terça-feira, 11 de agosto de 2009

Uma questão de consciência

Cada vez que falamos em campanhas políticas e em promessas, lembro-me sempre de um slogan que um Brasileiro utilizou – “Roubo mas faço!”. Será moralmente correcto?

Tenho a ideia de que mesmo que os cidadãos cheguem à política “puros”, o gosto do poder e a tentação do momento acabam muitas vezes por fazer esquecer os valores e levarem-nos a pensar no slogan supra mencionado. Isto obviamente para quem detém determinados lugares. A minha homenagem ás excepções que existem.

Os casos recentes de Braga, Felgueiras e Oeiras são bem exemplificativos. Fiquei abismado com os recentes comentários do Isaltino Morais e da Fátima Felgueiras. O primeiro é condenado a pena efectiva (estava sem protecção do partido) e recorre, podendo legalmente candidatar-se ..... moralmente é outra conversa ..... e a segunda foi condenada com pena suspensa (estava protegida pelo partido) e teve a falta de vergonha de afirmar “O país deve a Felgueiras e a mim própria o reconhecimento de que andou dez anos a espalhar mentiras” ..... e é obviamente candidata. Alguém aposta que infelizmente não vão ser eleitos?

Apenas posso falar da obra de Isaltino Morais por Oeiras, que é indiscutivelmente uma referência. Mas no processo a sua conta bancária acumulou cerca de 1 (um) milhão de euros, que ele por acaso não se lembra como. Será que não era possível conseguir o mesmo sem este enriquecimento pessoal? Valerá o desenvolvimento do concelho este valor? Este é talvez o político que me vem à cabeça quando me lembro do tal slogan. No caso da Fátima, fico revoltado sempre que penso que uma foragida à justiça Portuguesa vivia no Brasil com uma reforma dada pelo mesmo estado. E que a justiça claudicou nos seus princípios a quando do seu regresso, tendo mesmo a câmara (estado) pago a sua defesa pessoal. No caso da Fátima Felgueiras, senti mais uma vez vergonha da justiça do meu país. Muita vergonha mesmo.

A verdade é que o povo vota com o coração e não com a cabeça. Estas personagens “alegadamente” roubam ..... a palavra foi sugerida pelo meu advogado ..... e o povo acha bem e vota neles ..... mas depois sai da mesa de voto e vai para o café chamar cafageste ao Sócrates e ao Dias Loureiro ..... a consciência popular anda de mãos dadas com os ditados populares ..... nos outros é defeito, nos meus é feitio.

Será moralmente correcto aceitar que alguém que provadamente nos rouba seja eleito para posições onde o pode voltar a fazer? Que moral têm estas pessoas para apontar o dedo aos restantes políticos?

Que juízo de valores fazer de um povo que admite e pactua com isto?