quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Uma praga actual

Recordo-me dos meus tempos de miúdo há muito tempo atrás ..... á realidade de hoje, quase parece a pré-história. Podíamos andar sozinhos na rua enquanto os nossos pais estavam a trabalhar. Não havia telemóveis nem outras modernices.

O sistema de contacto era dizermos para onde íamos e quando voltávamos, deixando recados em pontos estratégicos se necessário. Rudimentar mas na maior parte das vezes funcionava. Quando precisávamos algo de alguém, falávamos com essa pessoa directamente.

O que antigamente era considerado falta de respeito se atendêssemos um telefonema ou similar durante uma conversa, é hoje muitas vezes justa causa de despedimento por não interromper. Poucas são as reuniões que tenho assistido que não são interrompidas por alguém atender um telefone ou receber/enviar mensagens no BlackBerry.

E se sistematicamente respeitamos esse princípio de respeito que nos foi incutido em criança, começamos a ficar com a estúpida conotação de não atender telefonemas ..... um crime á luz da gestão moderna. E mais cedo ou mais tarde, claudicamos ..... é a nossa sobrevivência profissional que assim o exige ..... afastamo-nos dos princípios da sociedade de respeito e aderimos á sociedade moderna ..... á sociedade do .

Outro paradoxo da comunicação é outra ferramenta moderna ..... o mail. Hoje as pessoas enviam mails que passaram a ser imposições ..... nas empresas de hoje envia-se mails e considera-se que o problema está resolvido, que o macaco passou. E como o tempo de entrega desse maravilhoso monologo é muito rápido, o emissor assume que o receptor logo o recebe e logo lhe dará seguimento ..... que não é apenas mais um nos 50 ou 300 mails diários.

Hoje nas empresa modernas e no mundo de alta velocidade, dos objectivos e dos EBITDA agressivos, das taxas de crescimento orçamentadas a dois dígitos, paradoxalmente a comunicação está a perder-se. Deixámos de comunicar ..... debitamos informação e problemas ..... passamos “macacos”.