domingo, 23 de outubro de 2011

Intervalo

Nos próximos tempos este será o texto que irá aparecer no topo deste blog ..... vou deixar de publicar textos durante uns tempos ..... podem ser dias, podem ser meses ..... sem data ou objectivo ..... um intervalo.

Uma amiga dizia-me recentemente que o meu blog era uma seca ..... apenas falava de política. É verdade. Era o tema mais fácil ..... preocupa-me e faz-me reflectir ..... protege-me ..... dessa forma não tenho de escrever sobre o que também me preocupa e não quero expor ao mundo ..... a política estava a ser um fuga.

Talvez o passar daquele último marco me tenha marcado muito mais do que eu contava .....

terça-feira, 11 de outubro de 2011

De um dia para o outro

Nada na vida é certo, nem pode ser dado como certo. Não sabendo o que o futuro nos reserva, claramente não podemos deixar o viver para o “um dia .....”. A verdade é que esse dia pode nunca chegar ou, quando chega, olhamos para trás e “choramos” o que abdicamos até que ele chegasse. O que hoje é verdade, amanhã será ou não.

No mundo do futebol, a variabilidade da realidade é levada ao extremo ..... o que hoje é verdade, mais logo ao final do dia pode muito bem não ser. Nos negócios e na política estamos quase na mesma. O Dexia até há 3 meses era visto como um dos mais sólidos, tendo passado nos testes de stress com distinção. Hoje foi nacionalizado.

Para além do Dexia, podemos falar igualmente na Madeira ..... até há 1 mês atrás, tudo estava bem e as obras do Alberto eram uma referência de bem gerir. E de um momento para o outro, já vamos em 6,3 mil milhões de euros ..... mais ou menos empresa municipal ..... no caso do banco, ao menos os governos ficam com os activos.

Em termos de Portugal em si e como um todo, até há relativamente pouco tempo, os tempos avizinhavam-se difíceis mas as perspectivas eram positivas ..... hoje substituímos os muito odiados PEC por aumentos mensais de impostos sem ruído ..... mais gravosos mas aparentemente de maior aceitação popular.

Uma reportagem hoje de um jornal apresentava os factos de uma forma muito clara ..... a nossa despesa pública é 5 vezes superior aos impostos cobrados ..... não creio que existam assim tantas EDP’s para vender em tempo de crise para cobrir este buraco .....

Qual a sustentabilidade de Portugal daqui a digamos ..... 10 anos?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vira o disco e toca o mesmo

Quem tenha ouvido o discurso hoje do Cavaco Silva certamente achará que aquilo é o Presidente da Republica Portuguesa ..... mas só quem o tenha ouvido pela primeira vez na vida.

Infelizmente ..... e assim o digo pois também eu votei nele nas ultimas eleições ..... tornou-se numa figura patética. Perdeu-se nas guerras político-partidárias que tanto gosta e esqueceu-se do que é ser Presidente da Republica. Quando deve falar, cala-se ..... quando devia estar calado, fala ao lado do que interessa ..... e é de uma incapacidade de mobilizar o país atroz.

Sendo a sua principal responsabilidade o ser o garante da democracia ..... e ser o agente de motivação e mudança do país, pouco mais tem feito que receber o seu vencimento e repetir o que vem dizendo, achando que o que diz é ouvido.

O seu discurso hoje foi uma repetição do que diz há muito ..... “acabaram os tempos de ilusões” ..... “provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu” ..... “os portugueses vivem tempos de incerteza” ..... qual a novidade? ..... não estamos assim há já quase 2 anos?

Onde estava ele quando o novo governo desatou a fazer o que ele criticou o anterior e que disse que os portugueses já não aguentavam mais esforços? ..... onde estava ele quando deveria ter criticado o Alberto João e o seu discurso actual? ..... onde está ele quando o governo continua a dizer que vai fazer cortes substanciais na despesa pública e nada apresenta? ..... onde?

Se é para ir a comemorações e repetir o discurso que já fez, é inútil, desadequado, irrelevante, inconsequente e um desperdício da função que deveria representar ..... quando podemos eleger o próximo?

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A variabilidade da urgência

Na teoria, o critério de urgência deve ser aplicado apenas quando surge algo repentino, não planeado e que tem de ser resolvido o mais rapidamente possível. Podem haver várias variantes da definição, mas na essência é isto.

Quando estamos num ambiente empresarial, o conceito de urgência varia um pouco. Torna-se maleável. Em primeira instância, o que acontece muitas vezes é que os temas ficam durante muito tempo parados algures e em alguém, quando saem dessa letargia, muitas vezes os assuntos deixam de ter carácter normal para passar a urgente. Estes são a maioria e deviam ser minimizados.

A outra forma de variar a urgência de um assunto é também uma prática infelizmente comum. Todas as empresas têm as suas “quintas” e os seus “barões”, fazendo com que os assuntos aquando da responsabilidade de outros, sejam apresentados como urgentes. Mediante a entidade percepcionada como responsável, assim será a catalogação da urgência do assunto.

O critério do que é urgente transcende portanto muitas vezes o simples critério básico do que é uma urgência. Varia em critérios que transcendem o eficiente.

domingo, 25 de setembro de 2011

Cheque em branco

Uma das medidas em estudo pelo actual governo é a redução da TSU. Sem querer entrar em memórias sobre a posição do Passos Coelho quando o governo era liderado pelo Sócrates, assusta-me esta questão estar a ser tratada de forma demasiado leviana ..... como várias até ao momento.

O anterior governo também ele decretou uma medida que na teoria era óptima, mas na prática em Portugal, ninguém acreditava que resultasse ..... e não resultou. A descida do IVA nos ginásios. Obviamente que essa redução não se repercutiu nos clientes, uma vez que a tentação dos ginásios em embolsar dinheiro era imensa. Lucro fácil e directo, com justificação de decreto estatal.

Dizer que baixar a TSU fomenta que os empresários criem emprego por mero decreto é estúpido demais para ser verdade. Neste momento não há empresário que apesar de apoiar as diversas acções, não afirme estar quase na falência ..... e que os custos disto e daquilo são incomportáveis ..... que estão quase a fechar as portas. Baixar apenas a TSU é apenas dizer que tal como aconteceu nos ginásios, o estado vai-lhe dar dinheiro fácil. Sem incentivo ou obrigatoriedade de reinvestir esses montantes, o seu destino é mais que certo.

Concordo inteiramente com uma medida dessas desde que devidamente escudada, ou seja, a baixa da TSU estaria indexada á confirmação de alguns factos, devidamente balizados no tempo. Por exemplo, a criação de uma determinada % de postos de trabalho, expurgados dos postos que forem encerrados, assim como a manutenção desses mesmos postos. Alguma medida bem pensada que force ao investimento desse valor naquilo para o qual foi pensado.

Infelizmente temos de reconhecer que na sociedade actual, com especial enfoque em Portugal, a consciência social é muito baixa. Que se pensa mais no próprio bolso que na sociedade em que estamos inseridos ou na situação real do País.

Concordo com a redução da TSU, desde que não traduza num aumento de impostos que todos pagamos ..... chega de cheques em branco.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Uma praga actual

Recordo-me dos meus tempos de miúdo há muito tempo atrás ..... á realidade de hoje, quase parece a pré-história. Podíamos andar sozinhos na rua enquanto os nossos pais estavam a trabalhar. Não havia telemóveis nem outras modernices.

O sistema de contacto era dizermos para onde íamos e quando voltávamos, deixando recados em pontos estratégicos se necessário. Rudimentar mas na maior parte das vezes funcionava. Quando precisávamos algo de alguém, falávamos com essa pessoa directamente.

O que antigamente era considerado falta de respeito se atendêssemos um telefonema ou similar durante uma conversa, é hoje muitas vezes justa causa de despedimento por não interromper. Poucas são as reuniões que tenho assistido que não são interrompidas por alguém atender um telefone ou receber/enviar mensagens no BlackBerry.

E se sistematicamente respeitamos esse princípio de respeito que nos foi incutido em criança, começamos a ficar com a estúpida conotação de não atender telefonemas ..... um crime á luz da gestão moderna. E mais cedo ou mais tarde, claudicamos ..... é a nossa sobrevivência profissional que assim o exige ..... afastamo-nos dos princípios da sociedade de respeito e aderimos á sociedade moderna ..... á sociedade do .

Outro paradoxo da comunicação é outra ferramenta moderna ..... o mail. Hoje as pessoas enviam mails que passaram a ser imposições ..... nas empresas de hoje envia-se mails e considera-se que o problema está resolvido, que o macaco passou. E como o tempo de entrega desse maravilhoso monologo é muito rápido, o emissor assume que o receptor logo o recebe e logo lhe dará seguimento ..... que não é apenas mais um nos 50 ou 300 mails diários.

Hoje nas empresa modernas e no mundo de alta velocidade, dos objectivos e dos EBITDA agressivos, das taxas de crescimento orçamentadas a dois dígitos, paradoxalmente a comunicação está a perder-se. Deixámos de comunicar ..... debitamos informação e problemas ..... passamos “macacos”.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O último marco

Imagine-se que em determinada altura decidimos fazer uma viagem. Pegamos no mapa e desenhamos o destino, assim como alguns pontos estratégicos em que queremos passar. Preparamos o barco e arrancamos viagem ..... e o passeio é maravilhoso ..... tudo corre na perfeição ..... melhor que o argumento de um qualquer filme.

Mas vindo do nada aparece uma tempestade ..... e com muito custo conseguimos passar mas com danos evidentes no barco ..... e mais á frente aparece uma nova tempestade, que nos tira completamente do destino que ansiávamos ..... completamente fora de rota .... não mais é possível chegar ao destino sonhado no início da viagem. A viagem termina aí.

De todo o mapa, rotas e sonhos, nada mais sobra que um marco algures mais á frente no horizonte visível. E dia para dia, esse marco fica mais perto. Todo o percurso sonhado que já não existe encontra-se reunido nesse último marco ..... e cada dia fica mais perto ..... e mais perto ..... até que chegamos a ele ..... o último marco ..... atingido e falhado por 2.400 kms.

E todos os sonhos e anseios passados materializam-se nesse pequeno ponto. O último marco foi atingido.

E passado esse ponto, nada mais existe que um imenso oceano ..... uma longa linha no horizonte ..... apenas o vazio.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Brincadeira de crianças

O PS e o PSD andam entretidos em brincadeiras ..... sem qualquer aplicação prática, apenas brincadeiras. E a comunicação social entretém-se e tem notícias para passar.

A troca de galhardetes nestes dias passados e nos que se seguem é obviamente sobre a Madeira. O PS quer saber se o PSD retira ou não a confiança política ao Jardim ..... e então?

Os políticos gostam muito das brincadeiras no seu recreio. Temas supérfluos e que apenas interessam aos que se digladiam ..... mas que em bom rigor não interessam para nada ..... senão vejamos, qual o resultado prático do Passos Coelho retirar ou não a confiança política?

Para um Madeirense, o que lhe interessa é a região e não se o Alberto tem ou não o que quer que seja do governo ..... excepto os milhões que ele sistematicamente saca, claro ..... ele já insultou inclusivamente o Cavaco com o “Sr. Silva” e nada lhe aconteceu ..... escondeu desde 2004 ..... repito, 2004 ..... uma dívida que neste momento ascende a quase 1.700 milhões de euros e o resultado qual é ..... os habitantes do continente irão pagar a factura e no máximo a Madeira leva uma “multa” de 25.000 € ..... mas a obra está lá. E os impostos que lá forem taxados ficam lá.

Relembro que depois do primeiro buraco de 500 mil euros, o Alberto disse no dia seguinte que ia pedir ajuda ao governo e no dia a seguir estava a dizer que já podia adjudicar mais obras públicas ..... impunidade total e absoluta.

Vejamos os últimos exemplos ..... o PSD retirou a confiança e apoio ao Isaltino Morais que entretanto foi condenado a pena efectiva de 8 anos e ..... ele ganhou as eleições. Face á obra apresentada, a população de Oeiras fechou os olhos ao milhão que ele “ganhou”. O PS não pode cantar de galo pois tem a Fátima Felgueiras ..... igualmente condenada e igualmente eleita. O povo aceita que seja roubado se lhe poder “tocar” alguma coisa ..... infelizmente os nossos valores são estes mesmo.

Para um habitante da Madeira o que interessa é que o Alberto “saca” milhões ao continente e faz o que quer do governo e presidente ..... se tem ou não confiança é irrelevante ..... o PSD Madeira nem do PSD é ..... o PSD Madeira é do Alberto.

Mais do que confiança ou o que quer que seja, o que como Português queria saber é como é que se garante que outras situações semelhantes não acontecem lá, nos Açores ou em qualquer local do continente ..... que isto não se repete em Portugal. Não quero saber de multas irrisórias ou confianças á posteriori ..... o que quero é que isto não aconteça.

Um inergume fez-nos fazer figura de parvos, burros e desonestos na Europa e no Mundo ..... e os “crescidos” entretêm-se com brincadeiras de criança ..... de virgem ofendida ..... tenham dó! ..... garantam é que isto não se repete!

domingo, 18 de setembro de 2011

Mais um Hoje

Hoje seria mais um dia de festa ..... a Ana faria 40 anos ..... faria .....

Para quem conheceu e privou com a Ana não vale a pena descrever a pessoa extraordinária que era, a alegria natural que emanava e a força de viver que tinha ..... para os restantes, qualquer descrição era uma pálida imagem da realidade e o que escrevesse ficaria sempre aquém do que ela realmente era ..... era.

Era uma mulher extraordinária ..... era ..... faria 40 anos hoje ..... faria .....

Quando vejo pessoas a desanimar com a vida que têm e com as dificuldades que passam, vem-me sempre á memória a vontade de viver da Ana que foi completamente ceifada. Acho que no mínimo que seja por respeito, temos o dever de aproveitar a nossa vida pelas pessoas que tal como a Ana que não têm essa benesse.

A vida é um bem precioso e a felicidade uma busca que vale a pena fazer .....

Como a Ana terminava os post do seu blog ..... Olhem sempre para o lado FIXE da vida .....

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Equidade e impostos

Este é o mês de quem ganha um pouco ou não consegue fugir/enganar o estado tem de pagar IRS ..... e também IMI. E isto no mês que depois de tanta propaganda e vitimização sobre um pretenso buraco deixado pelo anterior governo ..... do mais plausível que existe ..... descobrimos que o buraco é um pouco mais ao lado ..... veio da Madeira.

Ao mesmo tempo que descobrimos de onde verdadeiramente vinha o buraco adicional, aparecia um pretenso pedido de ajuda e logo a seguir um anuncio de mais obras públicas ..... um autêntico bailinho ..... e hoje aparecem notícias que num ano de congelamento de contratações na função pública, já foram contratados mais de 6.000 novos funcionários públicos.

Quem tem de pagar IRS este mês, irá fazê-lo também por conta dos jogadores de futebol profissional que, pelo facto de terem uma profissão considerada de desgaste rápido, não pagam impostos. Independentemente do valor auferido, estão isentos de impostos.

Um casal que ganhe 153.000,00 € desconta cerca de 60% para o estado de diversas formas distintas, porém, um jogador que num mês tenha o mesmo rendimento nada paga ..... como nada paga nos restantes 11 meses que completam o ano fiscal. Onde está a justiça e equidade?

Tendo em conta que devemos ter na 1ª divisão cerca de 80% de jogadores estrangeiros ..... os portugueses jogam na 3ª divisão ou no estrangeiro ..... este perdão fiscal não está a ser atribuído sequer a portugueses ..... não se percebe esta regra não ser alterada.

Tantas são as injustiças sociais e fiscais que existem e o que vemos é que contra o prometido, serão aumentados impostos e uma continuidade do discurso de que se irá apresentar uma redução na despesa ..... mas apenas continuamos nas promessas ..... parece um pacote de açúcar ..... "Um dia, o governo irá mesmo apresentar o corte histórico na despesa ..... Hoje não é o dia". Pelo número de contratações até ao momento e as obras prometidas em fase eleitoral na Madeira, definitivamente não estamos no caminho correcto. 

Se a Troika é para doer a todos, que seja mesmo a todos ..... se são medidas excepcionais para uns, têm de ser para todos ..... tem de existir equidade nas medidas.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Big Brother is watching you

A obra 1984 do Eric Arthur relatava um regime político totalitário, enquadrado numa sociedade oligárquica que reprimia todos os que a ela se opunham. Esta foi a base para uma série de outras obras e programas que o voyeurismo popular acompanha e idolatra sem perder uma pitada. A génese do termo “Big Brother is watching you”.

Não houve guerra mundial ou outra em que o peso da intercepção das comunicações do inimigo não fosse preponderante, assim como a importância da codificação. Um dos problemas do Japão foi a simplicidade com que era possível decifrar a sua linguagem, ao passo que os americanos recorreram a dialecto indígena para aperfeiçoar a sua encriptação. Toda a espionagem e a contra informação vivia e baseava-se nesta realidade.

Tal como outras inovações, rapidamente governos e empresas perceberam a importância que estas práticos traziam, sendo que infelizmente os ganhos muitas vezes se sobrepõem ás questões éticas e morais. Da utilização da captura de informação entre terceiros numa lógica e cenário militar para o dia-a-dia foi uma transição muito rápida.

Com a chegada da internet e a necessidade de lucro das empresas que produzem estes produtos, rapidamente chegámos a uma situação em que conseguir interceptar comunicação entre pessoas ou organizações é hoje muito simples. Qualquer pesquisa nos deixa sem qualquer dúvida que assim é. Não há detective particular que não tenha uma parafernália destes meios.

Depois assistimos ao que nos últimos tempos tem vindo a público, ou seja, em Portugal temos escutas que são claras para todos e estão na net mas não podem ser usadas para incriminar ninguém. Outras são segredo de estado porque envolvem o nosso primeiro-ministro. Em Inglaterra um jornal teve de fechar portas por usar e abusar dessa ilegalidade e agora temos os nossos serviços de informação envoltos em escutas ilegais.

Tempos modernos ..... Big Brother is watching you!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ciclos

Nascemos, vivemos, morremos ..... cada um destes eventos pode durar segundos, minutos, anos ou décadas, mas tem um padrão claramente definido .....existe um principio, um meio e um fim ......ponto.

Desde sempre me recordo de conversas esotéricas sobre os ciclos da vida ..... existindo um padrão dos 7 anos ..... talvez relacionado com os ciclos da lua e o seu efeito nas marés ..... talvez ..... mas sempre os eventos relacionados de uma forma cíclica ..... sempre.

Independentemente da sua duração, a verdade é que os eventos na nossa vida existem durante um período definido de tempo ..... de ciclos ..... é uma realidade.

Não consigo definir claramente se quando temos a percepção que um determinado ciclo está a chegar ao seu fim, isso é bom ou mau ..... é uma mescla de sentimentos contraditórios ..... talvez o difícil mesmo é ter a percepção que um determinado ciclo está a chegar ao fim ..... e que depois novo ciclo se iniciará ..... melhor ou pior, mas certamente diferente.

Ás vezes ter essa percepção é complicado ..... muito complicado ..... mas é preciso ter essa consciência .....

.....existe sempre um principio, um meio e um fim ......ponto.

domingo, 21 de agosto de 2011

Reorganizar uma estrutura

Uma área, departamento, empresa, grupo ou estado têm de proceder a alterações orgânicas com alguma regularidade. O mundo gira e modifica-se e nada fazer é meio caminho andado para ficar para trás. Se noutros tempos demorava muito a ver os resultados da estagnação ou mudança, hoje em dia eles são quase imediatos.

Mas mudar não pode ser feito apenas por capricho, porque fica bem ou porque alguém sugeriu. Reorganizar deve levar em linha de conta o que se pretende obter, de forma a maximizar o efeito e minimizar o tempo e o esforço para isso.

Não existe uma única estratégia/equipa certa e perfeita, mas existem combinações que podem funcionar melhor ou pior num determinado enquadramento.

Fazendo uma analogia, é fácil acompanhar um jogo de futebol e claramente perceber que podem e devem ser necessárias alterações de táctica, de elementos ou de mentalidade, porém, esse espírito observatório e critico raramente entra dentro das organizações. Estranhamente aplicam-se tácticas de gestão empresarial ao futebol mas os ensinamentos contrários tal não se verifica, e tanto que existe que podia e devia ser transposto para a gestão de uma organização.

Partindo da premissa supra mencionada, existem sempre várias estratégias possíveis de ser adoptadas. Pode-se reestruturar em função da maximização dos resultados ou em função da maximização da capacidade da equipa, ou mesmo fazer uma mescla entre tudo isto. Mais uma vez, o segredo está na capacidade de perceber a melhor equipa/estratégia a aplicar e não utilizar uma receita pré-feita que já funcionou noutro qualquer local ou ditada por um qualquer guru.

É imprescindível uma organização mudar e adaptar-se, com uma certa regularidade, mas sempre consciente que pode ser necessário voltar a mudar em breve. É salutar que assim seja.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Assim é difícil

Ao voltar de férias e para antecipar as corridas de última hora, fui á papelaria comprar os livros para o próximo ano lectivo do filhão ..... e fiquei estarrecido quando no final das contas me foi apresentado o valor ..... sem um dicionário de Inglês, o total perfazia a módica quantia de 360,00 € ..... trezentos e sessenta euros!

Pelo meio apareceram vários livros que supostamente darão para mais que 1 ano, se bem que tenho dúvidas que isso na realidade seja mesmo assim ..... certamente que com um novo ministro e para mostrar trabalho, algo irá alterar ou algo servirá de desculpa para as livreiras alterarem e depois ..... toca a comprar novos livros.

Tendo o privilégio de poder suportar tal despesa, não consegui parar de pensar na grande generalidade das famílias cujos rendimentos médios são os tais 800 €, que presumo sejam brutos ..... mesmo tendo apenas um filho a estudar, como é possível suportarem custos desta magnitude?

Se pensarmos que em termos de crédito habitação o número de famílias que não conseguem fazer face aos seus encargos não pára de aumentar, como se concilia isto com comprar livros para os filhos levarem para a escola? E como é possível após este esforço, ter capacidade para os alimentar convenientemente, algo fundamental para a sua sobrevivência como também para o desempenho escolar?

Os noticiários têm transmitido que este ano os livros subiram menos que a inflação, porém, este ano garantidamente comprei mais livros que no ano passado ..... resultado disso, a conta foi praticamente o dobro .....faltaram uns míseros 4 euros para ser exactamente o dobro. De que serve terem subido menos se depois o ministério exige mais livros?

Podemos aplicar todas as medidas que quisermos ao abrigo da Troika para salvar o país da banca rota, mas num cenário destes, quando conseguirmos salvar o país, que país iremos ter?

Cabeça limpa

Mais umas férias que terminam. Tal como no passado, o corpo está a pedir horas e horas de sono, mas a cabeça está limpa e descansada ..... as baterias estão recarregadas, e prontas para um novo ciclo que há-de vir.

Tal como nos anos anteriores, o filhão passou o primeiro dia pós férias com o pai no sofá dos avós a descansar ..... foram duas semanas de muita actividade, muita praia, muita brincadeira e muitas horas de amena cavaqueira até muito mais tarde do que ele habitualmente tem no dia-a-dia. Está cansado.

Mas o corpo é o mais fácil de descansar. Podemos num determinado dia deitar mais cedo e dormir muitas horas, ou passar um qualquer fim-de-semana inteiro na cama e sofá. É fácil descansar o corpo e recuperar a energia física ..... a cabeça é outra história ..... não podemos pura e simplesmente desligar de noite e acordar no dia seguinte recuperados ..... infelizmente a generalidade das pessoas não funciona assim.

Ao contrário de outros anos, fiquei pouco tempo junto ao mar a pensar no que fazer a médio prazo, assim como especialmente nos tempos mais próximos, mas os muitos km’s efectuados sozinho deram-me o tempo necessário para por as ideias em ordem ..... para reflectir e ponderar ..... para definir claramente o que quero e especialmente o que não quero ..... e isso só é possível fazer com a cabeça limpa.

Como diz a canção …..

I can see clearly now, the rain is gone,
I can see all obstacles in my way
Gone are the dark clouds that had me blind
It’s gonna be a bright (bright), bright (bright)
Sun-Shiny day.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Escolher o meio

A escolha entre se o copo está meio cheio ou meio vazio deve ser quase tão velha como a decisão entre se primeiro apareceu o ovo ou a galinha. Quer num caso quer noutro, podemos filosofar e esgrimir argumentos sobre um ponto de vista ou outro, mas no final, o copo estará sempre meio qualquer coisa.

O ponteiro da balança de pratos poderá igualmente ficar no meio, mas apenas enquanto os seus pratos estiverem vazios ou perfeitamente equilibrados. O pender para um lado ou outro pode ser uma questão de gramas ou quilos ..... mas existirá sempre um lado para o qual pode pender.

Ás vezes somos tomados a escolher um dos pratos da balança, ou uma das visões do copo ..... se não conseguimos ser a solução, então claramente só nos resta um lado ..... o do problema ..... e os problemas resolvem-se.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Não consigo ter pena

Por mais insensível que possa parecer, não consigo ter pena da Amy Winehouse. O mundo perdeu de facto uma boa voz ..... ou o que foi em tempos uma boa voz. Mas o que se viu foi um ser humano a desperdiçar um dom que tinha ..... e isso é criminoso.

Uma pessoa que tinha tudo para poder ser feliz, mas perdeu-se no exagero ..... pelo caminho perdeu a noção da realidade e embarcou num mundo só seu. Sentiu-se dona do universo e achou que tudo lhe era permitido. Desrespeitou por diversas vezes o seu público apenas porque queria.

É triste saber de pessoas que tudo fizeram para viver e outras que desbaratam o que têm. Muitas são as pessoas que apenas dão valor ao que têm quando deixam de ter ..... infelizmente é humano ..... vemos isso vezes e vezes sem conta ..... no caso dela, teve várias oportunidades de se aperceber, mas preferiu ignorar os avisos ..... agora é tarde demais ..... é o que geralmente acontece, quando se olha ..... é tarde ..... foi-se .....

Perdeu-se uma artista mas não um ser humano. É pena, mas é a verdade.

domingo, 17 de julho de 2011

Faz o que eu digo

É sempre muito mais fácil opinar sobre a vida dos outros que fazer algo na nossa. Mesmo quando estamos envolvidos no impacto das decisões, dizer é e será sempre mais fácil que fazer.

Os partidos da oposição são os primeiros enquanto oposição a criticar o governo vigente de todas as formas e feitios, dando indicações do que deveria ser feito e como deveria ser feito, porém, quando chega o momento de mostrar o que apregoam, aí é que começas os “mas .....”.

O Pedro Passos Coelho que acompanhou as negociações para os PEC e o acordo com a Troika foi peremptório a ensinar o governo do que não deveria fazer (IVA, IRS, ...) e na sua solução, porém, agora chegados ao poder, a coisa “afinal já não é bem assim e têm de ser feitos sacrifícios” ..... onde anda agora o Paulo Rangel e as suas afirmações? ..... tanto discurso sobre a factura ser paga sempre pelos mesmos e depois vai-se buscar o dinheiro aos rendimentos de quem não pode fugir aos impostos ..... e os que como vários deputados prestam serviços de consultoria a empresas e recebem por via de recibos verdes e outros expedientes?

O Bloco de Esquerda, que tanto apregoa o investimento em tempo de crise, de ser contra a precariedade do emprego e não haver investimentos e outros chavões, foi obrigado a engolir as suas convicções nacionais face á evidência económica ..... os custos ditam muitas das acções.

O resultado directo da sua perca de deputados, para além de uma ferida enorme no amor próprio e a evidência de passarem a 5 força política em Portugal é pura e simplesmente económico ..... directinho á formação do seu líder. Com menos deputados no parlamento, a sua estrutura obviamente deverá ser menor e como tal a subvenção que o estado paga é menor. Economia básica e fácil de perceber, ou como a Joana Amaral Dias poderia dizer, consta em qualquer “Manual de Economia para Tótós”.

A atitude racional e que os bloquistas tomaram é a mesma que as empresas que tanto criticaram, ou seja, reduzir custos cortando na publicidade e nos recursos afectos. A tal precariedade da situação patronal que com tanto amor e empenho foi vista nos lábios dos seus dinossauros líderes, rendeu-se á evidência da lei da sobrevivência económica. Até aqui tudo normal, apenas que face a tudo o que sempre disseram é fazer o que dizem que não deveria ser feito em Portugal.

Por mais racional e economicamente sustentável, o Francisco Louça tem uma dificuldade ideológica ..... consegue justificar as medidas, mas não consegue explicar as mesmas.

Dizer é e sempre será diferente de fazer ..... especialmente para os políticos.

sábado, 16 de julho de 2011

Antes e depois

Muitas são as decisões que temos de tomar ao longo da nossa vida. Desde pequenos as tomamos, desde o simples momento de ir comer ou brincar ao terrível momento do jovem que vai pedir namoro aquela rapariga que gosta e por aí fora.

Á medida que vamos crescendo, muitas das decisões são sobre factos que alteram a nossa vida e como tal começam a ser mais difíceis de tomar. A escolha do curso, a escolha do trabalho, a escolha da mulher, a escolha do colégio dos filhos, a escolha da outra mulher, a oportunidade de trocar de emprego, etc, etc. Para além das decisões simples existem sempre as complexas. É a vida.

Cada um encara as decisões mais importantes da sua vida á sua própria imagem e semelhança. Algumas podem e devem ser tomadas por impulso, outras depois de muito ponderadas mas quase todas devem ser tomadas em consciência. O pior que existe é ficar refém das decisões que se tomam e preso á infelicidade das expectativas defraudadas.

Gosto particularmente de uma frase que uma amiga transcreveu para o seu mural do Facebook:

Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança."
(José Eustáquio)

Existem decisões difíceis que nos tempos posteriores á sua tomada podem levar ao desespero, gerando uma incerteza enorme se foi ou não a melhor decisão, porém, pior que “viver feliz na infelicidade é viver infeliz na felicidade”.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eclipse político da comunicação social

Mais vale cair em graça que ser engraçado – ditado popular

Tivemos um governo que nos últimos tempos da sua legislatura foi massacrado insistentemente pela comunicação social, ao ponto de metade dos noticiários serem sobre o assunto – análise de más decisões, de contestação popular, de reprovação por diversos pseudo-analistas, etc, etc, etc.

Caiu porque o primeiro ministro não tinha qualquer credibilidade e foi apresentando planos sucessivos de resolução ..... este é que é ..... afinal este é que é ..... e o último era de tal forma “pesado” para o país e para a população que era inviável que fosse realizado ..... o governo tinha de cair ..... e caiu!

Do outro lado da “barricada”, tínhamos um candidato a primeiro ministro que dizia que estes sacrifícios eram impossíveis de ser aplicados, que nunca aumentaria o IVA e que era uma blasfémia sequer aludir a mexer no subsídio de natal ..... e como estas, várias.

Nos últimos dias, depois de ser unânime reconhecer que as medidas apontadas são as mesmas ou mais gravosas que o infame PEC IV ..... que derrubou o governo porque era ruinoso para os portugueses ..... eis que ficámos a saber que o IVA quase de certeza que iria aumentar e que vamos ficar sem 50% do 13º mês ..... apresentado como medida excepcional, como é apanágio destas medidas ..... por acaso somos um país que vive do turismo no verão e do comércio das festividades ..... vai haver muita pobreza no final do ano!

Até aqui nada de novo no nosso país onde continuamos a vender os anéis que temos ..... já são poucos os que nos restam ..... e tal como na Grécia, são sempre os mesmos que pagam a crise ..... é a constatação que somos um povo de brandos costumes, subserviente e conformado ..... somos assim ..... infelizmente, somos mesmo assim.

Já agora, porque não pedimos a restituição de 50% de todos os valores pagos a todos os políticos da anterior legislatura, incluindo o PR, por manifesta incompetência no exercício das funções? ...... a título excepcional, obviamente.

O que não percebo é a castração a que a comunicação social foi acometida ..... o passividade com que estas medidas são apresentadas e em nada refutadas ..... excepto pelos mesmos que já ninguém liga que são a CDU e BE ..... os que dizem mal por dizer, porque têm de dizer ou deixam de ter razão de ser.

Como é possível que tudo o que há 1 mês era uma calamidade agora está bem? Será que a comunicação social de Portugal é toda de direita? Será que as medidas só eram más porque eram ditas pelo Socrates?

Não consigo perceber este silêncio! ..... Mais vale mesmo cair em graça que ser engraçado .....

quarta-feira, 29 de junho de 2011

O tempo que resta

Há algum tempo atrás escrevi neste espaço a seguinte rábula:

Todos os dias amanhece na savana Africana. Quando a gazela acorda sabe que tem de começar a correr para não ser comida pelo leão. Quando o leão acorda sabe que tem de ser mais rápido que a gazela para não morrer á fome.
Moral da história: Não interessa se és o leão ou a gazela ..... quando o sol nasce, é bom que comeces a correr!

Os nossos dias são vividos tal como a rábula ..... os nossos deveres profissionais assim o exigem ..... o momento complicado que o país atravessa potencia ainda mais este sentimento ou necessidade, como o queiram encarar ..... todos os dias quando o sol nasce.

Então que tempo nos resta para viver? ..... o que é viver? ..... o que é apreciar a vida? Ultimamente ouço demasiadas vezes repetida a frase “sobram os fins-de-semana e férias” ..... se pensarmos friamente, é uma aproximação muito grande da realidade ..... e então?

Depois de todas as vicissitudes e agruras que a vida nos tem colocado, tenhamos interiorizado o latim carpem diem ..... acima de tudo, é um apreciar o que de bom a vida tem ..... sugar o tutano da vida ..... poder chegar ao fim da vida satisfeito e tal como o Sinatra cantava:

.....
I've lived a life that's full
I traveled each and ev'ry highway
And more, much more than this, I did it my way

Regrets, I've had a few
But then again, too few to mention
I did what I had to do and saw it through without exemption
I planned each charted course, each careful step along the byway
And more, much more than this, I did it my way
…..

O ideal como em tudo é sempre o muito e bom, mas se tal não poder ser, claramente escolho o bom ao muito ..... talvez por isso temos sempre os fins-de-semana e férias tão preenchidos ..... talvez ..... ou então apenas porque o pouco tempo que nos resta seja apreciado.

Como a Ana dizia ..... Olha sempre para o lado FIXE da vida.

domingo, 26 de junho de 2011

Olhar á volta

Estes tempos de crise vão-nos fazer ter de abdicar de muito que damos como certo e conforto hoje em dia. Vão-nos fazer olhar para a vida de uma outra forma.

Para os mais negativistas, o risco de darem razão ao ditado “onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão” é elevado. Existem sempre dois lados para qualquer história e diversas formas de olhar para a vida. A questão que se coloca é qual a perspectiva com que queremos olhar.

Por detrás da minha casa existe uma faixa de jardim. Como qualquer jardim, também este requer manutenção. A manutenção é feita quase sempre pelos mesmos funcionários camarários. Depois de vários dias, algumas figuras tornam-se familiares.

De entre os vários funcionários camarários, existe uma rapariga que deve andar na casa dos 20 anos, que leva o seu farnel e trabalha afincadamente nas suas tarefas, com o brilho nos olhos de quem tem apenas de fazer aquilo ..... sem brilho. Quando chega ao almoço, pega no seu farnel e come num dos bancos, o mesmo que utiliza depois para fazer uma pequena sesta. Na prática parece um autónomo resignado á sua pequena quotidianidade. É a sua vida.

Ás vezes achamos que a nossa vida é muito difícil ou com incógnitas a mais ..... é tempo de olhar á volta ..... dar valor ao que temos e aproveitar a oportunidade que temos de poder desfrutar da vida.

domingo, 5 de junho de 2011

O caminho é em frente

Enquanto o filhão fazia exercícios de matemática que lhe criei para estudar para a prova final da próxima semana, deitado no cadeirão de leitura folheava a Sábado desta semana. Para além de um excelente artigo sobre as eleições “39 respostas para quem está indeciso”, que só peca por tardio e por ter ignorado todos os partidos excepto PS, PSD e PP, aparece uma entrevista a Matt Logelin.

Matt é um pai cuja mulher morreu quando a filha nasceu e que hoje em dia para além de tomar conta dela, tem um blog com cerca de 15.000 visitas diárias que se tornou tão famoso que deu origem a um livro. Criou também uma fundação para ajudar casos semelhantes ao seu.

A história dele é idêntica a várias outras, não conseguindo deixar de fazer o paralelismo com a minha própria história. Algures no texto ele diz que pensou em desistir mas que tinha de continuar ..... esta é a parte que não percebo ..... como é possível desistir?

Na história dele tal como na minha, havia mais um ser indefeso ..... podemos ter medos e receios de conseguir ou não proporcionar uma vida decente e feliz, de ter medos e receios de um futuro que é cada vez mais incerto, mas desistir ..... não percebo.

A vida é feita de percalços e alegrias, umas impostas outras forçadas por nós, mas são a nossa realidade. Podemos dar um passo atrás para depois dar dois para a frente, saber que temos de ser nós a enfrentar a situação que temos, mas a vida não pára ...... e se a vida não pára, o melhor é enfrentar os medos e tentar fazer o melhor que sabemos e podemos ..... conseguiremos? ..... claudicamos no percurso? ..... temos de ser ajudados? ..... tudo pode acontecer.

Tal como na doença da Ana, o fundamental é saber que se está a fazer tudo o que é possível fazer e da melhor forma ..... tomar as decisões que nos parecem mais correctas com confiança ..... tomá-las em consciência para mais tarde não haver arrependimentos ..... acreditar que para a frente é que é o caminho.

O filhão uma vez teve uma frase magistral – Se não estás feliz com a tua vida ..... muda-a! ..... simples e clarividente como a genuidade das crianças. Se por algum motivo foi mudada ..... vive-a e tira o melhor que ela tiver para oferecer ..... o risco desta ser a única que temos é muito elevado, mais vale aproveitar.

Post dedicado a um grande amigo

sábado, 4 de junho de 2011

No meu tempo é que era bom

Esta frase é maioritariamente pronunciada quando o tema é música actual, em que alguém já de alguma idade ..... leia-se mais de 30 ..... compara a música actual com a que ouvia. Mas se recuarmos esses anos todos, havia outro alguém a dizer o mesmo sobre a música da altura e assim sucessivamente.

As campanhas eleitorais são em tudo semelhante, ou seja, toda a população afirma que os actuais políticos e debates são piores que os do “seu tempo” ..... que nunca gostaram e que na altura também alguém afirmava isto. Mas os “do seu tempo” são os agora chamados barões dos partidos e que têm toda a conotação do mal que existe em termos políticos. São os contra-sensos que a nossa sociedade é fértil.

Dizemos que nestas eleições em particular não foram debatidos os assuntos e que a campanha foi fraca, mas a verdade é que não tenho memória de nenhuma que tenha sido diferente. Tudo o que podemos apontar a esta campanha é apenas a repetição do que temos vindo a assistir ao longo dos anos.

Estamos a 24 horas de ter um novo governo, seja ele PS, PSD ou um deles coligado com o PP ..... a dúvida é se o PSD + PP juntos são maioria absoluta ou não, o que a não ser entraremos num período semelhante ao que tínhamos antes, apenas com outros actores.

“No meu tempo é que era bom” ..... não é verdade ..... a verdade é que a nossa realidade é o que sair desta eleição e é a partir daqui e com estes que amanhã ganharem que teremos de conseguir voltar a endireitar Portugal ..... a sociedade acima de tudo pois os políticos estarão mais interessados na sua agenda e nas suas prioridades político-pessoais que no país ..... “como no seu tempo”.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da criança

Hoje é o nosso dia ..... o dia de todos os que não deixam morrer a criança que há dentro de si.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Perguntas idiotas, respostas cretinas - Justiça

Uma das directivas ou recomendações que a Troika nos fez foi de endireitarmos a nossa justiça. Um dos pilares da sociedade como todos concordamos. A pergunta é como?

A resposta pode ser uma de duas:
  1. Criar um grupo que recrie o nosso código penal quase desde zero, de forma a que a justiça seja célere e que não tenha tantos buracos que os advogados utilizam sistematicamente para salvar os ricos e poderosos;
  2. O Sócrates cumprir parte da promessa eleitoral que havia feito – 150.000 novos empregos.
Como a primeira opção é utópica pois não é do interesse de ninguém envolvido no sistema, com excepção da sociedade em si, vamos desenvolver um pouco a segunda.

Na lista de desempregados temos um rol muito grande de licenciados, grande parte acredito com o curso de direito, uma vez que damos um pontapé numa pedra e sai de lá um licenciado em direito. Se pegarmos nestes desempregados e lhes dermos um curso de juiz ao abrigo de um programa criado por este governo – As Novas Oportunidades, ficamos sem problemas com 150.000 novos juízes que podemos contratar por um período de 1 ano. Mediante a nota final, uns quantos podem ser juízes, outros dactilografas, outros investigadores, uns quantos oficiais de justiça e por aí fora.

Juntamos estes novos e motivados juízes em vários dos diversos imóveis que o estado tem ou paga rendas e distribuímos os vários processos pendentes entre eles, sendo pagos por objectivos de fechar processos sem direito a recurso. Acabávamos rapidamente com a quantidade de pendentes que temos e podíamos voltar a esperar uma celeridade da justiça. Era uma limpeza de balneário ..... ou armário, como preferirem.

Como em Portugal todos temos como facto que a justiça não é cega, não é justa nem é imparcial, assim como exemplos de deliberações sem nexo é mais que muita ..... um corrupto que não é corrupto porque aliciou a pessoa errada, uma procuradora liberta porque está acima da lei mesmo a conduzir em contra-mão com 3,08 g/l álcool no sangue, a lista de gravações conhecidas no youtube mas que não servem para condenar ninguém, etc, etc ..... não creio que fossem deliberar muito pior do que já temos hoje ..... mas claramente mais rápido seria.

Absurdo? ..... cretino é, mas tem lógica .....

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Verdades privadas

O caso de Dominique Strauss-Kahn e da empregada é mais uma daquelas histórias cuja verdade apenas será conhecida na realidade pelos dois. Como qualquer história, cada um conta a sua verdade e, apesar de todos os indícios apontarem para a violação, a verdade é que existem factos e causam alguma estranheza se pensarmos neles. Apenas os próprios o saberão.

Ao contrário do caso de corrupção no futebol Português, onde existem gravações áudio que comprovam o que aconteceu, mas á boa maneira da nossa justiça não podem ser utilizadas, nestes casos nada mais existe que a palavra de um contra o outro. Face ao que está envolvido, acredito que a verdade ficará privada.

Com o passar do tempo, novo presidente do FMI haverá, novos casos e escândalos irão aparecer e também este acabará por cair no esquecimento geral. Para a história o que irá ficar é que foi um caso que acabou com a carreira política do Dominique Strauss-Kahn ..... o resto será privado.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Priceless

Durante muito tempo a Ana dizia sempre, meio a brincar meio a sério ..... És pior que o teu filho ..... em vez de 1 criança, tenho 2 ..... :)

A verdade é que embora seja uma relação de pai/filho, vivemos muito baseado numa boa relação de amizade que supera muitas vezes essa mesma relação pai/filho que tem de existir. Acho que o diálogo que sempre existiu mesmo nos momentos mais difíceis, ou talvez especialmente nesses mesmos momentos, fez que os momentos de disciplina e educação não sejam um entrave a esse respeito mutuo e amizade, mas como uma parte natural do dia-a-dia, do processo de educação do J.

Algo que se mantém desde que me recordo são as brincadeiras constantes ..... a palhaçada ..... a alegria. Ao longo do tempo obviamente que vão mudando e vão crescendo com a idade do filhão, mas sempre brincadeira. Aos poucos e poucos, os amigos têm sido contagiados e participam, sejam os beijos na testa, o pai ser mau ou muito mau, etc, etc, etc.

Ultimamente temos aproveito para nós uma brincadeira dos miúdos ..... nos vários percursos que fazemos, sempre que um de nós vê um smart ..... passo a publicidade ..... ou um carro amarelo tem de gritar isso mesmo e ganha um ponto ..... e fazemos uma competição real! ..... não o deixo ganhar pois isso também faz parte da sua educação ..... as vitórias não vêm numa bandeja, conquistam-se!

Hoje foi um desses dias de palhaçada total ..... uma viagem do colégio a casa de intensa brincadeira de pontos ..... perdi por 1 smart estacionado á porta de casa ..... grr. A palhaçada foi tanta que ..... é bom que os meus pais não leiam o resto do parágrafo ..... para evitar que ele conseguisse ver os carros, na rua por detrás da nossa casa virei o carro ao contrário e andei vários metros de marcha atrás ..... parámos logo depois a rir que nem 2 perdidos ..... priceless.

Como quando é para brincar é mesmo para brincar, quando cheguei a casa, tivemos mais 10 minutos de lutas no chão a forçar o outro a ficar a jeito dos cães lamberem a cara toda ..... ainda tenho as orelhas doridas das dentadinhas ..... o que faz com que o número de crianças tenha duplicado ..... éramos 4 na palhaçada.

A cumplicidade de amigos tem transcendido a mera brincadeira e temos conversado de muita coisa que normalmente se fala com amigos e não com o pai ..... ambos conversamos um com o outro de vários e muitos temas.

Ter uma boa relação com os filhos é maravilhoso ..... ter uma relação de cumplicidade com o filhão ..... priceless

Obrigado filhão!

domingo, 10 de abril de 2011

Estratégias eleitorais

Sou da opinião que todos devemos ter uma nova oportunidade quando fazemos asneiras, porém, quando elas se sucedem constantemente, o caso muda de figura.

Para quem conhece o nosso panorama político, é fácil de perceber que só conseguiremos endireitar o país se formos obrigados por alguém. Não interessa se á o FEEF, o FMI, a comissão europeia ou outro qualquer organismo ..... só lá vamos obrigados. Está na nossa natureza genética, infelizmente.

Recentemente o governo americano decidiu baixar o seu orçamento em várias centenas de milhões ..... nós temos o incompetente Teixeira a permitir o constante aumento de gastos, de uma forma tão descontrolada, que acho que os ministérios já nem se preocupam ..... sabem que com este ministro podem gastar ..... e é assim há anos. O comunicado do Obama foi claro e directo “Não podemos viver acima das nossas possibilidades” ..... nós podemos, fazemo-lo e se não formos obrigados, continuaremos a fazê-lo indiscriminadamente.

Como este dinheiro não é dado e as medidas que os nossos “salvadores” definirem têm de ser implementadas a sério, estão a obrigar-nos a fazer o que também só o faremos obrigados ..... os principais partidos têm de chegar a um compromisso ..... e desta vez não pode ser como o que foi feito e rasgado pelo PSD quando elegeu novo presidente ..... tem de ser a sério. Sendo algo obvio para todos, apenas irá acontecer obrigados ..... isto sim, é uma má imagem de Portugal lá fora ..... não na comunicação social onde a notícia passa em rodapé e ninguém liga, mas em quem tem poder de decidir sobre muita coisa que nos afecta, especialmente dinheiro.

Como estamos em período pré-eleitoral, até isto está a ser decidido não no interesse de Portugal mas sim estrategicamente no interesse dos partidos políticos. O PS na esperança de não perder as eleições por muitos votos, o PSD na esperança de conseguir a maioria absoluta e o PP na esperança dos seus poucos votos lhe permitirem que o PSD dependa deles para a maioria absoluta ..... o resto é paisagem política ..... mal ou bem, não contam e só atrapalham, presos que estão a ideais utópicos e nesta fase impraticáveis.

Esta seria uma época em que se esperava haver em Portugal uma figura a chamar á atenção e a obrigar os nossos partidos a se entenderem, de forma a não levarmos outro puxão de orelhas neste capítulo ..... algo que podia levar o rating do nosso país a cair de vez para a categoria de “lixo”. Este seria o momento de um Presidente da República entrar em acção ..... infelizmente não o temos ..... temos um eleito mas que por nunca se ter conseguido libertar do seu passado partidário, fica preso á estratégia deste e á sua própria estratégia para os colocar no poder.

Se ouvirmos com atenção os vários discursos, claramente percebemos que estamos num jogo estratégico de brincar á política ..... quando obrigar o governo a cair, quando recorrer ao fundo europeu, quando fazer eleições, quem irá pedir para negociar, etc, etc, etc ......

É caso para dizer “Organizem-se! ..... já me foram ... III vezes e .....” e agora virá o PEC IV, V e por aí fora, todos eles apresentados como os seus antecessores .... “este é que é! Com estas medidas vamos tirar o país da crise e não será necessário outro PEC”.

Espero que o PR, PM, PS, PSD, PP, PCP e BE comecem a fazer para o que lhes pagamos ..... se querem brincar á estratégia, vão jogar Monopólio, Risk ou o que quiserem, mas em relação a Portugal ..... TRABALHEM EM PROL DO PAÍS!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Falta-nos um espelho

Quando temos um problema, existe sempre alguém que nos pode ajudar. Até podem haver outros ou ser necessária a ajuda de outros, mas existe sempre aquela pessoa que nos pode garantidamente ajudar ..... e é fácil de encontrar ..... basta olhar para um espelho.

Numa sociedade como a japonesa, existe uma tragédia e vários de uma forma altruísta dão a vida para salvar todos os outros ..... o resto da sua sociedade e do mundo ..... o principio é de que alguém tem de fazer alguma coisa ..... e quem é alguém? ..... “somos todos nós”, dizem os heróis que estão na central nuclear.

Em Portugal estamos no meio de uma crise profunda e o que temos? ..... um bando de funcionários públicos que fazem greve contra um governo que já não existe, a reclamar algo que nesta fase ninguém pode assumir e dar e, acima de tudo, prejudicam de forma gratuita e sem resultados todos os outros “alguéns”.

Para além de ser acções sem qualquer possibilidade de resultado prático e de prejudicar todos os restantes concidadãos, custam milhares de euros a empresas que apresentam centenas de milhares de euros de prejuízo ..... incompreensível.

No caso destas greves inúteis não consigo perceber se é estupidez de quem nelas participa, fraqueza por se deixarem ser manipulados por sindicalistas cuja existência depende de conseguirem organizar greves ..... válidas ou não ..... ou apenas um profundo senso de irresponsabilidade.

Todos já passámos por dificuldades e sabemos que acima de tudo temos de ser nós a querer sair do buraco onde estamos ..... somos nós que temos de fazer por nós ..... ajuda se tivermos ajuda, mas temos de ser nós.

Somente quando todos interiorizarem isso podemos evoluir ..... quando todos deixarem de lado os interesses pessoais e pensarem nos interesses colectivos ..... quando formos um pouco mais japoneses ..... quando nos olharmos ao espelho.

sexta-feira, 18 de março de 2011

E se?

Por mais certezas que tenhamos, haverá sempre um “e se ....” nas nossas vidas. E se tivesse estudado mais ..... e se tivesse trabalhado de outra forma ..... e se tivesse tido mais coragem naquela situação ..... haverá sempre um “e se”.

O facto de não sermos donos da verdade nem ter uma bola de cristal fará sempre que exista um “e se” qualquer ..... é uma das regras de jogo do jogo da vida.

Mas a verdade é que quando arriscamos na decisão que achamos correcta e estamos convictos disso, os resultados menos conseguidos serão minimizados porque fizemos o que achávamos melhor e os sucessos ..... esses terão sempre um sabor melhor ..... especial.

Olha sempre para o lado FIXE da vida!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Pedro e o Lobo

Apesar de ser um conto infantil, depois de ler a comunicação social de hoje não me ocorre outro pensamento. Vem aí novo pacote de austeridade, 24 horas depois do Primeiro Ministro de Portugal afirmar que estamos em linha com o que tinha preconizado ..... no seguimento dos pacotes que anteriormente tinha apresentado ..... e achava eu que o Pedro estava na oposição!

Todos sabemos que a verdade é uma palavra vã na boca de um político, mas tem de haver limites ..... estamos numa triste fase de regabofe total e absoluto ..... a moralidade bateu praticamente no fundo.

É verdade que o momento não é o apropriado para mudar de governo ..... ou talvez até seja exactamente o momento ideal ..... mas tirando uma pequena componente da população, tenho sérias dúvidas que alguém acredite numa palavra que o nosso Primeiro Ministro diz ..... eu já não acredito.

Diz-se que o apaziguador é o cobarde que vai alimentando o leão na esperança de ser o último a ser comido ..... é ao que estamos a assistir. Os especuladores lá fora fazem o seu papel e vão ganhando com a nossa desgraça e, a verdade é que estas medidas apenas estrangulam ainda mais a economia Portuguesa e produzem um resultado zero ou nulo nos mercados. E se assim é, para quê esganar mais quem já mal respira?

Desde que se começaram a apresentar todos estes pacotes, os juros que pagamos pelo dinheiro que não temos e dificilmente teremos como devolver passou dos 4% para os 8% ..... haveria uma diferença assim tão grande se as medidas fossem menos castradoras? ..... tenho dúvidas.

Em vez de cortar efectivamente na despesa supérflua do estado, reduz-se pensões, aumentam-se impostos por via da redução de benefícios, etc, etc, etc ..... o cinto está a ficar tão apertado, que já não há espaço para conseguir sequer inspirar.

Estou como a população da aldeia ..... o mentiroso que se ..... lixe.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quando queremos algo mais

Por brincadeira digo que concordo que o dinheiro não traz felicidade ….. quem tem 10 M€ não é mais feliz que a que tem 9 M€. O dinheiro pode não trazer a felicidade, mas retira da zona das preocupações vários “problemas”. Mais do que resolver, ajuda a não ter algumas preocupações ou sentimentos de falta.

Por todas as vicissitudes que a nossa vida tem tido, costumo dizer ao filhão que mais do que estar triste pelo que não temos, devemos ficar contente com o que temos ….. mas qualquer um que conheça a Pirâmide de Maslow sabe que a partir de determinado ponto, o que temos é já um dado adquirido e não chega ….. a natureza humana é de querer sempre mais ….. de não se contentar apenas com o que pode ter.

A nossa felicidade interna baseia-se muito no preenchimento das nossas necessidades básicas, sejam elas qual forem e, quando sentimos falta de um desses “nossos” pilares, sentimos sempre um sentimento de tristeza ….. por muito que sejamos aquele que tem os 9 ou os 10 M€ ….. a nossa felicidade não está completa.

Podemo-nos divertir? Sim
Podemos estar felizes? Sim
Podemos passar um bom fds? Sim

Sentimo-nos realizados? Não ….. falta algo ….. sentimos a falta desse algo ….. muita falta!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hoje é mesmo porquê?

Uma das grandes tentações das pessoas e das empresas é classificar todos os seus problemas como urgentes, na esperança que assim sejam tratados mais depressa. O problema é que quando só há questões urgentes para resolver, o conceito de urgência desaparece, o que torna muito mais difícil a resolução atempada dos problemas realmente importantes e/ou urgentes.

Socialmente vivemos um clima semelhante e com tendência a se agravar. No espaço dos últimos anos temos assistido ao uso e abuso das greves por todos os motivos e mais alguns. Se numa semana é porque só ganham 800 €, na semana seguinte os mesmos fazem greve porque os salários acima de 1.500 € serão reduzidos, etc, etc, etc.

Temos uma produtividade de realização de greves tão grande que honestamente acho que sem ser os próprios, os sindicalistas e os políticos, já mais ninguém sabe quem está em greve e porquê. Chegámos ao ponto dos próprios serviços mínimos já não serem cumpridos e ninguém estar preocupado ….. a nossa justiça é juridicamente irrelevante (leia-se inoperante).

A semana passada estávamos vários a conversar e metade tinha descoberto que havia uma greve nesse dia por causa do trânsito. De referir também que apenas metade sabia o motivo e a totalidade já não dava qualquer importância ao facto, lamentando apenas o transtorno. Tal como lamentam um qualquer resultado de um qualquer jogo de futebol ….. banalidades.

A trivialidade com que se marcam greves tornou o próprio conceito da greve inútil. Naturalmente que em teoria é uma arma de desgaste do governo e, como o nosso actual já está moribundo, a frequência com que este fenómeno acontecerá nos próximos tempos tem tendência a aumentar ….. mas tal como disse, já ninguém saberá o porquê. Já ninguém honestamente se importa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ingratidão

Cada história é uma história e existem sempre aspectos que apenas os próprios conhecem, porém, é sempre difícil perceber á distância algumas atitudes. Torna-se ainda mais difícil perceber quando estão envolvidos pais e filhos. A existência de hipocrisia nestas relações revela apenas uma única coisa ….. a degradação moral de uma das partes.

Naturalmente que as relações pais/filhos não são perfeitas e existem sempre vários aspectos que uns e outros não gostam. Eventos do passado que por este ou aquele motivo marcaram uma das partes, possivelmente existindo hoje em dia apenas na memória de quem nunca esqueceu. Por melhor que os pais tentem fazer falharam sempre em algo e por muito que os filhos façam, haverá sempre coisas que falharam as expectativas dos progenitores. Sempre foi e sempre será.

Tudo isto é verdade e todos têm o direito de sentir esta ou aquela mágoa, mas se assim é, devem ser condizentes com esses sentimentos. Não podem pedir/aceitar com uma mão e atirar pedras com a outra.

Este fim-de-semana assisti a uma nova história de ingratidão a este nível. Uma filha que nem o pai convida para o seu casamento!

Neste caso em particular, o pai em causa até pode ter tido muitos defeitos, tal como ter sido um pai ausente, mas nunca poderá ser acusado de não se importar ou não ligar á filha. Um pai (e mãe) que dá uma casa de mais de meio milhão de euros, carro e tudo mais ….. e recebe um pontapé no rabo ….. triste pobreza humana ….. na minha opinião, esta filha deveria ter vergonha na cara ….. mas não acredito que o tenha ….. perdem ambos.

Tal como noutro caso próximo ….. ambas primas ….. são pessoas que recebem ajudas de casas, carros, dinheiro e diversos e estão sempre a acusar de tudo e mais alguma coisa ….. incapazes de um gesto positivo e ambas seguem o chamado ditado “morder a mão que alimenta” ….. não percebo ….. se têm assim tanto contra, porque aceitam estas ajudas ….. como é possível que sejam tão hipócritas?

Talvez um dia mais tarde se lhes tocar uma situação semelhante se arrependam do que fizeram ….. mas aí para além do sofrimento que já infligiram, pode já ser tarde demais para pedir desculpa ….. não havia necessidade.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Aplicando os princípios dos políticos

Uma das coisas que sempre ensinámos ao filhão foi a importância da palavra. Em pensar antes de falar e depois cumprir aquilo que promete. Em ser honesto. Podem ser princípios em desuso, mas fundamentais na elevação do ser e fundamentais para uma correcta cidadania. É um dos nossos contributos enquanto pais.

Como ele tem teste de matemática na segunda-feira, a tarde de sábado é dedicada a fazer exercícios para treinar matemática e para eu lhe poder ajudar em termos da articulação do raciocínio. Como qualquer criança, ao fim de algum tempo fica cansado e quer é ir brincar com os cães e ver televisão.

Disse-lhe que depois de fazer mais um conjunto de exercícios, poderia ir brincar e não faria mais contas durante o resto do fim-de-semana. Como estamos sempre na brincadeira, houve algo que ele disse que me levou a dizer que assim teria de o por de castigo a fazer mais contas, ao que ele retorquiu que assim faltaria á minha palavra ….. ficámos então num impasse ….. ou por outras palavras, com uma excelente oportunidade para os nossos trocadilhos com a língua Portuguesa.

A formula é simples ….. se não lhe posso dar mais contas, porque isso era faltar á minha palavra, teria de fazer como os políticos, ou seja, não faz mais contas pela tarefa que tinha mas, pelo facto de ter dito algo que até já nem me lembro, teria de lhe colocar um castigo ….. e o castigo é ….. mais contas.

Politicamente não faltei á minha palavra porque não lhe dei mais contas, apenas apliquei um castigo. A natureza do castigo é algo perfeitamente sucessória ….. por acaso são contas. Mas o importante a reter é que politicamente apenas lhe apliquei um castigo.

Qualquer semelhança deste post com as frases “não aumentarei os impostos” de um qualquer político e as suas acções posteriores é pura coincidência.

TGV

O custo inicial do troço Poceirão-Caia já cresceu 200 milhões de euros e ainda não passou do papel ….. esta será claramente uma obra á Portuguesa ….. cada vez mais parecida á Casa da Música no Porto.

O valor inicial de 1.473 M€ em contrato foi já aparentemente revisto para 1.668 M€, que dará entrada em breve no Tribunal de Contas. Sendo que existem obviamente cláusulas para precaver uma série de constrangimentos, este decerto não será o seu custo final, até porque devem ser poucas as obras em que os projectistas e orçamentistas são suficientemente competentes para que o projecto seja rigoroso. Se pensarmos que nada se constrói sem matéria-prima e que os preços têm tendência a subir, é fácil perceber que o preço não será este.

O troço Poceirão-Caia é isso mesmo, um troço ….. uma parte da ligação Lisboa-Madrid ….. faltam portanto mais troços dentro de Portugal. Qual será o seu custo, até porque os concursos estão parados? De que servirá este troço se por uma questão de crise não chegarmos a construir os restantes? E se estes apenas forem construídos apenas daqui a 15 anos?

O concurso por sua vez estava decerto assente em modelos económico-financeiros. Os modelos matemáticos podem sempre ser calculados em qualquer momento, logo, se o custo foi recalculado, qual foi o valor do recalculo dos proveitos? O binómio custo/beneficio ainda sustenta o projecto, se retirarmos a sua componente estratégica?

O pior que existe numa crise é parar o investimento para canalizar as receitas apenas para gastos, porém, apenas justifica fazer investimentos onde existe retorno. Regra básica de economia ….. qual será a verdade do TGV?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Mais uma sexta-feira

Parece que ainda ontem estava a “arrancar-me” da cama para mais uma semana e trabalho e já é 6ª-feira ….. mais uma semana que passou ….. outros 7.200 minutos de labuta, muito stress e tudo o que as responsabilidades de cada um impõem ….. acabou mais uma semana.

Já é 6ª-feira …..

Já passou mais uma semana …..

Passou este tempo todo …..

Mais uma semana que chega ao fim e se por um lado está uma lista de tudo o que foi feito, existe sempre uma lista escondida do que não foi possível ou oportuno fazer ….. aquele telefonema ….. aquele sorriso ….. aquele almoço ….. aquela conversa ….. aquele incentivo a quem sabemos que precisa ….. aquele sorriso que queríamos ter visto e não vimos.

Apenas mais uma sexta-feira ….. mais uma a somar a todas as que já vivemos e uma a descontar ás que ainda temos para viver ….. passou mais uma semana.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sociedade de Informação

Vivemos numa era de informação e comunicação. A internet e os seus motores de busca vieram-nos dar a noção de que tudo está á distância de apenas um click. Que todas as nossas dúvidas ou necessidades de saber podem ser preenchidas. E já desesperamos quando a resposta demorar mais que uns meros nanosegundos.

A abundância de informação porém é potencialmente negativa, uma vez que tanto pode ser incorrecta como pode fazer-nos perder a noção do que realmente é importante. A nossa dependência de informação começa a tornar-se em si um problema, pois torna-se cada vez mais difícil separar a boa da má informação ….. a necessária da acessória.

A acrescer a estas questões, começa-se a denotar uma certa tendência de se querer cada vez mais informação e pouco se fazer com ela, ou seja, as empresas despendem cada vez mais recursos a obter painéis e painéis de informação e, no entanto, esse conhecimento é apenas utilizado de forma empírica ou pura e simplesmente descartado. Estamos a tornar as empresas muito sapientes mas pouco eficientes.

As decisões de gestão são tomadas á séculos e séculos, uma vez baseadas em conhecimento, outras por pura intuição. Obviamente que quanto mais informação houver, melhor poderá ser a decisão, assumindo-se que esta é fidedigna, claro está. Quem não gostaria de poder jogar poker a dinheiro sabendo as cartas que os adversários têm nas mãos?

Para que serve então o excesso de informação se não é utilizada e/ou rentabilizada?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Colagens

Terminaram hoje as eleições presidenciais. Felizmente não houve a necessidade de uma segunda volta, que previsivelmente não iria alterar o vencedor e acresceria um custo enorme a esta eleição. Á hora que escrevo este post, já praticamente todos os candidatos e representantes de partidos falaram.

É impressionante como o discurso muda em vários do antes para o depois das eleições. Se antes do escrutínio se tratava da eleição do presidente e somente ele estaria a ser avaliado, depois dos resultados, os vencedores tiram elações totalmente interesseiras e os vencidos falam no novo ciclo que o seu resultado irá originar.

Tal como nas anteriores eleições, em todas as que me recordo, os políticos falam dos resultados da abstenção e dizem que a classe deveria tirar elações. Peço desculpas por não conseguir vislumbrar qualquer alteração. Como escrevi nas linhas acima, os vencedores mudam o discurso, colando-se aos resultados e extrapolando para outras realidades que não a eleição em curso ….. as presidenciais ….. 1 presidente para Portugal.

Termino desejando para o futuro (actual) presidente as maiores felicidades, pois elas serão certamente traduzidas em felicidade para Portugal.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Percepção e realidade

Após vários estudos e teses, é já um dogma dizer-se que uma decisão de um grupo será maioritariamente melhor que a decisão de um só elemento. Que da discussão envolvendo várias formas diferentes de pensar, o resultado sairá melhor que o pensamento de uma única. Uma só cabeça ou pensamento será sempre facciosa.

Por mais inteligente que sejamos ….. ou pensemos que o somos ….. a verdade é que a nossa razão é sempre influenciada pela nossa emoção e sentimentos. Mesmo quando tentamos analisar empiricamente um problema ou situação, existem factores que transcendem a razão e que nos levam a analisar de forma diferente. A realidade é que a generalidade das nossas decisões ou análises é o resultado de uma pequena parcela de razão e a maioria de emoção.

Todos nós temos uma ideia muito própria de nós, considerando-nos mais espertos ou burros, bonitos ou feios ….. etc …. do que na realidade os outros nos vêm. Isto é tão válido para a nossa maneira de ser, como de trabalhar ou como nos relacionamos com os outros ….. ou as relações que temos com os outros.

Ás vezes construímos os chamados “castelos de cartas” sobre um ou vários destes temas, estando muito seguros de que aquilo que nós pensamos, corresponde á realidade, porém, nem sempre assim o é e, certas vezes somos confrontados com acções ou constatações que nos abalam profundamente. É como percorrer uma maratona e quando achamos que estamos perto do final, alguém nos mostra o mapa e diz-nos onde estamos ….. longe de onde pensávamos estar. Um ou vários tremores de terra na nossa cabeça ….. um abalo imenso ás nossas crenças e convicções.

Certas alturas somos confrontados com um autêntico reallity check ….. a percepção do que achamos ou pensamos que temos não corresponde á realidade ….. duros momentos que obrigam a uma reflexão interna muito profunda. A olhar para dentro.

Nestas alturas podemos tomar dois caminhos distintos ….. ignorar ou repensar a ideia que temos de nós ou das nossas relações. Caso se opte pelo último, fechamo-nos numa cadeia enorme de introspecções e questionamos tudo ….. back to basis ….. meditamos.

A nossa percepção da realidade nada mais é que uma aproximação da realidade.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tertúlias

Este fim-de-semana foi rico em tertúlias. Almoço (e passeio) com colegas em Óbidos, jantar com um amigo e festa até ás 3:30 com outros amigos. Para terminar, um almoço com outro amigo cá em casa e conversa durante muito tempo ….. do melhor que levamos da vida.

Numa sociedade cada vez mais exigente a nível profissional, vivendo nós num espectro de crise que obriga as empresas a correr em várias direcções, nada como um recarregar de baterias ao fim-de-semana. Conversar com amigos e beber uns copos de forma descontraída, vendo as crianças a divertirem-se também umas com outras ….. priceless.

Ao contrário de outros povos, não temos enraizado o hábito do happy-hour, o que não quer dizer que podendo, não aproveitamos os momentos para ficar na conversa. A verdade é que em teoria gostamos todos de o fazer, mas existe sempre uma razão para isso acontecer menos vezes do que gostaríamos.

Se formos a Londres, estamos á espera ás 5 da tarde de ver pessoas num qualquer pub a beber uns copos ao passo que, em Portugal, estamos á espera ás 8 da noite de ver as estradas cheias das pessoas a voltar para casa. Hábitos ou conceitos de produtividade distintos.

As horas que passamos na conversa parecem minutos. As músicas que ouvimos uma ode ao que de bom o ser humano consegue produzir. Os risos e sorrisos alimentam as nossas “baterias”.

Olhem sempre para o lado FIXE da vida

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Em Português

Poucos são os que ficam indiferentes ao recém-eleito melhor treinador do mundo. Muitos gostam dele pois é um líder e um vencedor, outros detestam-no pela arrogância que demonstra nas suas aparições públicas. Factos são factos e ele foi eleito o melhor de 2010.

O futebol movimenta milhões, em audiências e adeptos, nas contas bancárias dos seus intervenientes e das marcas a este fenómeno associadas. Esta edição não foi diferente e o mundo estava pregado á televisão. Verdade seja dita que a maior expectativa seria ver qual dos espanhóis arrecadaria o título de melhor jogador do planeta, porém, pela primeira vez estava em jogo o título do melhor treinador e esse foi para um luso. Parabéns ao José Mourinho e a equipa que o acompanhou.

Sendo um homem que fala várias línguas, dominando o Inglês, foi em Português que ele dirigiu as primeiras palavras ….. fiquei admirado e orgulhoso. Se fosse um Espanhol, todos sabíamos que ele certamente falaria em Espanhol, porém, de um Português ninguém esperava. Não temos por hábito cultivar a nossa língua. Também aqui marcou a diferença e iniciou o que espero seja uma prática.

Pode ser uma jogada de marketing, e se foi, foi uma aposta ganha, mas a verdade é que falou em Português, sua língua materna. Os tradutores que façam o seu trabalho. Parabéns pela opção!