segunda-feira, 25 de julho de 2011

Não consigo ter pena

Por mais insensível que possa parecer, não consigo ter pena da Amy Winehouse. O mundo perdeu de facto uma boa voz ..... ou o que foi em tempos uma boa voz. Mas o que se viu foi um ser humano a desperdiçar um dom que tinha ..... e isso é criminoso.

Uma pessoa que tinha tudo para poder ser feliz, mas perdeu-se no exagero ..... pelo caminho perdeu a noção da realidade e embarcou num mundo só seu. Sentiu-se dona do universo e achou que tudo lhe era permitido. Desrespeitou por diversas vezes o seu público apenas porque queria.

É triste saber de pessoas que tudo fizeram para viver e outras que desbaratam o que têm. Muitas são as pessoas que apenas dão valor ao que têm quando deixam de ter ..... infelizmente é humano ..... vemos isso vezes e vezes sem conta ..... no caso dela, teve várias oportunidades de se aperceber, mas preferiu ignorar os avisos ..... agora é tarde demais ..... é o que geralmente acontece, quando se olha ..... é tarde ..... foi-se .....

Perdeu-se uma artista mas não um ser humano. É pena, mas é a verdade.

domingo, 17 de julho de 2011

Faz o que eu digo

É sempre muito mais fácil opinar sobre a vida dos outros que fazer algo na nossa. Mesmo quando estamos envolvidos no impacto das decisões, dizer é e será sempre mais fácil que fazer.

Os partidos da oposição são os primeiros enquanto oposição a criticar o governo vigente de todas as formas e feitios, dando indicações do que deveria ser feito e como deveria ser feito, porém, quando chega o momento de mostrar o que apregoam, aí é que começas os “mas .....”.

O Pedro Passos Coelho que acompanhou as negociações para os PEC e o acordo com a Troika foi peremptório a ensinar o governo do que não deveria fazer (IVA, IRS, ...) e na sua solução, porém, agora chegados ao poder, a coisa “afinal já não é bem assim e têm de ser feitos sacrifícios” ..... onde anda agora o Paulo Rangel e as suas afirmações? ..... tanto discurso sobre a factura ser paga sempre pelos mesmos e depois vai-se buscar o dinheiro aos rendimentos de quem não pode fugir aos impostos ..... e os que como vários deputados prestam serviços de consultoria a empresas e recebem por via de recibos verdes e outros expedientes?

O Bloco de Esquerda, que tanto apregoa o investimento em tempo de crise, de ser contra a precariedade do emprego e não haver investimentos e outros chavões, foi obrigado a engolir as suas convicções nacionais face á evidência económica ..... os custos ditam muitas das acções.

O resultado directo da sua perca de deputados, para além de uma ferida enorme no amor próprio e a evidência de passarem a 5 força política em Portugal é pura e simplesmente económico ..... directinho á formação do seu líder. Com menos deputados no parlamento, a sua estrutura obviamente deverá ser menor e como tal a subvenção que o estado paga é menor. Economia básica e fácil de perceber, ou como a Joana Amaral Dias poderia dizer, consta em qualquer “Manual de Economia para Tótós”.

A atitude racional e que os bloquistas tomaram é a mesma que as empresas que tanto criticaram, ou seja, reduzir custos cortando na publicidade e nos recursos afectos. A tal precariedade da situação patronal que com tanto amor e empenho foi vista nos lábios dos seus dinossauros líderes, rendeu-se á evidência da lei da sobrevivência económica. Até aqui tudo normal, apenas que face a tudo o que sempre disseram é fazer o que dizem que não deveria ser feito em Portugal.

Por mais racional e economicamente sustentável, o Francisco Louça tem uma dificuldade ideológica ..... consegue justificar as medidas, mas não consegue explicar as mesmas.

Dizer é e sempre será diferente de fazer ..... especialmente para os políticos.

sábado, 16 de julho de 2011

Antes e depois

Muitas são as decisões que temos de tomar ao longo da nossa vida. Desde pequenos as tomamos, desde o simples momento de ir comer ou brincar ao terrível momento do jovem que vai pedir namoro aquela rapariga que gosta e por aí fora.

Á medida que vamos crescendo, muitas das decisões são sobre factos que alteram a nossa vida e como tal começam a ser mais difíceis de tomar. A escolha do curso, a escolha do trabalho, a escolha da mulher, a escolha do colégio dos filhos, a escolha da outra mulher, a oportunidade de trocar de emprego, etc, etc. Para além das decisões simples existem sempre as complexas. É a vida.

Cada um encara as decisões mais importantes da sua vida á sua própria imagem e semelhança. Algumas podem e devem ser tomadas por impulso, outras depois de muito ponderadas mas quase todas devem ser tomadas em consciência. O pior que existe é ficar refém das decisões que se tomam e preso á infelicidade das expectativas defraudadas.

Gosto particularmente de uma frase que uma amiga transcreveu para o seu mural do Facebook:

Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança."
(José Eustáquio)

Existem decisões difíceis que nos tempos posteriores á sua tomada podem levar ao desespero, gerando uma incerteza enorme se foi ou não a melhor decisão, porém, pior que “viver feliz na infelicidade é viver infeliz na felicidade”.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eclipse político da comunicação social

Mais vale cair em graça que ser engraçado – ditado popular

Tivemos um governo que nos últimos tempos da sua legislatura foi massacrado insistentemente pela comunicação social, ao ponto de metade dos noticiários serem sobre o assunto – análise de más decisões, de contestação popular, de reprovação por diversos pseudo-analistas, etc, etc, etc.

Caiu porque o primeiro ministro não tinha qualquer credibilidade e foi apresentando planos sucessivos de resolução ..... este é que é ..... afinal este é que é ..... e o último era de tal forma “pesado” para o país e para a população que era inviável que fosse realizado ..... o governo tinha de cair ..... e caiu!

Do outro lado da “barricada”, tínhamos um candidato a primeiro ministro que dizia que estes sacrifícios eram impossíveis de ser aplicados, que nunca aumentaria o IVA e que era uma blasfémia sequer aludir a mexer no subsídio de natal ..... e como estas, várias.

Nos últimos dias, depois de ser unânime reconhecer que as medidas apontadas são as mesmas ou mais gravosas que o infame PEC IV ..... que derrubou o governo porque era ruinoso para os portugueses ..... eis que ficámos a saber que o IVA quase de certeza que iria aumentar e que vamos ficar sem 50% do 13º mês ..... apresentado como medida excepcional, como é apanágio destas medidas ..... por acaso somos um país que vive do turismo no verão e do comércio das festividades ..... vai haver muita pobreza no final do ano!

Até aqui nada de novo no nosso país onde continuamos a vender os anéis que temos ..... já são poucos os que nos restam ..... e tal como na Grécia, são sempre os mesmos que pagam a crise ..... é a constatação que somos um povo de brandos costumes, subserviente e conformado ..... somos assim ..... infelizmente, somos mesmo assim.

Já agora, porque não pedimos a restituição de 50% de todos os valores pagos a todos os políticos da anterior legislatura, incluindo o PR, por manifesta incompetência no exercício das funções? ...... a título excepcional, obviamente.

O que não percebo é a castração a que a comunicação social foi acometida ..... o passividade com que estas medidas são apresentadas e em nada refutadas ..... excepto pelos mesmos que já ninguém liga que são a CDU e BE ..... os que dizem mal por dizer, porque têm de dizer ou deixam de ter razão de ser.

Como é possível que tudo o que há 1 mês era uma calamidade agora está bem? Será que a comunicação social de Portugal é toda de direita? Será que as medidas só eram más porque eram ditas pelo Socrates?

Não consigo perceber este silêncio! ..... Mais vale mesmo cair em graça que ser engraçado .....