sábado, 29 de janeiro de 2011

Aplicando os princípios dos políticos

Uma das coisas que sempre ensinámos ao filhão foi a importância da palavra. Em pensar antes de falar e depois cumprir aquilo que promete. Em ser honesto. Podem ser princípios em desuso, mas fundamentais na elevação do ser e fundamentais para uma correcta cidadania. É um dos nossos contributos enquanto pais.

Como ele tem teste de matemática na segunda-feira, a tarde de sábado é dedicada a fazer exercícios para treinar matemática e para eu lhe poder ajudar em termos da articulação do raciocínio. Como qualquer criança, ao fim de algum tempo fica cansado e quer é ir brincar com os cães e ver televisão.

Disse-lhe que depois de fazer mais um conjunto de exercícios, poderia ir brincar e não faria mais contas durante o resto do fim-de-semana. Como estamos sempre na brincadeira, houve algo que ele disse que me levou a dizer que assim teria de o por de castigo a fazer mais contas, ao que ele retorquiu que assim faltaria á minha palavra ….. ficámos então num impasse ….. ou por outras palavras, com uma excelente oportunidade para os nossos trocadilhos com a língua Portuguesa.

A formula é simples ….. se não lhe posso dar mais contas, porque isso era faltar á minha palavra, teria de fazer como os políticos, ou seja, não faz mais contas pela tarefa que tinha mas, pelo facto de ter dito algo que até já nem me lembro, teria de lhe colocar um castigo ….. e o castigo é ….. mais contas.

Politicamente não faltei á minha palavra porque não lhe dei mais contas, apenas apliquei um castigo. A natureza do castigo é algo perfeitamente sucessória ….. por acaso são contas. Mas o importante a reter é que politicamente apenas lhe apliquei um castigo.

Qualquer semelhança deste post com as frases “não aumentarei os impostos” de um qualquer político e as suas acções posteriores é pura coincidência.

TGV

O custo inicial do troço Poceirão-Caia já cresceu 200 milhões de euros e ainda não passou do papel ….. esta será claramente uma obra á Portuguesa ….. cada vez mais parecida á Casa da Música no Porto.

O valor inicial de 1.473 M€ em contrato foi já aparentemente revisto para 1.668 M€, que dará entrada em breve no Tribunal de Contas. Sendo que existem obviamente cláusulas para precaver uma série de constrangimentos, este decerto não será o seu custo final, até porque devem ser poucas as obras em que os projectistas e orçamentistas são suficientemente competentes para que o projecto seja rigoroso. Se pensarmos que nada se constrói sem matéria-prima e que os preços têm tendência a subir, é fácil perceber que o preço não será este.

O troço Poceirão-Caia é isso mesmo, um troço ….. uma parte da ligação Lisboa-Madrid ….. faltam portanto mais troços dentro de Portugal. Qual será o seu custo, até porque os concursos estão parados? De que servirá este troço se por uma questão de crise não chegarmos a construir os restantes? E se estes apenas forem construídos apenas daqui a 15 anos?

O concurso por sua vez estava decerto assente em modelos económico-financeiros. Os modelos matemáticos podem sempre ser calculados em qualquer momento, logo, se o custo foi recalculado, qual foi o valor do recalculo dos proveitos? O binómio custo/beneficio ainda sustenta o projecto, se retirarmos a sua componente estratégica?

O pior que existe numa crise é parar o investimento para canalizar as receitas apenas para gastos, porém, apenas justifica fazer investimentos onde existe retorno. Regra básica de economia ….. qual será a verdade do TGV?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Mais uma sexta-feira

Parece que ainda ontem estava a “arrancar-me” da cama para mais uma semana e trabalho e já é 6ª-feira ….. mais uma semana que passou ….. outros 7.200 minutos de labuta, muito stress e tudo o que as responsabilidades de cada um impõem ….. acabou mais uma semana.

Já é 6ª-feira …..

Já passou mais uma semana …..

Passou este tempo todo …..

Mais uma semana que chega ao fim e se por um lado está uma lista de tudo o que foi feito, existe sempre uma lista escondida do que não foi possível ou oportuno fazer ….. aquele telefonema ….. aquele sorriso ….. aquele almoço ….. aquela conversa ….. aquele incentivo a quem sabemos que precisa ….. aquele sorriso que queríamos ter visto e não vimos.

Apenas mais uma sexta-feira ….. mais uma a somar a todas as que já vivemos e uma a descontar ás que ainda temos para viver ….. passou mais uma semana.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sociedade de Informação

Vivemos numa era de informação e comunicação. A internet e os seus motores de busca vieram-nos dar a noção de que tudo está á distância de apenas um click. Que todas as nossas dúvidas ou necessidades de saber podem ser preenchidas. E já desesperamos quando a resposta demorar mais que uns meros nanosegundos.

A abundância de informação porém é potencialmente negativa, uma vez que tanto pode ser incorrecta como pode fazer-nos perder a noção do que realmente é importante. A nossa dependência de informação começa a tornar-se em si um problema, pois torna-se cada vez mais difícil separar a boa da má informação ….. a necessária da acessória.

A acrescer a estas questões, começa-se a denotar uma certa tendência de se querer cada vez mais informação e pouco se fazer com ela, ou seja, as empresas despendem cada vez mais recursos a obter painéis e painéis de informação e, no entanto, esse conhecimento é apenas utilizado de forma empírica ou pura e simplesmente descartado. Estamos a tornar as empresas muito sapientes mas pouco eficientes.

As decisões de gestão são tomadas á séculos e séculos, uma vez baseadas em conhecimento, outras por pura intuição. Obviamente que quanto mais informação houver, melhor poderá ser a decisão, assumindo-se que esta é fidedigna, claro está. Quem não gostaria de poder jogar poker a dinheiro sabendo as cartas que os adversários têm nas mãos?

Para que serve então o excesso de informação se não é utilizada e/ou rentabilizada?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Colagens

Terminaram hoje as eleições presidenciais. Felizmente não houve a necessidade de uma segunda volta, que previsivelmente não iria alterar o vencedor e acresceria um custo enorme a esta eleição. Á hora que escrevo este post, já praticamente todos os candidatos e representantes de partidos falaram.

É impressionante como o discurso muda em vários do antes para o depois das eleições. Se antes do escrutínio se tratava da eleição do presidente e somente ele estaria a ser avaliado, depois dos resultados, os vencedores tiram elações totalmente interesseiras e os vencidos falam no novo ciclo que o seu resultado irá originar.

Tal como nas anteriores eleições, em todas as que me recordo, os políticos falam dos resultados da abstenção e dizem que a classe deveria tirar elações. Peço desculpas por não conseguir vislumbrar qualquer alteração. Como escrevi nas linhas acima, os vencedores mudam o discurso, colando-se aos resultados e extrapolando para outras realidades que não a eleição em curso ….. as presidenciais ….. 1 presidente para Portugal.

Termino desejando para o futuro (actual) presidente as maiores felicidades, pois elas serão certamente traduzidas em felicidade para Portugal.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Percepção e realidade

Após vários estudos e teses, é já um dogma dizer-se que uma decisão de um grupo será maioritariamente melhor que a decisão de um só elemento. Que da discussão envolvendo várias formas diferentes de pensar, o resultado sairá melhor que o pensamento de uma única. Uma só cabeça ou pensamento será sempre facciosa.

Por mais inteligente que sejamos ….. ou pensemos que o somos ….. a verdade é que a nossa razão é sempre influenciada pela nossa emoção e sentimentos. Mesmo quando tentamos analisar empiricamente um problema ou situação, existem factores que transcendem a razão e que nos levam a analisar de forma diferente. A realidade é que a generalidade das nossas decisões ou análises é o resultado de uma pequena parcela de razão e a maioria de emoção.

Todos nós temos uma ideia muito própria de nós, considerando-nos mais espertos ou burros, bonitos ou feios ….. etc …. do que na realidade os outros nos vêm. Isto é tão válido para a nossa maneira de ser, como de trabalhar ou como nos relacionamos com os outros ….. ou as relações que temos com os outros.

Ás vezes construímos os chamados “castelos de cartas” sobre um ou vários destes temas, estando muito seguros de que aquilo que nós pensamos, corresponde á realidade, porém, nem sempre assim o é e, certas vezes somos confrontados com acções ou constatações que nos abalam profundamente. É como percorrer uma maratona e quando achamos que estamos perto do final, alguém nos mostra o mapa e diz-nos onde estamos ….. longe de onde pensávamos estar. Um ou vários tremores de terra na nossa cabeça ….. um abalo imenso ás nossas crenças e convicções.

Certas alturas somos confrontados com um autêntico reallity check ….. a percepção do que achamos ou pensamos que temos não corresponde á realidade ….. duros momentos que obrigam a uma reflexão interna muito profunda. A olhar para dentro.

Nestas alturas podemos tomar dois caminhos distintos ….. ignorar ou repensar a ideia que temos de nós ou das nossas relações. Caso se opte pelo último, fechamo-nos numa cadeia enorme de introspecções e questionamos tudo ….. back to basis ….. meditamos.

A nossa percepção da realidade nada mais é que uma aproximação da realidade.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tertúlias

Este fim-de-semana foi rico em tertúlias. Almoço (e passeio) com colegas em Óbidos, jantar com um amigo e festa até ás 3:30 com outros amigos. Para terminar, um almoço com outro amigo cá em casa e conversa durante muito tempo ….. do melhor que levamos da vida.

Numa sociedade cada vez mais exigente a nível profissional, vivendo nós num espectro de crise que obriga as empresas a correr em várias direcções, nada como um recarregar de baterias ao fim-de-semana. Conversar com amigos e beber uns copos de forma descontraída, vendo as crianças a divertirem-se também umas com outras ….. priceless.

Ao contrário de outros povos, não temos enraizado o hábito do happy-hour, o que não quer dizer que podendo, não aproveitamos os momentos para ficar na conversa. A verdade é que em teoria gostamos todos de o fazer, mas existe sempre uma razão para isso acontecer menos vezes do que gostaríamos.

Se formos a Londres, estamos á espera ás 5 da tarde de ver pessoas num qualquer pub a beber uns copos ao passo que, em Portugal, estamos á espera ás 8 da noite de ver as estradas cheias das pessoas a voltar para casa. Hábitos ou conceitos de produtividade distintos.

As horas que passamos na conversa parecem minutos. As músicas que ouvimos uma ode ao que de bom o ser humano consegue produzir. Os risos e sorrisos alimentam as nossas “baterias”.

Olhem sempre para o lado FIXE da vida

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Em Português

Poucos são os que ficam indiferentes ao recém-eleito melhor treinador do mundo. Muitos gostam dele pois é um líder e um vencedor, outros detestam-no pela arrogância que demonstra nas suas aparições públicas. Factos são factos e ele foi eleito o melhor de 2010.

O futebol movimenta milhões, em audiências e adeptos, nas contas bancárias dos seus intervenientes e das marcas a este fenómeno associadas. Esta edição não foi diferente e o mundo estava pregado á televisão. Verdade seja dita que a maior expectativa seria ver qual dos espanhóis arrecadaria o título de melhor jogador do planeta, porém, pela primeira vez estava em jogo o título do melhor treinador e esse foi para um luso. Parabéns ao José Mourinho e a equipa que o acompanhou.

Sendo um homem que fala várias línguas, dominando o Inglês, foi em Português que ele dirigiu as primeiras palavras ….. fiquei admirado e orgulhoso. Se fosse um Espanhol, todos sabíamos que ele certamente falaria em Espanhol, porém, de um Português ninguém esperava. Não temos por hábito cultivar a nossa língua. Também aqui marcou a diferença e iniciou o que espero seja uma prática.

Pode ser uma jogada de marketing, e se foi, foi uma aposta ganha, mas a verdade é que falou em Português, sua língua materna. Os tradutores que façam o seu trabalho. Parabéns pela opção!