terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sinais no tempo certo


Gosto particularmente da expressão “olhar e ver”. Poderia igualmente ser a expressão “escutar e ouvir”, mas não, este post é sobre a primeira. Quantas são as vezes que estamos a olhar para algo, seja paisagem ou situação, mas nos está a escapar algo? Ou mesmo tudo?
 
Talvez porque sempre fiz questão de dar valor ao que tinha quando o tinha ….. maioritariamente ….. e poder apreciar na sua totalidade ou pelo menos na componente que achava relevante ou que as situações me permitiam, sempre fui sensível às pequenas mensagens ou sinais com que nos vamos deparando na nossa vida. E muitas vezes os sinais aparecem e podem não voltar a aparecer, o que faz toda a diferença estar atento aos mesmos. Adoro particularmente uma curta metragem sobre isso mesmo, que por acaso acaba por correr bem.
 
Desengane-se quem julgar que este post é sobre o mesmo assunto que a curta metragem. É mais que isso. É sobre os vários sinais que vamos recebendo e que decidimos aproveitar, ignorar ou não nos apercebemos até ao momento que é demasiado tarde para os aproveitar.
 
Saber aproveitar o que temos é mais do que apenas o expressar. É saber pesar os limites de até onde podemos “ter” o que temos, de forma a aproveitar ao máximo isso. Mas o que temos de forma genérica está constantemente em risco de o deixarmos de ter, e muitas são as situações que para isso contribuem ….. umas forçadas por nós, outras por elementos externos que nem sempre nos apercebemos ….. até muitas vezes ser tarde demais.
 
Ás vezes um sinal pode vir pura e simplesmente de uma revista que lemos ….. apenas um artigo mas que muito pode dizer se estivermos a conseguir ver para além do que apenas é apresentado ….. sinais é o que não faltam, mas é preciso olhar e vê-los.
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

O silêncio

 
Já passa das 22:30 quando ela se sentou na sua varanda. Era mais uma daquelas agradáveis noites de verão, sem uma única nuvem que impedisse de ver o céu estrelado em todo o seu esplendor. A Lua, em quarto minguante, tinha ainda uma cor viva que refletia sobre as águas da baía. Nada mais se ouvia que o vinil do Bolero de Ravel que ela tinha posto instantes antes a tocar.
 
A humidade do ar fazia que no seu corpo torneado por inúmeras horas de ginásio aparecessem pequenas gotículas de água. As pontas do robe de cetim transparente esvoaçavam ao sabor da pequena brisa que soprava. Era tarde ….. tinha sido um dia complicado ….. precisava daquela calma …..
 
O dia culminava uma série de comprometedores silêncios ….. depois de muito procurar um diálogo de várias maneiras possíveis ….. menos a via direta ….. dava agora por si a atirar a toalha ao tapete ….. assumia a sua derrota ….. algum dia teria de o reconhecer ….. hoje havia sido o dia. A frase podia estar num qualquer pacote de açúcar da Nicola, mas não, apenas ecoava na sua cabeça.
 
Ao ir bebendo o sumo de manga que havia preparado pensava nessa frase ….. deitar a toalha ao tapete ….. que expressão estranha quando usada daquela forma. O gesto é em si de desistência, porém, não pelo próprio mas por alguém que assiste e o assume, maioritariamente porque o lutador em causa não deverá estar em condições de o fazer …. Mas era ela que o tinha feito ….. o silêncio havia ganho ….. não tinha mais forças para lutar contra ele ….. reconhecia toda a sua incapacidade ….. finito ….. apenas o Bolero imperava naquela varanda …. isso e pequenas brisas de ar quente …. que noite!
 
A noite estava calma e tranquila ….. a sua mente não ….. opostos circunstanciais ….. e ela deixou-se ficar na espreguiçadeira de tecido branco a saborear a noite ….. e o silêncio que invadia a sua mente ..... sempre o maldito silêncio .....
 
Tinha cerca de 4 minutos até a musica terminar ….. e o silêncio total e absoluto extravasar a sua mente e invadir aquele espaço ….. ficando apenas isso ….. silêncio …..
 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mais um ano que termina


Este ano pareceu-me que durou muito mais que os outros. Era um ano previsivelmente complicado, porem, a realidade suplantou qualquer expectativa. Foi duro e diferente. Está quase no tempo apropriado ….. foi.
 
Em termos políticos foi talvez dos piores anos do nosso passado recente. Para além dos problemas originados pelo mau programa de resposta á troika, tivemos uma birra (irrevogável) que soubemos hoje nos custou 2,5 mil milhões de euros ….. nem mesmo uma verdadeira mulher conseguia ter feito pior ….. quase mil milhões para pagar uma assessoria ao governo sobre uns swaps que a atual ministra assinou enquanto gestora pública, deu aval enquanto avaliadora mas que depois disse desconhecer …. e que para serem resgatados nos custaram até ao momento 1,5 mil milhões e ….. como seria de esperar ….. a comissão política “arranjada” para analisar o caso acusa apenas o governo anterior que era de outra cor ….. nada de novo, e como estamos em Portugal, nada irá acontecer. Como num ano de austeridade o governo aumenta em mil milhões a rubrica de aquisições e despesas …… ou seja, tudo ao contrário do que deveria ter sido.
 
Em termos pessoais vi um post num amigo que resume bem o que foi este ano: “Some times you win, sometimes you learn” ….. expectativas são como os números do euromilhões ….. têm um prazo de validade curta ….. só valem até ao dia do sorteio.
 
Foi um ano difícil a todos os níveis, mas no final volto ao mesmo de há uns anos. O ano termina e o filhão está ótimo, tenho um emprego que me diverte imenso e continuo rodeado de amigos ….. venha o próximo.

domingo, 10 de novembro de 2013

Silêncios

 
Há silêncios que valem ouro .....
 
Outros reforçam uma máxima: mais do que se diz, é como se diz ..... ou apenas nada se diz
 

Parar para pensar


A nossa vida é uma sequência imensa de eventos, uns felizes e outros nem por isso, traduzindo-se numa reunião de uma vastidão de experiências passadas. Acabamos muitas vezes por interiorizar pequenas metas ou etapas que percorremos e, quando essas etapas terminam, independentemente do estado final, partimos para outras, ou apenas o patamar seguinte. Muitas vezes pura e simplesmente seguimos.

Na maioria dos casos, arrumamos as experiências, emoções e aprendizagens passadas e seguimos ….. uma próxima luta ….. um próximo desafio ….. e não pensamos muito no que passou. Não é que não se pense de todo, mas apenas não paramos e fazemos algumas perguntas chave ….. o que efetivamente fiz para conduzir a este resultado? O que poderia ter feito diferente? O que aprendi e que não sabia antes? Se soubesse isso no início, teria feito algo diferente, apenas diferente ou muito diferente? O resultado teria sido o mesmo? Que poderia ter feito em consciência para que tudo tivesse corrido melhor? E seria mesmo melhor? Qual o preço que cada um que também esteve envolvido “pagou” nesta “viagem”?

São muitas perguntas, algumas delas incómodas, mas se queremos fazer melhor, ou pelo menos, se queremos pessoalmente ser melhores, precisamos de as fazer.

Os americanos para os grandes cargos gostam de ter alguém com sucesso, mas que já tenha falhado em algum momento profissional da sua vida. A razão disso é clara, largamente analisada e debatida ….. esses são os momentos em que aprendemos mais. Num dos clientes que tive no meu período de consultor, tive um administrador que me disse o seguinte sobre um diretor que havia mudado para outra empresa – “há dois tipos de incompetentes, os que têm sorte e os que não têm” – independentemente de partilharmos ou não essa opinião implícita sobre a pessoa em questão, o cerne está lá …..

As experiências negativas são um grande foco de aprendizagem, mas as positivas também. Mais do que o sucesso em si e a estratégia, são os fatores associados que apoiaram ou conduziram e esse sucesso. O que indiretamente contribuiu para o resultado final, muitas vezes não percetível numa primeira abordagem.

Apoiante como sou dos pequenos pormenores secundários, do trabalho muitas vezes feito na sombra, são esses pequenos pormenores que me fazem meditar mais. A importância dos vários pequenos eventos discretos que foram sendo efetuados ao longo da jornada. Certa vez discuti com um consultor comportamental se isso constituía ou não manipulação e se isso era ou não positivo. Nunca chegámos a uma conclusão porque nunca conseguimos passar a discussão inicial, focada na componente ética ….. é um mundo de discussão e um tema empolgante de debate. Mas numa coisa estávamos de acordo, é que os pequenos pormenores são muitas vezes fundamentais no sucesso global, algo do género de o resultado final é mais que a mera soma das partes. Quando se pensa sobre algo, é preciso ver o “big picture”, mas é preciso conseguir ver além dele.

Parar para pensar é uma característica humana fabulosa mas que nem sempre a usamos ….. é um exercício benéfico e recompensador, mesmo que ás vezes doloroso ….. vale a pena.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Frases feitas

 
Ás vezes, as coisas mais dificeis na vida são as coisas que mais valem a pena .....

sábado, 12 de outubro de 2013

Sociedade em quebra de valores

 
 
Uma sociedade sem valores é o resultado não da ação ou mentalidade de uma geração, mas sim o resultado do caminho trilhado por várias. A nossa, infelizmente, caminha e continua a caminhar para um abismo típico de um país de 3º mundo, em que dentro de alguns anos atingiremos o estadio dos piores, onde uma vida vale tanto quanto um pacote de bolachas.
 
Uma sociedade saudável tem de basear em alguns pilares fundamentais, como é o caso da família, justiça, ética, civismo, solidariedade, entre outros. Infelizmente por cá, estamos cada vez mais a assistir a uma crise de valores. É notório e amplamente discutido, porém, apesar do muito que é discutido e escalpelizado, não se nota uma inversão mas sim um agravamento.
 
Os recentes casos na política espelham bem o quão mal vamos. Tivemos um primeiro ministro que foi clara e deliberadamente mentir para a sede da nossa democracia, o Parlamento. Sei que poderia estar a falar de vários ou mesmo quase todos, mas referia-me especificamente ao Sócrates que iniciou um novo patamar ….. achar-se superior ao próprio Parlamento.  E tem tido seguidores. Gastamos milhares de euros em comissões parlamentares e o que vemos é vários agentes políticos a mentir descaradamente, a serem expostos e confrontados e mesmo assim, não se passa nada. Só para dar dois casos mais recente, alguém tem dúvidas que a agora ministra Maria Luis assinou de cruz contratos swap e que tinha perfeita noção que mentiu quando refutou os ataques da oposição, alegando desconhecer o tema? Ou que o ministro dos negócios estrangeiros não sabia que tinha ações da sociedade à qual estava estatutariamente ligado e em cargos de relevo?
 
O mesmo ministro vai a um país estrangeiro, faz “tábua rasa” da separação de poderes entre política e justiça, procede afirmações de sobreposição à PGR e ….. isso mesmo, nada. Pior, o primeiro ministro diz que nunca aceitaria a sua demissão por esses motivos, ou mesmo pela “incorreção” sobre o seu portfolio financeiro no Parlamento. Depois destes vários episódios, claramente tudo vale. E quando tudo vale, nada tem valor.
 
Claro que ambos continuam calma e tranquilamente como ministros. Ainda hoje me interrogo o que teria levado o Sr. Miguel Relvas a pedir a demissão, quando claramente nada se iria passar com ele.
 
Mas a crise não é apenas deste grupo de indivíduos, que não foram importados de um qualquer canto escudo do planeta, mas sim eleitos entre as fileiras do que somos. Escolhidos entre nós. Isaltino Morais ou Fátima Felgueiras, entre outros, foram eleitos pelo povo mesmo depois de demonstrado que roubaram esse mesmo povo. Não podemos dizer que temos o que não merecemos.
 
E por referir a Justiça, falemos um pouco do grande problema que ela é, uma vez que devem ser muito poucos os que acreditam que ela efetivamente existe. Ou existindo, que é cega a quem tem de julgar. É Certo que ultimamente tem sido ajudada pela incompetência e incúria do atual governo, que acha que não podendo mexer em zonas de lobbies ou onde é complicado, é mais fácil tentar ser inconstitucional e ir agravar os impostos sempre aos mesmos. Felizmente tem sido travado pela nossa péssima justiça. Seja porque ainda tem uma réstia de brio seja como resposta a estar a ser acossada, o que detesta por contestar a sua superioridade na sociedade, acabamos por ganhar todos ….. mas isto não lhe dá mérito ….. não lhe dá respeito ….. dá-lhe apenas a simpatia popular. Menos mal.
 
Gostava de ver surgir na sociedade, um verdadeiro movimento de moralização ….. gostava. E a comunicação social tem naturalmente um papel fundamental como potenciador desse movimento. Talvez expondo exaustivamente naquilo em que nos estamos a tornar e para onde caminhamos, debatendo possíveis caminhos, possamos inverter o trilho que traçamos. Vali levar gerações, é certo, mas só conseguiremos lá chegar depois de começar a caminhar para lá, o que ainda não está a acontecer.
 
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim" (Chico Xavier)
 
 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dinheiro não é tudo



Às vezes nas organizações a competência não é sinónimo de muito, para além de uma mera satisfação pessoal. Outras por mais competência que se tenha, o subir na hierarquia não é aconselhável para não dar azo ao ditado “perde-se um bom trabalhador e ganha-se um mau chefe”. Neste processo haverá sempre quem se sente injustiçado e quem se sente reconhecido. Uma organização é será sempre assim.
 
Esta semana falei com um ex-colega que foi friamente preterido por uma questão de amizades internas, ou se quisermos dizer de uma forma mais direta, de promoção de amigos em detrimento de qualquer outro fator de decisão, e, coincidentemente, a minha mãe colocava-me uma questão em tudo semelhante. E pensei em mim e no último ano que tive do ponto de vista profissional.
 
A questão resume-se de uma forma simples ….. terá valido a troca profissional dado que neste último ano trabalhei muito, mas mesmo muito mais? ….. se na minha mente a resposta era obvia e imediata, à pergunta da minha mãe foi o meu filhão a responder ….. Claro avó, o meu pai mesmo cansado tem muito mais tempo e paciência para mim. Estamos muito melhor! ….. dinheiro algum paga este comentário ….. apeteceu-me parar o carro e dar-lhe um beijo ….. depois de limpar uma lágrima no canto do olho, naturalmente.
 
Antes da mudança, tal como acontece hoje em dia a esse ex-colega, o levantar para trabalhar era já um sacrifício dantesco, apenas possível de conseguir por uma obrigação monetária. Aqui contradiz-se o título, ou seja, o dinheiro pode não ser tudo mas é fundamental, e a sua falta é um problema e uma tragédia ….. e naturalmente a paciência para a família vai ficando cada vez menor ….. e todos “pagam” em casa pelo que acontece fora de casa ….. mesmo com um esforço grande de bloqueio destes “infernos”, é sempre impossível não haver repercussões das nossas frustrações profissionais a nível pessoal ….. somos humanos.
 
Quando me surgiu uma boa oportunidade, fiz exatamente o que sugeri a esse ex-colega ….. mergulhei de cabeça. Sem medo da mudança ….. de poder vir a falhar, até porque acredito nas minhas capacidades ….. sem medo de trocar o certo pelo incerto ….. mesmo perdendo regalias e tempo de descanso, num desafio que me iria obrigar a trabalhar mais, não hesitei um segundo que fosse ….. fui!
 
O futuro será o que for, mas a verdade é que neste último ano ganhei anos de vida ….. e algo que o dinheiro não compra ….. o sorriso de um filho e a cumplicidade que apenas a dedicação de uma relação permite obter ….. ganhei ….. se perdi dinheiro e horas de sono? ….. irrelevante face aos ganhos.
 
Se a semana passada dizia que ganhei uma vida nova, especialmente no que ao meu filhão dizia respeito, e achava que era sentido e que não era “fita”, aquela afirmação dele foi perentória ….. foi das melhores decisões que já tomei nos últimos tempos ….. o futuro a Deus pertence, mas este último ano de vida e relação com o meu filhão já ninguém me tira.
 
Desde sempre me lembro de dizer que infelizmente a generalidade das pessoas só dá valor ao que tem quando o perde ….. se bem que para alguns a perda é consciente e infelizmente desejada ….. felizmente acho que sempre valorizei o que tinha e enquanto tinha ….. quero acreditar que sim ….. aquele comentário do filhão reforça a minha ideia que sim …..
 

Limpar a cabeça


Muitas vezes quando estamos demasiado mergulhados num problema, uma pequena pausa faz maravilhas pois permite-nos libertar momentaneamente a mente e voltar ao problema de uma outra forma. Uns param para fumar, outros para ver televisão, outros para um café e outros ainda para conversar sobre esse tema ou outro qualquer com outra ou outras pessoas. O fundamental é o mesmo, ou seja, desviar a atenção e o pensamento viciado e tentar ganhar uma nova visão ….. pode ser melhor ou pior, mas pelo menos certamente terá o condão de ser diferente.

Mas isto aplica-se tanto a um problema como a uma série de situações na nossa vida. Por mais que consigamos aguentar um ritmo intenso, seja de trabalho ou de situações pessoais, a verdade é que a mente vai ficando viciada numa série de pressupostos, dificuldades ou raciocínios, o que não permite chegar a conclusões ou afirmações muito diferentes. É como fazer um bolo sempre com os mesmo ingredientes ….. pode ficar ligeiramente diferente, mas nunca totalmente diferente.

Existe um ditado adaptável que é “dar um passo atrás para depois dar dois em frente”, e muitas vezes é isso mesmo. Podemos perder um tempo que achamos precioso para limpar a cabeça ou ganhar uma nova visão, porém, grande parte das vezes isso permite-nos depois avançar mais depressa ou, na generalidade das vezes, melhor. Não é sempre assim, é certo, mas acredito que seja maioritariamente assim.

E se assim é, porque não o fazemos mais vezes? ….. acho que em determinadas alturas estamos tão embrulhados que precisamos de esgotar a nossa capacidade para o perceber.

Meditei muito em escrever este post, uma vez que na sua essência dizia o mesmo que o “Uma pausa, apenas por dizer que este fim-de-semana fiz o mesmo mas em família ….. apenas uma ideia ….. para quem estiver demasiado “embrulhado”, meditar se não precisa de uma pausa ….. seja como a fiz em 2009, seja como a fiz agora em 2013 ….. uma pausa.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que sentimos, pensamos e dizemos

 
Apesar de dizermos que a maioria das nossas ações são pensadas, alguns dirão mesmo ponderadas, a verdade é que a emoção controla as nossas ações. Por mais cerebral que seja o nosso raciocínio, o que nós sentimos no fundo estará sempre a condicionar-nos. Baliza o que é a nossa razão, ou pelo menos, os parâmetros pelos quais tomamos decisões.
 
Quantas vezes damos por nós com um sentimento específico em relação a uma questão, em consciência sabemos que não queremos decidir com base na emoção e depois, acabamos por dizer outra coisa completamente diferente?

domingo, 29 de setembro de 2013

De volta á escrita publicada


E depois de muito tempo em que a escrita foi um ato pessoal, com muitos textos a serem produzidos mas a residirem apenas no meu pc, ou pura e simplesmente serem eliminados após a sua construção, eis que este espaço voltará a ser atualizado com alguma frequência. Os textos que vou produzindo irão conhecer a luz do dia com uma maior incidência que até ao momento.
 
Este espaço que foi criado com um pretexto muito claro e definido, foi sofrendo algumas alterações ao longo dos tempos, ao ponto de hoje em dia não ter uma “linha editorial” claramente definida. A ideia para além da essência do Blog era isso mesmo, ou seja, publicar Notas e Pensamentos que me iam ocorrendo ou apenas escrever em voz alta o que me ia na alma sobre os mais diversos temas.
 
Em termos da escrita em si, já escrevi mais sobre política, ao ponto de em determinado momento ser o tema principal e maioritário, porém, a filha de uma amiga referiu isso mesmo, que apenas escrevia sobre política e optei por pouco ou nada escrever. Já me foquei mais sobre a sociedade mas fico sempre com algum receio de alguém de vir perguntar quem sou para essas avaliações, uma vez que não sou sociólogo ou psicólogo.
 
Em relação a este último parágrafo, cheguei mesmo a solicitar uma apreciação sobre a minha escrita a duas pessoas que aprecio o que escrevem e a forma como escrevem, mais concretamente a Joana Amaral Dias e o Alberto Gonçalves, porém, nunca obtive qualquer resposta às minhas solicitações. Quero acreditar que foi por serem figuras muito solicitadas, não por se acharem superiores ou o comentário ser muito depreciativo ….. em caso de dúvida, acreditamos sempre no que nos é mais favorável. É a vida.
 
No momento profissional que me encontro, onde as 40 horas semanais já ficaram para trás há muito tempo, o tempo não será muito mas este será um tempo de qualidade. Já assim o é há muito tempo mas a escrita tem acontecido, pelo que apenas se trata de voltar a publicar, o que não tem acontecido.
 
Alguns temas ou posições pessoais serão suprimidos na versão final dos textos, em que este não é exceção ….. retirei 2 parágrafos muito pessoais ….. mas a generalidade deverá voltar a ser publicado …..
 
Como diria uma escreva famosa nos filmes ….. I’m back! ….. again.

Comunicação moderna

É já um “lugar comum” dizer que as pessoas estão cada vez mais individualistas e que deixaram de falar umas com as outras. O tempo em que as famílias se sentavam à mesa e na sala á conversa, foi desaparecendo. Primeiro veio o rádio, depois acentuou-se com a televisão, não só pelo aparelho em si mas pela proliferação de aparelhos (1 por pessoa na mesma casa), estando no seu expoente máximo momentaneamente com os mails, sms e facebooks.
 
A facilidade com que se envia uma mensagem sem dar a cara, seja por vergonha, falta de coragem, comprometimento ou simples condição do momento é enorme. O medo de dizer o que se quer e ouvir o que não se quer é grande e, as novas tecnologias vieram proporcionar a escapatória perfeita. A figura de amigos e mesmo casais à mesa de um café ou restaurante a enviar mensagens, cada um concentrado no seu aparelho, é um cenário cada vez mais banal.
 
Mas a quebra de comunicação não se fica apenas a nível pessoal. E isso é porque não estamos a falar de um evento apenas, mais sim resultado de um enraizamento de uma cultura. E o que acontece ao nível pessoal, é em tudo similar ao nível profissional, o que é normal pois são as mesmas pessoas.
 
Em termos profissionais, os assuntos deixaram de ser tratados logo ou o mais rapidamente possível e passaram a ser jogos de macacos, ou seja, envia-se um mail para alguém e acha-se que o assunto está encaminhado ….. que a nossa responsabilidade passou para quem o recebe. Quantas vezes nos acontece nos tempos que correm de perguntar a alguém como está determinado tema e o resultado é ….. “já enviei um mail”.
 
É inegável que as novas tecnologias ajudam mais do que prejudicam, mas o uso e abuso do mail está a tornar-se prejudicial. Alguns assuntos que podem ser explicados e tratados nada mais são que um item numa lista de itens. E ao contrário do passado, existe uma expectativa que as pessoas estão sempre acessíveis via telefone e mail, mas isso pode não ser verdade ….. e gera-se um gap entre a perceção de quem necessita de algo tratado e de quem tem de tratar.
 
Cada vez comunicamos menos ….. existe muito mais informação, muito mais troca de informação mas muito menos comunicação. Infelizmente, diga-se.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Apenas um momento

Das boas memórias que retenho da minha infância, muitas estão relacionadas com a minha avó materna. A minha avó Paulina. Ao escrever estas linhas tomo a consciência que nada falei dela até ao momento neste blog. Talvez seja por querer reter essas boas lembranças apenas para mim ….. talvez para não me expor demasiado, se é que isso é possível depois de tudo o que já aqui escrevi ou o propósito inicial deste blog ….. enfim ….. adiante ….. da minha infância retenho centenas de histórias contadas, algumas esquecidas no subconsciente até um determinado momento ou acontecimento ….. este é um desses momentos ….. esta é uma dessas histórias.

A história que vou contar é sobre um frade Franciscano, se calhar até com mais impacto pelo Papa que temos ….. mas é apenas uma história que acontecimentos recentes me trouxeram à memória. Como não me lembro do nome do frade, apenas me irei referir a ele como frade ….. o tempo apaga várias coisas, nomeadamente alguns pormenores …..

“Havia um Frade que era reconhecido pela sua bondade. Não havia naqueles tempos ninguém que fosse reconhecidamente mais humanitário na terra. Todos os mendigos das várias aldeias em redor tinham roupa arranjada por eles, comiam das graças que ele conseguia e não havia nada que tivesse ao alcance dele que ele não fizesse me prol dos outros ….. um episódio que se passou mostrava a abnegação que tinha. Certo dia, encontrando um moribundo no vão de uma escada para os seus últimos momentos, o Frade decidiu dar-lhe todo o conforto que poderia proporcionar, perguntando-lhe mesmo se tinha algum último desejo que gostasse de ver cumprido. O moribundo que presumo que tenha tido uma vida faustosa, apenas pediu ao frade um último pedaço de presunto ….. apenas isso.

O Frade percorreu a vila de porta em porta pedindo ajuda para cumprir esse último desejo, não tendo porém encontrado ninguém que o pudesse ou quisesse satisfazer. Ao voltar para junto do moribundo, triste e desolado, passou por um quintal onde estava uma pequena vara de porcos. Agindo mais rápido que o pensamento, sacou da sua faca e cortou a perna ao primeiro porco que apanhou. Dada a sua humanidade, não o matou, apenas extraiu o que precisava, a sua perna. E correu a toda a velocidade para junto do moribundo, rezando para ainda o encontrar nesta vida. E conseguiu. Ao servir aquele pequeno pedaço de carne ao moribundo, recebeu um singelo obrigado e nesse mesmo instante, aquela alma partiu com um sorriso nos lábios.

Como na vida nada é eterno, eventualmente acabou por chegar o dia em que o Frade também ele recebeu o chamamento divino. E também ele partiu com um sorriso nos lábios. Chegado às portas de S. Pedro, ele sabia que as suas ações terrestres seriam julgadas, mas ele tinha plena consciência de todo o bem que havia feito. E foi com naturalidade que na balança entre o bem e o mal, viu os pratos penderem para o lado do bem. Ele eram roupas, comida, bebida, valor, etc, etc, etc. Passado algum tempo e uma enorme pilha, a balança tocava com o prato do bem completamente no chão, o que o deixou com um enorme sorriso, satisfeito por todo o bem que havia praticado, porém, sem que nada o pudesse prever, o outro prato começou a ganhar peso ….. e peso ….. e peso ….. até que ambos ficaram completamente equilibrados. O Frade estava em choque. Que mal poderia ele ter praticado para se sobrepor a toda uma vida de bem?

Quando ambos os pratos da balança pararam de se mexer, o Frade olhou para o prato do mal ….. e toda a sua expressão mudou ….. no fundo do prato estava apenas uma única coisa ….. um pequeno bacaro que se esvaia numa poça de sangue e a quem tinha sido cortada uma perna ….. e o veredicto foi breve e bruto ….. as portas do céu estavam vedadas ao Frade.”

Às vezes todo o bem que fazemos é consumido por um momento de desnorte ….. o juízo da balança é medido não pelo tamanho de cada um dos pratos, mas pelos olhos de quem os avalia ….. sejam esses olhos os nossos ou de outros.

PS – Tal como o nome do Frade, vários pequenos pormenores da história são já invenção minha para completar eventuais lacunas de memória, mas o sentido da história mantém-se inalterado. É o que é.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Procura-se “Mimo”


Há muito tempo atrás, uma amiga enviou-me um texto que publiquei como “Procura-seAmante. Reli hoje este texto e continuo a concordar inteiramente com ele ….. mas acrescento um pequeno texto gémeo …..  “Precisa-se Mimo”.

Por mais Adamastor que sejamos, haverá sempre momentos de fraqueza ou em que vacilamos nas nossas convicções. No meio da tormenta, quando o cansaço é grande, todos procuramos ter um porto seguro para descansar um pouco, ou conseguir fugir à borrasca.  Por mais forte que sejamos, dúvidas todos teremos e é nessa altura que precisamos de mimo. Sem pieguices ou lamechice,  um conforto é muitas vezes apenas aquilo que precisamos.

Um mimo é muitas vezes equivalente ao efeito de um desfibrilador ….. é a recarga que precisamos ….. apenas isso ….. é o que é!

segunda-feira, 11 de março de 2013

No silêncio da noite

 
Às vezes a noite parece que não tem fim. Sozinhos em nossos pensamentos, perdidos num mar de lençóis, tudo está e fica longe. Perdidos e encontrados. Conscientes no tempo e no local. Sozinhos. Em silêncio.
 
O ser humano tem uma necessidade natural de falar. De comunicar. Um dos testes que se faz aos futuros astronautas ou tropas de elite é deixá-los sozinhos numa fala fechada durante muito tempo. Mais cedo ou mais tarde, quase todos começam a falar sozinhos. Aquelas quatro paredes parecem o Adamastor chateado. Quatro paredes juntas com um único resultado. 
 
Às vezes a noite parece não ter fim.


sábado, 2 de março de 2013

Politicamente incógnita ou nem por isso

 
Uma das características da natureza das espécies é a sua capacidade de evoluir, porém, nem todas o conseguem fazer e, dentro da mesma espécie, isso também não é extensível a todas as “castas”. Os políticos estão na sua grande generalidade nesta última parte.

As leis são feitas muitas vezes não para o bem do país mas para prejuízo de quem está no governo, seja ele o partido que for. Por mais retórica e eloquência na sua forma de venda ao povo, essa é a realidade. O problema vem depois, ou seja, quando se apercebem que os seus rebates de consciência lhes são também prejudiciais. É o momento em que surgem os discursos de adaptação e alteração, ou aproveitamento das possíveis interpretações do Português. Parca desculpa de mau pagador.

Há algum tempo atrás foi feita uma lei que era mais ou menos consensual para acabar com o reinado dos “dinossauros políticos”, porém, o problema é que neste momento todos os partidos estão na maré de baixo e essa lei não é conveniente para ninguém. Deixou de se tratar de não perpetuar clientelismo e passou a caça ao voto de forma generalizada. Os tempos estão difíceis.

A lei não dá jeito aos partidos logo, há que distorcer a lei ou a sua interpretação. Em tempos idos, era notícia uma famosa compra de uma vírgula num texto de lei. Hoje que falta dinheiro e todos precisam, o Português volta a ser lido como dá mais jeito.

A questão agora não é a génese da lei. A questão agora é se o texto é “Presidente de Câmara ou “Presidente de Câmara” ….. passou-se do essencial ao acessório. Dito de outra forma, a mãe é conhecida ou incógnita? ….. quando se diz “Filho da p…”, estamos a identificar claramente a mãe em causa, porém, se dissermos “Filho de p… “, já pode ser qualquer mãe, logo incógnita, logo inimputável.

A nossa classe política está neste estado ….. toda ela.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O tempo do tempo


Tudo o que tem um começo, tem um meio e um fim. Em termos de marketing, a curva representativa do ciclo de vida de um produto é basilar para a escolha do investir/desinvestir, sendo que alguns produtos âncora vão-se mantendo ativos por um período de tempo maior ou menor. Mas chegará o momento de serem retirados. Tudo tem o seu tempo.
 
Quando o começo tem uma aceitação muito grande, precisa de pouco ou nenhum investimento. É como muitas fases de namoro, ou seja, apenas se vêm as virtudes. À medida que a excitação da novidade desaparece, começam a aparecer os pequenos defeitos e posteriormente a inadequação a este ou aquele fator. É o momento em que começa verdadeiramente o investimento, ou seja, ou se vai adaptando o produto e promovendo as suas virtudes, ou o tempo vai corroendo a ideia inicialmente criada de beleza e perfeição.
 
É nesta fase que aparece o termo maturidade. Para que o produto se mantenha no topo, é preciso que o mesmo se vá adaptando ao passar do tempo e que quem o utiliza, tenha a perceção clara dos ganhos que tem aquela relação de estabilidade. Tem de haver um sincronismo entre a oferta e a procura, mesmo que seja numa relação fechada.
 
Com o tempo, e por muito bom que o produto em si seja, já deixou de ser novidade, ou seja, tem de possuir argumentos para resistir a outras novidades mais evoluídas ou apenas diferentes, ou ser capaz de manter o interesse e perceber as necessidades de quem “compra”. E é aí que os produtos mais falham e entram na sua fase de declínio. Ficam presos ao que foi o seu passado e ao não investir, são vitimas da equação fundamental de qualquer investimento ….. ganhos passados não são garantia de ganhos futuros.
 
Toda a relação, seja comercial ou social, tem um padrão distinto ….. apenas mantemos o investimento naquilo que nos trás algum tipo de retorno. Se a relação não for equilibrada, entre o que recebemos e o que gostaríamos de receber, por mais investimento que exista da parte do produto o resultado será inevitavelmente o mesmo ….. o ocaso e eventualmente o esquecimento. Vitimas da pirâmide de Maslow, a equidade perde-se. Termina.
 
Sempre foi assim e sempre será ….. o tempo do tempo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Falta de respeito sindical

 
Em determinada altura da revolução industrial os sindicatos desenpenharam um papel de relevo, podendo mesmo ser considerados uma peça fundamental desse período histórico, tanto na humanização do trabalho como no seu desenvolvimento, porém, hoje em dia, são apenas um empecilho, ou melhor, um estorvo para todos.

É difícil lembrar-me de uma greve que considere justa nos dias que correm ….. melhor ainda, nos últimos 4 anos, para não recuar mais. Percebo a indignação e até compartilho muitos dos sentimentos e motivos, mas isso não chega para as legitimar. Como se justifica uma greve que gera milhares de euros de prejuízos em empresas com prejuízos de milhões ….. e sendo empresas públicas, somos todos os que as pagamos.

A última greve foi contra a privatização de parte de uma empresa, a não contratação de mais motoristas para um quadro já excessivo e o fim dos previlégios de passes para mulheres e filhos que mais ninguém tem ….. à luz de que argumento isto pode ser sustentável? ….. e recusando-se aos serviços mínimos, quando os utentes que lhes pagam os ordenados já pagaram os passes e têm de gastar mais dinheiro em transportes alternativos ou perder um dia de trabalho, com o prejuízo material que isso acarreta. Inadmissível!

A partir do momento que os sindicatos tudo fazem para prejudicar a população em geral, opondo-se aos serviços mínimos e incentivando o seu desrespeito, perdem qualquer legitimização para o que quer que reinvindicam. Isso torna-se aos olhos da população irrelevante. Os trabalhadores são tão ou mais responsáveis que os sindicalistas. Não têm respeito pelos demais, pelo que não podem pedir aos mesmos demais que os percebam e os apoiem.

Esta semana vários trabalhadores foram dispensados do porto de lisboa ….. o sindicato logo veio dizer que era resultado da lei que combateram durante mais de 4 meses em que se recusaram a trabalhar ….. e o movimento do porto caiu 60%, ou seja, há menos trabalho. Se há menos trabalho, qualquer um excepto os visados diram que são precisos menos trabalhadores ….. a matemática é simples e lógica.

Um dos maiores dirigentes sindicais que pede várias vezes a demissão do governo e vários ministros por tudo e por nada, alegando qualquer motivo é obsceno e que qualquer pessoa de bem se devia demitir, veio a público tecer comentários rácistas. Repito, comentários rácistas. E a sua atitude ….. apenas depois de fortemente atacado é que se sentiu obrigado a expressar algo vagamente parecido a um pedido de desculpas ….. e logicamente não se demitiu ….. faz o que eu digo, não faças o que eu faço.

Quem quer respeito, tem de se dar ao respeito.


Reflecções

 
Às vezes somos obrigados a parar para pensar. Mesmo quando gostamos de o fazer com alguma frequência, olhamos para trás e descobrimos que não o temos feito. Tal como numa viagem que a determinada altura “acordamos” e não nos recordamos de estar “consciêntes” à vários kms, sem qualquer memória do percurso percorrido, assim acontece com os nossos pensamentos. Adormecemos. Não reflectimos.
 
Faz bem parar e pensar ….. seja profissionalmente seja sobre a nossa componente pessoal ….. é bom rever as nossas decisões e atitudes ….. reflectir se tomámos as melhores atitudes ou se poderiamos ter feito mais ….. ou apenas diferente.
 
Ter de ensinar um filho é algo enriquecedor em vários aspectos, sendo que um deles é que ao reflectir nos bons princípios que queremos transmitir, nos possibilita reflectir sobre nós próprios ….. olhar para o nosso umbigo ….. faz bem.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Brincadeiras


Independentemente das possibilidades que cada um tem, a verdade que as coisas que nos dão prazer não são necessariamente as mais caras. Assistimos a isso muitas vezes com as crianças e, à medida que vamos crescendo, acabamos por nos aperceber disso em nós próprios. 

Hoje na florista, havia uma criança que se divertia com a esfregona da loja, aproveitando assim da melhor forma o tempo de preparação das flores para a mãe e avó. Embalada com a deixa da florista, a mãe enalteceu as capacidades da criança em brincar com as coisas simples, como a esfregona e o aspirador, apesar dos brinquedos todos que tinha. Esta história nós já assistimos com os nossos, sejam filhos, sobrinhos ou amigos. É um clássico.

Cá em casa são os electrónicos que ganham ….. a simplicidade há muito que se rendeu á tecnologia ….. infelizmente e para tristeza minha. O filhão apesar de ter 2 cães lindissimos, perde-se na caixa que mudou o mundo, aliada daquele paralelepípedo grande com comando. E os animais ficam pávidos e serenos a dormir ao pé dele. Infelizmente.

Ontém foi o cúmulo dos cúmulos ….. estando os 4 no sofá, havia um agarrado á tecnologia e 3 em “guerra” a acabar de estragar o sofá ….. 10 lambidelas e 3 dentadas depois, posso dizer que ganhei a luta ….. mas também, as 3 dentadas foram minhas J ….. LOL

A vida é cheia de coisas simples e que dão muito prazer quando as sabemos apreciar ….. e é tão melhor quando as disfrutamos que quando as choramos porque as perdemos …..

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Isto se calhar vai doer

 
Sabemos há alguns meses que o agravamento de impostos em 2013 vai ser “brutal”. Sabemos há uns meses que vamos ficar sem o equivalente a um subsídio. Sabemos há uns meses que mesmo com a distribuição de um subsídio pelos 12 meses, o valor disponível será menor.
 
Saber, até sabemos ….. mas quantos efectivamente se prepararam para isso?
 
Refazer e reduzir os gastos mensais voluntariamente é uma tarefa difícil. Quem muito tem, muito gasta e quem pouco tem, pouco tem para cortar, porém, quer uns quer outros têm de o fazer. E agora?
 
A generalidade apenas refaz o seu orçamento quando deixa de ter dinheiro disponível, seja pelo aumento dos impostos, por perca ou redução de emprego ou um gasto/empréstimo para uma despesa grande não prevista. Mas demora o seu tempo ….. quase todas as despesas não se cortam de um dia para o outro.
 
Quantos é que foram cortando no que ainda têm de superfolo, ou reduzindo os gastos essenciais para uma realidade de menos dinheiro disponível no final deste mês?
 
Isto se calhar no final de Janeiro e especialmente em Fevereiro vai doer …..