segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As longas saias do parlamento

Depois de um breve período em que alguns dos nossos políticos, mais especificamente os menos honestos, se preocuparam com as consequências dos seus actos, estamos a voltar ao tempo da impunidade.

Tirando o único desgraçado que foi considerado culpado, tendo de (eventualmente) cumprir pena efectiva .....por acaso o que mais obra tem ..... os restantes estão com pena suspensa. E para além das demoras que legalmente o nosso sistema de justiça já permite, agora ainda podem (e fazem-no) alegar imunidade em tempo de eleições. É sempre a somar tempo ..... até à tão desejada prescrição.

Mais do que uma justiça, o que nós temos é um sistema. Um sistema judicial que embora até possa ter sido pensado para proteger o inocente, o seu lado visível é sem margem para dúvida a protecção dos culpados. O recurso não inocenta, apenas adia ou altera a sentença ..... se o advogado não tiver a arte e o engenho de arranjar uma qualquer falha da lei ou do processo para o fazer terminar.

Este ano assistimos a um avanço ..... pela negativa ..... de todo este sistema. O PSD, e acredito não ser o único, coloca elementos que serão julgados por vários crimes, não um ou dois refira-se, em lugares elegíveis no parlamento. Para além da imunidade e paragem das investigações enquanto durar as eleições, depois de serem eleitos apenas terão de responder se o parlamento autorizar.

Onde está a Verdade nestes processos? Onde fica a ética dos partidos, todos eles, na recorrência destas situações?

Será que não podemos copiar a justiça americana? O Maddoff já cumpre os seus 150 anos.