Tinha um professor de filosofia que me dizia que está na génese do homem roubar, principalmente ao poder instituído. Segundo ele, desde sempre houve classes ou pequenas hierarquias nas tribos, regiões e países, hoje em dia acrescento continentes, que dominam e como tal se prestam a sofrer justa ou injustamente episódios destes. Todo o mito do Robin Wood veio desse principio.
Não resisto a fazer uma pausa neste texto para incluir uma rábula do Raul Solnado: “Entrevistador: Então porque rouba aos pobres? – RS: Porque os ricos ficam chateados!”
Com o avançar dos tempos e baluarte de civilização, foi criado o conceito de lei que punia, em muitos locais com a própria vida, tais prevaricadores. Como a necessidade induz o engenho, os esquemas de roubo foram sendo cada vez mais sofisticados, não deixando infelizmente de haver as facções mais brutas de assaltos e similares. Sofisticação atrás de sofisticação, hoje temos engenhosos sistemas de controlo e punição, porém, sempre existiu e sempre existirá alguém que descobre um “buraco” ou forma de contornar esses mecanismos e fazer o que sempre foi feito ..... roubar outros.
Mas tal como existe o yin e o yang, estes fenómenos de roubo e sistema anti-roubo andam sempre em paralelo. Quanto mais avança, por exemplo, a medicina e mais sofisticadas são as técnicas de dopping que, invariavelmente andam à frente da industria das análises anti-dopping. O controlo e punição perde várias batalhas. Esta área é um bom exemplo porque demonstra que os prevaricadores geralmente são mais habilidosos e que, tal como no como da Marian Jones, por este ou outro motivo existem sempre aqueles que protegem ou encobrem estas fraudes. Independentemente do motivo ser o lucrarem pessoalmente com esse facto ou a cobro de uma suposta bandeira ou superioridade nacional, o básico é sempre o mesmo ..... protegem uma fraude, roubando sempre alguém. Alguém se lembra de quem ficou em segundo nesses jogos olímpicos ou em segundo nos campeonatos de Portugal e Itália que foram viciados? É como a virgindade ..... depois de ir, já era!
O mais peculiar é a sequência moderna, num espaço temporal de 5 a 10 anos, ou seja, demasiado recente. Tivemos o banco Bearings a ser vendido por 1 dólar, fruto de especulação de uma pessoa com o fechar de olhos de várias, gerando a criação de uma série de mecanismos prontamente circundados, que levou ao aparecimento da nova mega fraude, esta ainda maior devido ao falhanço dos “controladores e reguladores”, o caso Enron que arrastou de vez consigo o rigor das auditoras, levando mesmo à separação do negócio da auditoria e da consultoria.
Como os negócios e as vontades são fruto de percepção, foram gerados uma série de eventos de limpeza de imagem e novos conceitos de regulação e controlo. Desta vez durou um pouco menos e o resultado é esta crise financeira mundial, onde a ponta do Iceberg que fez o maior rombo no casco foi o sub prime nos Estados Unidos. Se o caso da Enron é semelhante ao caso apresentado a seguir, este é uma cópia do caso inicial, o Bearings. Falências e danos colaterais enormes devido a pura especulação que passou ao controlo de mecanismos cada vez mais apregoados e sofisticados. Embora separados por alguns (poucos) anos, são em tudo semelhantes ..... mas a bem da percepção que é preciso manter, isso não é muito explorado.
Esta semana foi descoberto um novo sistema em pirâmide, o de Bernard Maddof ..... qualquer coisa como 50 mil milhões de dólares ..... e que já tinha um período de vida de cerca de 40 anos ..... impressionante.
Continuo a achar que os estrangeiros têm inveja de Portugal. Ao aparecer o caso do BPN, que na minha opinião não é um banco com importância sistémica e é claramente um caso de polícia, o filho do Madoff veio denunciar a fraude do pai. Por muito controlo que exista, os seguidores de Charles Ponzi (criador do sistema de fraude em pirâmide) sempre existiram e sempre existirão ..... a diferença entre o BPN, BPP ou o caso da Dª. Branca é em primeiro lugar a dimensão e em segundo os protagonistas.
E como fica o nosso Banco de Portugal enquanto entidade reguladora? Claramente o Vitor Constância deve estar a adorar esta nova fraude, pois assim já pode dizer “Vêm? Se os Americanos podem ser enganados, porque não posso eu? O BPP e o BPN tinham menos de 40 anos!”. Continuo a achar que o mais correcto seria o Vitor Constâncio apresentar a sua demissão pois não conseguiu criar para a sua equipa toda a envolvência necessária a uma eficaz regulação e falhou. Quando digo isto não é porque tenha falhado uma vez e com uma dimensão pequena ..... tivemos BCP, BPN, BPP ..... só para referir os mais mediaticamente recentes, com o custo monetário conhecido não para a carteira do Vitor Constâncio ou do Banco de Portugal, mas para Portugal. Se quem está à frente e pode exigir os meios que necessita não exigiu, não pode depois vir-se defender que não tem meios ..... já para não falar da pouca transparência das relações entre os protagonistas ..... coerência, se faz favor!
Se a história nos ensinou algo é que os erros se repetem ciclicamente e que, um mesmo esquema pode ser adaptado a novas situações. Infelizmente, o carteiro efectivamente toca várias vezes.
Não resisto a fazer uma pausa neste texto para incluir uma rábula do Raul Solnado: “Entrevistador: Então porque rouba aos pobres? – RS: Porque os ricos ficam chateados!”
Com o avançar dos tempos e baluarte de civilização, foi criado o conceito de lei que punia, em muitos locais com a própria vida, tais prevaricadores. Como a necessidade induz o engenho, os esquemas de roubo foram sendo cada vez mais sofisticados, não deixando infelizmente de haver as facções mais brutas de assaltos e similares. Sofisticação atrás de sofisticação, hoje temos engenhosos sistemas de controlo e punição, porém, sempre existiu e sempre existirá alguém que descobre um “buraco” ou forma de contornar esses mecanismos e fazer o que sempre foi feito ..... roubar outros.
Mas tal como existe o yin e o yang, estes fenómenos de roubo e sistema anti-roubo andam sempre em paralelo. Quanto mais avança, por exemplo, a medicina e mais sofisticadas são as técnicas de dopping que, invariavelmente andam à frente da industria das análises anti-dopping. O controlo e punição perde várias batalhas. Esta área é um bom exemplo porque demonstra que os prevaricadores geralmente são mais habilidosos e que, tal como no como da Marian Jones, por este ou outro motivo existem sempre aqueles que protegem ou encobrem estas fraudes. Independentemente do motivo ser o lucrarem pessoalmente com esse facto ou a cobro de uma suposta bandeira ou superioridade nacional, o básico é sempre o mesmo ..... protegem uma fraude, roubando sempre alguém. Alguém se lembra de quem ficou em segundo nesses jogos olímpicos ou em segundo nos campeonatos de Portugal e Itália que foram viciados? É como a virgindade ..... depois de ir, já era!
O mais peculiar é a sequência moderna, num espaço temporal de 5 a 10 anos, ou seja, demasiado recente. Tivemos o banco Bearings a ser vendido por 1 dólar, fruto de especulação de uma pessoa com o fechar de olhos de várias, gerando a criação de uma série de mecanismos prontamente circundados, que levou ao aparecimento da nova mega fraude, esta ainda maior devido ao falhanço dos “controladores e reguladores”, o caso Enron que arrastou de vez consigo o rigor das auditoras, levando mesmo à separação do negócio da auditoria e da consultoria.
Como os negócios e as vontades são fruto de percepção, foram gerados uma série de eventos de limpeza de imagem e novos conceitos de regulação e controlo. Desta vez durou um pouco menos e o resultado é esta crise financeira mundial, onde a ponta do Iceberg que fez o maior rombo no casco foi o sub prime nos Estados Unidos. Se o caso da Enron é semelhante ao caso apresentado a seguir, este é uma cópia do caso inicial, o Bearings. Falências e danos colaterais enormes devido a pura especulação que passou ao controlo de mecanismos cada vez mais apregoados e sofisticados. Embora separados por alguns (poucos) anos, são em tudo semelhantes ..... mas a bem da percepção que é preciso manter, isso não é muito explorado.
Esta semana foi descoberto um novo sistema em pirâmide, o de Bernard Maddof ..... qualquer coisa como 50 mil milhões de dólares ..... e que já tinha um período de vida de cerca de 40 anos ..... impressionante.
Continuo a achar que os estrangeiros têm inveja de Portugal. Ao aparecer o caso do BPN, que na minha opinião não é um banco com importância sistémica e é claramente um caso de polícia, o filho do Madoff veio denunciar a fraude do pai. Por muito controlo que exista, os seguidores de Charles Ponzi (criador do sistema de fraude em pirâmide) sempre existiram e sempre existirão ..... a diferença entre o BPN, BPP ou o caso da Dª. Branca é em primeiro lugar a dimensão e em segundo os protagonistas.
E como fica o nosso Banco de Portugal enquanto entidade reguladora? Claramente o Vitor Constância deve estar a adorar esta nova fraude, pois assim já pode dizer “Vêm? Se os Americanos podem ser enganados, porque não posso eu? O BPP e o BPN tinham menos de 40 anos!”. Continuo a achar que o mais correcto seria o Vitor Constâncio apresentar a sua demissão pois não conseguiu criar para a sua equipa toda a envolvência necessária a uma eficaz regulação e falhou. Quando digo isto não é porque tenha falhado uma vez e com uma dimensão pequena ..... tivemos BCP, BPN, BPP ..... só para referir os mais mediaticamente recentes, com o custo monetário conhecido não para a carteira do Vitor Constâncio ou do Banco de Portugal, mas para Portugal. Se quem está à frente e pode exigir os meios que necessita não exigiu, não pode depois vir-se defender que não tem meios ..... já para não falar da pouca transparência das relações entre os protagonistas ..... coerência, se faz favor!
Se a história nos ensinou algo é que os erros se repetem ciclicamente e que, um mesmo esquema pode ser adaptado a novas situações. Infelizmente, o carteiro efectivamente toca várias vezes.