As condições sócio económicas já não permitem aos pais o acompanhamento de outros tempos, em que regra geral a mãe estava em casa e as crianças tinham mais atenção ou pelo menos mais supervisão. Hoje ambos os progenitores têm de trabalhar, havendo menos tempo para a família. Esta é maioritariamente a realidade da nossa geração enquanto pais.
A escola é vista por muitos como um local onde nos tempos que correm, infelizmente, muitos pais depositam os seus filhos de manhã e os recolhem à noite. Não só encaram a escola como armazém, como esperam que seja a escola e a professora a educar os catraios, muito para além do que está escrito nos livros. Não sabem nem querem saber o que em detalhe lá se passa.
Factos são factos e efectivamente a generalidade do tempo que as crianças passam acordadas é na escola, interagindo com os professores, auxiliares (o nome varia com a escola) e colegas. A professora passa mais tempo com os nossos filhos que nós. É um facto. È aí que vão aprender ou consolidar coisas simples como a sua cultura geral, as asneiras, a história, a sexualidade, etc. É aí que vão descobrir as coisas mais bonitas da vida como a amizade e o amor. É aí que mais frequentemente vão ser confrontados com a frustração das suas limitações físicas e intelectuais, tendo aí também a oportunidade de aprender a se suplantar.
E em casa não? ..... depende!
Várias serão as famílias que por falta do hábito do diálogo ou pela comodidade passam para a escola as suas responsabilidades, pelo que a resposta será não. Outras, em que existe diálogo e preocupação dos pais em providenciar esses sábios ensinamentos, a resposta é logicamente sim. Depende de cada criança e cada casa.
Sempre existiu e sempre existirá na mente das crianças um espaço que é a escola e outro que é a casa. Cabe-nos a nós, enquanto pais, ir ao encontro do seu mundo, da sua realidade e, porque não dizê-lo, do seu dia-a-dia. Somos nós que temos de lhes perguntar sobre a escola e saber ouvir o que eles disserem. É a nós que cabe a responsabilidade de falar com os professores e não o contrário. Aqui abro uma excepção. Quando existem situações fora do normal, terá de ser a professora a nos envolver e, em resposta, terá de haver a nossa preocupação. O primeiro passo deverá sempre ser dado pelos pais.
Num espírito de envolvimento, a Sandra, professora do João dá-nos a possibilidade de entrar exactamente no mundo dos nossos filhos. Com ela podemos entrar na sua sala de aulas. É como entrarmos no quarto dos nossos filhos, ou seja, somos nós que vamos ao seu encontro no seu espaço e não o contrário. Isso faz toda a diferença. Os pais que assim o quiserem, podem escolher um dia e ir ler uma historia, falar sobre a sua profissão, fazer um teatro, falar sobre um tema ou pura e simplesmente, ir fazer uma brincadeira. A oportunidade está lá, mesmo à mão de quem a quiser aproveitar.
No nosso caso, a primeira fez havia sido a Mãe e a segunda o pai, mas isso no ano passado. Hoje fui novamente à escola. Cabendo-me a mim o privilégio de abrir o ano escolar a estas actividades, fui ler um livro, que por sinal até era composto por duas histórias e, a pedido do João, fui fazer umas pequenas brincadeiras. Honestamente não sei quem gostou mais, se os colegas do João, se o próprio João ou se eu. Obrigado Sandra.
É maravilhoso poder ler uma história a um grupo de crianças em que temos a percepção que temos toda a sua atenção. Para tornar a experiência mais agradável, peguei na história e fiz um pouco de teatro, com gestos, vozes e expressões. Pequenos detalhes mas que eles valorizam. É giro olhar para todos eles e vermos as diferentes posturas, desde o que “bebe” todas as nossas palavras, ao que espera uma piada, etc. É maravilhoso olharmos e perceber o que um professor diz e sente quando afirma que é muito recompensador ensinar crianças.
A parte da brincadeira pode ser também ela muito gira. Pegar numa qualquer rábula ou brincadeira de lógica, embrulhar numa história e apresentar como uma vivência nossa e um desafio à turma, solicitando a sua ajuda a resolver o problema. A receptividade e participação deles é fabulosa. A associação de ideias que fazem é muito engraçada e, aos poucos e poucos, vão em conjunto chegando à conclusão ou resultado. Quando termina, vem-nos a cabeça o sorriso que o Colombo deve ter tido ao ouvir o “Ah, assim também eu!”. Volto a dizer, não sei quem se diverte mais. Volto a dizer, obrigado Sandra.
O João valoriza muito, mesmo muito, esta participação e acredito que faz com que os pais e a escola estejam mais próximos. Eu acho.
Para quem estiver a ler este espaço e não pertencer à realidade do colégio do João, deixo um desafio. Desçam do vosso pedestal de pais e vão ao encontro dos vossos filhos desta forma. Não quero dizer que as outras formas não são boas ou que esta é melhor. Nada disso. Apenas que é diferente e pode ser uma experiência muito boa para ambos.
De que mais se lembram da vossa infância senão de actos ou brincadeiras que vos marcaram por ser muito boas ou diferentes? Atrevam-se a ir ao espaço deles.
A escola é vista por muitos como um local onde nos tempos que correm, infelizmente, muitos pais depositam os seus filhos de manhã e os recolhem à noite. Não só encaram a escola como armazém, como esperam que seja a escola e a professora a educar os catraios, muito para além do que está escrito nos livros. Não sabem nem querem saber o que em detalhe lá se passa.
Factos são factos e efectivamente a generalidade do tempo que as crianças passam acordadas é na escola, interagindo com os professores, auxiliares (o nome varia com a escola) e colegas. A professora passa mais tempo com os nossos filhos que nós. É um facto. È aí que vão aprender ou consolidar coisas simples como a sua cultura geral, as asneiras, a história, a sexualidade, etc. É aí que vão descobrir as coisas mais bonitas da vida como a amizade e o amor. É aí que mais frequentemente vão ser confrontados com a frustração das suas limitações físicas e intelectuais, tendo aí também a oportunidade de aprender a se suplantar.
E em casa não? ..... depende!
Várias serão as famílias que por falta do hábito do diálogo ou pela comodidade passam para a escola as suas responsabilidades, pelo que a resposta será não. Outras, em que existe diálogo e preocupação dos pais em providenciar esses sábios ensinamentos, a resposta é logicamente sim. Depende de cada criança e cada casa.
Sempre existiu e sempre existirá na mente das crianças um espaço que é a escola e outro que é a casa. Cabe-nos a nós, enquanto pais, ir ao encontro do seu mundo, da sua realidade e, porque não dizê-lo, do seu dia-a-dia. Somos nós que temos de lhes perguntar sobre a escola e saber ouvir o que eles disserem. É a nós que cabe a responsabilidade de falar com os professores e não o contrário. Aqui abro uma excepção. Quando existem situações fora do normal, terá de ser a professora a nos envolver e, em resposta, terá de haver a nossa preocupação. O primeiro passo deverá sempre ser dado pelos pais.
Num espírito de envolvimento, a Sandra, professora do João dá-nos a possibilidade de entrar exactamente no mundo dos nossos filhos. Com ela podemos entrar na sua sala de aulas. É como entrarmos no quarto dos nossos filhos, ou seja, somos nós que vamos ao seu encontro no seu espaço e não o contrário. Isso faz toda a diferença. Os pais que assim o quiserem, podem escolher um dia e ir ler uma historia, falar sobre a sua profissão, fazer um teatro, falar sobre um tema ou pura e simplesmente, ir fazer uma brincadeira. A oportunidade está lá, mesmo à mão de quem a quiser aproveitar.
No nosso caso, a primeira fez havia sido a Mãe e a segunda o pai, mas isso no ano passado. Hoje fui novamente à escola. Cabendo-me a mim o privilégio de abrir o ano escolar a estas actividades, fui ler um livro, que por sinal até era composto por duas histórias e, a pedido do João, fui fazer umas pequenas brincadeiras. Honestamente não sei quem gostou mais, se os colegas do João, se o próprio João ou se eu. Obrigado Sandra.
É maravilhoso poder ler uma história a um grupo de crianças em que temos a percepção que temos toda a sua atenção. Para tornar a experiência mais agradável, peguei na história e fiz um pouco de teatro, com gestos, vozes e expressões. Pequenos detalhes mas que eles valorizam. É giro olhar para todos eles e vermos as diferentes posturas, desde o que “bebe” todas as nossas palavras, ao que espera uma piada, etc. É maravilhoso olharmos e perceber o que um professor diz e sente quando afirma que é muito recompensador ensinar crianças.
A parte da brincadeira pode ser também ela muito gira. Pegar numa qualquer rábula ou brincadeira de lógica, embrulhar numa história e apresentar como uma vivência nossa e um desafio à turma, solicitando a sua ajuda a resolver o problema. A receptividade e participação deles é fabulosa. A associação de ideias que fazem é muito engraçada e, aos poucos e poucos, vão em conjunto chegando à conclusão ou resultado. Quando termina, vem-nos a cabeça o sorriso que o Colombo deve ter tido ao ouvir o “Ah, assim também eu!”. Volto a dizer, não sei quem se diverte mais. Volto a dizer, obrigado Sandra.
O João valoriza muito, mesmo muito, esta participação e acredito que faz com que os pais e a escola estejam mais próximos. Eu acho.
Para quem estiver a ler este espaço e não pertencer à realidade do colégio do João, deixo um desafio. Desçam do vosso pedestal de pais e vão ao encontro dos vossos filhos desta forma. Não quero dizer que as outras formas não são boas ou que esta é melhor. Nada disso. Apenas que é diferente e pode ser uma experiência muito boa para ambos.
De que mais se lembram da vossa infância senão de actos ou brincadeiras que vos marcaram por ser muito boas ou diferentes? Atrevam-se a ir ao espaço deles.