Os momentos de crise têm por inerência associada uma carga negativa muito elevada, porém, são igualmente momentos únicos para percebermos as nossas convicções, os nossos limites, as nossas capacidades e principalmente, quem são os nossos verdadeiros amigos. Por outro lado, assistir a um amigo passar por esses momentos gera em nós uma luta interna. Em nós trava-se a batalha do nosso egoísmo versus a nossa noção de solidariedade. Ajudamos ou assistimos?
A eterna batalha épica entre o nosso lado bom contra o nosso lado mau. E nos dias que correm, onde vivemos a correr, esta luta pode passar quase sem darmos por ela ..... basta estarmos demasiado concentrados em nós e no nosso pequeno umbigo. Face à velocidade com que nós vivemos a nossa vida hoje em dia, isto acaba por ser invariavelmente o mais frequente.
A eterna batalha épica entre o nosso lado bom contra o nosso lado mau. E nos dias que correm, onde vivemos a correr, esta luta pode passar quase sem darmos por ela ..... basta estarmos demasiado concentrados em nós e no nosso pequeno umbigo. Face à velocidade com que nós vivemos a nossa vida hoje em dia, isto acaba por ser invariavelmente o mais frequente.
Uma crise pode ser uma dificuldade financeira, um percalço no trabalho, um problema de saúde, uma crise matrimonial ou arrufo de namorados, enfim, pode ser uma série de situações. Dependendo da situação e da gravidade do mesmo, o impacto em nós ou alguém nosso conhecido pode variar de uma forma imensa. E às vezes uma pequena e simples palavra ou conversa de conforto faz tanta diferença!
Se pararmos e pensarmos um pouco, fazendo uma introspecção interna, bem ao fundo de nós, descobrimos que temos vários amigos à nossa volta que estão a passar por uma qualquer forma de crise. A sua crise. O problema é que o fazendo, temos de decidir entre sermos egoístas e pensarmos apenas em nós ou sermos solidários por quem sofre. Costuma-se dizer que o Natal é uma época de darmos um pouco de nós mas, porquê parar no Natal? Qual a diferença desta quadra para Janeiro ou Fevereiro?
Para que este texto não se transforme em algo parecido como um conto de fadas, ou pior ainda, num texto do socialmente correcto, dou um exemplo inverso que me “magoa” sistematicamente. Em Outubro passado tive de ajudar financeiramente uma pessoa num momento de dificuldade e, quem leu o texto (link) pensará que a pessoa em causa não devolveu o dinheiro na semana seguinte mas no final do mês pois eu disponibilizei-lhe essa possibilidade ..... pois é ..... não só ainda não voltei a ver o dinheiro, apesar do tempo que já passou para quem pagaria na semana seguinte, já para não falar no subsídio de Natal que ela entretanto já recebeu, como a pessoa em causa não teve sequer a dignidade de me dar uma única palavra sobre o assunto ..... nada de nada ..... nem um simples “ainda não consegui reunir o dinheiro, posso ficar a dever mais X tempo?” ..... já para não dizer “desculpa, mas isto está mesmo mal .....”. Eu sei que a Ana dizia que eu tinha jeito para padre, mas daí a ser a Santa Casa da Misericórdia, vai um longo trajecto.
Infelizmente são situações como esta que nos fazem ser cada vez mais egoístas e menos solidários, o que é pena!
Voltando ao socialmente correcto e para finalizar em beleza, não posso terminar um texto destes sem uma palavra de grande apreço para aqueles que dão de si aos outros. Aqueles que nestes dias frios saem do conforto do seu lar e vão ajudar os outros, particularmente os que andam por aí a confortar os sem-abrigo das nossas cidades. É preciso ter uma noção de solidariedade muito desenvolvida para o conseguir fazer!