domingo, 31 de maio de 2009

Um conceito perdido

Nos tempos do longínquos antigamente, a vida era tão cruel que havia coisas a que se dava uma importância enorme. Entre essas coisas, a verdade e a honra eram aspectos muito valorizados. Eram.

Durante muito tempo, a importância da verdade foi sublimada pelas religiões como a católica, apesar de sabermos que isso não era uma verdade absoluta, pois a verdade sempre foi preterida em função dos interesses, incluindo os dos homens que estavam (e estão) por baixo da batina. Mas constitui um dos princípios fundamentais do Homem.

A semana passada foi uma semana difícil para Dias Loureiro, tendo visto a segunda pessoa de peso a confirmar a sua mentira na comissão, ao dizer que não foi pressionar o BdP. Acredito tanto nas suas palavras quanto acreditei nas palavras do Carlos Cruz quando lá foi desmentir o caso da pedofilia. Vários comentários e notas foram escritos, mas a verdade é que a classe política é pródiga em viver na mentira. Mas não é só na política e quanto mais as pessoas estão próximas do poder, seja ele qual for, mais fácil é desprezarem a verdade.

Só para colocar mais alguns exemplos, vi o antigo ministro Morais Sarmento sair de uma reunião afirmando à boca cheia que nada ia fazer em relação à RTP e dias depois sair uma deliberação que apenas poderia ter sido decidida naquele fórum. Recentemente um grande clube de Lisboa afirmou à CMVM que não estava em negociações com um jogador para dias depois anunciar que o tinha contratado. E se sairmos das nossas fronteiras, facilmente nos recordamos do Bill Clinton afirmar que não teve sexo com uma estagiária ..... só para citar alguns. Já não há respeito pela verdade.

Infelizmente a verdade tornou-se algo de facilmente descartável, o que é pena. Nos tempos que correm, torna-se difícil a um pai tentar incutir uma cultura de verdade num filho, tal é o constante atropelo que essa virtude sofre. Mas é fundamental que o faça, pois trata-se de um pilar na nossa sociedade.