sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Quem foi a Personalidade do Ano

Esta semana fui colocar um post no blogue de um amigo respondendo a esta pergunta. No caso dele, as categorias eram a nível internacional, nacional e local (politiquices). Fez-me pensar.

Tal como acontece nos óscares, a nossa memória de todo um ano tende a resumir-se acima de tudo ao segundo semestre. A vida é tão intensa que o princípio do ano já é um passado velho demais quase para recordar. Isto é tão válido nestas áreas como nas nossas avaliações anuais de objectivos para efeitos de prémios nas empresas. E a minha escolha foi respeitando esse quase dogma das avaliações ….. o passado recente.

A nível internacional a minha escolha foi para o Assange e a sua coragem para enfrentar o poder americano via WikiLeaks. Na última década marcada pela informação, o que ele conseguiu foi efectivamente algo notável. Apesar da generalidade do que lá aparece não ser novidade e não ter consequência, veio revelar a hipocrisia em que todos vivemos e aceitamos. Tenho um chefe Colombiano que pergunta como é que o povo português é tão passivo ….. o mundo em geral padece do mesmo mal.

Obviamente que não é novidade que o ataque Americano ao Iraque foi por todos os motivos menos os internacionalmente alegados. Que a vassalagem Inglesa foi total e absoluta. Que a opinião entre pares que se expressa não é a que se pensa. Que os direitos humanos apenas são aplicáveis aos não poderosos, ou seja, a bitola da nossa justiça a uma escala planetária. Dizemos mal de Portugal e dos Portugueses ….. diferente do resto do mundo? Não me parece.

A probabilidade do Assange ser preso e morto, ou como aconteceu noutros casos no passado, envenenado ou infectado com HIV ou parecido é imensa. Não nos próximos dias, mas a breve prazo. Que deve ser o homem mais vigiado por todos os serviços secretos. E mesmo assim a WikiLeaks continua activa e a desmascarar a nossa hipocrisia.

O que foi feito terá retrocesso ….. Não
O Bush será julgado pelo genocídio que provocou ….. Não
As torturas irão deixar de existir ….. Não
Os presos de Guantanamo serão libertados ….. Não

O mundo tal como o conhecemos não sofrerá por certo uma mudança radical, mas acredito que sejamos doravante mais honestos em muito do que acontece. E essa honestidade poderá levar a uma sociedade melhor.

Para mim, efectivamente o Assange foi a figura do ano.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tempo de Reflexão

Mais um ano que está prestes a terminar. O que começou para a generalidade das pessoas com sonhos e desejos, está prestes a chegar ao seu ocaso ….. tempo de fazer uma reflexão. Tempo de meditar no que correu bem e reflectir no que correu menos bem para que, no mínimo, tenha ficado a lição.

Foi um ano que decorreu sobre o desígnio da palavra “crise”, algo que irá perdurar certamente no próximo ano e nos vindouros ….. espero que poucos. Quer queiramos quer não, a nossa vida passou a ser diferente ….. temos de nos adaptar, pois esta é agora a nossa realidade.

Somos confrontados com entes e amigos que partem e isso faz-nos reflectir. Neste mês que para mim é sempre penoso, vi partir um amigo de enfarte fulminante ….. alguém que tinha sempre uma alegria no que fazia ….. que tinha recentemente concretizado um dos sonhos da sua vida. Os seus colegas diziam que ele queria sempre ser o primeiro em tudo, e até neste aspecto ele o foi. Mais um que partiu.

Eventos como estes fazem-nos pensar no sentido da vida, mas esta é muitas vezes madrasta e as nossas responsabilidades e exigências profissionais rapidamente nos absorvem ….. sugam para a maldita rotina. Para os que ficam é importante aproveitar para dar valor ao que temos e saber que temos de conseguir extrair mais do que temos …..carpe diem. Se até no caos existe ordem, os bons momentos existem na nossa vida e têm de ser aproveitados ….. tem de valer a pena viver.

Com o novo ano que aí vem, certamente a nossa mente inicia o seu processo de formular desejos e ambições. Pensamos já no que queremos alcançar e nas esperanças que colocamos no novo amanhã ….. vale a pena ser realista. Os sonhos têm que existir pois são eles que nos guiam, mas é fundamental definir pequenas metas ….. pequenos ganhos que, quando olhamos para trás e os vemos concretizados, dão-nos o alento para continuar e conseguir ainda mais ….. uma corrente positiva.

Vale a pena um exercício simples ….. definir pelo menos um objectivo que queremos atingir em 2011 e, todos os dias 1 de cada mês, pensar no que fizemos para o alcançar e redefinir planos e acções para o atingir. É fácil com o dia-a-dia esquecermos isso e nos deixarmos andar, porém, se definirmos uma data em que fazemos um reallity-check, claramente estaremos mais focados no que queremos conseguir. Manter o EU na nossa atarefada agenda ….. ser feliz ….. ajudarmo-nos a ser feliz.

Num ano que não se prevê fácil, vale a pena encarar com positivismo ….. ajuda ….. só alcança que tenta e só realmente tenta quem acredita ….. tipo o ditado popular ….. trabalhei muito para ter sorte!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um mandato, um desígnio

Há algum tempo atrás, no já remoto 2004, sob a fachada do europeu tivemos uma excelente demonstração do que a nossa nação empenhada e bem estimulada pode fazer e conseguir. Houve um Brasileiro que nos fez acreditar em nós próprios e conseguiu mais pelo orgulho nacional que qualquer outro luso o tinha feito nos anos mais recentes. Voltámos a saber cantar o hino nacional, a respeitar a bandeira e acreditar que podemos vencer as adversidades. Voltámos a ter orgulho em ser Portugueses.

Com as eleições presidenciais á porta, esta é para mim uma nova oportunidade de ouro que temos para mudar o nosso rumo. A figura do presidente é um agente de marketing a nível externo e um regulador interno e, essa última qualidade pode e deve ser neste momento o galvanizador que nos falta. Precisamos de alguém que una a nação e a faça caminhar na direcção certa. Voltar a juntar todos num único desígnio.

Se tivermos atentos aos nossos “especialistas”, todos eles sabem o que é preciso ser feito, e todos o sabem há pelo menos 20 anos. Estranho é haver tantos e ao mais alto nível a saber a solução e esta não é aplicada. Chegámos a uma situação em que se definem regras rígidas para todos e logo se arranjam uma série de excepções ….. perdemos a vergonha!

Olhando retrospectivamente o percurso de Portugal nestes últimos anos, facilmente chegamos á conclusão que Portugal está numa situação de empobrecimento colectivo e não numa crise passageira. A nossa despesa pública cresce sistemática e assustadoramente e, a receita tem vindo a crescer basicamente por força do aumento de impostos. A este ritmo a nossa ruína é tão certa como o degelo total ….. inevitável.

Precisamos de um agente catalizador. Alguém que promova as discussões e a controvérsia para se chegar a um caminho e soluções ….. que arraste a comunicação social e com ela o país para que o tema esteja na ordem do dia ….. é ao contrário de um escândalo passageiro, se mantenha lá. Que promova o sentimento de urgência e a consciência colectiva ….. e que não permita que existam excepções para o problema que é de todos.

Se o país precisa de reformas estruturais, só as conseguirá se houver alguém ao mais alto nível a promover e a fazer todos os esforços para lá se chegar ….. e esse alguém tem de ser o presidente da república, por em teoria estar acima de todas as banalidades e intrigas.

O próximo mandato, muito provavelmente do Cavaco Silva face á história e padrão de voto dos portugueses, deveria ser feito com um único objectivo ….. promover a consciência colectiva, o objectivo comum e as acções para lá chegar ….. ter um único desígnio para o seu mandato ….. que as reformas estruturais que tanto se fala e sem as quais não iremos sobreviver, sejam feitas.