sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando a palavra nada vale

Há 2/3 séculos atrás, a palavra era uma questão de honra. Obviamente que mentirosos sempre os houve e haverá, porém, a noção estava lá. Eram efectuados negócios apenas baseados na palavra e um aperto de mão. Hoje em dia a palavra vale muito pouco.

Esta semana tivemos duas pérolas dos nossos políticos, tanto do PSD como do PS para que um não fique a rir do outro. A honra banalizou-se a uma mera figura de retórica. Não só nada vale, como já ninguém liga.

Do lado do PSD tivemos um candidato a presidente do partido que, após ter há poucos meses dito que não era candidato e iria honrar o seu mandando europeu, assim como aparentemente terá dado o seu apoio e palavra a outro candidato, deu o dito pelo não dito. Sabendo que o mais forte candidato iria falar na 6ª-feira, que por acaso é o visado anteriormente, retornou ao país mais cedo apenas para fazer a sua candidatura 2 dias antes.

Todo o seu discurso erróneo apresentado na prática nada diz e nada configura senão uma traição a um colega e/ou amigo e mais uma desculpa esfarrapada de um político. Se não é as condições socioeconómicas, é uma questão de urgência e dos mais altos valores do país ….. engraçado a abnegação dos nossos políticos pelo país ….. nunca é um desejo pessoal ….. curiosidade.

Do lado do PS, que por acaso é governo, o caso é mais grave. Se tivermos em consideração a linha temporal dos acontecimentos, chegamos á conclusão natural que o primeiro ministro sabia antecipadamente do negócio da TVI ….. o que naturalmente teria de saber devido á sua golden share ….. e como tal as suas afirmações ao parlamento de que nada sabia não eram verdade.

A palavra hoje em dia pouco ou nada vale ….. ou é mentira logo á nascença ou vem com um período de validade ….. demasiado dependente dos acontecimentos ….. frequentemente dependente dos acontecimentos ….. especialmente em política.