sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Quando a vergonha não atrapalha

Muitas das nossas acções são condicionadas por preconceitos nossos ou a nossa visão da sociedade que nos rodeia. Na nossa cabeça construímos mundos e realidades que por vezes são iguais à realidade e outras nem por isso. Na generalidade das nossas acções, pensamos sempre qual será o juízo de valores que os outros farão e, umas vezes isso afecta-nos e outras não.

A grande vantagem da inocência de criança é que podemos dizer e fazer uma série de coisas e não nos preocupamos com preconceitos ou opiniões. Num mundo cheio de barreiras, é uma fase em que nós não o fazemos a nós próprios.

Estamos a entrar no Carnaval e hoje, será para o Filhão e para os seus amigos um dia de festa, onde os que querem, e esses são a maioria, se mascaram de algo. Uns são pilotos, outros médicos, outros ninjas, outros princesas, etc. Durante um curto período, podem encarnar o seu sonho.

Este ano a fantasia do João é ir de mágico ..... e foi uma maravilha poder ajudar o João a construir a sua fatiota e todos os adereços que a acompanham. É sempre estimulante ver uma ideia ou projecto transformar-se em algo concreto e, ainda mais estimulante e recompensador é quando vemos a felicidade que isso faz nos nossos filhos. Se soubermos e pudermos aproveitar isso, é algo de fabuloso.

É lindo ver os miúdos a chegar mascarados e a divertirem-se. É giro ver a tentativa de quem já está a tentar descobrir quem é o (a) mascarado(a) que chegou. É contagiante toda aquela alegria. É giro o Carnaval.

No caso dos adultos, o que acontece no Carnaval acontece ao longo do resto dos dias e nas situações mais corriqueiras. Perdem-se grandes momentos ou mesmo singelos momentos e afectos por simples vergonha. Como aprecio aquelas pessoas que gostam do Carnaval e de se mascararem e, dando largas a esse gosto, não têm vergonha de se mascarar seja do que for, de mulher a palhaço, de médico a polícia, etc. Pessoalmente deixei de apreciar as máscaras quase na idade do João, mas não deixo de achar giro os que apreciam e se divertem nesse processo.

Quantas vezes não deixamos de fazer ou dizer algo apenas por vergonha?