quinta-feira, 29 de maio de 2008

A necessidade do pluralismo

Acompanho com algum interesse e preocupação as eleições internas no PSD. A razão é muito simples, Portugal necessita de pluralismo e para isso necessita de um PSD capaz. Que me desculpem os demais partidos mas, na minha opinião apenas existem dois partidos com condições de governar. O resto é folclore, ou dizendo de uma forma mais politicamente correcta, os demais partidos são a consciência política e social de quem pode governar. Os garantes da honestidade que é possível e da defesa dos mais fracos que não podem ter voz.

A minha preocupação é se um deles, seja ele qual for, não tem condições de ser considerado como opção ..... nesse caso só fica um e o continente vira uma república das bananas. Estamos em risco de entrar num desses períodos.

Tentando não recuar até ao tempo do Novo Regime, tivemos um Cavaco (PSD) austero que levou a um Guterres (PS) consensual. Quando do diálogo não sai um consenso, é necessário que haja alguém com coragem para assumir a decisão ..... faltou ao Guterres algo que não vou escrever e, por conseguinte, tivemos a entrada em cena de Durão Barroso (PSD) que, na minha opinião, pintou um cenário tão negro para chegar ao poder que, não tendo a arte e o engenho para se libertar dele, fugiu para o Parlamento Europeu ..... até a Manuela Ferreira Leite disse que na sua opinião tinha sido uma boa saída para Durão e uma má escolha para Portugal.

Voltando ao vira. Por via dessa fuga para a frente, houve uma substituição de figuras, continuando o PSD no poder, mas com o desfecho conhecido. Entrou então em cena nova figura austera do quero, posso e mando, o Sócrates (PS). Recapitulando ..... PSD -» PS -» PSD -» PSD -» PS. E viva o pluralismo!

Mais cedo ou mais tarde, também Sócrates irá claudicar. Esperemos que para o bem de Portugal não seja um resfriado para Sócrates e uma constipação para Portugal ..... espero que seja o inverso ..... mas quando isso acontecer, qual será a solução se não houver uma verdadeira opção?

Viva o pluralismo!

Este últimos tempos têm vindo também a trazer a descoberto outra constatação ..... da mesma forma que se diz que somos o que comemos, somos governados não por filosofias partidárias mas pelas ideias dos seus lideres ..... obviamente balizadas por alguns ideais, mas sempre pela ideia do líder. Alguns exemplos:
- A nova direcção do PSD mandou para o lixo o acordo da justiça da anterior direcção – era um pacto de regime!!!
- A política para a Saúde passou das Parcerias Público-Privadas do PSD para Políticas Passadas pr’a Prateleira do PS ..... tal como o Sonho, apenas não desaparece porque o custo seria por demais elevado ..... como tal, os programas avançam a uma velocidade que permita ser seguro ser ultrapassado por algum qualquer caracol com pressa;

São dois exemplos de ambos os lados da barricada, ao qual acresce a ideia completamente díspar de cada candidato à liderança do PSD (com o risco de vir a tornar-se o próximo PM) relativamente ao IVA. A minha dúvida é:

Não devia haver uma linha de princípio de cada partido, devendo o seu chefe máximo respeitá-la e segui-la, obviamente com a liberdade e abertura necessário em política e para o bem de Portugal?

Esperemos que seja quem for a ganhar as eleições internas, que Portugal saia a ganhar.