Quando a vida corria bem no mercado financeiro e a especulação era prática corrente, vários foram os economistas que alertaram para a bolha especulativa que era evidente. Todos dizíamos que era impossível os preços das casas continuarem a subir e não sabíamos como é que os bancos continuavam a emprestar cada vez mais dinheiro a quem manifestamente não podia pagar. Dizíamos que um dia a coisa iria correr mal. Era evidente a todos e ninguém era intitulado de arauto da desgraça.
Como quando se ganha não se questiona muito, muitos sabiam o risco ser eminente mas este sempre foi tratado como a questão da camada de ozono, a falta de água ou as reservas de petróleo ..... existe muito e os problemas serão num futuro não imediato, o que nos permite preocuparmo-nos apenas mais tarde. O problema foi que neste caso o futuro foi ontem.
Um dos problemas que tenho vindo a meditar é sobre a questão do emprego e desemprego nos nossos dias. No passado mês de Março em Portugal, segundo os números oficiais, o número de subsídios atribuídos pelo nosso governo foram o dobro comparativamente a 2008. O dobro!
Tal como os restantes governos, também o nosso tem vindo a apresentar algumas medidas, muito numa óptica de estarmos perante uma crise passageira. O principio seguido tem sido o do precisamos de fazer aqui algo que nos permita sobreviver a esta calamidade. Vários são os que argumentam que é nestes momentos que nos devemos preparar para o futuro, eliminando as “gorduras” e preparando o terreno para quando a crise passar, já estarmos em rota de crescimento, o que irá permitir estar mais bem preparados que os outros. E isto aplica-se a Estados e a empresas.
A mim preocupam-me tendências. Como gosto de pensar a médio e longo prazo, estas apontam caminhos ou atenções que devo ter em conta. Para além disso, ao definir as minhas estratégias de curto prazo, estou mais consciente de onde posso maximizar os meus resultados minimizando os riscos ou dificuldades.
Ao longo de toda a nossa evolução mais recente, temos vindo a passar de uma sociedade da manufatura para uma sociedade da mentefatura. Um dos resultados dessa transformação é o diminuir da necessidade de mão-de-obra, o que é mais uma vez evidente para todos, certo?
Com a evolução tecnológica potenciada por esta mentefatura, as “máquinas” cada vez mais substituem os homens, permitindo reduzir os custos de produção e a massificação de bens outrora apenas para alguns. E mais uma vez refiro, por sua vez reduzindo-se a necessidade de emprego. Como a população mundial tendencialmente cresce cada vez mais, estamos perante um paradigma, ou seja, existem cada vez mais pessoas mas cada vez precisamos menos delas para trabalhar. O que fazer a estas pessoas?
As medidas para combater a crise e o desemprego são efectivamente importantes, mas o que estamos a fazer para preparar a nossa sociedade para o futuro, quando não forem precisas mais que meia dúzia de pessoas para manter um país a funcionar? Como vamos viver?
Pertenço ao grupo de pessoas que consideram que os números de desempregados que atingirmos no final da crise não se irão reduzir rapidamente, não porque o país não vai crescer mas sim porque não iremos ter essa necessidade. As empresas estarão preparadas para funcionar com menos recursos. Caminhamos para um mundo que as pessoas não são necessárias para trabalhar ..... é um facto ..... como alimentar estas pessoas? como ficará a divisão de classes, se é que continuará a existir? como é que os sistemas de saúde, ensino e afins podem responder a esta realidade? em que se ocuparam elas?
Se os governos apenas se preocuparem com a crise, não criando as estruturas sociais adequadas, apenas estão a sobreviver a este problema para entrarem directamente noutro. Eu sei que no nosso caso em ano de eleições não se pensa no futuro, mas gostava.
O título em si já não constitui novidade nenhuma nem é nos dias que correm um título original, porém, é sobre um outro aspecto que podemos e devemos ter em atenção.
Como quando se ganha não se questiona muito, muitos sabiam o risco ser eminente mas este sempre foi tratado como a questão da camada de ozono, a falta de água ou as reservas de petróleo ..... existe muito e os problemas serão num futuro não imediato, o que nos permite preocuparmo-nos apenas mais tarde. O problema foi que neste caso o futuro foi ontem.
Um dos problemas que tenho vindo a meditar é sobre a questão do emprego e desemprego nos nossos dias. No passado mês de Março em Portugal, segundo os números oficiais, o número de subsídios atribuídos pelo nosso governo foram o dobro comparativamente a 2008. O dobro!
Tal como os restantes governos, também o nosso tem vindo a apresentar algumas medidas, muito numa óptica de estarmos perante uma crise passageira. O principio seguido tem sido o do precisamos de fazer aqui algo que nos permita sobreviver a esta calamidade. Vários são os que argumentam que é nestes momentos que nos devemos preparar para o futuro, eliminando as “gorduras” e preparando o terreno para quando a crise passar, já estarmos em rota de crescimento, o que irá permitir estar mais bem preparados que os outros. E isto aplica-se a Estados e a empresas.
A mim preocupam-me tendências. Como gosto de pensar a médio e longo prazo, estas apontam caminhos ou atenções que devo ter em conta. Para além disso, ao definir as minhas estratégias de curto prazo, estou mais consciente de onde posso maximizar os meus resultados minimizando os riscos ou dificuldades.
Ao longo de toda a nossa evolução mais recente, temos vindo a passar de uma sociedade da manufatura para uma sociedade da mentefatura. Um dos resultados dessa transformação é o diminuir da necessidade de mão-de-obra, o que é mais uma vez evidente para todos, certo?
Com a evolução tecnológica potenciada por esta mentefatura, as “máquinas” cada vez mais substituem os homens, permitindo reduzir os custos de produção e a massificação de bens outrora apenas para alguns. E mais uma vez refiro, por sua vez reduzindo-se a necessidade de emprego. Como a população mundial tendencialmente cresce cada vez mais, estamos perante um paradigma, ou seja, existem cada vez mais pessoas mas cada vez precisamos menos delas para trabalhar. O que fazer a estas pessoas?
As medidas para combater a crise e o desemprego são efectivamente importantes, mas o que estamos a fazer para preparar a nossa sociedade para o futuro, quando não forem precisas mais que meia dúzia de pessoas para manter um país a funcionar? Como vamos viver?
Pertenço ao grupo de pessoas que consideram que os números de desempregados que atingirmos no final da crise não se irão reduzir rapidamente, não porque o país não vai crescer mas sim porque não iremos ter essa necessidade. As empresas estarão preparadas para funcionar com menos recursos. Caminhamos para um mundo que as pessoas não são necessárias para trabalhar ..... é um facto ..... como alimentar estas pessoas? como ficará a divisão de classes, se é que continuará a existir? como é que os sistemas de saúde, ensino e afins podem responder a esta realidade? em que se ocuparam elas?
Se os governos apenas se preocuparem com a crise, não criando as estruturas sociais adequadas, apenas estão a sobreviver a este problema para entrarem directamente noutro. Eu sei que no nosso caso em ano de eleições não se pensa no futuro, mas gostava.
O título em si já não constitui novidade nenhuma nem é nos dias que correm um título original, porém, é sobre um outro aspecto que podemos e devemos ter em atenção.