espera.

Sendo o mês seguinte á festa de anos do filhão, ainda suporto os custos disso, mas a verdade é que olhando desde o início do ano, existe todos os meses uma despesa que foge ao orçamento …..novamente, quando se olha para o todo a surpresa existe, por mais explicada que estejam estas despesas.

Este exercício mensal de analisar os gastos dos últimos três meses tem sido proveitoso, uma vez que ao ter uma percepção mais ampla, a verdade é que tenho reduzido no supérfluo.

É tão fácil gastar ….. fazemos isso tão facilmente ao longo do mês …..sem nos apercebermos, vamos gastando o orçamento destinado ás despesas com alguma facilidade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aproveitar a crise

Os momentos de crise constituem também oportunidades para as empresas. Pese embora o que vou escrever possa (e deva) ser efectuado em qualquer momento, esta época é por excelência uma oportunidade de ouro para isso.

Imaginem ser chamamos ao director de Recursos Humanos, e ser-vos colocada uma única e singela pergunta:

“Que deve a empresa fazer para que não se vá embora?”

Quando iniciei a minha vida profissional recebi dois sábios conselhos que nunca esqueci e que ainda hoje agradeço ao meu colega João Leite. Um desses conselhos era que não se deve esperar para demonstrar a nossa insatisfação, assumindo que a chefia já o sabe ….. é algo que deve ser colocado frontalmente.

Por regra, são poucas as pessoas que atempadamente dizem da sua insatisfação e suas ambições profissionais. Esta pergunta é por norma apenas feita a quem vai ou quer ir embora da empresa ….. no caso dos bons recursos, nesse momento já vai tarde.

Numa época normal, esta é uma pergunta que poucos directores de RH estarão preparados para a fazer. Para além de ser uma pergunta “out of the box”, a generalidade tem medo de a fazer por achar que tem de aceitar tudo, ou então que a resposta seja apenas dinheiro, o que não é totalmente descabido pois mesmo na lista das melhores empresas para trabalhar, o salário é apontado como algo que deveria ser melhor ….. é natural ….. é humano.

Muitas vezes as pessoas procuram mais que apenas dinheiro, sendo portanto mais fácil manter os bons recursos na empresa e ainda por cima motivados. Numa época de crise, as próprias pessoas sabem que o dinheiro é escasso e como tal, elas próprias pensam noutros aspectos. Cabe às empresas tirar partido disso, caso obviamente reconheçam o trabalho dos seus colaboradores e os pretendam manter.

Qualquer colaborador irá sempre responder positivamente a uma pergunta destas, que mais não seja porque demonstra uma atenção da empresa para com ele ….. simples.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Conceito de sacrifício

Numa época de incerteza e de tantas conversa de político em relação a esforços de todos, a visita do Papa é um autêntico contra censo. Não a visita do Papa, como é óbvio, mas sim a dispensa de trabalho da função pública.

Há pouco tempo atrás, o governo referia que as greves eram um atraso para a nossa nação em tempo de crise ….. mas podemos todos parar para ir ver o Papa. O conceito de sacrifício é muito difícil de entender para uma pessoa racional, mesmo sendo católico. Não faz sentido.

Num país ainda maioritariamente católico, percebo por força da figura que é, exista alguma condescendência, porém, dar tolerância é dizer ás pessoas que não têm de trabalhar ….. sempre foi assim em Portugal e sempre será.

A forma como as coisas são colocadas é meio caminho andado para como são entendidas. Dizer que há tolerância de ponto e dizer que as pessoas têm o dia de férias é, hoje em dia, exactamente o mesmo. Dizer-se que é um dia de trabalho mas, quem por motivos de religião faltar não sofrerá penalizações, é completamente diferente.

Talvez se esta medida fosse assumida pelo estado, muitos que não pretendem trabalhar diriam que iam lá, porém, acredito que a maioria não o fizesse. O objectivo do governo seria cumprido de uma forma mais inteligente.

Não se pode pedir sacrifícios com uma mão e a ser despesista com outra.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Respostas

Certas perguntas, afirmações ou constatações nunca terão resposta. Algumas são meros exercícios de retórica, de pensamento em voz alta ….. algumas vezes não queremos ter resposta, outras não queremos ouvir a resposta que supomos vir do outro lado, e, outras vezes, estamos ávidos que elas existam ….. neste último caso, somos não isentos ….. não queremos uma resposta qualquer ….. queremos aquela tal resposta.

Umas vezes ela exista, outras nem por isso ….. é a vida!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Conceito de sacrifício

Numa época de incerteza e de tantas conversa de político em relação a esforços de todos, a visita do Papa é um autêntico contra censo. Não a visita do Papa, como é óbvio, mas sim a dispensa de trabalho da função pública.

Há pouco tempo atrás, o governo referia que as greves eram um atraso para a nossa nação em tempo de crise ….. mas podemos todos parar para ir ver o Papa. O conceito de sacrifício é muito difícil de entender para uma pessoa racional, mesmo sendo católico. Não faz sentido.

Num país ainda maioritariamente católico, percebo por força da figura que é, exista alguma condescendência, porém, dar tolerância é dizer ás pessoas que não têm de trabalhar ….. sempre foi assim em Portugal e sempre será.

No colégio do filhão, apesar de ser um colégio católico, foram mais práticos. Como naturalmente a maioria não irá ver o Papa, as aulas continuam como sempre, porém, caso alguém queira ir ver o Papa, então justifica as suas faltas com esse motivo. Parece mais lógico ….. só não vai quem assume que faltará com essa finalidade.

Talvez se esta medida fosse assumida pelo estado, muitos que não pretendem trabalhar diriam que iam lá, porém, acredito que a maioria não o fizesse. O objectivo do governo seria cumprido de uma forma mais inteligente.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Legalmente roubado

Esta semana fui roubado. O pior de tudo é que foi feito de uma forma totalmente legal. Sem apelo nem agrado ….. apenas roubado. E quem me roubou? Fácil, o estado do meu próprio país.

Sendo viúvo com um filho, entro na mesma categoria que qualquer casal, ou seja, o estado assume que a minha taxa de esforço é idêntica e equiparável a um casal. Deve ter a sua razão, apesar de eu achar que seria mais semelhante a um solteiro, separado ou divorciado.

Apesar do orçamento ser constituído por apenas um único vencimento, o nível de despesas é em tudo semelhante a quando éramos três, pelo que deve fazer todo o sentido que a taxação também seja a mesma. Se tenho capacidade de pagar as mesmas despesas de colégio, electricidade, gás e demais gastos, fará todo o sentido pagar ao estado de igual forma.

O filhão tem direito a uma pensão de sobrevivência para ajudar a sua educação e demais despesas. Por opção pessoal, decidi que esse dinheiro que lhe é dado é para ele utilizar um dia mais tarde, indo portanto para a sua poupança. Chegando ao final do ano, o estado decide atribuir-me um brinde ….. enquanto cabeça de casal, tenho de pagar impostos sobre o dinheiro que ele recebe, ou seja, na prática não lhe foi atribuído dinheiro algum para o apoiar ….. o que foi entregue ao longo do ano com esse título, será depois para entregar ao estado. Deve ser isto a que os políticos chamam de justiça social.

Face ao descalabro organizativo que é uma escola pública comparada com uma privada, decidimos ter o filhão num colégio enquanto pudéssemos, porém, o estado reduz cada vez mais o desconto que estas despesas podem ter em sede de IRS. Face ao que vemos, é como termos de ser penalizados por não usar os serviços do estado e ir para a área particular, tanto da educação como na saúde. Não percebo.

No final de tudo, junto as receitas e pouco mais posso deduzir que o colégio e despesas de saúde ….. e sou vilipendiado pelo estado do meu país. Para além do que mensalmente já desconto, chega ao final do ano e ainda tenho de pagar.

Sinto-me a ser assaltado.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O que temos

Nem sempre é fácil aceitar a vida e as situações como elas são. Temos sempre na mente que se nos esforçarmos muito, conseguimos fazer jus ao ditado que diz “quem espera, sempre alcança” ..... mas um ditado não é um vaticínio ou desígnio ….. é apenas isso, algo que aconteceu muitas vezes no passado.

Quando queremos muito uma coisa, devemos lutar por ela com todas as forças que temos, porém, ás vezes chega um momento que temos de saber que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance ….. o que não depende da nossa vontade ou acções, não podemos controlar ….. chega um momento e resta-nos aceitar a vida tal como ela é …..
É o que temos.

sábado, 1 de maio de 2010

Socialismo

Recebi novamente esta história por mail que com o ataque á classe trabalhadora por conta de outrem ….. não podem portanto fugir aos impostos ….. parece-me muito actual e pertinente.

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma turma inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo. ' O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experiência socialista nesta turma. Ao invés de dinheiro, usaremos as suas notas nas provas." Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas. ' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado. Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano... Para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela foi baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi o seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", disse ele, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar a alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a. "

Adrian Rogers, 1931


Dedicada ao nosso ministro das finanças e ao Francisco Louça e o seu ataque a quem tiver dinheiro.