sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Uma última vez

“Todos os cogumelos são comestíveis ….. alguns apenas 1 única vez”

Ontem faleceu mais uma pessoa conhecida e familiar. Depois de uma vida de enormes dificuldades, todos os problemas conduziram a problemas cardíacos e, depois mais um episódio de enorme stress, o coração cedeu ….. foi a última preocupação ….. acabou.

Podemos saber que tempos contas para pagar e que em breve a idade da reforma passará para os 67 anos ….. e depois 70 ….. e que no emprego não nos dão o valor da nossa ausência como em casa, mas a verdade é que andamos sempre em stress ….. cada vez mais ….. efeitos da sociedade moderna, mas uma realidade. Não queremos falhar.

De tempos a tempos a natureza chama-nos á razão ….. vemos nos outros os efeitos que sabemos acontecerem, mas achamos que não nos irá acontecer ….. ou estamos preocupados demais para avaliar o resultado ….. até determinados eventos acontecerem.

Por motivos de responsabilidade com terceiros, nomeadamente financeiras e familiares, vamo-nos chateando e irritando ….. e vamo-nos enervando ….. até uma última vez.

Não podendo chutar tudo para o ar, a verdade é que as preocupações têm de ser doseadas e a vida vivida ….. apreciado o que de bom podemos extrair dela, seja isso hoje, amanhã ou apenas um dia ….. aproveitando os bons momentos possíveis de ter e tentando valorizar apenas o que é importante.

Preocuparmo-nos para além do limite tem quase sempre o mesmo resultado ….. espero estar a interiorizar mais as minhas próprias palavras! ….. podemo-nos enervar ….. apenas que uma dessas vezes será a última.

“Olhem sempre para o lado FIXE da vida!” …..

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Queimar fusíveis

Grande parte do nosso dia é passada no trabalho. Começamos cedo, muitas vezes nem almoçamos convenientemente e ficamos até tarde, deixando os filhos em colégios ou com tios, avós ou outras pessoas após o horário escolar.

Muitas vezes não satisfeitos com isto, ainda levamos os problemas e as preocupações para casa, afectando aqueles a quem queremos bem. Vários são os que conseguem dormir sem se que este tipo de preocupações afecte, outros, pura e simplesmente deixam de conseguir descansar. Por mais que queiram, a mente não pára.

Devíamos ter um botão para desligar ao sair do escritório e voltar a ligar quando lá chegamos no dia seguinte …..

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Baixa

Desde sempre ouvi dizer que a melhor baixa era por motivos psicológicos. Na prática é uma baixa que qualquer um finge, e que qualquer médico ou acredita ou finge que acredita, já para não afirmar outras coisas. E devido á sua natureza, permite a quem está de baixa poder se movimentar livremente.

Aparentemente a Manuela Moura Guedes tem um esgotamento e estará nesta condição. Por acaso faz tudo para aparecer em tudo quanto é sítio, seja de dia ou em festas nocturnas ….. e até se dá ao luxo de exigir ser ouvida mas não pode ser a primeira a falar. Apesar de estar de baixa, pode acompanhar o processo “Face Oculta”. Como é que alguém nestas condições estaria em condições de semelhante acto?

Esta “baixa” faz-me lembrar quando um ex-jogador do Benfica era fugitivo da justiça Portuguesa e esteve a estagiar no Algarve sem problemas. Todos sabiam que ele lá estava, assunto massivamente apresentado pelos jornais desportivos, com excepção da nossa polícia. Também a Manuela aparece em tudo quanto é local, sendo do conhecimento dos jornais e da justiça, com excepção dos delegados que investigam as baixas fraudulentas.

Ela que tanto fala em dois pesos e duas medidas, faz exactamente isso, ás custas dos impostos de todos nós. Estranho …..

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Em standby

Vivemos neste momento um clima de impasse político. Após semanas de avanços e recuos em várias vertentes, chegamos a uma situação de standby de decisões. O xadrez político está com as peças espartilhadas e qualquer jogada de ataque é possível. Estamos numa fase de contagem de “espingardas”.

Por um lado temos um primeiro-ministro que comprovadamente mente ao país e aos órgãos de soberania, tal como a Assembleia da República. Na prática, é quase irrelevante pois enquanto político, assumimos sempre que se der mais jeito, ele mente. E são todos iguais. Ainda recordo as afirmações do então ministro Morais Sarmento sobre a RTP. O que um político diz só é verdade se publicado em Diário da República ….. e mesmo assim, pode sempre ser revogado.

Face a um cenário destes, obviamente o PM deveria demitir-se ou o PR o demitir, porém, estamos numa situação de crise tão grande que ninguém quer que ele se demita, por mais que minta. O PR por sua vez não o pode demitir porque o seu partido vai a eleições, ou seja, só depois de haver um novo líder com um ou dois meses é que poderá demitir o governo para dar uma mão ao seu partido, mas aí já poderá ter passado esta fase. Por muita vontade que ele tenha, é que não pode mesmo deitar o governo abaixo ….. deve ser cá uma azia para aqueles lados!

O cenário de faz-de-conta atinge hoje em dia tamanhas proporções, que até o ‘The New York Times’ noticiou ontem que os bancos de Wall Street ajudaram alguns países europeus, em especial a Grécia, a ultrapassarem os limites de endividamento impostos por Bruxelas na última década. Em plena crise, a mentira continuou a imperar ….. a bem de uma pseudo-estabilidade, manteve-se tudo em standby.

Veremos o que irá acontecer nas próximas duas semanas.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Ironias do destino

O destino às vezes funciona por desígnios estranhos. Lembro-me sempre de um jogo em que o melhor jogador em campo falhou o penalti decisivo. Poderia ter saído em ombros, marcado para sempre de forma positiva na história do clube, porém, quis o destino que fosse de forma diferente.

Não vou procurar razões onde apenas a filosofia impera ….. isso fica para pessoas como a Joana Amaral Dias ….. apenas observo e constato como a vida algumas vezes pode ser muito estranha ….. escrita por alguém com um sentido de humor cínico e perverso ….. no mínimo.

Certos momentos, frases e comemorações carregam sentimentos positivos e negativos, misturados num cocktail de emoções ….. ficamos na dúvida se os devemos encarar pelo lado positivo das lembranças, ou negativo pelo que quer que seja ….. é difícil ….. a vida ás vezes é madrasta ….. irónica e cruel.

Um dia é apenas o que é ….. um dia.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando a palavra nada vale

Há 2/3 séculos atrás, a palavra era uma questão de honra. Obviamente que mentirosos sempre os houve e haverá, porém, a noção estava lá. Eram efectuados negócios apenas baseados na palavra e um aperto de mão. Hoje em dia a palavra vale muito pouco.

Esta semana tivemos duas pérolas dos nossos políticos, tanto do PSD como do PS para que um não fique a rir do outro. A honra banalizou-se a uma mera figura de retórica. Não só nada vale, como já ninguém liga.

Do lado do PSD tivemos um candidato a presidente do partido que, após ter há poucos meses dito que não era candidato e iria honrar o seu mandando europeu, assim como aparentemente terá dado o seu apoio e palavra a outro candidato, deu o dito pelo não dito. Sabendo que o mais forte candidato iria falar na 6ª-feira, que por acaso é o visado anteriormente, retornou ao país mais cedo apenas para fazer a sua candidatura 2 dias antes.

Todo o seu discurso erróneo apresentado na prática nada diz e nada configura senão uma traição a um colega e/ou amigo e mais uma desculpa esfarrapada de um político. Se não é as condições socioeconómicas, é uma questão de urgência e dos mais altos valores do país ….. engraçado a abnegação dos nossos políticos pelo país ….. nunca é um desejo pessoal ….. curiosidade.

Do lado do PS, que por acaso é governo, o caso é mais grave. Se tivermos em consideração a linha temporal dos acontecimentos, chegamos á conclusão natural que o primeiro ministro sabia antecipadamente do negócio da TVI ….. o que naturalmente teria de saber devido á sua golden share ….. e como tal as suas afirmações ao parlamento de que nada sabia não eram verdade.

A palavra hoje em dia pouco ou nada vale ….. ou é mentira logo á nascença ou vem com um período de validade ….. demasiado dependente dos acontecimentos ….. frequentemente dependente dos acontecimentos ….. especialmente em política.

A relatividade da segurança

Por natureza o ser humano é algo avesso á mudança. Qualquer tipo de mudança. A generalidade é assim. Agarramo-nos á segurança da realidade que conhecemos e ponderamos o risco do incerto, do desconhecido. E tardamos a assumir o risco de mudar ….. mesmo sabendo que podemos ter muito a ganhar ….. temos medo da segurança do que perdemos ….. nem que seja apenas o saber com o que contamos.

No tempo dos nossos avós, por exemplo, assumia-se que os empregos eram para toda a vida. Aos poucos e poucos, essa noção foi-se ajustando á realidade, sendo muito provável que no futuro sejamos maioritariamente todos meros tarefeiros com períodos de trabalho/tarefas muito claramente definidos.

Embora sabendo que o emprego garantido já não existe, continua a ter a sua “segurança” psicológica. E graças a essa noção, certa ou errada, vamo-nos muitas vezes mantendo ao modelo que conhecemos. É humano.

Decidir que queremos mudar é efectivamente um passo, porém, medir o peso da decisão, especialmente quando envolve muito mais para além de um mero salário, afectando várias pessoas de forma directa ou indirecta é algo que deve ser levado muito a sério e devidamente pensado e amadurecido.

É uma fase que nos leva a meditar muito sobre todos os nossos aspectos da nossa vida. A parar e pensar. Pesar vários aspectos reais e concretos. Nesta equação é também necessário pensar quer a médio/longo prazo do que queremos da nossa vida e, algo que nos esquecemos por vezes, o custo do não arriscar. Ou seja, o impacto de viver uma situação desconfortável ou monótona pode fazer á nossa vida e com isso o impacto negativo que iremos ter naqueles que nos rodeiam. Causa e efeito.

Em tempos ouvi uma expressão em que muitas vezes penso: “O apaziguador é o que vai alimentando o leão com esperança de ser apenas comido no fim”. Ao mudar, podemos perder muito, ás vezes materialmente, outras emocionalmente e na generalidade das vezes familiarmente ….. mas não mudar pode ser apenas um mero adiar do inevitável.

Boa ou má, a situação que vivemos dá-nos uma certa segurança, mas ela existe mesmo? Será que essa pseudo-segurança nada mais é que o nosso desejo de ter segurança?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Casa das malucas

O problema de opinar antes de se conhecerem os dados todos é que podemos estar a cometer um erro ao atacar ou defender alguém. A nossa opinião é dada sobre o que se conhece, o que pode não corresponder á realidade.

Num momento que deveria ser de serenidade, quando nos encontramos sobre a atenção internacional pelos maus motivos, deveria haver um pouco mais de contenção ao colocar lume na fogueira. Ficamos de uma forma geral divididos entre a sensação de haver uma orquestração para destruir o Socrates e, uma evidência cada vez maior sobre a sua integridade.

Num país com um défice de 9,3%, com as empresas de ratting sedentas de motivos para nos penalizar ainda mais, temos toda a oposição a legislar acréscimos de despesa e nada em relação a aumentos de receita ….. pouco popular, eu sei. Chegámos ao cúmulo de todos juntos defenderem o que o país inteiro considera indefensável …..mais dinheiro para o buraco da Madeira …..depois de anos e anos a todos maldizerem o regime ditatorial do homem, todos se juntam para lhe dar mais dinheiro ….. que por acaso não temos ….. alguém só pode estar louco.

Depois de milhões gastos numa comissão para descobrir o que se passou com o BPN/Banco de Portugal, que obviamente nada descobriu ou definiu, vamos partir para outra loucura ….. existe ou não tentativa de controlo das notícias pelo governo? Meses e meses de má publicidade em perspectiva ….. alguém só pode estar louco.

Se alguém tem provas de que o Socrates é corrupto, que as apresente de uma forma clara, senão, lembrem-se que ao tentar levar o seu nome para a lama, mereça ou não, estão também a levar o nome de Portugal para a lama.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A falta de coerências dos inúteis

Uma das minhas batalhas enquanto pai é tentar incutir ao meu filhão a noção de coerência. Várias vezes o advirto que não pode dar uma resposta porque no momento lhe convém, sem meditar na mesma, uma vez que mais á frente terá de ser coerente com essa mesma resposta ….. ou sofrer as consequências.

Embora esta regra seja uma referência, todos sabemos que existe uma classe a quem não se aplica ….. os políticos. Num passado recente, o José Sá Fernandes não passava de um pequeno “Zé Ninguém” que procurava os seus 15 minutos de fama, e qual Calimero, qualquer oportunidade era boa.

A sua oportunidade surgiu quando se agarrou que nem lapa às obras do túnel do Marques do Santana Lopes. Com o pretexto dos estudos de impacto ambiental, conseguiu aparecer várias vezes na TV e jornais, mesmo que para isso tenha custado ao erário público vários milhões ..... tal como todos sabiam, naquele caso era apenas um pormenor ….. e o túnel acabou por se fazer ….. muitas centenas de euros mais caro e com um prejuízo enorme para quem teve de procurar caminhos alternativos. Mas ele andava feliz e contente.

Hoje são os moradores do Príncipe Real que receberam garantias de um vereador e sem que qualquer estudo de impacto ambiental fosse efectuado, meia centena de árvores desapareceu. Dito assim parece um assunto propício para o campeão das regras ….. o Sá ….. esse mesmo que tanto gritou e esperneou para TV ver ….. e acredito que devido ao seu enorme gosto por Lisboa o teria feito ….. não fosse ele o causador desta manifestação dos locais. Aparentemente eles não colocaram nenhum providência cautelar às obras por terem recebido garantias do Sá ….. agora também eles sabem o que vale o José Sá Fernandes.

Se os nossos políticos fossem coerentes e não oportunistas, teríamos uma melhor consideração pela classe. Esta seria capaz de captar com mais facilidade bons elementos e não Sás desta vida. Portugal ficaria a ganhar. Os habitantes do Príncipe Real ainda teriam as suas árvores.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Belas Contas

Quem por norma cria um orçamento sabe que na realidade está a gerar um Acto de Contrição de Fé. É impossível, com a antecedência muitas vezes de 3 a 6 meses, saber o que se irá passar num ano inteiro que se segue, porém, não é expectável ou aceitável um descontrolo como o nosso Orçamento de Estado.

Por mais explicações que o ministro Teixeira dos Santos dê, é impossível de justificar como é possível começarmos o ano com a expectativa de que seria difícil não passar os 3%, para chegarmos ao verão com 5 a 6% e acabarmos o ano com 9,3%. Tamanho descontrolo não tem justificação.

Ninguém que seja sério pode cobrar o orçamento ser exacto, até porque nunca é possível prever ou acautelar convenientemente surpresas, mas o controlo e o rigor na sua execução é outra história. Quanto mais a austeridade e o rigor, melhor têm de ser os mecanismos de acompanhamento e auditoria, até porque depois não há tempo de recuperar. Básico e elementar. Numa época de crise, mais premente se torna o rigor atempado.

Depois do falhanço dos mecanismos do Banco de Portugal, pensava que isso teria feito disparar alguns “alarmes”. Independentemente de serem áreas e instrumentos distintos, o âmago é similar ….. os mecanismos do nosso estado de controlar e acompanhar a nossa economia. Chumbaram antes e voltaram a chumbar agora.

Como tudo isto é apresentado e gerido por políticos, com uma preocupação maior na sua “agenda política” do que no país, as únicas dúvidas que tenho é se vão ser criados melhores mecanismos de acompanhamento e se o ministro sabia ou não e decidiu nada dizer. A resposta a estas perguntas é fundamental para saber o que irá acontecer em 2010.