quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Semântica

A nossa língua tem várias particularidades que a tornam única. Como o povo Português é um povo muito versátil e inventivo, a utilização que faz da sua língua torna-a ainda mais peculiar. Deve ser uma das línguas mais propicia á existência de várias interpretações possíveis para a mesma frase.

Um dos grandes problemas da nossa justiça, para além desta não ser cega e surda como deveria ser, é o facto de estar escrita em Português. Isto gera as mais diversas leituras e interpretações que permitem que tudo seja possível, tais como o facto de vários juristas ganharem dinheiro apenas porque dizem algo diferente dos anteriores, obviamente sobre o mesmo tema.

Enganem-se os que julgam que fazemos algo que os outros não fazem. Os Ingleses, por exemplo, são exímios a brincar com as palavras, apesar do Inglês não ter a mesma versatilidade. Quem não se lembra daquelas famosas séries como os Monthy Python e o Sim Sr Ministro, por acaso percursores dos nossos Gatos?

Um dos termos que utilizamos muitas vezes para descrever este fenómeno é semântica. Ultimamente temos começado a assistir a um jogo político de semântica. E ainda vamos no princípio.

O nosso Orçamento de Estado para 2009 foi feito e apresentado, mas isso foi antes deste período mais conturbado em termos macro económicos. Por simpatia com os jornalistas “isentos” da Lusa, uso este termo ao invés de crise, o qual parece continuarem proibidos de utilizar. E obviamente que nesta conjuntura já está desajustado para a realidade actual.

Como é necessário um reajuste, têm vindo a terreiro os que contestam e que dizem ser necessário um Orçamento Rectificativo, aproveitando para considerar a situação como uma vergonha e falhanço deste governo. Os partidários do governo por seu turno dizem ser um mero ajuste por esta ou aquela razão e, tal não constitui motivo para lhe chamar Rectificativo. Tenho achado muito divertido as várias argumentações, todas elas embebidas numa semântica retórica digna da melhor das séries Inglesas.

Na prática não serve de nada, mas que é divertida a argumentação, isso é.