sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um mandato, um desígnio

Há algum tempo atrás, no já remoto 2004, sob a fachada do europeu tivemos uma excelente demonstração do que a nossa nação empenhada e bem estimulada pode fazer e conseguir. Houve um Brasileiro que nos fez acreditar em nós próprios e conseguiu mais pelo orgulho nacional que qualquer outro luso o tinha feito nos anos mais recentes. Voltámos a saber cantar o hino nacional, a respeitar a bandeira e acreditar que podemos vencer as adversidades. Voltámos a ter orgulho em ser Portugueses.

Com as eleições presidenciais á porta, esta é para mim uma nova oportunidade de ouro que temos para mudar o nosso rumo. A figura do presidente é um agente de marketing a nível externo e um regulador interno e, essa última qualidade pode e deve ser neste momento o galvanizador que nos falta. Precisamos de alguém que una a nação e a faça caminhar na direcção certa. Voltar a juntar todos num único desígnio.

Se tivermos atentos aos nossos “especialistas”, todos eles sabem o que é preciso ser feito, e todos o sabem há pelo menos 20 anos. Estranho é haver tantos e ao mais alto nível a saber a solução e esta não é aplicada. Chegámos a uma situação em que se definem regras rígidas para todos e logo se arranjam uma série de excepções ….. perdemos a vergonha!

Olhando retrospectivamente o percurso de Portugal nestes últimos anos, facilmente chegamos á conclusão que Portugal está numa situação de empobrecimento colectivo e não numa crise passageira. A nossa despesa pública cresce sistemática e assustadoramente e, a receita tem vindo a crescer basicamente por força do aumento de impostos. A este ritmo a nossa ruína é tão certa como o degelo total ….. inevitável.

Precisamos de um agente catalizador. Alguém que promova as discussões e a controvérsia para se chegar a um caminho e soluções ….. que arraste a comunicação social e com ela o país para que o tema esteja na ordem do dia ….. é ao contrário de um escândalo passageiro, se mantenha lá. Que promova o sentimento de urgência e a consciência colectiva ….. e que não permita que existam excepções para o problema que é de todos.

Se o país precisa de reformas estruturais, só as conseguirá se houver alguém ao mais alto nível a promover e a fazer todos os esforços para lá se chegar ….. e esse alguém tem de ser o presidente da república, por em teoria estar acima de todas as banalidades e intrigas.

O próximo mandato, muito provavelmente do Cavaco Silva face á história e padrão de voto dos portugueses, deveria ser feito com um único objectivo ….. promover a consciência colectiva, o objectivo comum e as acções para lá chegar ….. ter um único desígnio para o seu mandato ….. que as reformas estruturais que tanto se fala e sem as quais não iremos sobreviver, sejam feitas.