sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Como ensinar responsabilidade

Na realidade este título é no meu entender uma impossibilidade. A responsabilidade não se compra, não se aluga, não se ensina ..... potencia-se. Acho que geneticamente temos mais ou menos apetência para ser responsáveis. Mas tal como os nossos sentidos, tudo em nós pode ser melhorado. Pode e deve ser potenciado.

Este é um dos principais dilemas enquanto pais. Como ajudar os nossos filhos a ser mais responsáveis?

O João aparentemente perdeu um relógio que gostava muito. Apesar de ter ido avisado várias vezes, tendo mesmo numa delas lhe “salvo” o relógio de ficar esquecido no restaurante, acabou por o perder. Era previsível.

Será a perca do relógio castigo suficiente? Como fazer com que este episódio lhe sirva de lição, potenciando assim a sua responsabilidade em relação a estas situações?

Não sendo o custo do relógio mensurável para o João na mesma escala de valores que o é para mim, ou para outro qualquer adulto, não é fácil fazer-lhe perceber o valor da perda. Era um relógio de valor considerável, o que agrava a situação. Para ele era apenas um relógio, que gostava mas que, numa sociedade descartável de consumo como a nossa, é apenas mais um dos inúmeros objectos que ele possui. Este é o dilema.

A juntar à festa, apenas na véspera de ir a uma visita de estudo é que se lembrou que tem o pai tem um papel para assinar ..... outra falta de sentido de responsabilidade ..... a meu ver, obviamente ..... não se preocupou. Neste caso em concreto estou a ponderar seriamente não o deixar ir à visita de estudo para que ele sinta o custo do seu esquecimento ..... será correcto priva-lo dessa experiência, especialmente porque todos os colegas vão? Fará essa privação que no futuro tenha mais atenção, ou por outras palavras, mais responsabilidade? Será a sua tristeza de não ir ainda pior, pelo facto de se sentir excluído dos amigos?

Como em tudo na educação dos nossos filhos, gostávamos de saber o que é certo e o que é errado ..... mas não existe nenhuma bola de cristal ..... é pena ..... dava muito jeito!

Uma coisa tenho a certeza, e essa é de que não posso pura e simplesmente passar-lhe a mão na cabeça e dizer “coitadinho do menino ..... é um bom menino” ..... essa é uma atitude que não vai potenciar nada.

Vai ser uma longa noite de pensamentos .....