sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quando queremos algo mais

Por brincadeira digo que concordo que o dinheiro não traz felicidade ….. quem tem 10 M€ não é mais feliz que a que tem 9 M€. O dinheiro pode não trazer a felicidade, mas retira da zona das preocupações vários “problemas”. Mais do que resolver, ajuda a não ter algumas preocupações ou sentimentos de falta.

Por todas as vicissitudes que a nossa vida tem tido, costumo dizer ao filhão que mais do que estar triste pelo que não temos, devemos ficar contente com o que temos ….. mas qualquer um que conheça a Pirâmide de Maslow sabe que a partir de determinado ponto, o que temos é já um dado adquirido e não chega ….. a natureza humana é de querer sempre mais ….. de não se contentar apenas com o que pode ter.

A nossa felicidade interna baseia-se muito no preenchimento das nossas necessidades básicas, sejam elas qual forem e, quando sentimos falta de um desses “nossos” pilares, sentimos sempre um sentimento de tristeza ….. por muito que sejamos aquele que tem os 9 ou os 10 M€ ….. a nossa felicidade não está completa.

Podemo-nos divertir? Sim
Podemos estar felizes? Sim
Podemos passar um bom fds? Sim

Sentimo-nos realizados? Não ….. falta algo ….. sentimos a falta desse algo ….. muita falta!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hoje é mesmo porquê?

Uma das grandes tentações das pessoas e das empresas é classificar todos os seus problemas como urgentes, na esperança que assim sejam tratados mais depressa. O problema é que quando só há questões urgentes para resolver, o conceito de urgência desaparece, o que torna muito mais difícil a resolução atempada dos problemas realmente importantes e/ou urgentes.

Socialmente vivemos um clima semelhante e com tendência a se agravar. No espaço dos últimos anos temos assistido ao uso e abuso das greves por todos os motivos e mais alguns. Se numa semana é porque só ganham 800 €, na semana seguinte os mesmos fazem greve porque os salários acima de 1.500 € serão reduzidos, etc, etc, etc.

Temos uma produtividade de realização de greves tão grande que honestamente acho que sem ser os próprios, os sindicalistas e os políticos, já mais ninguém sabe quem está em greve e porquê. Chegámos ao ponto dos próprios serviços mínimos já não serem cumpridos e ninguém estar preocupado ….. a nossa justiça é juridicamente irrelevante (leia-se inoperante).

A semana passada estávamos vários a conversar e metade tinha descoberto que havia uma greve nesse dia por causa do trânsito. De referir também que apenas metade sabia o motivo e a totalidade já não dava qualquer importância ao facto, lamentando apenas o transtorno. Tal como lamentam um qualquer resultado de um qualquer jogo de futebol ….. banalidades.

A trivialidade com que se marcam greves tornou o próprio conceito da greve inútil. Naturalmente que em teoria é uma arma de desgaste do governo e, como o nosso actual já está moribundo, a frequência com que este fenómeno acontecerá nos próximos tempos tem tendência a aumentar ….. mas tal como disse, já ninguém saberá o porquê. Já ninguém honestamente se importa.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ingratidão

Cada história é uma história e existem sempre aspectos que apenas os próprios conhecem, porém, é sempre difícil perceber á distância algumas atitudes. Torna-se ainda mais difícil perceber quando estão envolvidos pais e filhos. A existência de hipocrisia nestas relações revela apenas uma única coisa ….. a degradação moral de uma das partes.

Naturalmente que as relações pais/filhos não são perfeitas e existem sempre vários aspectos que uns e outros não gostam. Eventos do passado que por este ou aquele motivo marcaram uma das partes, possivelmente existindo hoje em dia apenas na memória de quem nunca esqueceu. Por melhor que os pais tentem fazer falharam sempre em algo e por muito que os filhos façam, haverá sempre coisas que falharam as expectativas dos progenitores. Sempre foi e sempre será.

Tudo isto é verdade e todos têm o direito de sentir esta ou aquela mágoa, mas se assim é, devem ser condizentes com esses sentimentos. Não podem pedir/aceitar com uma mão e atirar pedras com a outra.

Este fim-de-semana assisti a uma nova história de ingratidão a este nível. Uma filha que nem o pai convida para o seu casamento!

Neste caso em particular, o pai em causa até pode ter tido muitos defeitos, tal como ter sido um pai ausente, mas nunca poderá ser acusado de não se importar ou não ligar á filha. Um pai (e mãe) que dá uma casa de mais de meio milhão de euros, carro e tudo mais ….. e recebe um pontapé no rabo ….. triste pobreza humana ….. na minha opinião, esta filha deveria ter vergonha na cara ….. mas não acredito que o tenha ….. perdem ambos.

Tal como noutro caso próximo ….. ambas primas ….. são pessoas que recebem ajudas de casas, carros, dinheiro e diversos e estão sempre a acusar de tudo e mais alguma coisa ….. incapazes de um gesto positivo e ambas seguem o chamado ditado “morder a mão que alimenta” ….. não percebo ….. se têm assim tanto contra, porque aceitam estas ajudas ….. como é possível que sejam tão hipócritas?

Talvez um dia mais tarde se lhes tocar uma situação semelhante se arrependam do que fizeram ….. mas aí para além do sofrimento que já infligiram, pode já ser tarde demais para pedir desculpa ….. não havia necessidade.