terça-feira, 15 de abril de 2014

Um dia ..... outra vida

 
A generalidade das pessoas procura um sonho ….. o dia perfeito ….. a relação perfeita ….. o marido/mulher perfeita ….. o sonho. A generalidade procura e apenas alguns encontram ..... é a vida.
 
Mas a perfeição é uma bênção e ao mesmo tempo uma maldição ….. uma boa maldição, mas mesmo assim, uma maldição. Felizes os malditos.
 
Mas não ter a relação ou o momento perfeito, é uma maldição pois faz com que na generalidade das vezes, faz com que se vá à procura de algo que apenas existe nos filmes ou que ouvimos falar de alguém que viveu essa raridade. E quando se vai atrás de um sonho, perde-se todo o tempo dessa procura ….. isto quando não se encontra, claro está.
 
Ás vezes um dia inesquecível acontece ou algo acontece que torna o dia inesquecível ….. ver o vídeo.
 


domingo, 13 de abril de 2014

O "infeliz" poder dos media

 
Às vezes quando acho que graças aos novos meios de comunicação a tradicional comunicação social já perdeu o seu peso e o seu impacto, algo acontece para me trazer de volta à realidade. Não é apenas um José Rodrigues dos Santos que se acha mais esperto que um político demasiado batido para um mero amador chico esperto. Como ele existem vários que têm o poder de massificar uma mensagem errada, fruto das suas opiniões ou distorções da realidade. No caso do JRS a questão não é tanto a mensagem ou a pertinência ou não do que se passou, é a utilização de um palco de forma pessoal ou encomendada. É uma pena.
 
Nos últimos tempos houve 2 figuras nacionais que foram uma referência pela positiva na luta que milhares todos os dias têm contra as doenças oncológicas. Estou a falar da Fernanda Serrano e do Manuel Forjaz. A primeira sobreviveu e o segundo infelizmente para ele e para a sua família, não. Este último não baixou os braços e lutou enquanto pode para vencer a doença. Consultou médicos, experimentou abordagens, consultou especialistas, informou-se e manteve-se informado e, mais importante que tudo, manteve sempre a esperança de vencer.
 
Mais importante de tudo ..... não se deu por vencido ...... e isso é um exemplo e uma referência.
 
Algures durante o seu percurso, acompanhado por milhares (ou mesmo milhões), teve algumas frases que expressavam bem a sua resiliência. Uma delas, amplamente difundida, é que o cancro não o iria derrotar. Quem leu um pouco o que ele foi escrevendo terá certamente percebido o que ele quis dizer ..... o cancro podê-lo-ia matar, mas não o iria quebrar, atirando-o para um estado vegetativo de letargia à espera da morte ..... ele tudo iria fazer ..... e fez ..... para que o cancro não o "quebrasse".
 
Mas a doença é cruel e o acreditar não é suficiente ..... eu que o diga que assisti e vivi o mesmo ..... certas patologias são irreversíveis e só a vontade não chega ..... em certas situações faz toda a diferença, noutras é curto ..... foi este também o desfecho do Manuel Forjaz ..... mas vendeu cara a luta e o desfecho final.
 
Ele não foi vencido pelo cancro ..... perdeu foi a luta ..... mas lutou até ao fim!
 
Capa de um pasquim feito por um jornalista que devia ter vergonha de se intitular como tal ..... algo do género ..... "Afinal o cancro venceu o Manuel Forjaz". Dizer isto é querer ter uma primeira página bombástica e não olhar a meios e a fins para o conseguir. Numa só frase, para além de demonstrar uma ignorância ignóbil para quem tem uma responsabilidade social a cumprir, matou parte da mensagem de um homem que era um exemplo para muitos na mesma situação. Lamentável.
 
Quem está numa situação destas precisa de exemplos de coragem ..... independentemente do resultado ..... precisa acreditar para lutar ..... precisa de um estímulo ..... de um pequeno farol no meio da tempestade ..... precisa de saber que a sua mente pode fazer a diferença ..... saber que tal como ele, outros passam pelo mesmo e acreditam ..... precisa de exemplos.
 
O cancro não o venceu, porque ele nunca quebrou ..... a doença apenas foi superior ..... o resultado é o mesmo, o sentido é completamente antagónico.
 
Ao pasquim e ao autor do título os meus sentimentos ...... tenho pena que alguém não tenha dito a frase que já vários ouviram ..... porque não te calaste!
 

Ensaio - Para além do seu tempo


John acordou e olhou para o relógio. Eram 4:32. Desta vez tinha conseguido dormir um pouco mais de tempo. Uns redondos 23 minutos. Cansado, sentou-se na cama. Olhou para o lado e a outra metade da sua cama estava vazia. Um espelho da sua vida e alma. Vazia. Por mais que fechasse e abrisse os olhos a realidade era imutável ..... apenas nada ….. um vazio.
 
Lentamente levantou-se e dirigiu-se para a casa de banho. Parado no lavatório, abriu a torneira e deixou a água correr um pouco. Colocou as mãos debaixo do jorro fresco que corria e depois de algum tempo, levou as mãos em concha à cara, refrescando-se como podia. Após algumas repetições levantou a cabeça enquanto as suas mãos procuravam a toalha. Viu-se ao espelho. Á sua frente estava uma figura que reconhecia em feições mas não em alma ...... essa estava morta ..... quebrada.
 
Tão lentamente como ali tinha chegado, dirigiu-se até á sua varanda. Um alpendre de sonho, outrora local de muitos momentos de felicidade. Já lá fora, fez uma festa ao seu fiel amigo que o seguia desde o quarto. Umas lambidelas trouxeram-lhe um fugas leve sorriso aos lábios, mas apenas isso, genuíno mas fugaz. Encostado a um dos postes, observava o horizonte que lhe surgia aos olhos. O dia certamente não tardaria a raiar. Mais um dia que sentia não ser seu ..... vivia num tempo emprestado que não tinha pedido e não queria, mas fora-lhe dado ou imposto ..... um prolongamento depois do apito final.
 
A vista era magnífica. Estava no alpendre da sua casa de Malibu, com escadas de madeira que davam acesso direto à praia de areia branca e limpa. Mais um pouco à frente, o oceano beijava ritmadamente a praia, originando uma visão tranquilizante e um som acolhedor. Para qualquer um menos para John. Aquela casa tinha sido o sonho de uma vida a dois ..... mas o outro não era o simpático e amável Max ..... não era este o sonho, era apenas a realidade. A sua dura realidade.
 
Fazia agora 6 anos que tudo na sua vida mudara ….. após aquele dia, culminar de todo um ciclo, nada era como antes. Na sua mente apenas algumas perguntas sem respostas ….. porquê? ..... porquê ela? ….. porquê eu? ..... porque não podemos trocámos de lugar ..... porque não pude eu escolher quem ficava e quem ia? ..... porquê?
 
Demasiados porquê sem resposta …..
 
Á sua volta via todos a correr desalmadamente para empregos que não gostam, a voltar para casas onde não querem estar, a aspirar por um ideal ou sonho de realidade que não a sua. Homens e mulheres com o sonho de um amor idílico que se calhar nunca iram encontrar e, enquanto procuram, perdem momentos que se tivessem ponderado, talvez tivessem tomado decisões diferentes ..... talvez.
 
Mas esse não era o dilema ou a frustração de John ..... ele tinha sido verdadeiramente feliz ..... tinha ...... e agora, em pé no seu alpendre de sonho, não era capaz de ser feliz ..... a sua vida tinha terminado e vivia um tempo que sentia não ser seu. Já conseguia sair com amigos e esboçar alguns sorrisos, mas não era ele ..... era um mero prolongamento de um tempo que não era o seu. Que não sentia ser seu.
 
Vivia os vários momentos de alegria e tristeza sem qualquer constrangimento ou dilema moral ..... apreciava o lado FIXE da vida no que podia, por mais fugaz que esses momentos fossem ..... sem dilemas morais ou restrições de uma sociedade de valores em que é mais o que se apregoa do que outra coisa. Sem grilhetas sociais.
 
Naquele início de manhã, John olhava para o horizonte ..... vivia um tempo que não era o seu ..... e agora?
 


terça-feira, 1 de abril de 2014

As próximas eleições são mesmo para o quê?

 
Em tempos a filha de uma amiga dizia que só escrevia sobre política ….. nos últimos tempos parece que é mesmo verdade. Mas não está fácil não utilizar este espaço para desabafar sobre o tema. Como o último post que escrevi não foi bem percebido na sua intenção, vou ser direto.
 
Será que os partidos políticos perceberam que as próximas eleições são em primeira instância para a Europa e, apenas como consequência, afetam-nos internamente. Apenas ouço falar sobre o governo e castigar o governo.
 
Hoje, dia 1 das mentiras, o PS lançou um vídeo fabuloso, porém, borrou a pintura no final. O vídeo retrata todas as mentiras do Passos Coelho, mas todas relacionadas com a situação interna de Portugal. No final, referência à votação dos Portugueses sobre as Europeias ….. e ….. não estou a votar para a Assembleia da República de Portugal, nem acredito que um mau resultado para o Parlamento Europeu signifique que internamente devem sair do governo. Entre o cú e as calças, deveriam existir umas cuecas ….. até podem estar todas borradas, mas devem existir.
 
O que gostava de saber é quais as forças ou correntes políticas representadas no Parlamento Europeu, em qual cada um dos nossos partidos se insere ou naturalmente vota e, já agora, qual a sua expressão numérica no momento de votar. Juntando isto tudo fica a faltar apenas um pequeno pormaior ….. o que é que cada uma delas defende. O que é que cada força que contém os nossos partidos defende para a Europa e como têm sido votados os pontos mais importantes. Isso sim seria jornalismo de informação.
 
A mim interessa-me que o meu singelo voto seja utilizado no que defendo ou mais acredito para a Europa, não em quem estará a comandar Portugal ….. para isso haverão eleições próprias.
 
Adorei o filme que o PS fez, que até seria similar a um feito pelo PSD. Numa das últimas eleições americanas, o partido perdedor fez um site com o cumprimento das promessas que quem ganhou havia feito e qual o seu grau de cumprimento. O que o PS fez assemelha-se a isso, com um cuidado muito aprofundado do grafismo dos resultados ….. adorava que seguissem o exemplo americano ….. seria ótimo como avaliação do governo, mesmo desconfiando dos dados que não sejam de uma entidade credível.
 
Alguém com acesso aos nossos dirigentes políticos que lhes explique a diferença entre uma eleição nacional e uma eleição europeia.