terça-feira, 13 de novembro de 2012

Reforma ou Reforma Social


Assim que a passagem da Srª. Merkel deixar de criar ondas, iremo-nos virar novamente para a famosa reformulação do estado social. Tudo começou com um desafio do Passos para discutir algo que não explicou e, uma nega do Seguro sem perguntar o que era. Ou ambos sabem, ou andam a brincar aos políticos, mas já agora, seria útil alguém que saiba, dar-nos no mínimo uma pista ….. dava jeito.

Hoje ouvia uma explicação de como ganhar as eleições para presidente do Benfica …..atacar o Porto. Nas eleições para o governo é parecido, ou seja, dizer que quem lá está nada fez e que se vai por fim fazer as reformas que precisam ser feitas e que nunca houve coragem para as fazer. Mas neste momento, se olharmos para trás, nenhum deles as fez …..como acreditar que as farão?

Estive recentemente num evento do Paulo Edson Cunha, o “Café com …” onde esteve o Marques Mendes e ele disse uma frase certíssima que se aplica tanto a este governo como aos anteriores …..”o que não se fizer nos primeiros 6 meses da legislatura, já não se fará”. Esta é a realidade actual, a passada e sem uma mudança de mentalidade, a futura. O Seguro já renega o acordo que enquanto PS fez alegando desconhecer o mesmo …..mau princípio.

Qualquer gestor digno desse nome efectivamente não contrataria nenhum membro do governo para a sua gestão, o que não quer dizer que não o contrate …..como relações públicas e grupo de pressão têm naturalmente a sua utilidade. Não há uma política, estratégia e percurso para se cortar despesa …..apenas algumas medidas populistas para jornal publicar. Uma empresa tem uma visão e uma missão e traça a sua estratégia e as acções que vai fazer para as conseguir …..politicamente até hoje só vi o plano de reformulação das urgências que foi feito por técnicos e falhou apenas porque por uma questão de custos, fecharam-se urgências sem antes existirem as alternativas …..mas existe um plano que é consensual e de viabilidade reconhecida.

A Manuela Ferreira Leite disse algo do género “devíamos suspender a democracia por 6 meses” …..era mais útil se as decisões durante esse tempo não pudessem ser tomadas por políticos mas sim por tecnocratas sérios e que não estivessem dependentes da mama do estado. Fazia-se muito mais pelo País.

Dizer que se vai fazer reformas é fácil, ter a coragem de as fazer é que é difícil. Exemplo claro: o estado lançou em PPP o Hospital de Loures e com isso havia o compromisso de fechar 3 outros hospitais …..poupança de milhões …..qual o estado quase 1 ano após a abertura do hospital? Os outros 3 continuam a funcionar e a ter obras de melhoria.

Assim é natural que se gaste mais em saúde que o necessário. Quanto se poderia baixar nas Taxas Moderadoras se estes 3 hospitais não fossem um encargo desnecessário para todos nós?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Opps, enganei-me no restaurante



Depois de um dia extenuante, nada melhor que um belo jantar apreciado num bom restaurante, porém, ao chegar a ementa, constatamos que nos sentámos numa marisqueira e na carteira apenas o dinheiro para ir comer uma sandes numa roulotte. E agora?

Ao ver hoje o telejornal, parecia estar a ver esta cena …... adaptação tuga ….. os reitores insurgem-se pelo corte previsto no orçamento de 2013. A argumentação é paupérrima.

Num país onde o défice é o que é, onde os impostos sobreavaliados ficam 4,5 % (in our dreams) abaixo da despesa e o número de cursos sem estudantes e sem viabilidade de saída profissional é clarividente, os reitores queixam-se que o dinheiro não vai chegar e querem fazer greve ….. mais uma “os outros que paguem a crise”.

Tal como nos demasiados casos que ultimamente têm aparecido, não vejo uma palavra sobre acabar com cursos inúteis ….. com adaptação dos custos/universidades ao que é possível ter ….. com juntar universidades ….. apenas uma estúpida e repetida argumentação ..... o governo não nos pode reduzir o orçamento ….. que o vão buscar a outro sítio ….. ignóbil.

Depois de França acabar com o excesso de carros, Espanha começar a seguir o exemplo ….. cá não só isso é impensável, como é mesmo considerado uma vergonha andar de Clio ….. palavras que quê?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Atitude


Existe uma grande diferença entre querer e realmente querer. Podemos querer muito algo, mas apenas dar passos tímidos nesse sentido e perdermo-nos com outras questões igualmente importantes…..porém, quando realmente queremos, quando existe uma atitude dirigida a esse fim, a diferença acontece.

Do ponto de vista macro, Portugal quer mudar e sair desta crise, porém, não o quer realmente.

Os políticos, sejam os actuais sejam os que os antecederam, têm uma vaga ideia de como fazer o que milhares de estudos e analistas já disseram que era necessário fazer ….realmente querer …..mas não têm coragem e/ou capacidade para tal. A análise há muito está feita …..apenas isso …..nunca passou de um “caderno de intenções”.

Efectivamente o Vitor Gaspar tem feito asneiras e atitudes menos correctas, mas tecnicamente não peca por burrice, apenas por falta de coragem. A minha dúvida em relação a ele é se é ele que não tem toma…das de decisão por coragem ou se, tal como os seus antecessores, está castrado pelo seu chefe, o primeiro-ministro. A receita é mais do mesmo …..se o meu governo não tem competência para colocar a despesa num nível que Portugal pode comportar, vamos aos impostos …..e vamos continuar a ir até sermos corridos porque a receita é descaradamente inferior ao orçamentado ou porque aguentámos até ás eleições e agora virão outros fazer o mesmo …..mas com outra cor.

A quem compete apresentar as famosas “reformas estruturais”? Ao ministro das Finanças ou aos diversos ministros no que são as suas competências? Quantos ministros já apresentaram uma estratégia, um plano e uma proposta de redução, isto para além de cortes cosméticos para a comunicação social, obviamente?

Qual foi o corte proposto, certo ou errado, que não teve logo uma onda de contestação popular? Para além das trapalhadas do governo de tirar num dia e repor no seguinte, tem sido constante as massas sociais a darem voz ao ditado bem português “os outros que paguem a crise” ….. assim nunca iremos lá …..isto nada tem a ver com a Troika …..é básico e evidente.

Ultimamente tenho ouvido muito a frase “Ser bom não chega” …. concordo e acrescento …. ”querer não chega, é preciso realmente querer”.