quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Atitude


Existe uma grande diferença entre querer e realmente querer. Podemos querer muito algo, mas apenas dar passos tímidos nesse sentido e perdermo-nos com outras questões igualmente importantes…..porém, quando realmente queremos, quando existe uma atitude dirigida a esse fim, a diferença acontece.

Do ponto de vista macro, Portugal quer mudar e sair desta crise, porém, não o quer realmente.

Os políticos, sejam os actuais sejam os que os antecederam, têm uma vaga ideia de como fazer o que milhares de estudos e analistas já disseram que era necessário fazer ….realmente querer …..mas não têm coragem e/ou capacidade para tal. A análise há muito está feita …..apenas isso …..nunca passou de um “caderno de intenções”.

Efectivamente o Vitor Gaspar tem feito asneiras e atitudes menos correctas, mas tecnicamente não peca por burrice, apenas por falta de coragem. A minha dúvida em relação a ele é se é ele que não tem toma…das de decisão por coragem ou se, tal como os seus antecessores, está castrado pelo seu chefe, o primeiro-ministro. A receita é mais do mesmo …..se o meu governo não tem competência para colocar a despesa num nível que Portugal pode comportar, vamos aos impostos …..e vamos continuar a ir até sermos corridos porque a receita é descaradamente inferior ao orçamentado ou porque aguentámos até ás eleições e agora virão outros fazer o mesmo …..mas com outra cor.

A quem compete apresentar as famosas “reformas estruturais”? Ao ministro das Finanças ou aos diversos ministros no que são as suas competências? Quantos ministros já apresentaram uma estratégia, um plano e uma proposta de redução, isto para além de cortes cosméticos para a comunicação social, obviamente?

Qual foi o corte proposto, certo ou errado, que não teve logo uma onda de contestação popular? Para além das trapalhadas do governo de tirar num dia e repor no seguinte, tem sido constante as massas sociais a darem voz ao ditado bem português “os outros que paguem a crise” ….. assim nunca iremos lá …..isto nada tem a ver com a Troika …..é básico e evidente.

Ultimamente tenho ouvido muito a frase “Ser bom não chega” …. concordo e acrescento …. ”querer não chega, é preciso realmente querer”.