quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Efeito dominó

Estamos a viver um período financeiramente conturbado. Por um lado temos a nossa crise interna de perca efectiva de poder de compra, que já dura há muito tempo, por outro temos a pressão do subprime nos states.

Se a primeira considero que se deve ao acumular de vários anos de incompetência política, que começou com o Cavaco e acabou no Durão, relembrando para os menos atentos, PSD, seguido de PS e PSD/CDS ..... não especificamente por esta ordem ..... mais vulgarmente conhecido como populismo fácil, a segunda era perfeitamente previsível. O que se passou assemelha-se muito a um sistema de falcatrua em pirâmide ..... um dia não há pedras suficientes para construir um novo nível na base ..... a ruína é evidente. E que mais vêm aí? ..... isto é um acidente ou um iceberg?

Os bancos vão aceitando as várias dívidas, pensando no plano de pagamentos e, por segurança, vendendo os créditos a outros, que por sua vez vendem a outros, minimizando assim os seus próprios riscos ..... e tudo funciona enquanto os pagamentos entram ..... mas quando a nascente seca, e isso acontece ao mesmo tempo nas várias nascentes e cursos de água de um rio, o que acham que acontece ao rio propriamente dito? ..... pode chover um pouco, escondendo o problema, mas isso é só uma questão temporal ..... para mim, este é o problema actual nos states e, por consequência, no mundo ..... a América espirra e algures no mundo algum país apanha uma valente constipação ..... em termos médicos, vulgarmente conhecido como globalização ..... Os problemas não são resolvidos, apenas adiados ..... alguém tem dúvidas que tudo que tem um começo tem um fim?

Hoje ouvi uma outra analogia engraçada, que envolvia Poker ..... tudo funciona enquanto os adversários “estão em jogo”, mas cai como um baralho de cartas quando acontece uma de duas situações (novamente o dois): um dos adversários “calls our bluf” ou, o jogo chega a um impasse que é preciso mostrar as cartas que temos ..... como um amigo meu diria, “o preço é o mesmo” ..... BUM!

Há tempos li uma reportagem na “Sábado” sobre as apostas de risco, em que alguém perdeu 4 mil milhões de euros num dia e, com um Ferrari na garagem, estava a descansar um pouco para montar uma nova empresa ..... quase parecia que estava a ler uma história do Second Live onde tudo é virtual. Se quando ganhamos retiramos o dinheiro e quando perdemos não pomos nada, o que acham que vai acontecer? ..... o discurso do Bush que passou em directo deve ser considerado capitalismo (sua protecção) ou é comunismo?

Pensando agora em termos da nossa realidade, existem várias dúvidas que me assolam o pensamento ..... eu explico ..... por um lado considero que as pessoas não podem ser “controladas” ao ponto da exaustão em termos do crédito que podem pedir, pois considero isso uma ofensa à nossa liberdade e modo de vida, por outro lado, as pessoas precisam de alguém que lhe imponha alguns limites, se não de vida pelo menos financeiros ..... que forçosamente terá de ser o estado ..... e que as controle para não caírem no “buraco” dos americanos. Esta é a fase que lembro que Portugal e um país de 10 milhões de habitantes, o que inclui velhos e crianças e, possui a módica quantia de 15 milhões de números móveis atribuídos ..... que não é o mesmo que em uso, mas, mesmo assim, 15 são sempre mais que 10! ..... é preciso haver um arbitro ..... ou um juiz, se bem que não gosto de usar esta ultima expressão pois não os considero uma classe idónea, isenta e justa .....

Para onde estamos a caminhar em termos financeiros? (atenção que finanças e economia são duas coisas distintas!)

A fronteira não é fácil ..... cada caso é um caso ..... se eu pensar que a taxa de endividamento que um banco considera razoável é de 30% e a aplicar ao meu caso particular, fico feliz que é algum dinheiro, porém, esta taxa de referência é sobre o ordenado bruto, pelo que teremos de verificar qual o valor real que temos, vulgarmente designado de líquido ..... no meu caso particular, tenho de somar as restantes responsabilidades que o Banco de Portugal desconhece, nomeadamente um colégio Particular para o filhão, a empregada doméstica, etc, etc, etc, ..... o meu potencial (tipicamente 30%) e claramente distinto do meu real disponível..... é como a anedota da teoria e a realidade ..... na teoria posso pedir um empréstimo particular qualquer ..... na prática se o pedir, estou lixado com F grande ..... posso pensar nas sandes que vou comer para o pagar ..... usando uma frase que gosto muito ..... percepção e realidade.

Este é talvez o nosso maior problema ..... todos vamos andando para a frente ..... até quando? Devido ao Divino castigo que se abateu sobre a nossa vida, tive de cortar no supérfluo ..... tinha a ideia que os resultados práticos destas medidas só se iram ver ao fim de 2 meses ..... e tinha razão ..... deixo a pergunta: Quantos Portugueses pensam nestes problemas atempadamente?

Outro exemplo:

Quando foi preciso mostrar à Europa o famoso número de 3%, vários e vários créditos foram vendidos pelo nosso estado ..... quem é que realmente vai pagar a factura dos incobráveis? ..... alguém deixará de pagar e, ou esse alguém pode suportar isso, mas nunca de forma generalizada, ou tudo termina num dia. Podemos não ter o caso tão dramático como do outro lado do oceano, mas estamos aos poucos a caminhar para lá ..... qual a nossa real diferença para os states?

..... o maior cego é o que não quer ver (ditado popular)

As pequenas alegrias da vida

Durante muitos anos, enquanto os meus pais faziam esforços que considerei, e considero, excessivos em prol dos filhos, dizia-lhes para apreciar mais a vida e fazer menos esforços ..... não sabiam se teriam o devido retorno no final ..... nessa altura, dizia-lhes sempre duas coisas ..... quem me conhece, sabe que gosto desta expressão ..... duas coisas:

1. Estão a deixar de viver, e bem o merecem;
2. Vale mais dar em vida e ouvir um obrigado, que doar ou ficar de herança.

Continuo a pensar da mesma forma ..... mas felizmente os meus pais começaram a aproveitar um pouco mais a vida ..... infelizmente por motivos de saúde indirecta, apenas um pouco mais, mas aproveitando .....

Onde pretendo chegar? ..... apenas que lhes comprei uns “míseros” dois bilhetes para o cinema (Filme: Mamma Mia Preço: 12,00 €) ..... e, para além do obrigado que sabe sempre bem ouvir, houve também um “gostamos ..... deu para descomprimir!” .....

Gestos simples ..... não foi preciso gastar fortunas ..... que os meus pais até o merecem ..... mas com um efeito enorme ..... estou feliz ..... estas são as pequenas alegrias da vida .....

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Natureza humana

Na passada sexta e sábado estive num outdoor que, como geralmente acontece nestes casos, para além do convívio, boa comida e muito boa disposição, teve também actividades de equipa e jogos e/ou objectivos.

Claramente considero que estas actividades são acima de tudo destinadas a facilitar a comunicação entre os seus participantes, sendo estes colegas directos ou indirectos, conhecidos ou desconhecidos. Num ambiente descontraído, a natureza humana revela a sua componente de sociedade, com as pessoas a comunicar entre si e a criarem-se laços ou, no mínimo a destruir algumas barreiras, sejam elas psicológicas ou imaginárias. Se algumas barreiras ou simples obstáculos forem derrubados, então só por isso considero que valeu a pena.

Para quem organiza, são momentos que ajudam a tomar notas e formar opiniões pois, a forma como as pessoas reagem nestes jogos tem uma transposição para a vida real e empresarial. Aqui abro uma excepção. Se for um grupo onde existem posições hierárquicas bem definidas, tais elações não são fidedignas pois, ninguém no seu perfeito juízo esquece que se trata somente de uma actividade e a vida normal regressa depois disso ..... elementar. Se houver um administrador, por exemplo, para quem se viram todos à espera de orientação? Quem se sente impelido a ter de o fazer? Quem não tem esse facto presente em vários momentos dos jogos e dos comportamentos ..... simples natureza comportamental. Pode não inibir, mas que condiciona, condiciona.

Existe outra vertente engraçada. Grande parte destas actividades são constituídas por jogos que visam fomentar o espírito de equipa, ensinando ou não algo importante para a vida da empresa, mas, principalmente, jogos. E novamente a natureza humana se revela. Todos sabem que são jogos (vulgarmente designados como “a feijões”), mas todos querem ganhar. Esse é o objectivo de quase todos ..... mesmo os que podem começar sem interesse, que também os há, quando chega ao ponto da competição, ninguém quer ser o último ..... somos impelidos a ganhar. Sinceramente acho isso natural e desejável.

Este é outro momento engraçado da natureza humana, se bem que neste caso mais notório na nossa Lusitânia (oposto da Germânica) ..... as regras são explicadas e logo pensamos como podemos tirar mais partido delas ou, no mínimo, como as podemos manear mais aos nossos objectivos sem as quebrar ..... isto quando os juízes estão a ver. Se não houver controlo, a coisa já não é tão linear. Por exemplo, na actividade nocturna, tínhamos de andar num monte a procurar pontos de controlo sem nos separarmos, porém, confesso que nos cruzamos com uns mavericks de outros grupos ..... mas fica só entre nós ..... e se pensam que somos santinhos, diga-se que fomos desclassificados por chegar tarde demais e, isso só aconteceu porque seguimos um longo caminho que no fim tinha uma cancela e tivemos de voltar atrás e seguir outro caminho ..... foi uma volta demasiado grande ..... porque não passamos a cancela? ..... não foi por causa das regras que diziam para não o fazermos, foi porque consideramos em conjunto que a nossa segurança não valia um simples jogo ..... apenas por isso ..... o instinto de sobrevivência que, se fosse na vida real e não num jogo poderia ter conduzido a outro resultado, foi superior à ânsia de ganhar ..... mais ou menos ..... passámos a andar ainda mais depressa, apenas não o suficiente.

No dia seguinte, os pequenos jogos populares foram realizados com alegria, divertimento e, novamente, muita regra torcida mas não quebrada ..... nomeadamente por mim, mas infelizmente sem os resultados que esperava ..... paciência, fica para a próxima.

Acho que o resultado foi conseguido, havendo agora menos barreiras e um maior espírito de equipa ..... mas talvez mais 1 ou 2 quilos porque a comida era mesmo muito boa ..... outro dos aspectos da natureza humana, não se resiste à boa comida Portuguesa ..... a Lusitânia também tem as suas vantagens!

domingo, 21 de setembro de 2008

Esgotamos os nossos minutos

Hoje é um dos dias mais tristes da minha vida, mas não pode deixar de ser um dia muito feliz, pois celebra um dia e um amor lindo ..... amo-te muito, meu amor.

Tirando os longos tristes dias que definiram o desfecho da tua doença, este é um dia extremamente triste ..... não posso estar a teu lado ..... dizer-te ao ouvido o quanto te amo. Ao ir levar-te uma rosa vermelha, lembrei-me do teu lindo sorriso sempre que te oferecia uma flor ..... como era lindo o teu sorriso ..... como aquela alegria de alguém apaixonado que recebe um presente valia mais que qualquer coisa na vida ..... que saudades que tenho de ti, meu amor ..... que saudades .....

Esta semana pensei em ir passar este dia a jogar golf, que sempre me incentivas-te a ir mas, devido ao cansaço físico, tive de alterar os planos e decidir passar o dia lendo um livro. Sem ter um título que tivesse especial interesse, decidir ver o teu perfil no blog e escolher um dos teus favoritos, para poder continuar a conhecer-te melhor. Tendo já lido um, decidir ler “A Segunda Dama”, porém, por algum motivo que não sei explicar, ao procurar na biblioteca acabei com outro livro na mão e que tinhas lido e comentado, os “Onze Minutos” do Paulo Coelho ..... passei o dia nesse lugar a que tanto gostávamos de ir e que tu adoravas, na Casa da Guia, infelizmente sem poder apreciar a vista espectacular por causa do nevoeiro ..... como me senti pequenino no universo, olhando para o céu à procura de ti .....

Quanto mais lia o livro, mais certezas tinha da vida espectacular que tivemos e do amor que vivemos. Como em qualquer livro, somos levados a concordar e discordar com o seu autor ou, simplesmente, a meditar sobre o que lemos e sobre a vida que levamos ou levámos, seja por comparação, seja apenas porque a nossa mente nos leva a isso. No livro, que recomendo, existe a seguinte passagem do diário que aqui transcrevo:

“..... . Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante do mundo, sem a possuir.”

Concordo com a frase final e discordo com a inicial. Continuo a achar, e já o escrevi antes, que acho que um dos segredos da nossa felicidade, para além de sermos soul-mates, foi o amor e respeito mutuo, e o querer sempre melhorar não para nós mas para o outro ..... sempre o nós antes do eu ..... tal como no dia em que casamos, a frase “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença” ..... dar tudo ao outro sem esperar nada em troca ..... mas obtendo tanto ..... mas não posso deixar de achar que te perdi ..... perdi o teu sorriso ..... perdi a tua alegria ..... perdi o contacto da tua pele ..... perdi o teu cheiro ..... do ponto de vista físico e material, perdi-te ..... perdi quase tudo ..... perdi a alegria da vida ..... perdemos.

Fazendo uma retrospectiva destes 16 anos de namoro e (seriam) 12 de casamento, sei que fomos muito felizes. Como tudo na vida, se o tempo voltasse atrás obviamente que faria algumas coisas ligeiramente diferentes para te tentar fazer mais feliz, porém, independentemente do resultado, não trocava a vida que tivemos por riqueza alguma no mundo ..... mostraste-me o que é o céu sem sair da terra ..... como num mundo de egoísmo e falsidade se pode ser feliz e verdadeiro ..... como o amor é lindo e belo ..... este tempo que estivemos juntos foi uma dádiva do céu ..... infelizmente não percebo porque tão curta, mas uma dádiva ..... como me sinto honrado de me teres escolhido para partilhar tudo o que partilhamos ..... sem falsas modéstias continuo a pensar o mesmo: de entre tantos logo eu ..... obrigado meu amor ..... obrigado por todo o amor e felicidade que me deste ..... obrigado por cada dia que estivemos juntos ..... obrigado por teres sido assim ..... tão especial .....

Continuo a amar-te tanto hoje como há 12 anos atrás ..... Amo-te mais que tudo na vida, meu amor ..... amo-te muito ..... amo-te ..... e vou-te amar para sempre.

O Daniel costuma dizer que o casamento era uma quantidade de minutos, que se gastam mais depressa ou mais devagar ..... podemos ter gasto os nossos muito rapidamente, meu amor, mas foram vividos e saboriados todos na plenitude ..... mas foram tão bons e poucos ..... tão poucos .....

Até um dia, meu amor .....

To My Soul-Mate

Meu amor, hoje deveríamos estar a comemorar o dia dos nossos 12 anos de casados, um dos dias mais felizes da minha vida ..... devíamos ..... hoje seria o dia em que renovaríamos os nossos votos juntamente com os nossos familiares e amigos, numa festa surpresa para eles ..... seria ..... tantos planos por realizar ..... tanto amor para apreciar ..... tanta felicidade que fica por viver ..... tanto que sinto a tua falta .....

Faz hoje 12 anos que me levantei com a certeza de estar a trilhar o caminho certo da felicidade ..... foi um dia maravilhoso e fizeste de mim um homem super feliz ..... amo-te tanto, meu amor!

Pedi-te em casamento 3 vezes e a todas disseste SIM ..... a primeira no Algarve, quando tinha a certeza que era contigo que queria passar o resto da minha vida, a 2ª no dia dos teus 24 anos e a 3ª, poucos dias antes de partires .....duas cerimónias lindas de um amor simples e belo ..... como fui feliz contigo ..... como te amo tanto ...... o que não dava para te ter ao meu lado .....

A dor do vazio no meu peito é tão grande, que não consigo escrever muito mais ..... as saudades são tantas que a vida perde significado ..... amo-te tanto, meu amor .....

Deixo-te a transcrição de um dos muitos postais que te dei, que diz tudo o que sempre representaste e continuas a representar para mim, e que sempre que tive oportunidade te disse ..... não encontraria melhores palavras neste momento .....


To the one person I consider to be ...
My Soul-Mate

I am so glad that you are part of my life. It is a privilege to know you, to share myself with you, and to walk together on the paths that take us in so many beautiful directions.

I had hear of “soul-mates” before, but I never knew such a person could exist until I met you …

To My Soul-Mate

Somehow, out of all the twists and turns our lives could have taken, and out of all the chances we might have missed, it almost seems like we were given a meant-to-be moment ~ to meet, to get to know one another, and to set the stage for a special togetherness.

When I am with you, I know that I am in the presence of someone who makes my life more complete than I ever dreamed it could be. I turn to you for trust, and you give it openly. I look to you for inspiration, for answers, and for encouragement, and ~ not only do you never let me down ~ you lift my spirit up and take my thoughts to places where my troubles seem so much farther away and my joys feel like they’re going to stay in my life forever.

I hope you’ll stay forever, too. I feel like you’re my soul-mate. And I want you to know that my world is reassured by you, my tomorrows need to have you near, so many of my smiles depend on you, and my heart is so thankful that you’re here.”

- Carey Martin in a “Blue Mountain Arts” greeting card -


Se considerarmos que todos nós temos um sonho, o meu era ser feliz e ficarmos juntinhos, já velhinhos, num banco de jardim a namorar e conversar como sempre o fizemos ..... como brincava contigo a dizer que queria apanhar as tuas bengaladas quando me metesse com as miúdas giras só para te arreliar ..... Porquê? ..... que mal fizemos a Deus? ..... Porquê tu? ..... Porquê nós? .....

Amo-te muito, meu amor ..... estejas onde estiveres, sabes que este foi um dos dias mais felizes da minha vida ..... foi uma honra e um privilégio poder ter vivido o que vivemos juntos ..... amo-te muito .....

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Parabéns meu Amor

Hoje farias 37 anos ..... estejas onde estiveres, meu amor, Parabéns!

Não mais vou poder ver esse sorriso maravilhoso na alegria de receber as prendas pela manhã ..... como tu gostavas de ser presenteada ..... como eu gostava tanto de te encher de beijos, amor, carinho e presentes ..... que alegria o filhão tinha em te dar tantos embrulhos e te ajudar a abrir ..... tantas saudades ..... Porquê?

Este ano, a prenda que te gostaria de dar era a minha vida em troca da tua .....

Amo-te mais que tudo na vida, meu amor ..... minha soul-mate ..... minha bela e linda estrela no firmamento ..... a mais bela de todas ..... amo-te muito .....

Hoje farias 37 anos .....

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ups .... ainda não foi desta

Este é o sentido que se extrai dos diversos comentários às muitas alterações recentemente produzidas ao nosso código penal.

Sempre que a comunicação social insiste mais num conjunto de notícias, fica-se com a sensação de que as nossas leis constituem um casaco muito curto para os longos braços da lei ..... isto quando a imagem que passa não é que o casaco na realidade se trata de um colete de forças. Foi o caso recente da pedofilia, foi o uso e abuso da prisão preventiva ou recentemente a utilização de armas. Como se costuma dizer, “cada tiro, cada melro”.

Este é um dos aspectos importantes da comunicação social, ou seja, para além de informar, pode e deve servir de catalizador a bem da sociedade. É essa uma das suas funções. Tenho tecido algumas criticas, mas quando considero que a manipulação que existe ultrapassa o razoável, regra geral, naquelas situações em que se percebe mais ou menos de forma clara, quem pode beneficiar de tais posições ou exposição mediática.

Até aqui, parece-me tudo normal, um pouco forçado, mas normal. O que não consigo perceber, e acredito que muitos estejam na mesma situação que eu, é como é possível que se juntem vários “seres pensantes” ..... nunca se sabe quem são ..... e, se produzam leis que nunca são consensuais e depois de aprovadas, são sempre crucificadas pouco depois ..... e são-no por advogados, magistrados, políticos, etc, etc, etc. Outra curiosidade, constituindo mais uma opinião pessoal, é que estas são sempre fortemente discutidas na Assembleia da República, sempre com os mesmo resultados, ou seja, se houver uma maioria absoluta, elas vão à decisão de veto do PR ..... e quando essa maioria não existe, tais alterações mais não são que exercícios bonitos de filosofia mental de um determinado grupo, quase sempre com o mesmo destino ..... o arquivamento e esquecimento.

As últimas alterações têm vindo a receber cada vez mais criticas, transmitindo a sensação de que são feitas para responder às vozes que se levantam, mais do que ao problema em si. A minha percepção é de que não são pensadas convenientemente, numa lógica de causa-efeito, ou seja, pondera-se a alteração para o “ruído” ou a causa imediata e, a análise fica única e exclusivamente por aí. Hoje ouvi mesmo o comentário de um jurista, que acredito que esteve envolvido, que dizia “..... só depois de implementadas as medidas podemos perceber o impacto e o que falta” ..... brilhante ..... estamos entregues à bicharada. As leis adoptaram a filosofia da informática de tentativa-erro ..... não funciona? ..... então desliga e volta a ligar ..... a diferença é que não se pode fazer logo ..... se já se mexeu neste capítulo, só se pode voltar a fazê-lo na próxima legislatura.

Costumo tentar embutir na cabeça do meu filho que, quando ele faz alguma tarefa, deve ter a devida atenção para a fazer bem à primeira, mesmo que isso represente demorar um pouco mais. Tenho vindo a demonstrar-lhe que o tempo gasto a mais, não é tempo perdido mas sim tempo ganho, pois não tem de repetir a tarefa. Para além da questão da imagem que transmite, não só dele próprio como do resultado do seu trabalho, é também a satisfação pessoal de fazer as coisas bem. Este é um conselho que tento também interiorizar.

Uma lei, ou alteração à mesma, deve ser pensada e fundamentada. Não se pode, por exemplo, alterar a lei da prisão preventiva porque a mesma está a ser abusada e depois, dizer-se que se soltam criminosos que assaltam bancos de arma em punho por causa dessa última alteração ..... chegando-se ao ponto de dizer, à posteriori obviamente, que somos dos países com menor taxa de prisão preventiva!

Uma alteração tem de ser pensada e fundamentada, avaliada à luz do contraditório e, seriamente pensadas nas consequências que isso terá. Se vamos reduzir, avaliar quem se deixa de fora ..... se vamos aumentar, quais os impactos sociais de tal medida ..... se a alteração é de cariz empresarial, quais as repercussões que terá no tecido empresarial, mercados de capitais, novamente os impactos sociais e nas movimentações financeiras. É só pensar e avaliar, e, para isso, existem várias metodologias conhecidas e largamente empregues por qualquer consultor, gestor ou estratega ..... mas tudo leva o seu tempo. A natureza do ser humano, especialmente o português, é a de lutar contra as regras instituídas, procurando as suas lacunas para “sobreviver” ou tirar partido delas ..... os nossos juristas têm sido “uns amigalhaços”.

Atenção que eu acredito que as alterações tenham sido pensadas ..... pouco amadurecidas mas mesmo assim pensadas ..... mas os legisladores não podem usar nesse exercício de palas como os burros ..... têm de ver mais além, sob pena de continuarmos a minar e fomentar o descrédito na justiça ..... de dificultar mais do que ajudar as nossas polícias e consequentemente os nossos concidadãos.

O engenho humano é almejar a perfeição ..... esse devia ser o pensamento que deveria nortear as alterações ao nosso código penal. Que se faça menos mas que o que se faça, se faça bem!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Alguém viu que bati a Porta?

Como é possível que alguém que desempenha um cargo de vice-presidente de um partido tenha saído à um ano e ninguém deu pela falta dele?

O Portas pode dizer que foi somente um problema de comunicação mas, até no tempo do Poney Express a comunicação era mais rápida. Estamos habituados às mentiras dos políticos e à facilidade e não arrependimento com que o fazem, mas, qual a credibilidade que as suas propostas apresentam no futuro?

Em primeiro lugar e do ponto de vista interno, fica demonstrado que o CDS é um partido one-man-show, caso contrário, algumas decisões deveriam ter ficado por tomar. Em segundo lugar, diria que o resto do partido não conhece o partido, ou já teria dado pela falta de um vice-presidente. Em terceiro lugar, um partido que vive um ano sem alguém que desempenha um cargo, prova a si mesmo que esse cargo não é necessário ..... sempre se poupa. Em quarto lugar, fica provada a amizade que permite um silêncio de um ano.

Acho que o mais relevante, para além da demonstração do voo a pique que o CDS está a fazer, é ficar provado que numa maioria absoluta, até ao ano das eleições, a oposição pouco faz ou tem para fazer ..... é só deixar passar o tempo.

Regresso às aulas

Novo ano escolar ..... novo ciclo ..... nova realidade ..... várias alterações .....

O regresso às aulas é sempre vivido com expectativa, mesmo por aqueles que não gostam particularmente das aulas ..... há sempre os amigos, a rotina que se conhece, etc.

Para nós este foi um começo diferente ..... muito diferente. Havia um vazio muito grande quando saímos da cama e, para qualquer um dos dois, foi um executar das rotinas habituais nestas situações sem pensar muito no que fazíamos ..... dois autómatos que disfarçam o seu sentimento ..... muito difícil. Apesar da brincadeira que tivemos, como felizmente sempre temos, o ambiente não era o mesmo ..... que saudades temos de ti, meu amor!

O trânsito ajudou um pouco, uma vez que as escolas públicas apenas começam amanhã, porém, ao chegar ao destino, a facilidade de estacionamento é que não existiu ..... o bom de ser pontual é que ao longo do tempo os outros por imperativo profissional ou disposição pessoal, o deixam de ser, facilitando assim o estacionamento ..... em resumo, não foi fácil estacionar. Esta apesar de tudo foi a parte mais fácil ..... o chegar até aqui.

O pátio estava apinhado de crianças e ..... várias e várias mães ..... em abono da verdade diga-se que este ano notei mais pais presentes mas, principalmente, várias mães ..... sentimos muito essa realidade. Apesar da alegria das aulas, o filhão estava triste ..... pagou essa tristeza também no teste de futebol do Belenenes ..... a nossa alegria não anda pelo melhor.

Pela primeira vez terei de apoiar o João sozinho nas escolhas a fazer ..... natação ..... Espanhol ..... Futebol ..... isto não está fácil de conciliar ..... e sempre foi uma escolha a dois .....

Falemos de coisas mais mundanas .....

Mais um ano escolar que começa como habitualmente, com professores a mais para as nossas capacidades e, como tal, com as habituais queixas nas ruas ..... se estamos com cada vez mais professores e menos alunos, o que é que a classe pretende? Tenho vindo a discutir este tema com vários professores e ainda não percebi. Tal como noutras profissões como advogados, psicólogos e outras tantas, é tudo uma questão de oferta e procura. Porque razão se fala sempre nos professores? O que são a mais que as restantes classes?

Este ano voltou a ser noticia o lançamento de livros de como se deve estudar, ou como ser um excelente aluno ..... cada livro o seu método ..... porque será então que se aceita que alunos entrem no ensino superior com notas negativas, como foi o caso de Setúbal? Qual o real significado das notas? Avaliam-se os alunos ou coloca-se apenas um número para a fila da faculdade, tal qual se tira uma senha no talho para comprar carne .....

Porque razão se deixam existir tantos cursos sem saída e, não existe um estudo ou indicação de quais as profissões mais necessárias daqui a 5 e 10 anos? Justifica-se a protecção de classes a que se assiste, como por exemplo os médicos?

Para terminar deixo um bom exemplo do que deve ser a interligação entre pais e escola. No colégio do João, os pais são convidados ao longo do ano para ler uma história, do plano nacional de leitura ou, se preferirem, são convidados a falar sobre a sua profissão, enquadrando-se estas conversas com a matéria em estudo. Começou com a professora do João, a Sandra, e está a expandir-se ..... as crianças adoram!

Para perceberem a importância que isso tem para os miúdos, devo dizer que quando contei a história, senti aquela sensação que quase somente os professores primários sentem ..... mais de 20 miúdos a prestarem efectivamente toda a atenção possível, prendendo-se aos pequenos pormenores, rindo do que havia para rir, ficando sérios nas partes mais “fortes” ..... é tão bom para os miúdos como o é para os pais. O João queria muito que o pai fosse o primeiro pai a ir lá ler uma história, porque até aquela altura, apenas as mães faziam essa tarefa ..... tal como o meu amor o fez, no ano passado ..... que bem que tu lias, meu amor ..... que saudades.

Tal como para o João, é um orgulho para os miúdos e eles não se esquecem, ficando mesmo tristes quando os pais não fazem o mesmo que os outros. Na visita seguinte, para não voltar a ler uma história outra vez, fiz algumas brincadeiras, como o texto em que apenas mudando a pontuação se altera o seu significado ..... o filhão já pediu para voltar a repetir as brincadeiras ..... e pediu logo no princípio do ano.

É uma forma que a Sandra arranjou de envolver os pais no que é a escola e a educação dos filhos ..... todos ficamos a ganhar ..... Parabéns Sandra!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Uma simples história

Regra geral existem três formas clássicas de começar uma história ..... Era uma vez ..... Há muito tempo atrás ..... qualquer outra forma que não as anteriores. Vou utilizar uma delas.

Há muito tempo atrás, era o João muito pequeno, comecei a contar-lhe uma história todas as noites. Diria que comecei quando ele tinha entre os 2 e os 3 anos, mas sinceramente já não me lembro e isso nem é importante. Quase religiosamente, todas as noites ao deitar, o pai senta-se ou deita-se na cama e conta uma história ..... ainda hoje ..... ainda à meia hora atrás. Todas as noites uma história diferente, inventada no momento e muitas vezes com uma moral relacionada com as vivências do João nesse dia, independentemente de serem boas ou más ..... Praticamente todos os dias.

Já nem sei bem as razões que estiveram por detrás desse começo. Pode ter sido o podermos estar mais tempo juntos, pode ter sido o medo de ele ficar sozinho no quarto, pode ter sido o podermos conversar ..... talvez tudo isto e mais outras coisas ..... independentemente do porquê, a verdade é que não sei quem gosta mais, se o filho se o pai ..... é um momento especial que recomendo a todos experimentarem ..... momentos que ficam marcados para todo o sempre.

Muitas vezes depois da história vem uma bela conversa, mais de amigos que pai/filho ..... o melhor da nossa relação é exactamente isso, o facto de acima de tudo sermos amigos e só depois vir a relação parental ..... para mim, é quase como ter atingido o nirvana ..... qual o pai que não gostaria?

Como o João já passou os 9 anos, e assumindo que comecei quando ele tinha 3, para efeitos de exercício vamos considerar não os 365 dias do ano, mas apenas 2/3 desse número ..... perfaz a módica quantia de mais de 1.700 histórias, todas elas diferentes e nem uma única repetida. A razão de estar a dizer que são todas diferentes, é porque o João nunca quis nenhuma história repetida ..... sem problemas. Nunca pensei bem neste número até ao dia que o Nuno Rogeiro lançou um livro de histórias que também ele contava aos seus filhos. Até aqui tudo normal, porém, o estranho para mim foi ele dizer que as inventa ele próprio e se lembra de todas elas ao fim de não 7 mas muitos mais anos ..... que prodígio de memória ..... no comments.

Há histórias que o João gosta mais, como as várias partidas e travessuras que o cão Pantufas faz ao seu dono e aos vizinhos, a história do menino que não sabe jogar futebol ..... uma dica, tem fita de menina no cabelo, é do SLB e da selecção e devia marcar golos ..... é um momento de brincadeira porque na realidade ele nunca me deixou contar a história e, quando começo com “era uma vez o menino que não sabia jogar futebol .....” vamos por aí a fora porque o João diz sempre que “essa não” e por isso passamos ao “era uma vez o primo do menino que não sabia jogar futebol” ..... só acaba quando ele diz “não quero do menino, nem do primo, nem do cão, nem ninguém que ele conheça!” ..... são cinco minutos de puro non sense e risada ..... o 21 tem de servir para alguma coisa.

Face à idade que o João já tem, e mesmo após os tempos difíceis que temos vivido, nos últimos tempos achava que a história já era mais para ter a companhia do pai até adormecer ..... isto quando o pai não adormece primeiro ..... a idade já pesa ..... só pode, porque a balança já não diz o mesmo de á uns anos atrás. Hoje fiquei com outra ideia e voltei a dar mais importância à história em si ..... ao contar a história dos 2 elefantes cor-de-rosa siameses que tinham a tromba junta, havia uma parte em que eles iam passar a noite numa caverna mas não cabiam os dois lá dentro e um tinha de dormir de rabo de fora ..... nessa altura, o João disse “Ó pai, no jardim zoológico não há cavernas com ursos lá dentro ....”, ao que eu respondi que aquela história se passava na savana africana .....

Espera ..... estava a imaginar a história a passar-se num jardim zoológico ..... deixa-me voltar a imaginar a história agora em Africa!” ..... não estava à espera ..... já não dava à história em si o seu real valor ..... afinal não é só o nosso tempo de qualidade, a historia é também muito importante para ele!

Comprem um livro, inventem uma história, contem as histórias que ouviram dos vossos pais e/ou avós ..... façam o que quiserem mas experimentem durante uns dias ..... apreciem o que a vida tem de bom ao simples alcance da vontade ..... podem muito bem ter uma surpresa muito agradável!

Olhem sempre para o lado FIXE da vida!

Evolução contínua

Uma das premissas de ser pai (ou mãe) é que somos responsáveis pela primeira fase de crescimento de alguém. É algo que tem tanto de bom como de assustador.

Considero que o que somos em adultos depende muito do que nós próprios quisermos fazer da nossa vida, porém, até atingirmos um estágio de evolução quer permita a nossa própria tomada de decisão, somos condicionados pelo meio que nos rodeia e, invariavelmente, pelos nossos pais. São eles que nos irão ajudar e mesmo moldar as fundações do que é a nossa educação, princípios e forma de ser e estar na vida..... felizmente considero que tanto eu como a Ana tivemos sorte ..... as bases são boas e sólidas ..... obrigado pais!

Para mim, esse é o papel principal dos pais ..... preparar os filhos para o seu próprio processo de evolução, acompanhando depois para garantir que tudo corre pelo melhor ..... ajudando quando necessário a ultrapassar as dificuldades, de forma altruísta e desinteressada ..... ficando felizes por poder partilhar os sucessos e felicidades dos nossos filhos e depois dos netos. Ao longo deste processo, vamos dando a nossa opinião do que é o certo e o errado, o bem e o mal, etc. Vamos ajudando-os a pensar e a questionar as coisas a fim de decidir o melhor para si e para os outros ..... vamos dando conselhos e exemplos ..... a educação de uma criança é isso mesmo, umas coisas aprendem-se e outras apreendem-se. Liderar e/ou ensinar pelo exemplo.

Aqui começa a nossa evolução contínua. Ao dar a nossa opinião sobre a forma correcta de agir, não podemos deixar de nos questionar sobre os nossos próprios actos, acções e omissões ..... pelo menos comigo é assim. Tantas são as preocupações do nosso dia-a-dia que às vezes nos esquecemos do básico e, como antes de correr temos de saber andar ..... ao transmitir o básico ponderamos no que nós próprios nos tornámos ..... os nossos erros ou desvios ao que consideramos ser a atitude correcta ..... uma nova oportunidade de evoluir. Podemos ouvir alguém que independentemente de como o faz, está a transmitir o que considera ser a atitude mais correcta ..... podemos ouvir a voz e sabedoria da nossa própria consciência ..... e ao fazer isso, permitimos aos nossos filhos apreender com os bons exemplos ..... um circulo virtuoso.

Esta aprendizagem não deve ser um acto solitário ou fechado no seio da própria família, antes pelo contrário. Os amigos são entre vários outros aspectos, excelentes fontes de conhecimento e exemplo ..... tanto para a educação dos nossos filhos como para nós próprios ..... basta que, como diz o slogan que passa no Discovery Channel ..... “open your mind” ..... simples.

Extravasando um pouco o tema, considero que, entre muitos outros factores, a felicidade do nosso casamento se deveu ao quanto crescemos enquanto pessoas um com o outro, não só aprendendo com o exemplo, como nós próprios nos questionarmos como poderíamos ser melhores ..... o que poderíamos fazer mais em prol do nós em detrimento do eu ..... como poderíamos ser melhores e fazer o outro mais feliz. Hoje sou uma pessoa muito melhor que era antes de conhecer a Ana ..... a ela o devo ..... ela foi uma pessoa espectacular!

Na prática, estou a adorar a oportunidade de ensinar o filhão a transcender-se a si próprio e, ao mesmo tempo, ponderando no que é o meu dia-a-dia, voltei a ter consciência que continuo numa evolução contínua ..... basta reconhecer os nossos erros e querer ser melhor do que achamos que já somos .....

Um único não ...

Na realidade não foi um não ....... acho que foi mais um não gostava, concordas?

Preâmbulo: Das poucas coisas que falamos, eu e a Ana, foi o carro. Ela disse que gostava de o oferecer à cunhada, a Ana Luísa ..... com muita dificuldade lhe disse que não gostaria, porque não sabíamos o que o banco decidiria em termos de empréstimo/spread e esse dinheiro faria falta para amortizar a casa ..... ela entendeu ..... “Pois é, o João” ..... primeira e única vez que lhe disse um não em toda a nossa vida conjunta ..... uma das coisas que mais me custou na vida ..... se ela não tivesse percebido e dito uma só vez que fosse que mesmo assim gostaria, ter-lhe-ia dito logo que sim ..... ela nunca o disse ..... era o filhão ..... como eu amo esta mulher!!!! ..... não consigo deixar de pensar nisso ..... disse-lhe um não!

Conto da minha infância: Havia um padre que era a bondade em pessoa, sempre pronto a ajudar o próximo. Passou a vida a dar tudo o que tinha em prol dos outros, fosse o seu tempo, dedicação e compaixão, fossem as próprias roupas do corpo. Um dia, ao percorrer uma estrada, encontrou um homem moribundo e, automaticamente se acercou dele e perguntou o que poderia fazer por ele. O homem disse-lhe que gostaria de comer um último presunto antes de morrer. O padre saiu dali a correr e, ao encontrar um porco, cortou-lhe uma perna, a fim de satisfazer o desejado do pobre moribundo, que faleceu alegre e satisfeito. Após este encontro, o padre continuou a sua vida de dedicação ao próximo, até ao dia da sua própria partida. Quando faleceu, chegou às portas do céu e, foi-lhe dito que a sua vida seria analisada para decidir se poderia entrar ou não nos reinos do céu ..... o padre sabia o bem que tinha praticado ao longo da sua existência e estava tranquilo ..... dum lado da balança foi vendo serem colocados por todos os seus actos, roupas, comida, etc ...... até que a balança pendia completamente para o lado do bem, porém, depois começou a ver a balança a pender para o outro lado, até ao seu ponto de equilíbrio ..... quando olhou para dentro do prato, apenas viu um porco numa grande poça de sangue em dor e sofrimento ..... de um lado um monte de roupas e boas acções, do outro o sofrimento do porco ..... ao padre foi vetado o acesso ao céu .....

Sentimento: Sinto-me nesse estado ..... coloque-se a questão como se colocar, eu disse um não ao meu amor ..... à luz da realidade de hoje, não o teria feito ..... não consigo “largar” o peso desse não ..... dias depois do falecimento da Ana, pedi desculpa à Ana Luísa e ao Ricardo por esse “não/pedido”, explicando o porquê ..... ela, agradecida pela generosidade que a Ana tinha, disse que compreendida ..... aliviou um pouco a minha dor ..... apenas um pouco ..... esse é o peso que para sempre terei de carregar na minha balança ..... pesa muito!

Desejo: Ontem vendemos o carro da Ana, que ela e o João tanto gostavam ..... quando o pai (o António) disse à filha que o carro era dela, se gostasse, vi um sorriso de orelha a orelha ..... uma felicidade autêntica, genuína e sincera ..... a Ana teria gostado ...... ela irá estimar o carro do meu amor ..... isso pode não valer muito mas, para mim, vale tudo. Espero que o carro seja estimado como a Ana o fazia ..... espero!

Conclusão: A amortização do empréstimo da casa, aliado ao não pagamento do seguro do carro e gasolina, permite a libertação de verbas para que o João possa ter os seus cães, se essa for a sua vontade ..... parca consolação, mas mesmo assim uma consolação pessoal ..... acho que a Ana teria gostado ..... assim espero!

..... um único não ..... como estou arrependido!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Rentrée

Mais um verão que termina, mais uma Rentrée política que se avizinha. Vais ser novamente um mês do diz que disse e que deveria ter dito ..... esta tem a particularidade das eleições que estão à porta.

Temos novamente no panorama 5 partidos políticos que se vejam sem recurso a microscópio. Com o devido respeito que os pequenos partidos merecem, e as ideologias dos seus lideres que acham que podem marcar a diferença e, se tivessem essa oportunidade, talvez o fizessem ..... mas a realidade é que apenas cinco contam. Se o Alberto João inscrever o seu partido, na realidade ficamos na mesma porque a Madeira não pertence ao PSD, mas sim ao Alberto João, apenas em termos de resultados aparece um sexto partido, esse sim completamente regional e insular.

Em termos governativos estamos em sintonia com a Europa, com uma bipolarização do poder ..... o resto, que me desculpem os seus apoiantes, é paisagem. De uma forma injuriosa, diria que é um partido de uma realidade que já não existe, um pseudo intelectualismo de esquerda que quer ser a voz da razão e o outro que já foi Porta estandarte dessa voz mas que, por já ter estado no poleiro foi castrado ..... mas sempre dá um tom feminino à questão.

Comecemos pelo PCP ou CDU. Neste momento confesso a minha ignorância política porque já não percebo qual é o partido que realmente existe. É um partido que desempenhou um papel fundamental no 25 de Abril, porém, continua a defender o que já não é defensável. Toda a teoria do comunismo ruiu há muito mas, se o partido mudar, perde a sua identidade ..... que caminho seguir? Na teoria, a doutrina comunista é ideal para o mundo perfeito ..... mas o ser humano não é perfeito e como tal nunca resultará ..... mas é uma teoria muito simpática. Quando penso em comunismo vem-me logo à cabeça a Rússia e a China, porém, o primeiro está na ruína apesar dos recursos naturais que tem ao serviço do “partido”, coisa que nós não temos, e, o segundo é controlado pelo aparelho mas, todos sabemos a repressão que lá existe e qual o seu entendimento de “operários especializados” ..... sinceramente acho que todos vêem mas, nem todos o podem dizer ..... fica as ideias e os ideais de referência.

Nova confissão ..... tenho dificuldade de falar do Bloco de Esquerda com isenção por causa da falta de civismo do Sá Fernandes (Indignação - A falta de humanidade das regras) ..... confesso ..... mas vou fazer um esforço.

Associo o BE a um grupo de indivíduos que começaram com boas ideias, tipicamente de esquerda ..... desculpem o obvio ..... e que querem servir de baluarte de princípios e correcção. Como os votos vêm do populismo, podem sempre dizer o que lhes apetece porque, dificilmente serão governo para sustentar essas afirmações. Podemos dizer que todos devíamos ser aumentados em 10% ..... mas como poderia Portugal sustentar tal heroísmo? ..... mas tal como o sonho comanda a vida, considero que estão correctos em tentar alcançar o céu ..... todos os países gostavam de chegar à lua ..... nem todos têm capacidades para isso ..... mas os que lá chegaram tiveram de fazer o seu percurso ..... apesar da fraqueza de espírito e princípios de alguns dos seus membros, deverão continuar a ser este ano a voz mais incómoda para PS e PSD.

Tal como nas balanças, existe sempre o outro prato ..... o que não quer dizer que a balança esteja equilibrada ..... o CDS/PP será sempre visto como os meninos cristãos de direita, com bons princípios em teoria e com vários podres quando podem ..... o problema do poder é que para além de inebriar também corrompe. Já fez o papel que o BE agora faz mas, tem o peso de já poder ter feito mais do que fez ..... todos sabemos que não estavam no poder ..... tinham lá alguém ..... porém, não se pode fazer tudo ao mesmo tempo e, mesmo o bem que fizeram ou participaram será sempre comparado com o que deixaram de fazer ou, que fecharam os olhos enquanto acontecia ..... e aconteceu ..... a ânsia de poder de alguns, castrou um voz de peso na oposição ..... tenho pena que assim tenha acontecido ..... mas aconteceu ..... perderam a virgindade ..... já não volta.

Chegando ao bloco central, confesso que tenho dúvidas em quem falar primeiro, uma vez que ambos os partidos estão na obscuridade do silêncio. Um fruto de uma estratégia que poucos percebem e outro porque não pode dizer mal do governo, pois estaria a dizer mal de si mesmo ..... e, tal como os que os antecederam, tentam falar bem das políticas mas é contra os genes de um político falar bem de outro que não se si ..... e partido e governo são seres sempre separados.

Acho que a Manuela Ferreira Leite está assessorada por consultores ..... existe uma regra nas várias empresas de consultoria ..... faz poucos projectos que o risco de falhares é menor e a promoção é mais rápida ..... se não abrir a boca, não diz asneiras e não só não dá tiros no pé, como foi o caso do propósito do casamento, como os seus adversários não lhe podem acusar do que quer que seja ..... tal como concordar com algumas medidas que sejam tomadas ..... que raio, a oposição tem sempre de dizer mal e estar do contra!

Por muito que a génese dos partidos do PS e PSD seja diferente, a situação financeira do País e da Europa, obriga a uma série de medidas que mesmos os mais dogmáticos podem apelidar de “esquerda” ou “direita” mas, sabem que são necessárias ..... e fazendo o resumo, pelo meio da trabalhada de vários ministros, a verdade é que a frase de que estamos a ir em direcção ao abismo já não é prenunciada há muito ..... felizmente que a questão que se coloca é se a velocidade podia ser maior ou menor ..... os timoneiros estão de acordo no rumo contrário ao abismo ..... ufa!

Antes das eleições internas no PSD, dizia-se que o PS iria ganhar as próximas com maioria absoluta e, neste momento, sem que nada tenha acontecido para além do silencia da sua líder, vários analistas dizem já que a dúvida é se o PSD pode ganhar as próximas eleições e se deve apontar à maioria absoluta ..... confesso que não consigo perceber o que aconteceu este Verão para esta nova situação ..... transcende a minha cultura geral e política. Fabricou-se uma situação a partir do nada e parece que pegou ..... estranho.

Estamos na rentrée política ..... um novo ano se avizinha e, novamente o papel da comunicação social vai ser preponderante para os principais partidos e condicionador da nossa opinião geral ..... isso e quem conseguir maiores pesos de opinion makers ..... o normal.

Terceira confissão ..... é-me indiferente se sou governado pelo PS ou pelo PSD ..... para além da apologia do patronado, não vejo diferenças substanciais entre ambas ..... acredito sim no líder que está lá à frente e que define a macro estratégia, o rumo ..... o resto é constituído sempre por bons, maus e muito maus que regra geral são ou amigos ou o custo da base partidária. Se o líder for mesmo bom, consegue que a máquina que o suporta funcione, mesmo que seja à base de pequenas remodelações ..... se são grandes, algo se passa.

Seja qual for o resultado, esperemos que Portugal fique a ganhar.