segunda-feira, 11 de março de 2013

No silêncio da noite

 
Às vezes a noite parece que não tem fim. Sozinhos em nossos pensamentos, perdidos num mar de lençóis, tudo está e fica longe. Perdidos e encontrados. Conscientes no tempo e no local. Sozinhos. Em silêncio.
 
O ser humano tem uma necessidade natural de falar. De comunicar. Um dos testes que se faz aos futuros astronautas ou tropas de elite é deixá-los sozinhos numa fala fechada durante muito tempo. Mais cedo ou mais tarde, quase todos começam a falar sozinhos. Aquelas quatro paredes parecem o Adamastor chateado. Quatro paredes juntas com um único resultado. 
 
Às vezes a noite parece não ter fim.


sábado, 2 de março de 2013

Politicamente incógnita ou nem por isso

 
Uma das características da natureza das espécies é a sua capacidade de evoluir, porém, nem todas o conseguem fazer e, dentro da mesma espécie, isso também não é extensível a todas as “castas”. Os políticos estão na sua grande generalidade nesta última parte.

As leis são feitas muitas vezes não para o bem do país mas para prejuízo de quem está no governo, seja ele o partido que for. Por mais retórica e eloquência na sua forma de venda ao povo, essa é a realidade. O problema vem depois, ou seja, quando se apercebem que os seus rebates de consciência lhes são também prejudiciais. É o momento em que surgem os discursos de adaptação e alteração, ou aproveitamento das possíveis interpretações do Português. Parca desculpa de mau pagador.

Há algum tempo atrás foi feita uma lei que era mais ou menos consensual para acabar com o reinado dos “dinossauros políticos”, porém, o problema é que neste momento todos os partidos estão na maré de baixo e essa lei não é conveniente para ninguém. Deixou de se tratar de não perpetuar clientelismo e passou a caça ao voto de forma generalizada. Os tempos estão difíceis.

A lei não dá jeito aos partidos logo, há que distorcer a lei ou a sua interpretação. Em tempos idos, era notícia uma famosa compra de uma vírgula num texto de lei. Hoje que falta dinheiro e todos precisam, o Português volta a ser lido como dá mais jeito.

A questão agora não é a génese da lei. A questão agora é se o texto é “Presidente de Câmara ou “Presidente de Câmara” ….. passou-se do essencial ao acessório. Dito de outra forma, a mãe é conhecida ou incógnita? ….. quando se diz “Filho da p…”, estamos a identificar claramente a mãe em causa, porém, se dissermos “Filho de p… “, já pode ser qualquer mãe, logo incógnita, logo inimputável.

A nossa classe política está neste estado ….. toda ela.