segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A variabilidade da urgência

Na teoria, o critério de urgência deve ser aplicado apenas quando surge algo repentino, não planeado e que tem de ser resolvido o mais rapidamente possível. Podem haver várias variantes da definição, mas na essência é isto.

Quando estamos num ambiente empresarial, o conceito de urgência varia um pouco. Torna-se maleável. Em primeira instância, o que acontece muitas vezes é que os temas ficam durante muito tempo parados algures e em alguém, quando saem dessa letargia, muitas vezes os assuntos deixam de ter carácter normal para passar a urgente. Estes são a maioria e deviam ser minimizados.

A outra forma de variar a urgência de um assunto é também uma prática infelizmente comum. Todas as empresas têm as suas “quintas” e os seus “barões”, fazendo com que os assuntos aquando da responsabilidade de outros, sejam apresentados como urgentes. Mediante a entidade percepcionada como responsável, assim será a catalogação da urgência do assunto.

O critério do que é urgente transcende portanto muitas vezes o simples critério básico do que é uma urgência. Varia em critérios que transcendem o eficiente.

domingo, 25 de setembro de 2011

Cheque em branco

Uma das medidas em estudo pelo actual governo é a redução da TSU. Sem querer entrar em memórias sobre a posição do Passos Coelho quando o governo era liderado pelo Sócrates, assusta-me esta questão estar a ser tratada de forma demasiado leviana ..... como várias até ao momento.

O anterior governo também ele decretou uma medida que na teoria era óptima, mas na prática em Portugal, ninguém acreditava que resultasse ..... e não resultou. A descida do IVA nos ginásios. Obviamente que essa redução não se repercutiu nos clientes, uma vez que a tentação dos ginásios em embolsar dinheiro era imensa. Lucro fácil e directo, com justificação de decreto estatal.

Dizer que baixar a TSU fomenta que os empresários criem emprego por mero decreto é estúpido demais para ser verdade. Neste momento não há empresário que apesar de apoiar as diversas acções, não afirme estar quase na falência ..... e que os custos disto e daquilo são incomportáveis ..... que estão quase a fechar as portas. Baixar apenas a TSU é apenas dizer que tal como aconteceu nos ginásios, o estado vai-lhe dar dinheiro fácil. Sem incentivo ou obrigatoriedade de reinvestir esses montantes, o seu destino é mais que certo.

Concordo inteiramente com uma medida dessas desde que devidamente escudada, ou seja, a baixa da TSU estaria indexada á confirmação de alguns factos, devidamente balizados no tempo. Por exemplo, a criação de uma determinada % de postos de trabalho, expurgados dos postos que forem encerrados, assim como a manutenção desses mesmos postos. Alguma medida bem pensada que force ao investimento desse valor naquilo para o qual foi pensado.

Infelizmente temos de reconhecer que na sociedade actual, com especial enfoque em Portugal, a consciência social é muito baixa. Que se pensa mais no próprio bolso que na sociedade em que estamos inseridos ou na situação real do País.

Concordo com a redução da TSU, desde que não traduza num aumento de impostos que todos pagamos ..... chega de cheques em branco.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Uma praga actual

Recordo-me dos meus tempos de miúdo há muito tempo atrás ..... á realidade de hoje, quase parece a pré-história. Podíamos andar sozinhos na rua enquanto os nossos pais estavam a trabalhar. Não havia telemóveis nem outras modernices.

O sistema de contacto era dizermos para onde íamos e quando voltávamos, deixando recados em pontos estratégicos se necessário. Rudimentar mas na maior parte das vezes funcionava. Quando precisávamos algo de alguém, falávamos com essa pessoa directamente.

O que antigamente era considerado falta de respeito se atendêssemos um telefonema ou similar durante uma conversa, é hoje muitas vezes justa causa de despedimento por não interromper. Poucas são as reuniões que tenho assistido que não são interrompidas por alguém atender um telefone ou receber/enviar mensagens no BlackBerry.

E se sistematicamente respeitamos esse princípio de respeito que nos foi incutido em criança, começamos a ficar com a estúpida conotação de não atender telefonemas ..... um crime á luz da gestão moderna. E mais cedo ou mais tarde, claudicamos ..... é a nossa sobrevivência profissional que assim o exige ..... afastamo-nos dos princípios da sociedade de respeito e aderimos á sociedade moderna ..... á sociedade do .

Outro paradoxo da comunicação é outra ferramenta moderna ..... o mail. Hoje as pessoas enviam mails que passaram a ser imposições ..... nas empresas de hoje envia-se mails e considera-se que o problema está resolvido, que o macaco passou. E como o tempo de entrega desse maravilhoso monologo é muito rápido, o emissor assume que o receptor logo o recebe e logo lhe dará seguimento ..... que não é apenas mais um nos 50 ou 300 mails diários.

Hoje nas empresa modernas e no mundo de alta velocidade, dos objectivos e dos EBITDA agressivos, das taxas de crescimento orçamentadas a dois dígitos, paradoxalmente a comunicação está a perder-se. Deixámos de comunicar ..... debitamos informação e problemas ..... passamos “macacos”.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O último marco

Imagine-se que em determinada altura decidimos fazer uma viagem. Pegamos no mapa e desenhamos o destino, assim como alguns pontos estratégicos em que queremos passar. Preparamos o barco e arrancamos viagem ..... e o passeio é maravilhoso ..... tudo corre na perfeição ..... melhor que o argumento de um qualquer filme.

Mas vindo do nada aparece uma tempestade ..... e com muito custo conseguimos passar mas com danos evidentes no barco ..... e mais á frente aparece uma nova tempestade, que nos tira completamente do destino que ansiávamos ..... completamente fora de rota .... não mais é possível chegar ao destino sonhado no início da viagem. A viagem termina aí.

De todo o mapa, rotas e sonhos, nada mais sobra que um marco algures mais á frente no horizonte visível. E dia para dia, esse marco fica mais perto. Todo o percurso sonhado que já não existe encontra-se reunido nesse último marco ..... e cada dia fica mais perto ..... e mais perto ..... até que chegamos a ele ..... o último marco ..... atingido e falhado por 2.400 kms.

E todos os sonhos e anseios passados materializam-se nesse pequeno ponto. O último marco foi atingido.

E passado esse ponto, nada mais existe que um imenso oceano ..... uma longa linha no horizonte ..... apenas o vazio.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Brincadeira de crianças

O PS e o PSD andam entretidos em brincadeiras ..... sem qualquer aplicação prática, apenas brincadeiras. E a comunicação social entretém-se e tem notícias para passar.

A troca de galhardetes nestes dias passados e nos que se seguem é obviamente sobre a Madeira. O PS quer saber se o PSD retira ou não a confiança política ao Jardim ..... e então?

Os políticos gostam muito das brincadeiras no seu recreio. Temas supérfluos e que apenas interessam aos que se digladiam ..... mas que em bom rigor não interessam para nada ..... senão vejamos, qual o resultado prático do Passos Coelho retirar ou não a confiança política?

Para um Madeirense, o que lhe interessa é a região e não se o Alberto tem ou não o que quer que seja do governo ..... excepto os milhões que ele sistematicamente saca, claro ..... ele já insultou inclusivamente o Cavaco com o “Sr. Silva” e nada lhe aconteceu ..... escondeu desde 2004 ..... repito, 2004 ..... uma dívida que neste momento ascende a quase 1.700 milhões de euros e o resultado qual é ..... os habitantes do continente irão pagar a factura e no máximo a Madeira leva uma “multa” de 25.000 € ..... mas a obra está lá. E os impostos que lá forem taxados ficam lá.

Relembro que depois do primeiro buraco de 500 mil euros, o Alberto disse no dia seguinte que ia pedir ajuda ao governo e no dia a seguir estava a dizer que já podia adjudicar mais obras públicas ..... impunidade total e absoluta.

Vejamos os últimos exemplos ..... o PSD retirou a confiança e apoio ao Isaltino Morais que entretanto foi condenado a pena efectiva de 8 anos e ..... ele ganhou as eleições. Face á obra apresentada, a população de Oeiras fechou os olhos ao milhão que ele “ganhou”. O PS não pode cantar de galo pois tem a Fátima Felgueiras ..... igualmente condenada e igualmente eleita. O povo aceita que seja roubado se lhe poder “tocar” alguma coisa ..... infelizmente os nossos valores são estes mesmo.

Para um habitante da Madeira o que interessa é que o Alberto “saca” milhões ao continente e faz o que quer do governo e presidente ..... se tem ou não confiança é irrelevante ..... o PSD Madeira nem do PSD é ..... o PSD Madeira é do Alberto.

Mais do que confiança ou o que quer que seja, o que como Português queria saber é como é que se garante que outras situações semelhantes não acontecem lá, nos Açores ou em qualquer local do continente ..... que isto não se repete em Portugal. Não quero saber de multas irrisórias ou confianças á posteriori ..... o que quero é que isto não aconteça.

Um inergume fez-nos fazer figura de parvos, burros e desonestos na Europa e no Mundo ..... e os “crescidos” entretêm-se com brincadeiras de criança ..... de virgem ofendida ..... tenham dó! ..... garantam é que isto não se repete!

domingo, 18 de setembro de 2011

Mais um Hoje

Hoje seria mais um dia de festa ..... a Ana faria 40 anos ..... faria .....

Para quem conheceu e privou com a Ana não vale a pena descrever a pessoa extraordinária que era, a alegria natural que emanava e a força de viver que tinha ..... para os restantes, qualquer descrição era uma pálida imagem da realidade e o que escrevesse ficaria sempre aquém do que ela realmente era ..... era.

Era uma mulher extraordinária ..... era ..... faria 40 anos hoje ..... faria .....

Quando vejo pessoas a desanimar com a vida que têm e com as dificuldades que passam, vem-me sempre á memória a vontade de viver da Ana que foi completamente ceifada. Acho que no mínimo que seja por respeito, temos o dever de aproveitar a nossa vida pelas pessoas que tal como a Ana que não têm essa benesse.

A vida é um bem precioso e a felicidade uma busca que vale a pena fazer .....

Como a Ana terminava os post do seu blog ..... Olhem sempre para o lado FIXE da vida .....

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Equidade e impostos

Este é o mês de quem ganha um pouco ou não consegue fugir/enganar o estado tem de pagar IRS ..... e também IMI. E isto no mês que depois de tanta propaganda e vitimização sobre um pretenso buraco deixado pelo anterior governo ..... do mais plausível que existe ..... descobrimos que o buraco é um pouco mais ao lado ..... veio da Madeira.

Ao mesmo tempo que descobrimos de onde verdadeiramente vinha o buraco adicional, aparecia um pretenso pedido de ajuda e logo a seguir um anuncio de mais obras públicas ..... um autêntico bailinho ..... e hoje aparecem notícias que num ano de congelamento de contratações na função pública, já foram contratados mais de 6.000 novos funcionários públicos.

Quem tem de pagar IRS este mês, irá fazê-lo também por conta dos jogadores de futebol profissional que, pelo facto de terem uma profissão considerada de desgaste rápido, não pagam impostos. Independentemente do valor auferido, estão isentos de impostos.

Um casal que ganhe 153.000,00 € desconta cerca de 60% para o estado de diversas formas distintas, porém, um jogador que num mês tenha o mesmo rendimento nada paga ..... como nada paga nos restantes 11 meses que completam o ano fiscal. Onde está a justiça e equidade?

Tendo em conta que devemos ter na 1ª divisão cerca de 80% de jogadores estrangeiros ..... os portugueses jogam na 3ª divisão ou no estrangeiro ..... este perdão fiscal não está a ser atribuído sequer a portugueses ..... não se percebe esta regra não ser alterada.

Tantas são as injustiças sociais e fiscais que existem e o que vemos é que contra o prometido, serão aumentados impostos e uma continuidade do discurso de que se irá apresentar uma redução na despesa ..... mas apenas continuamos nas promessas ..... parece um pacote de açúcar ..... "Um dia, o governo irá mesmo apresentar o corte histórico na despesa ..... Hoje não é o dia". Pelo número de contratações até ao momento e as obras prometidas em fase eleitoral na Madeira, definitivamente não estamos no caminho correcto. 

Se a Troika é para doer a todos, que seja mesmo a todos ..... se são medidas excepcionais para uns, têm de ser para todos ..... tem de existir equidade nas medidas.