sábado, 2 de junho de 2012

O papel do jornalista


Muito devemos ao jornalismo ….. ao bom jornalismo, claro. Vários são os casos que apenas ficaram conhecidos e se resolveram graças á coragem de publicar algumas reportagens. Em Portugal temos o exemplo recente do caso Casa Pia, como internacionalmente já tivemos um presidente americano deposto pela apresentação da verdade.

Outras situações existem que o jornalismo serve para sabermos a verdade, mesmo que não existam consequências para os prevaricadores. Poucos serão os que têm dúvidas depois de ouvirem as escutas no “caso da fruta”, o processo do Isaltino em Oeiras ou da Fátima em Felgueiras. Os textos ou gravações são públicos. De pouco serve a Wikileaks em termos de consequências ….. mas ficamos a saber a verdade. Estamos mais preparados para encarar a realidade e alterar a nossa postura.

Obviamente que existem histórias e factos que são ocultados pois ou não existem provas suficientes, e como tal esquecidas para não serem processados, ou então existe uma pressão qualquer e a história desaparece, como aconteceu mesmo assim na Casa Pia. Poucos devem acreditar que o Miguel Relvas não tentou pressionar.

Mas o jornalismo pode também servir de ajuda ou de facilitador de soluções. Estava hoje a ler um artigo da Joana Amaral Dias sobre as PPP e é apenas mais do mesmo, ou seja, a mera apresentação da evidência. No caso das PPP, o estado foi de uma burrice tal que mais parece ter sido propositado que apenas incompetência. Mas como em vários artigos sobre o tema, nem uma única possível solução ….. um caminho para forçar a que quem decide não possa apenas dizer “não existe soluções”.

As regras e leis em Portugal são apenas para ser cumpridas por quem não tem dinheiro, poder ou amigos influentes. É um facto sobejamente conhecido e interiorizado. O Alberto na Madeira apresentou um monumental buraco financeiro e depois de “xingar” o estado do continente, juntou mais 2 mil milhões ao buraco. A impunidade com que estas coisas acontecem é avassaladora ….. mas cabe também ao jornalismo ….. ao bom jornalismo ….. manter-se em cima destes acontecimentos e ouvindo outros sem condicionalismos, apontar soluções, perspectivar caminhos ….. rasgar horizontes.

Estamos a entrar no mês do Euro. Quem não se lembra do contributo que foi a música da Galp para a nossa selecção “menos ais, menos ais, menos ais”?