segunda-feira, 4 de julho de 2011

Eclipse político da comunicação social

Mais vale cair em graça que ser engraçado – ditado popular

Tivemos um governo que nos últimos tempos da sua legislatura foi massacrado insistentemente pela comunicação social, ao ponto de metade dos noticiários serem sobre o assunto – análise de más decisões, de contestação popular, de reprovação por diversos pseudo-analistas, etc, etc, etc.

Caiu porque o primeiro ministro não tinha qualquer credibilidade e foi apresentando planos sucessivos de resolução ..... este é que é ..... afinal este é que é ..... e o último era de tal forma “pesado” para o país e para a população que era inviável que fosse realizado ..... o governo tinha de cair ..... e caiu!

Do outro lado da “barricada”, tínhamos um candidato a primeiro ministro que dizia que estes sacrifícios eram impossíveis de ser aplicados, que nunca aumentaria o IVA e que era uma blasfémia sequer aludir a mexer no subsídio de natal ..... e como estas, várias.

Nos últimos dias, depois de ser unânime reconhecer que as medidas apontadas são as mesmas ou mais gravosas que o infame PEC IV ..... que derrubou o governo porque era ruinoso para os portugueses ..... eis que ficámos a saber que o IVA quase de certeza que iria aumentar e que vamos ficar sem 50% do 13º mês ..... apresentado como medida excepcional, como é apanágio destas medidas ..... por acaso somos um país que vive do turismo no verão e do comércio das festividades ..... vai haver muita pobreza no final do ano!

Até aqui nada de novo no nosso país onde continuamos a vender os anéis que temos ..... já são poucos os que nos restam ..... e tal como na Grécia, são sempre os mesmos que pagam a crise ..... é a constatação que somos um povo de brandos costumes, subserviente e conformado ..... somos assim ..... infelizmente, somos mesmo assim.

Já agora, porque não pedimos a restituição de 50% de todos os valores pagos a todos os políticos da anterior legislatura, incluindo o PR, por manifesta incompetência no exercício das funções? ...... a título excepcional, obviamente.

O que não percebo é a castração a que a comunicação social foi acometida ..... o passividade com que estas medidas são apresentadas e em nada refutadas ..... excepto pelos mesmos que já ninguém liga que são a CDU e BE ..... os que dizem mal por dizer, porque têm de dizer ou deixam de ter razão de ser.

Como é possível que tudo o que há 1 mês era uma calamidade agora está bem? Será que a comunicação social de Portugal é toda de direita? Será que as medidas só eram más porque eram ditas pelo Socrates?

Não consigo perceber este silêncio! ..... Mais vale mesmo cair em graça que ser engraçado .....