domingo, 31 de maio de 2009

Um conceito perdido

Nos tempos do longínquos antigamente, a vida era tão cruel que havia coisas a que se dava uma importância enorme. Entre essas coisas, a verdade e a honra eram aspectos muito valorizados. Eram.

Durante muito tempo, a importância da verdade foi sublimada pelas religiões como a católica, apesar de sabermos que isso não era uma verdade absoluta, pois a verdade sempre foi preterida em função dos interesses, incluindo os dos homens que estavam (e estão) por baixo da batina. Mas constitui um dos princípios fundamentais do Homem.

A semana passada foi uma semana difícil para Dias Loureiro, tendo visto a segunda pessoa de peso a confirmar a sua mentira na comissão, ao dizer que não foi pressionar o BdP. Acredito tanto nas suas palavras quanto acreditei nas palavras do Carlos Cruz quando lá foi desmentir o caso da pedofilia. Vários comentários e notas foram escritos, mas a verdade é que a classe política é pródiga em viver na mentira. Mas não é só na política e quanto mais as pessoas estão próximas do poder, seja ele qual for, mais fácil é desprezarem a verdade.

Só para colocar mais alguns exemplos, vi o antigo ministro Morais Sarmento sair de uma reunião afirmando à boca cheia que nada ia fazer em relação à RTP e dias depois sair uma deliberação que apenas poderia ter sido decidida naquele fórum. Recentemente um grande clube de Lisboa afirmou à CMVM que não estava em negociações com um jogador para dias depois anunciar que o tinha contratado. E se sairmos das nossas fronteiras, facilmente nos recordamos do Bill Clinton afirmar que não teve sexo com uma estagiária ..... só para citar alguns. Já não há respeito pela verdade.

Infelizmente a verdade tornou-se algo de facilmente descartável, o que é pena. Nos tempos que correm, torna-se difícil a um pai tentar incutir uma cultura de verdade num filho, tal é o constante atropelo que essa virtude sofre. Mas é fundamental que o faça, pois trata-se de um pilar na nossa sociedade.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O prazer da leitura

Embora tenha sido incentivado desde muito cedo a ler, a verdade é que apenas com a Ana ganhei o gosto da leitura. Como a generalidade dos jovens, a televisão e os computadores sempre me pareceram muito mais interessantes que um livro, criando um vicio de adrenalina que achava que um livro nunca poderia atingir.

Como a Ana gostava muito de ler, muitas vezes ficávamos numa qualquer esplanada a namorar e a ler, apreciando a paisagem, o livro e acima de tudo a presença um do outro. O amor é também isso, o apreciar apenas a companhia um do outro ..... saber que poderíamos estar em qualquer lugar a fazer qualquer coisa, mas era ali que queríamos estar ..... na companhia um do outro. E aos poucos fui ganhando o gosto e o hábito da leitura.

Hoje finalmente percebo como depois de lermos um livro a transposição para filme fica tão aquém das expectativas. Apesar de gostar de ler os livros de Dan Brown, depois de ter visto o Código DaVinci, não tenho curiosidade nenhuma de ir ver o Anjos e Demónios. Um livro permite-nos um espaço inigualável, que nenhum filme pode almejar. Obviamente que existe um tempo e um lugar para cada coisa e às vezes é melhor ver um filme que ler um livro ..... as coisas não precisam de ser exclusivas ..... tudo tem o seu tempo e o seu espaço.

Cada pessoa tem os seus gostos e as suas preferências, que vão desde a leitura mais técnica do Diário da República a um Eça de Queiroz ou um Nicolas Sparcks. Depende do gosto. Há gostos para tudo.

Como também cada vez mais gosto de escrever, um dos autores que mais aprecio é o Paulo Coelho ..... gostava de saber escrever assim. Ele é capaz de descrever uma coisa tão simples, como as mulheres apreciarem o corpo que têm ao invés de almejar a anorexia ou os estereótipos de beleza. E consegue fazê-lo de uma maneira na minha opinião sublime.

Poder parar um pouco para ler é darmo-nos tempo a nós próprios. É poder levar a nossa mente onde o corpo não chegará. Pode ser muito agradável. Experimentem.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Barómetro

Recentemente na sequência das suas palavras, Barak Obama viu um jornal criar um barómetro das suas propostas. Num discurso típico de um político que está a tentar ganhar ou ganhou uma eleição, disse o que todos esperam ouvir, ou seja, que acredita tanto em si que quer ser responsabilizado pelos seus actos e o cumprimento das suas propostas.

O que poderia ser apenas mais um belo e inflamado discurso, deu origem a uma página na net com esse barómetro para cada umas suas 500 propostas. O princípio é estupidamente simples, ou seja, cada uma das suas propostas tem uma descrição individual e a materialização da proposta e do seu cumprimento. Por analogia vamos supor que ele propôs a criação de 150.000 novos empregos nos próximos 4 anos ..... se as estatísticas dizem que ele apenas ainda só criou 1.000, então vemos um manómetro no vermelho ..... e assim sucessivamente.

Como eleitor estou habituado a ser inundado com promessas diversas na altura das eleições, umas que me parecem realistas, outras vistas como uma intenção e um rumo que o partido pretende seguir e algumas obviamente que são pura demagogia ou propaganda eleitoral. Quando os mandados chegam perto do seu términos, já ninguém se lembra do que foi prometido nem sabe se foi comprido ou não, com excepção do que é aproveitado pela oposição para criticar e do que por este ou aquele motivo é amplamente sublimado pelo partido no poder. Apenas uma pequena gota num vasto oceano.

O que foi feito nos EUA é algo tão simples como extremamente eficaz. Permite aos eleitores apreciar o cumprimento ou não das promessas, avaliando o retorno que o partido que apostou e ajudou a ganhar efectivamente cumpriu ou não o prometido. Obviamente que pode haver uma justificação para o não cumprimento, assim como poderá haver espaço para o que foi feito e não estava prometido. Isso é a vida real. Do ponto de vista de quem governa, este espaço serve também de uma forma de pressão para que as promessas não fiquem esquecidas. Os partidos são constituídos por pessoas e elas comportam-se de forma diferente quando são ou não pressionadas e avaliadas. É humano.

Pensando em termos do dia-a-dia, se tivéssemos um sítio em que fosse evidente a aplicação das verbas do QREN ao longo deste mandato, será que o ministro teria guardado a sua utilização para mais perto das eleições, com os resultados que hoje conhecemos e sofremos na pele?

Este exercício de elaboração de cenários é tão válido para o poder central como o local. Quantos partidos prometem mundos e fundos nas eleições municipais e depois não cumprem quase nada a que se propuseram?

Parece uma ideia tão simples e revolucionária que não percebo porque razão nenhum partido ou órgão da comunicação social ainda aproveitou. Os bons exemplos são para copiar e eu enquanto eleitor gostava de saber se o meu voto foi bem ou mal aproveitado. Obviamente que a avaliação faz-se a nível global mas o detalhe é o que separa quem apenas promete a quem cumpre o que promete.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Peixeirada desfocada

Só hoje é que consegui ver esta pérola do jornalismo!

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=79564175-E9FF-472D-9801-D10F5CAE79DA&channelid=00000092-0000-0000-0000-000000000092

Apenas alguns breves comentários:
- Quem diz o que quer, arrisca-se a ouvir o que não quer!
- A Manuela Moura Guedes há muito que merecia ouvir o que é a opinião generalizada da população ..... só não consegui ver muito bem a reacção na cara dela porque a minha emissão estava um pouco desfocada ..... eh eh eh
- Como em muitas empresas, certos lugares apenas sobrevivem por motivos diferentes do mérito ou reconhecimento de qualidade ..... se a Manuela não fosse casada com o Manuel estaria ali?
- Se Portugal não fosse o país que é, o share da Manuela seria tão baixo que a estação a retirava do ar ..... mas Portugal gosta não de notícias ou jornalismos mas sim daquilo que a TVI apresenta ..... não sei como o classificar.

Foi uma autêntica peixeirada e qualquer um deles fica muito mal na fotografia ..... mas até agora e pelos vários comentários que já ouvi, eu diria que a Manuela perdeu por KO técnico .....

Espaço para errar

Por mais que gostássemos, não podemos estar certos sempre, assim como nem sempre acertamos nas nossas decisões. Errar faz parte da nossa vida assim como os erros fazem parte do nosso processo de aprendizagem. E a verdade é que muitas vezes se aprende mais com os erros que com os sucessos.

Este fim-de-semana tive um torneio de golf onde consegui fazer o melhor resultado que alguma vez tinha feito, e isto depois de uma paragem de três anos e apenas um jogo de 11 buracos ..... pagámos 9 e fizemos mais 2 até ao club house. Como tudo requer prática e o golf mais ainda, fui na sexta-feira bater um balde de bolas (50) para treinar um pouco o movimento. Acima de tudo estive mais preocupado em pensar o que estava a fazer mal do que a ver onde as bolas boas tinham ido. Cada bola que batia e vazia asneira, que foram quase todas, parava um pouco para tentar perceber o porquê e corrigir na bola seguinte. As últimas 4 bolas foram já muito boas ..... ok, boas.

No dia do torneio fiz um pequeno aquecimento do putt e fui para o campo. Tinha em mente apenas quatro coisas – divertir-me, descontrair, fazer bem o movimento e divertir-me. A fase de errar e perceber o porquê dos erros estava feita e pertencia ao passado recente, o que me permitiu jogar a um nível superior, sem perder muitas jogadas a pensar o que tinha feito mal. Superei largamente as minhas expectativas.

A conclusão obvia é que a sistematização e o treino ajudam os resultados, o que é obvio. A conclusão mais elaborada é que é essencial poder cometer erros num ambiente sem riscos para poder depois assumir a responsabilidade de poder errar. É assim no desporto e nas empresas. Nas empresas estáveis e maduras a experiência será sempre apreciada mais que a idade ..... até certo ponto, obviamente.

Recentemente no âmbito do PAGE joguei um daqueles simuladores de gestão e pude constatar todos estes princípios. No primeiro dia cometemos os erros típicos de principiante, ou seja, não lemos bem as regras e deixámo-nos entusiasmar com as jogadas sem fazer o devido enquadramento do cenário. Acabámos na falência e despedidos. Durante essa noite e por carolice criei o essencial a qualquer gestor, ou seja, uma pequena folha de Excel com dados e gráficos históricos para analisar tendências passadas e futuras e compararmo-nos com a concorrência. Ao contrário de muitos gestores que ignoram o que a concorrência faz, considero essencial até para aprender com os outros. Para além disso, uma das áreas do Excel ajudava no processo de decisão, ou seja, de uma forma simplista introduzíamos os dados esperados de inflação, crescimento da economia e outros similares e, mediante os dados propostos de cenários (desde o pessimista ao optimista), introduzíamos a nossa expectativa, e o Excel propunha uma série de valores de investimento para nós ajustarmos ao essencial à gestão de qualquer empresa – a sensibilidade e o feeling de quem decide. No final da manhã seguinte estávamos muito à frente no nosso jogo e comparativamente muito bem.

Como uma lição de vida nunca vem só, tivemos um revés normal em qualquer empresa, ou seja, numa determinada jogada pensámos apenas no presente e não pensámos a médio/longo prazo. Como resultado, vendemos tudo o que tínhamos para vender e não estávamos em condições de poder produzir mais, o que nos fez perder clientes e cota de mercado para a concorrência. Depois de mais essa lição aprendida e como as bases eram boas, rapidamente voltámos a liderar destacados no nosso jogo. Muitos gestores ganhavam muito em fazer estas simples “brincadeiras” ..... se aproveitarem para pensar.

Na nossa vida pessoal a margem de erro é menor. Talvez por isso acho que vale a pena pensar muito bem no que fazemos e acima de tudo, preocuparmo-nos sempre no impacto das nossas atitudes e decisões nos outros. Que mais não seja para tomarmos as nossas decisões em consciência.

domingo, 24 de maio de 2009

Uma varanda sobre o mundo

Uma velha quinta transformada em zona comercial. Ao passarmos na rua vemos um velho muro recuperado pintado de um amarelo senhorial. Duas pequenas entradas, uma de carros e outra de pessoas permitem a quem conhece aventurar-se no seu interior.

A casa dá para uma falésia e um pequeno muro separa todo o espaço do abismo. Ao chegarmos ao pé do pequeno muro divisório, a nossa vista entra oceano adentro, numa paisagem de mar azul e céu limpo. Junto à costa, pequenas embarcações de vela deambulam de um lado para outro, umas sozinhas outras em pequenos grupos e coreografias entrelaçadas. Tal como a história de David tinha um Golias, à volta podemos também ver passar grandes cargueiros ou mesmo magistrais paquetes.

O rebordo da nossa costa, constituído por escarpas rochosas, mantém-se imóvel e indiferente ao rebentar das ondas, que fazem do seu branco uma ligação entre o azul do mar e o castanho da costa. No topo vemos um verde resplandecente das árvores que há anos podem apreciar a vista maravilhosa que os nossos olhos agora absorvem e apreciam.

Indiferente a tudo isto, as esplanadas estão repletas de pessoas, algumas delas na companhia dos seus animais de estimação. Os empregados deambulam entre as mesas numa azafama nada condizente com a calma que a vista proporciona. Nas mesas, podemos ver desde jovens a nada jovens casais ou famílias, em actividades que vão desde a simples leitura de um livro ou jornal até à animada conversa. Amigos que se reencontram emprestam uma alegria à esplanada que tem um brilho especial quando vemos pequenos grupos de crianças a brincar e apreciar o ar livre e a doce liberdade da sua jovem inocência.

No meu pequeno cantinho observo a vida que deambula à minha volta e a calma que a vista proporciona. Dou pelos meus olhos a começarem na varanda e saltarem para o abismo, percorrendo a magnitude do mar até à linha do horizonte ..... e continuam mais além até ao céu ..... procuram aquela que é a estrela mais bela do firmamento ..... é de dia, mas eu sei que ela está lá .....

Amo-te muito, meu amor ..... tenho muitas saudades tuas .....

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Utilizar exemplos

Todos nós temos sempre tendência a utilizar exemplos para melhor demonstrar algo, sendo normal recorrermos a essa figura especialmente para os nossos filhos. Muitas vezes dizemos-lhes para verem o que o A faz ou o que o B consegue. Outras vezes, alertamos para as atitudes do C e os problemas que tem com isso.

Nós, os Portugueses, temos uma tendência grande de dizer mal do que é nosso, ao mesmo tempo que exaltamos o que é dito ou feito no estrangeiro. Embora socialmente essa mentalidade esteja a mudar, ainda é predominante na nossa sociedade. Um dos nossos alvos de eleição são sempre os políticos ..... e geralmente até o merecem ser ..... mas também há que os defender quando é caso disso. A Inglaterra que é vista como uma referência em muitos níveis, tem vindo a ser fustigada com abusos de confiança e uso inapropriado ou fraudulento de dinheiros públicos, assim como atitudes de encobrimento do responsável do próprio parlamento ..... a corrupção e o abuso de poder não é só em países do terceiro mundo ou similares ..... afecta a todos.

O problema de usar exemplos é quando o que vemos não corresponde à realidade.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A sociedade do amanhã que estamos a construir

De uma forma poética dizemos que os jovens de hoje serão o nosso futuro do amanhã. Mas hoje são jovens e enquanto jovens estão a moldar o seu EU, a sua personalidade e os seus valores. Uma parte irão aprender na escola, outra em casa e muito vão apreender pelo exemplo.

Sendo verdade que serão o resultado do que os “moldarmos”, voluntária ou involuntariamente, devemo-nos questionar sobre a nossa responsabilidade no futuro. Que valores estamos nós a transmitir-lhes?

Desde cedo que sempre habituámos o filhão a ouvir e dizer a verdade, prometendo-lhe apenas o que sabíamos ser possível lhe dar. Como todas as crianças, momentos houve que foi um chato do pior, mas em momento algum fizemos chantagem psicológica com ele ou prometemos-lhe coisas só para o calar ou sossegar. Momentos houve que tudo o que ele queria ouvir é que tudo se ia resolver pelo melhor ..... mas sempre lhe prometemos apenas o que podíamos dar e, acima de tudo, sempre lhe demos o que prometemos.

A confiança que sabemos ele ter nos pais e no que lhe é dito, não tem preço.

É com muita tristeza que assisto sucessivamente a pais, familiares e amigos a prometer coisas a crianças, incluindo ao próprio filhão, e depois se “esquecerem” de respeitar o que prometeram. Pior é quando assisto a promessas que sei que nunca serão cumpridas. No caso do filhão, ele ainda fica um pouco perdido e estranha as promessas não cumpridas, perguntando porque fazem os adultos isso. Mais difícil é ver a tristeza de algumas crianças por quem tenho uma estima muito grande ficarem devastadas com estas situações, algumas delas de forma recorrente. É tão cruel.

Se ao menos o(s) adulto(s) em causa vissem essa tristeza ..... não sei o que dói mais, se a revolta interna desses actos se a tristeza naquela carinha de jovem inocente, que não tem culpa de tudo o que a vida lhe tem feito passar.

Somos nós adultos que ensinamos as nossas crianças o civismo, o respeito, a dignidade e a honestidade. Quando lhes mentimos ou fazemos promessas vãs, a mensagem que lhes estamos a transmitir é que isso é normal, que a vida é assim. Quando a nossa justiça é anedótica, o que dizemos é que as leis não são para cumprir, são apenas cartas de intenção. Quando lhes batemos, então eles provavelmente irão bater nos seus filhos. Se não respeitamos os mais velhos, como podemos depois esperar respeito?

Estes são aspectos que não pensamos no nosso dia-a-dia, mas a verdade é que são os valores que nós estamos a incutir nos nossos filhos e, para além as alegrias e tristezas que lhes proporcionamos ou impomos, na verdade estamos a desenhar o que será a sociedade de amanhã.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Planear a semana

Muitas vezes sentimos que o tempo nos domina. Em termos profissionais parece que não conseguimos terminar as tarefas mais importantes e, em termos pessoais, sentimos que a vida nos passa ao lado. É quando tomamos consciência que o tempo efectivamente nos domina.

Depois de quase um mês e meio alucinante de excesso de carga profissional, decidi descansar este fim-de-semana e rever todo o meu planeamento e prioridades. Como o filhão vem sempre em primeiro lugar, acabei por tirar essa sobrecarga de tempo ao meu descanso pessoal, atingindo uma média de horas diárias que não vou escrever para que a minha mãe não me ponha de castigo ..... e era bem merecido.

Aproveitei o descanso para ler os meus apontamentos das aulas do João Matos na cadeira de Gestão do Tempo do PAGE, e aproveitei também para ver as apresentações do programa que ele referiu sobre o tema, assim como alguns artigos e dicas interessantes. Depois de alguma meditação decidi experimentar uma nova abordagem.

A minha primeira tarefa semanal será o planeamento da minha semana de trabalho. Em apenas 30 minutos, que corresponde a pouco mais de 6% de um dia de 8 horas de trabalho, irei percorrer os seguintes pontos:

1º) Rever a minha missão e valores – repensar o que fiz na semana anterior em relação ao que realmente é importante para a minha vida, pensando em como gastei o meu tempo e o que faria diferente se o tempo voltasse atrás. Ao planear as minha semana, irei ter isso sempre em mente.

2º) Objectivos semanais – planear o que gostaria de ter completo até ao final da semana. Estes objectivos tanto podem ser unitários como ter várias etapas. Se os colocar no meu outlook, com ou sem data/hora, terei sempre presente o que pretendo completar.

3º) A minha bússola – todos nós desempenhamos papeis na nossa vida, seja o ser EU, pai, filho, manager, amigo, etc. Para cada um destes papeis, irei definir o que gostaria de completar até ao final da semana, marcando-os na minha agenda. Embora sejam coisas simples, tal como ligar a um amigo, a verdade é que no meio de todas as outras coisas, muitas vezes estas vão ficando para trás.

4º) Tarefas – Depois de ter programado o que realmente é importante, irei passar para o resto das tarefas que estão na minha To Do List. O truque aqui será calendarizar o que é importante e urgente (I), importante mas não urgente (II), urgente mas não importante (III) e por fim o resto, que não é nem urgente nem importante (IV) mas que terá de ser efectuado.

Nada do que anteriormente escrevi é novidade ou constitui um Ovo de Colombo, porém, a verdade é que apesar de já fazer algumas ou todas estas coisas, nunca me dei ao trabalho de planear semanalmente a generalidade delas. Sei que apesar de parecer simples, o fazer isto de forma sistematizada vai ser complicado pois o tempo faz sempre falta para algo, mas vou tentar.

Se conseguir planear a minha semana de forma realista e não o que gostaria que ela fosse, acredito que chegarei ao fim da semana com um grau de satisfação maior, sabendo que cumpri o que me comprometi e que esses sucessos constituem uma mais valia para mim enquanto pessoa e enquanto profissional.

Vou tentar esta abordagem ..... se não funcionar, o máximo que perdi é 30 minutos ..... mas que ganhos espero ter se funcionar!

terça-feira, 12 de maio de 2009

O peso da ignorância

Por mais simples de perceber que seja a frase “não se pode gastar mais do que se ganha”, a verdade é que várias são as famílias que tardam em interiorizar isso. Quando os momentos de pânico surgem, trazidas pela constatação clara das dívidas acumuladas, essas famílias conseguem perceber o sentido da frase mas daí a fazerem algo de uma forma sustentada ainda vai um longo caminho.

Talvez por ingenuidade minha, ainda fico impressionado como algumas pessoas ganham metade de outras e sabem gerir muito melhor o seu orçamento familiar. No caso concreto que tenho em mente, o mais impressionante é que a primeira não tem qualquer tipo de apoio familiar e a segunda tem muito e infelizmente não é capaz de perceber, agradecer ou dar valor, tal é a sua concentração em ter pena de si mesma.

Independentemente de se ter chegado a uma situação financeiramente muito difícil por incúria ou por azar, nomeadamente pela perca de emprego, a verdade é que é preciso saber reagir. É preciso tomar consciência da situação real e definir o que se pode ou não fazer. Podendo andar de transportes públicos por exemplo, nada justifica andar de veículo próprio, porém, a comodidade instalada ou obtida não é fácil de prescindir. Esse dinheiro poderia muito bem ser canalizado para pagar dívidas, por exemplo.

Este é talvez o maior problema das pessoas. É sempre mais fácil nunca ter tido a deixar de ter. Mas é preciso cair na dura realidade. É preciso saber que o passado é isso mesmo, passado, e o futuro constrói-se no presente com as medidas correctas. Se olharmos para a nossa história facilmente constatamos que as glorias passadas não alimentam o presente nem garantem um futuro.

É preciso saber parar e perceber o novo ponto de partida. Voltar a ajustar os gastos aos proveitos, tomando as medidas difíceis e, ainda mais complicado, saber abdicar do que gostaríamos mas não podemos ter. Tenho um enorme respeito por aqueles que o fazem.

Não há receitas mágicas e tudo depende obviamente dos proveitos das famílias, mas uma simples realidade matemática é fácil de compreender: se o montante disponível apenas for de 5, não se podem ter despesas de 5,1. A médio/longo prazo será impossível sustentar. Gastando somente 5 na pior das hipóteses fica-se como se está, mas não se fica pior ..... apenas se espera que não existam imprevistos. Conseguindo descer as despesas para 4,9 já se poupa para o imprevisto ou, se a situação melhorar ou a sorte ajudar, um acréscimo de proveitos pode ser o inicio de um futuro melhor.

Não sendo uma frase nova ou virgem neste blog volto a dizer que “Ignorante não é o que não sabe mas o que não quer aprender”.

Saudades

Por mais forte que sejamos, momentos há que acabamos por fraquejar. Se houver motivação, o homem é capaz de superar os seus limites e conseguir feitos incríveis, porém, manter esse estado de alma nem sempre é fácil e pequenos nadas tal como o cansaço acumulado podem deitar por terra o melhor dos esforços.

São nesses pequenos instantes de fragilidade que um gesto tão simples como um sorriso consegue milagres ..... sinto falta do teu sorriso, meu amor.

Momentos há que saber que voltamos para uma casa vazia é um tormento ..... que aquele sorriso e um simples “deixa lá” não mais pode ser ouvido ..... que aquele abraço que é um autêntico porto seguro no meio da tormenta não mais pode ser dado .....

Sinto muitas saudades tuas, meu amor ..... amo-te muito!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Antevendo o padrão

No final do dia de hoje haverá mais um debate sobre as eleições europeias, desta vez contando com a participação de todos os partidos que irão a votos, e não somente os que têm assento parlamentar. Serão os 15 minutos de fama a que têm direito.

Em termos de partidos políticos, existe um padrão associado aos vários partidos e, nos pseudo debates a que temos assistido, os comportamentos e atitudes têm sido coerentes. O de hoje deve ser mais ou menos dentro deste padrão:

- CDU – O orador engoliu uma cassete dogmática e defende até à morte o que todos sabem que não tem já defesa nos dias de hoje. Mantêm a ideia de que somente eles estão certos e que o proletariado é que devia ser o centro do universo. Os seus apoiantes batem num adversário mas segundo a CDU este é que terá de pedir desculpas ..... e as senhoras nunca são nem jovens nem bonitas;
- CDS/PP – é o partido do one-man-show, isto na figura do seu líder ou mais recentemente no Nuno Melo, que procura incansavelmente um câmara para falar do que quer que seja. O protagonismo pessoal sobrepõem-se a tudo o resto ..... que também não é muito;
- BE – Cada vez mais uma cópia dos outros e longe do original inicial. É uma espécie de one-man-show na procura do protagonismo defendendo o que não é defensável, porém, não faz uso de velhas e feias mas sim jovens, bonitas e inteligentes ..... uma Ana Drago ou uma Joana Amaral Dias seriam sempre uma excelente companhia ao jantar ..... por acaso a última foi saneada ao estilo PCP;
- PSD – Refém do passado que teve e o futuro que não consegue alcançar, dividido entre defender o mesmo que o PS mas na obrigação de ser diferente, não conseguindo ter um líder carismático que faça frente ao Sócrates ..... será por aqui e não pelas suas políticas que poderá reconquistar o poder ..... um dia irão perceber isso;
- PS – Recria no seu líder a figura do quero-posso-e-mando Cavaquista, com os seus cordeiros a tentar imitar. Personifica os jobs for the boys hoje em dia, uma vez que assumidamente não tem ..... argumentos ..... para as reformas que sabe que precisa fazer, e, as que faz, rapidamente sucumbe aos lobbies dos seus boys.

O candidato do PS é a personificação do que está errado na nossa política. Outrora um reputado técnico e com obra e posições coerentes, caiu numa mediocridade impressionante quando assumiu esta campanha. Inspira-se em Sócrates/Cavaco para o “Eu é que sei” e nos debates parece aquela criança que bate e foge ..... é ridículo o ataque que faz aos outros e, quando obviamente eles retribuem da mesma forma, faz-se de vitima e tenta passar a imagem de que ele quer ser sério e debater com elevação mas os outros não deixam.

Este começo de campanha eleitoral tem sido do pior a que temos assistido. Não digo que estamos perante uma crise, pois na verdade acho que estamos como sempre estivemos ..... a frase do antigamente é que era bom perpetua-se no tempo, mas com um pequeno esforço de memória, lembramo-nos que naqueles tempos a forma de fazer política e os intervenientes não eram melhores dos que temos hoje ..... apenas que hoje eles têm mais experiência e nós construímos na nossa cabeça a conjugação da imagem antiga com a experiência recente. É uma ilusão de memória.

Veremos se no final do dia de hoje ficarei mais elucidado que estava no início. Gostava!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Coisas sem preço

Na nossa moderna sociedade de consumo, quase tudo se compra e se vende. Existem artigos que custam fortunas quase obscenas à luz dos valores definidos pela OCDE para o limiar da pobreza, e existem artigos similares com valores muito mais acessíveis ao comum dos mortais. Tudo depende dos materiais utilizados e da nossa percepção da qualidade dos mesmos. É somente preciso procurar o que queremos face ao preço que estamos dispostos ou habilitados a pagar, seja em lojas ou na internet.

Apesar da facilidade de encontrar quase tudo hoje em dia, é bonito de ver que as nossas crianças continuam mesmo assim a dar muito valor ao que é feito por eles ou para eles. Quantas vezes os bebés brincam mais com as caixas que com os brinquedos que lá vêm dentro e nós achamos piada?

O filhão, talvez incentivado pelo exemplo da mãe, do pai, dos avós e do Art Attack, gosta muito de fazer os seus brinquedos ou objectos. Tem sido assim para taças, braçadeiras de capitão, cartas de jogo, coroas de reis e outros objectos ou brinquedos. E adora ajudar-me a construir os meus barcos ou mais recentemente o meu eléctrico. E como nós gostamos de incentivar isso.

O filhão irá efectuar hoje a apresentação de um trabalho de história sobre D. Filipe I e, como felizmente a professora Sandra para além dos dados em si quer que eles se preocupem com a apresentação, ele e o Zé têm treinado uma pequena encenação com teatro, música e trajes. Estão super entusiasmados e ontem estiveram novamente a treinar para o grande dia.

Pelo nosso lado, a Rita ajudou-os a pesquisar, recolher e filtrar os dados a apresentar, o Pedro preparou a música ..... isso mesmo, a música ..... a Ana fez um fato de soldado há 3 anos atrás que será utilizado agora, e eu preparei uma réplica da coroa de D. Filipe I e fiz algumas cópias para entregarem. Mais do que um trabalho, vai ser uma autêntica peça de teatro.

O prazer que sabemos que eles irão ter ao estarem a apresentar o trabalho com todos estes artefactos, não tem preço ..... e eles sabem que tudo foi feito por eles ou para eles ..... o que irão dar valor num futuro longínquo .....

Tudo isto podia ter sido comprado ..... podia ..... mas não iria ter o mesmo gosto ..... há coisas que não têm preço!

Boa sorte para a apresentação do trabalho, meninos.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Falência eminente do BPP e BPN

Qualquer curso de Gestão ou Economia ensina que o dinheiro não conhece credos ou religiões, e que os mercados têm uma vida própria. Ensinam que o lucro é o propósito de qualquer investimento e que este está intrinsecamente ligado ao risco das aplicações. Não se fala em emoções, porém, quem decide não deixa de as ter pois por muito racional que as decisões de investimento devam ser feitas, elas são-o por pessoas.

No momento de arranque da crise, foi fundamental salvar algumas instituições financeiras de relevância sistémica (def: relativo a um sistema no seu conjunto). Foi uma posição unânime de todos os governos pelo mundo fora, apesar de algumas instituições não poderem ter sido salvas, tal era a sua situação. As leis do mercado ditaram as que caíram logo, tal como acontecia nos tempos da infantaria nas guerras Napoleónicas ..... a fila da frente servia de escudo para as filas de trás.

No nosso pequeno paraíso à beira mar plantado, o BPP e o BPN foram salvos para evitar o pânico e a desconfiança no nosso sistema financeiro, mesmo sabendo que alguns problemas eram muito provavelmente casos de polícia, estando mesmo a decorrer algumas investigações. Foi uma posição do governo e como todas as decisões, deve ser analisada em função das condicionantes e dos dados conhecidos na altura. Como todos os eventos, o tempo irá ditar a justiça e acertividade da decisão. E ditará igualmente o apuramento mais aproximado do “buraco” de cada uma das instituições e o preço para por nós, meros contribuintes que sustentam com o esforço do seu trabalho estas decisões.

Mesmo sabendo que o retorno do investimento é tanto maior ou menor consoante o risco, a verdade é que podendo ganhar um pouco menos mas com um risco menor, poucos serão os que arriscam a ficar sem nada. Face ao que se conhece da situação de ambos os bancos, tenho dúvidas sobre se haverá novos investidores a apostar o seu dinheiro nestas instituições.

Como a vida de qualquer empresa depende dos seus clientes, não havendo capacidade de angariação de novos clientes face à não confiança de garantia do capital investido, o dinheiro que lá está acabará por ser absorvido nos custos de estrutura que uma instituição daquelas possui.

Em análise de investimento, o dinheiro já gasto não deve entrar no cálculo do retorno do investimento de um negócio ou projecto e por conseguinte na decisão de avançar ou não. Por esta razão, o dinheiro já gasto pelo governo na “garantia da confiança sistémica” do nosso sistema financeiro está gasto e não deve entrar na equação de manter ou não os bancos em dificuldades e investir ou não mais dinheiro neles.

O princípio de que apenas se devem salvar as empresas que merecem ser salvas deverá ser empregue aqui, o que acabará por ditar a falência destas instituições. Por muito atractivos que sejam os juros, não creio que as instituições ainda tenham a credibilidade suficiente para reter e conquistar clientes, e, tal como todos os economistas incluindo o próprio ministro disseram no princípio da crise, o sistema financeiro baseia-se acima de tudo em confiança e credibilidade.

Se seguirmos o principio da coerência e não das amizades ou do politicamente fácil, ambos os bancos estão condenados ..... prolongar o seu fim é somente fazer-nos a nós honestos contribuintes perder ainda mais dinheiro.

domingo, 3 de maio de 2009

Feliz dia mamã

Meditei muito em escrever este texto ..... fiquei principalmente dividido entre os agradecimentos à minha mãe por tudo o que tem feito por mim, e pelo “peso” de não ter efectuado o mesmo ao meu pai no Dia do Pai, que felizmente os merece de igual forma ..... e o resistir à tentação de falar apenas do meu amor, que foi uma excelente mãe para o nosso filhão.

Embora se fale em Dia do Pai e Dia da Mãe, a verdade é que estes papeis já estão muito misturados. Penso que estes dias são essencialmente comerciais e que se baseiam numa realidade cada vez mais escassa. Estes dias comemoravam-se para honrar o pai que passava o dia todo a trabalhar no duro para sustentar a família e a mãe que abdicava de uma carreira ou cujo trabalho é inglório em termos de reconhecimento para educar os filhos. Na sociedade moderna em que ambos trabalham, seria mais justo falar no Dia dos Pais (pai e mãe) ..... mas enfim, vamos respeitar o tema.

Sei que digo muitas vezes ao filhão que devemos estar contentes com o que temos e não tristes com o que não temos, pois só assim seremos felizes, porém, no caso deste dia em que infelizmente ele já não tem a sua mamã para abraçar logo cedo e atacar com beijinhos como gostaria de fazer, tudo perde o sentido.

Como explicar a um filho que fez uma prenda para a sua mãe mas que apenas poderá ir ao cemitério depositá-la na sua campa, não a podendo abraçar ..... não a podendo beijar ..... não lhe podendo dizer o quanto ela é importante para ele? ..... como? ..... porquê?

Olho para o desktop do meu computador e tenho uma fotografia de vocês dois juntos e felizes ..... num gesto de amor, carinho e ternura que somente a uma mãe excepcional se dá ..... dava tudo para se fosse actual ..... amo-te tanto mamã ..... amo-te tanto .....

Resta-me deixar-vos o texto que o filhão escreveu no postal para a sua doce e querida mãe, que infelizmente não está cá para ler ..... temos tantas saudades tuas, meu amor ..... mamã.

Mãe


Sinto a tua falta e por isso estou sempre a pensar em ti, e isto é a prova que mesmo que não estejas aqui faço-te coisas como estivesses.

Mãe hoje é o teu dia, é o dia da Mãe, e tu para mim foste a melhor mãe do mundo
.”

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mais um seria

Hoje faríamos 17 anos de namoro ..... mais um triste seria ..... mais um.

Tu acreditavas que tudo na vida tinha um sentido e que estávamos cá para uma qualquer missão ..... eu sempre dei graças de ter tido a sorte e o privilégio de te ter conhecido ..... e de termos vivido tudo o que vivemos.

Podemos ficar tristes de não ter tudo o que gostaríamos de ter na vida, seja isso fortuna, carreira, família, amor ou qualquer outra coisa, porém, quando se tem algo que muito prezamos e damos valor, perder isso é algo brutalmente violento ..... ter vivido 16 anos de um paraíso edílico de amor e carinho com a tua presença é dolorosamente difícil por esse facto ..... viver sem ti não é viver, é respirar porque isso é involuntário ..... a vida perdeu o sentido.

..... é mais difícil deixar de ter a nunca ter tido ..... e nós fomos tão felizes ..... sempre e acima de tudo fomos namorados ..... duas Soul Mates que se encontraram naquele velho cacilheiro a meio do Tejo .....

Não trocava todos os bons momentos que tivemos por nada deste mundo ..... e foram tantos e tantos ..... eu amo-te tanto, minha doce e querida namorada ..... sinto tantas saudades tuas .....

Amo-te muito, meu amor .....

Hoje faríamos 17 anos de namoro ..... mais um triste seria ..... mais um!