quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quando tudo termina

Depois de uma batalha legal de 10 anos, o pai da Eluana conseguiu que as máquinas que a prendia à vida fossem desligadas. Eluana estava em coma vegetativo desde um acidente de viação aos 19 anos.

Este é um dos assuntos do momento em Itália e lamento que não o seja cá também.

Podemos discutir a forma de como tudo aconteceu, nomeadamente a terem deixado morrer à fome e sede, e a humanidade dessa opção médica, porém, para mim, a questão é a discussão do direito ou não de alguém sem esperança de vida de terminar o seu sofrimento mais cedo.

Podemos ter ideias pré concebidas sobre o assunto, ponderando as nossas convicções baseadas na noção de humanidade ou religião, que no meu caso até é católica. Podemos ponderar muitos factores, porém, só quem acompanhou alguém que ama num processo de desfecho irreversível, assistindo à dor a ao sofrimento de quem ama sem nada mais poder fazer que dar todo o seu amor e entrega, sabe dar valor à vida.

Uma decisão destas não é algo que seja tomada pelo próprio de animo leve, especialmente se tiver um amor grande à vida. É uma decisão difícil ..... muito difícil.

Quando o inevitável é mesmo inevitável, porque razão temos de sofrer até ao fim? Será mais digno sofrer ou poder descansar, optando pelo momento da partida?

Amo-te muito, meu amor ..... descansa em paz