quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Maldito 2008

Finalmente está a terminar este maldito ano!

Este ano foi o corolário de uma maldita doença que se arrastou por quase 10 anos e que me levou o meu grande amor, a minha metade. Perdi a Ana! Nada mais seria preciso para que este fosse o pior ano da minha vida! Tenho tantas saudades tuas, meu amor ..... como dava a minha vida para te ter de volta .....

Em termos mundiais foi um dos piores anos de sempre, especialmente focalizado no sector financeiro. Como é o dinheiro que faz o mundo andar, seja ele real ou virtual, esta crise condiciona tudo o resto. Mas o Homem tem uma capacidade de adaptação muito elevada e estas crises servem para que todos se focalizem no que é essencial, regra geral eliminando muito do que é supérfluo. O mundo como o conhecemos tem nova oportunidade de se recriar, esperando que seja para melhor.

No nosso pequeno país à beira mar plantado, assistimos a uma série de acontecimentos em linha com o passado e com o resto do mundo. Acho que não existe um facto que seja de tal forma transcendente que mereça aqui a sua particularização, deixando para os vários jornais e comentadores a retrospectiva do ano. Acontecimentos foram muitos.

No circulo que me é mais próximo, e para além da nossa e especialmente minha grande perca, assisti a nascimentos e falecimentos, casamentos (que volto a pedir desculpa não conseguir assistir), separações e divórcios, sem falar nas diversas “facadas” que fomos assistindo. Ganhei novos amigos conseguindo não perder nenhum, acho eu.

No computo final do ano, restam-me apenas três grandes alegrias:
- Tenho um filhão saudável e espectacular, que é um orgulho dos pais e o meu grande amigão;
- Tenho vários verdadeiros amigos, onde incluo alguns familiares;
- Num ano de crise, cheguei ao fim do ano com emprego e que paga o meu vencimento.

Por muito que tente fazer uma analise mais objectiva, a dor que sinto apenas me permite ficar feliz do ano ter terminado ..... venha de lá esse 2009 porque a vida tem de continuar, quer o queiramos quer não! Não era este o desfecho que queria .....

Espero que seja verdade que depois da tempestade vem a bonança ..... apesar de não ter funcionado para o que era mais importante na minha vida ..... mas se for verdade, espero que isso comece já em 2009 .....

domingo, 28 de dezembro de 2008

Crianças problemáticas

Todos nós já fomos crianças e todos nós já passamos por momentos de rebeldia. O grau de intensidade varia muito de criança para criança, mas afecta todos. Essa rebeldia reflecte-se na vida familiar, nos amigos e obviamente, na vida escolar. Como a nossa função nessa altura é basicamente estudar, tendo mesmo direito de figurar no campo de profissão em formulários, esse será sempre maioritariamente o alvo principal da revolta.

Assistir ao desenrolar de um episódio destes é complicado. Ver uma criança a ter um comportamento cada vez mais problemático e de insucesso escolar é desesperante. Que me desculpem a analogia mas é como assistir à vida com um alcoólico. Eu explico. São situações de miséria pessoal que tem um impacto brutal na família em que estão inseridos. O próprio está a fazer mal a si mas a destruir os que o rodeiam. A grande diferença é que uma criança terá um futuro pela frente e no caso do alcoólico acabamos por ficar apenas com pena dos que o rodeiam. Isto para além do facto obvio de ser uma criança, com tudo o que isso acarreta.

O que se pode fazer numa situação destas? O sentimento mais neandertal pode ser pensar que se resolve o caso à tareia mas, anos e anos de história e situações pessoalmente presenciadas dizem-me que essa definitivamente não é a solução. Retirar tudo e mais alguma coisa à criança, que muitas vezes até pouco ou nada tem, também não é solução.

Como as crianças menores e sem o 9º ano de escolaridade não podem ser postas a trabalhar para perceber o que isso é, não se pode sequer fazer com que se apercebam do caminho que seguem pelo seu próprio exemplo. Esta terapia tem o efeito perverso do dinheiro que a criança pode eventualmente ganhar. Inicialmente compara o pouco ou nada que tinha com o que obtém por fazer algo que não é chato como estudar e, quando finalmente perceber que poderá não alcançar o mesmo que poderia ter com estudos, já pode ter passado o “seu tempo”. Não é a formula mágica, mas muito válida para algumas crianças.

Para efeitos de leitura deste texto, imaginem que é o vosso filho, enteado, neto ou sobrinho ..... o que fariam?

Nos últimos dias tenho meditado neste assunto, tendo mesmo na cabeça um caso concreto e não consigo chegar a uma conclusão. É um daqueles casos em que não existe preto e branco mas uma imensa palete de cinzentos. Como fazer uma criança perceber que se está a prejudicar a si própria, hipotecando o seu futuro, quando sendo criança apenas tem consciência do passado e do presente?

Para efeitos de exercício mental, eis uma solução possível:

Primeiro passo: regras e rotinas. Não podendo alterar o meio que envolve a criança, a melhor estratégia que me ocorre é a focalização total na criança, muito num estilo militar mas de tranquilidade. Gritos, ameaças, tareia e sarcasmos são, na minha opinião, passos para trás que se dão. Volto a frisar, estilo militar mas sem os gritos ..... ser rigoroso não é o mesmo que ser mentecapto.

Por muito asfixiante que seja, é preciso definir um calendário diário que a criança terá de cumprir. Começa por uma hora fixa de se levantar e termina com hora obrigatória de deitar. Tal como aprendi com uma mãe, a hora de deitar terá de ser cedo e obrigatória. Se a criança não tiver sono, ainda melhor, está autorizada a ler um livro. Entre o tempo que medeia o levantar e o deitar, terá de existir uma série de tarefas a cumprir, tal como um bom banho, arrumar o seu quarto, algumas outras tarefas caseiras e um plano obrigatório de estudos. A saída para as aulas e a entrada tem de ser rigorosa, não podendo deixar de haver um tempo para actividades sociais e lúdicas. Este tempo é também muito importante e fundamental.

Passo seguinte: os estudos. Definir um plano de estudo obrigatório, com resultados facilmente mesuráveis e de curto prazo. Estabelecer para uma criança destas objectivos à distância de um semestre ou trimestre é perder esse tempo que já não será possível depois recuperar. No plano de estudos, para além da quantidade de livros de apoio e exercícios que existem, há sempre as soluções economicamente mais dispendiosas de explicadores ou sites temáticos como os do ministério da educação.

Último passo: recompensa. Sendo a função de uma criança estudar, a recompensa não poderá obviamente vir do sucesso nesta área, porém, o sucesso nesta área deve ser recompensado de forma subtil. É não dizer “ganhas isto ou aquilo” mas recompensar sem nada dizer ..... as crianças são espertas e percebem que são recompensadas pelo seu sucesso ..... na minha opinião tem mais efeito porque isso mesmo, por serem eles a chegar à conclusão que estão a ser recompensados pelo seu esforço. A recompensa deverá reflectir-se na liberdade que elas vão obtendo, como por exemplo, na alteração das tarefas que têm e na percepção que vão tendo tarefas de maior responsabilidade.

Se pensarmos bem, uma filosofia destas não é muito diferente dos programas que são feitos para recuperação de toxicodependentes e, muitas vezes com bons resultados. No caso dos toxicodependentes, existe sempre a tentação daquelas boas sensações que a droga proporciona mas, no caso de uma criança, o apelativo não é tão viciante ..... mas existe!

É um mero exercício de retórica mas não posso deixar de o fazer, por mais subjectivo ou idealista que ele seja. Vale o que vale.

Recado para alguém pensar: Entre pagar uma casa numa estância balnear que se usa 3 semanas por ano e ter um filho num colégio particular onde terá outro tipo de acompanhamento e regras, eu escolheria o filho ..... mas isso sou eu.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Passou

Já passou! ..... a todos os que não consegui falar ou enviar mensagens, o meu obrigado. Obrigado pelas palavras e pela amizade.

Obrigado principalmente ao meu filhão que me ajudou a passar estes dias. O Natal é uma época supostamente de alegria e para as crianças.
Pelos teus olhos consegui ver um pouco da inocência e felicidade que já partiu ..... Obrigado filhão!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A realidade como ela é

Desde que somos crianças que sonhamos com determinadas prendas. Começamos com coisas simples como um simples carrinho ou boneca e vamos avançando ao longo da vida para carros (tipo Ferrari), bonecos (tipo Brad Pitt ou Claudia Schiffer, dependendo das preferências) ou dinheiro (qualquer Euromilhões e de preferência com jackpot serve).

Uns pretendem coisas materiais e outros imateriais ..... depende de cada um e das suas necessidades como tão bem descreveu o Maslow.

Sempre vai haver uma prenda que gostávamos de ter e não temos ..... o que eu não dava para ter o que mais queria ..... tenho tantas saudades tuas ..... amo-te muito, meu amor!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Com o mal dos outros posso eu bem

Se num grupo de pessoas for dita uma frase, cada um interpretá-la-á à sua maneira e mediante o seu ambiente e estado psicológico. Se essa frase incidir directamente sobre uma dessas pessoas, ela irá garantidamente ter uma reacção distinta das demais. Algumas podem sentir um pouco mais por simpatia ou proximidade, mas nunca da mesma forma. Quando nos toca a nós, tudo muda de figura.

Recentemente tive uma conversa com o meu chefe que claramente alterou o nosso relacionamento pessoal, uma vez que o profissional tem de estar acima destas questões a bem da organização e por uma questão de profissionalismo ..... mas obviamente que tem impactos. Até aqui tudo “normal” e a sua reacção foi de total indiferença à questão pessoal, não tendo a dignidade e coragem de elaborar um simples pedido de desculpa. Cobardemente assumiu uma postura que obviamente na minha opinião foi errada ..... fez a sua escolha.

Como a vida dá muitas voltas, na semana passada ele sofreu na pele algo similar. Após ele explicar à sua chefia uma necessidade pessoal que tinha, ouviu algo parecido ..... tipo “e eu a ver com os seus problemas pessoais?”. A sua reacção foi igualmente de revolta e raiva ..... naturalmente.

Para cúmulo da situação, em conversa que estávamos a ter sobre as dificuldades que temos passado recentemente, ele contou-nos este episódio ..... ao qual no fim acrescentou algo na linha de “estas coisas é que me dão raiva ..... era uma questão pessoal e ele ignorou as minhas necessidades ..... se tiver de ser, eu fico cá, mas ele vai pagar por isso!” ..... tive de respirar fundo três vezes e pensar nas contas que tenho de pagar para não dizer nada ..... não foi fácil ficar calado.

Quando a mesma situação acontece aos outros, uns lamentam e outros nem por isso, porém, quando é connosco, tudo se transfigura ..... o ser humano é assim!

Afinal o carteiro toca sempre várias vezes

Tinha um professor de filosofia que me dizia que está na génese do homem roubar, principalmente ao poder instituído. Segundo ele, desde sempre houve classes ou pequenas hierarquias nas tribos, regiões e países, hoje em dia acrescento continentes, que dominam e como tal se prestam a sofrer justa ou injustamente episódios destes. Todo o mito do Robin Wood veio desse principio.

Não resisto a fazer uma pausa neste texto para incluir uma rábula do Raul Solnado: “Entrevistador: Então porque rouba aos pobres? – RS: Porque os ricos ficam chateados!

Com o avançar dos tempos e baluarte de civilização, foi criado o conceito de lei que punia, em muitos locais com a própria vida, tais prevaricadores. Como a necessidade induz o engenho, os esquemas de roubo foram sendo cada vez mais sofisticados, não deixando infelizmente de haver as facções mais brutas de assaltos e similares. Sofisticação atrás de sofisticação, hoje temos engenhosos sistemas de controlo e punição, porém, sempre existiu e sempre existirá alguém que descobre um “buraco” ou forma de contornar esses mecanismos e fazer o que sempre foi feito ..... roubar outros.

Mas tal como existe o yin e o yang, estes fenómenos de roubo e sistema anti-roubo andam sempre em paralelo. Quanto mais avança, por exemplo, a medicina e mais sofisticadas são as técnicas de dopping que, invariavelmente andam à frente da industria das análises anti-dopping. O controlo e punição perde várias batalhas. Esta área é um bom exemplo porque demonstra que os prevaricadores geralmente são mais habilidosos e que, tal como no como da Marian Jones, por este ou outro motivo existem sempre aqueles que protegem ou encobrem estas fraudes. Independentemente do motivo ser o lucrarem pessoalmente com esse facto ou a cobro de uma suposta bandeira ou superioridade nacional, o básico é sempre o mesmo ..... protegem uma fraude, roubando sempre alguém. Alguém se lembra de quem ficou em segundo nesses jogos olímpicos ou em segundo nos campeonatos de Portugal e Itália que foram viciados? É como a virgindade ..... depois de ir, já era!

O mais peculiar é a sequência moderna, num espaço temporal de 5 a 10 anos, ou seja, demasiado recente. Tivemos o banco Bearings a ser vendido por 1 dólar, fruto de especulação de uma pessoa com o fechar de olhos de várias, gerando a criação de uma série de mecanismos prontamente circundados, que levou ao aparecimento da nova mega fraude, esta ainda maior devido ao falhanço dos “controladores e reguladores”, o caso Enron que arrastou de vez consigo o rigor das auditoras, levando mesmo à separação do negócio da auditoria e da consultoria.

Como os negócios e as vontades são fruto de percepção, foram gerados uma série de eventos de limpeza de imagem e novos conceitos de regulação e controlo. Desta vez durou um pouco menos e o resultado é esta crise financeira mundial, onde a ponta do Iceberg que fez o maior rombo no casco foi o sub prime nos Estados Unidos. Se o caso da Enron é semelhante ao caso apresentado a seguir, este é uma cópia do caso inicial, o Bearings. Falências e danos colaterais enormes devido a pura especulação que passou ao controlo de mecanismos cada vez mais apregoados e sofisticados. Embora separados por alguns (poucos) anos, são em tudo semelhantes ..... mas a bem da percepção que é preciso manter, isso não é muito explorado.

Esta semana foi descoberto um novo sistema em pirâmide, o de Bernard Maddof ..... qualquer coisa como 50 mil milhões de dólares ..... e que já tinha um período de vida de cerca de 40 anos ..... impressionante.

Continuo a achar que os estrangeiros têm inveja de Portugal. Ao aparecer o caso do BPN, que na minha opinião não é um banco com importância sistémica e é claramente um caso de polícia, o filho do Madoff veio denunciar a fraude do pai. Por muito controlo que exista, os seguidores de Charles Ponzi (criador do sistema de fraude em pirâmide) sempre existiram e sempre existirão ..... a diferença entre o BPN, BPP ou o caso da Dª. Branca é em primeiro lugar a dimensão e em segundo os protagonistas.

E como fica o nosso Banco de Portugal enquanto entidade reguladora? Claramente o Vitor Constância deve estar a adorar esta nova fraude, pois assim já pode dizer “Vêm? Se os Americanos podem ser enganados, porque não posso eu? O BPP e o BPN tinham menos de 40 anos!”. Continuo a achar que o mais correcto seria o Vitor Constâncio apresentar a sua demissão pois não conseguiu criar para a sua equipa toda a envolvência necessária a uma eficaz regulação e falhou. Quando digo isto não é porque tenha falhado uma vez e com uma dimensão pequena ..... tivemos BCP, BPN, BPP ..... só para referir os mais mediaticamente recentes, com o custo monetário conhecido não para a carteira do Vitor Constâncio ou do Banco de Portugal, mas para Portugal. Se quem está à frente e pode exigir os meios que necessita não exigiu, não pode depois vir-se defender que não tem meios ..... já para não falar da pouca transparência das relações entre os protagonistas ..... coerência, se faz favor!

Se a história nos ensinou algo é que os erros se repetem ciclicamente e que, um mesmo esquema pode ser adaptado a novas situações. Infelizmente, o carteiro efectivamente toca várias vezes.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O outro lado

Frequentemente este e outros blogs são palco de opiniões menos favoráveis dos políticos. Episódios como as recentes faltas sistemáticas ao parlamento à sexta-feira, ou as notícias que para que não faltem às votações estas deixam de se realizar à dita sexta-feira, apenas vêm acentuar a já triste opinião que os Portugueses têm dos seus eleitos.

Muitos são igualmente os políticos que depois de passarem pelo governo obtém altos cargos em empresas e rapidamente ganham um património muito elevado. Poucos são as Fátimas Felgueiras ou os Isaltinos Morais, para não apresentar outros, que são descobertos nas suas (a provar ou julgadas) trafulhices. É pena.

A verdade é que os maus exemplos são os que mais nos ficam na memória e ajudam a formar a nossa opinião. Tal qual uma simples moeda, existe também um outro lado.

O meu amigo Paulo Edson Cunha irá concorrer à câmara do Seixal. Dito assim, não parece nada de transcendente, eu sei. Se eu disser que o partido que gere os destinos da câmara é o mesmo há vários anos, e que esse partido é a CDU, o comum do cidadão que não o conhece pensa logo “naturalmente que voltam a ganhar. Por quem concorre ele?”. Pois é, ele vai concorrer pelo PSD.

Sabendo que as pessoas têm mentalmente estabelecido que se vota sempre no mesmo partido, independentemente do candidato, e também que mentalmente temos igualmente o dogma de que as câmaras bem geridas são comunistas, mais parece uma batalha de David contra Golias que outra coisa qualquer. O Paulo é dos primeiros candidatos do partido e a seu pedido ..... não é um daqueles candidatos que sabemos ser forçados mas que os responsáveis vêm dizer que são a primeira escolha. É preciso coragem!

Também ele detentor de um blog, onde divide as suas opiniões políticas e pessoais, com cada vez mais ênfase nas primeiras, tem demonstrado um conhecimento profundo da realidade do Seixal e a sua preocupação. Tem aproveitado o espaço para denunciar o que de mal a CDU tem feito, assim como o inebriamento e prepotência de quem gere a câmara. Sim, é verdade, a CDU é composta por pessoas e elas ficam “agarradas” ao poder. É um defeito humano. Tem vindo a demonstrar que efectivamente está na política por gosto e vontade cívica.

Aproveitando o fenómeno Obama, tem feito igualmente uma colagem ao slogan “Sim , também podemos!” e, o mais engraçado é que fisicamente ele é mesmo parecido com o Obama. Pessoalmente acho que apesar de haver uma taxa de abstenção superior a 60%, terá de ter uma campanha muito mediática para combater três fenómenos muito complicados: a abstenção, a falta de informação dos eleitores e a aversão à mudança dos portugueses, esta última ainda mais potenciada pelo dogma que já referi.

Estou muito curioso de ver a sua campanha e quais as propostas concretas que tem para apresentar. A verdade é que nas campanhas raramente vemos promessas concretas e linhas de acção bem definidas. Tem havido aqui uma grande colagem ao Sócrates, ou seja, todos dizem as áreas que se querem focar, no caso deste foi inicialmente a saúde, a educação e a tecnologia mas, é sempre tudo muito vago.

Acredito que se o Paulo inovar e apresentar projectos concretos, sem medo de que se perder estes sejam aproveitados por quem ganhar, poderá fazer a diferença. O resto fica nas mãos da máquina do PSD, ou seja, se quisermos falar num palco de um concerto, podemos gritar, usar um megafone ou falar para a instalação sonora ..... o resultado depende da mensagem, mas fundamentalmente depende do meio. Se ela não for ouvida, ninguém pode avaliar se a considera boa ou má. Sem os meios devidos, é como escrever na areia à beira mar, ou seja, tem o período de validade da próxima onda. Curto, muito curto.

É preciso ter uma vontade grande de fazer a diferença para sair do conforto do sofá.

Acredito em ti Paulo!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A nossa primeira conversa

Tal como tenho vinda a referir ao longo dos textos deste blog, tenho (e tínhamos) um orgulho muito grande no nosso filhão. Entre muitos adjectivos que posso utilizar para o caracterizar e caracterizar a relação que temos é que, mais do que pai e filho, somos amigos. Verdadeiros amigos.

Embora esta relação ajude e facilite várias situações, existem infelizmente conversas que o João ainda não se sente à vontade de ter. Tal como não gosta de ver beijos ao vivo ou na televisão, as questões da sexualidade também o deixam um pouco desconfortável. Como pai e amigo, tenho paulatinamente tentado chegar ao assunto.

Comecei com pequenos comentários ou perguntas, lançando pequenas frases ou explicações de forma curta e sucinta. Sem nunca forçar, fui fazendo perguntas genéricas muito relacionada com as aulas de biologia. Aos poucos e poucos, as perguntas ou afirmações foram sendo mais focalizadas, mas sempre sem insistir muito. Esperava a melhor ocasião.

Por estes dias, e não consigo especificar mais que isso, andávamos a fazer algo e passamos por uma campanha de angariação de fundos, por acaso relacionado com a SIDA. Não sendo um assunto novo, fomos falando sobre isso de uma forma descontraída à medida que andávamos pela rua. Para além de um folheto e um laço de lapela, recebemos uma fita e uma caixa de preservativos, todos eles recolhidos pelo João. Propositadamente deixei a caixa no carro.

Ao voltarmos ontem para casa, o João voltou a reparar na caixa e começou a fazer perguntas. Aproveitando essas perguntas, fomos falando do tema. No início a coisa parecia bem encaminhada até que naturalmente ele se retraiu. Por momentos pensei que não iríamos avançar mais. Depois de lhe lembrar que éramos amigos e os amigos falavam nestas coisas, a conversa voltou a decorrer normal e descontraidamente.

O João perguntou se os preservativos tinham validade e quando lhe disse que sim, começou a procurar essa data. Como esta apontava para 2013, ele fez as contas e descobriu que teria 14 anos ..... e perguntou-me se nessa idade já estaria pronto ..... se já deitaria sangue ..... com base nesse erro de género, tivemos uma longa e volto a frisar descontraída conversa, abordando tudo excepto o acto em si. Senti-me a cumprir o papel de pai.

A nossa primeira conversa ..... espero que ele continue a confiar em mim para ter mais.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Uma classe à parte

Existem profissões que umas pessoas seguem por razões económicas e outras por gosto ou vocação. Para algumas, para além da vontade, independentemente do que as motiva, é necessário tirar um curso superior. Vários e vários anos de estudo para ganhar bases e conhecimentos do que pretendem um dia vir a fazer.

Mas obter o aproveitamento final num curso superior não é sinónimo nem de emprego garantido, nem conhecimentos detalhados nessa área. É apenas um patamar superior, que potencia todo um novo conjunto de oportunidades, caso elas existam ou se consigam encontrar. Apenas isso.

Temos vindo a assistir a numerosas manifestações de professores que contestam, em primeiro lugar, não terem emprego garantido. Primeiro ponto de discórdia que eu tenho com eles. Não me parece plausível que exista tal coisa como emprego garantido ao terminar um curso. Á medida que a nossa população vai envelhecendo e o interior vai ficando desertificado, existem cada vez menos alunos ..... mas por sinal continuam a haver cada vez mais professores.

Seguindo para o próximo ponto de discórdia, se bem que neste ponto, parcial. Não me parece lógico argumentar que o governo (independentemente do partido) tem de arranjar empregos porque deixa existir os cursos ..... inevitavelmente terá de haver uma segregação dos melhores. Sem ser os médicos que tem sido uma classe protegida, não vejo outro curso superior que seja sinónimo de emprego garantido ..... e mesmo estes não o são em todas as especialidades. Se fosse assim, desconfio que no mínimo metade das universidades de direito, psicologia e sociologia fecharia portas. Este raciocínio terá de ser balizado no bom senso, uma vez que infelizmente existem uma série de cursos que garantidamente não têm saída e apenas existem para subsidiar as universidade.

Os professores eram uma classe com vários privilégios encobertos, tais como o seu horário de trabalho estar dividido em lectivo e não lectivo. Por outras palavras, as trinta e poucas horas não são todas a dar aulas, tendo de as preparar ou, nalguns casos, terem outras responsabilidades dentro do seu campus. Até à bem pouco tempo, não precisavam sequer de estar na escola, o que deu azo a muito e muito abuso. Tenho uma pessoa próxima que dava aulas à noite e, durante o dia, mantinha uma actividade paralela na sua empresa. Como o justo paga pelo pecador, passaram a ter de estar na escola ..... e estes passaram a achar que estava mal ..... à pois acharam ..... sinceramente tenho como opinião pessoal que apenas os mais novos com poucos anos efectuavam trabalho ..... uma conclusão baseada num amostragem de proximidade ..... vale o que vale!

Portugal é um país com baixa taxa população com um nível de escolaridade mínima e mesmo com curso superior. Artificialmente o governo está a melhorar estas taxas por via do programa das “Novas Oportunidades” ..... vale o que vale. Em poucos anos vamos estar na mesma mas temos outros números para apresentar ..... ficamos parecidos ao sistema financeiro ..... espero que nessa altura a União Europeia venha em nosso auxílio!

Paradoxalmente somos um dos países da comunidade europeia que tem o gasto per capita em mais elevado no que toca à educação. E para juntar mais dados negativos, temos ainda de nos lembrar a média dos nossos conhecimentos em relação aos demais países, baseado na comparação de resultados de exames nacionais ..... o panorama não é mesmo agradável de observar!

Neste ponto existe uma consonância de opiniões, ou seja, os pais acham que a culpa é do governo que não define uma política continuada e com resultados e dos professores que, não sabem ou não querem ensinar. Para os professores, a culpa é do governo pelas mesmas razões e dos pais devido à sua desresponsabilização do seu papel de educar, que leva às cenas que aparecem gravadas em telemóveis. Para o governo, a culpa é dos professores e dos pais. Como vêm, total consonância ..... a culpa é sempre dos outros!

Recentemente os professores vieram para a rua, em grandes manifestações organizadas pelos seus sindicatos, que são constituídos por professores que há muito deixaram de leccionar. Não querem este novo modelo de avaliação e para eles deveria ficar tudo como está. E claro, à boa maneira sindical, querem a demissão da ministra.

Para quem não sabe, como era o meu caso até á bem pouco tempo, o que existe hoje em dia é uma auto-avaliação feita pelos próprios que depois é classificada por alguém ..... obviamente que é um sistema extremamente cientifico e capaz de reconhecer mérito a quem o tem ..... pois. Preenchem 1 ficha de objectivos no início do ano lectivo e outra no fim ..... mas afirmam que lhe rouba muito tempo ..... 2 fichas! Parece-me sensato e extremamente defensável .....

A outra queixa dos professores é de que têm de assistir a aulas dos colegas e não têm tempo. Neste aspecto gostaria de ter uma avaliação independente para saber se o tempo que já existe quando não estão a leccionar é ou não suficiente. Por desconhecimento não vou opinar. Ainda em relação à avaliação, dou-lhe inteiramente razão na questão de serem professores de outras matérias a avaliá-los, porém, apenas concordo na questão dos conhecimentos científicos da matéria. Existem obviamente outros factores que podem naturalmente ser avaliados, tais como a postura na aula, a respeitabilidade que possuem, a interacção com os alunos, o á vontade com que leccionam a matéria, etc. Ser professor é mais que debitar matéria ..... deveria ser.

Estou curioso de ver onde isto vai terminar, se bem que como vem aí um ano de eleições aposto que a ministra sai por volta da Páscoa, caso os professores continuem a faltar às aulas para fazerem greve, prejudicando assim os alunos. Porque não fazem as greves e as manifestações aos fins-de-semana que não prejudicavam quem alegam estar a defender? ..... será que têm de estar nos mesmos locais e actividades dos nossos deputados?

Pena é que os governos apenas actuem sobre este tipo de pressão. O Sócrates pode alegar o que quiser, mas a verdade é que a ministra já cedeu ..... e por sinal foi a única.

Quase me apetece dizer ..... Não perca as cenas dos próximos capítulos!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Pequenos grandes ensinamentos

Todos os dias somos confrontados com pequenas dúvidas ou incertezas. Quando somos pais, mais vezes isso nos acontece relativamente aos nossos filhos. Talvez isso não seja tão marcante para o segundo ou o terceiro, mas no caso do primeiro, tudo é novidade.

Por muitos livros que se leia, existem no dia-a-dia uma série de pequenos eventos e situações que, para nosso azar, não vêm lá retratados. Se isto já não é por vezes fácil quando se é um casal, num regime mono parental, isso ainda se complica um pouco mais. Como são mais fáceis as dúvidas e as decisões a dois!

Ao longo deste tempo tenho vindo a descobrir como é bom trocar experiências. O facto de os amigos terem filhos da mesma idade ajuda, principalmente porque todos eles passam por experiências ou períodos semelhantes. Tornam-se mais que livros, são autênticas enciclopédias. Num mundo que avança à velocidade do nosso, os paradigmas dos nossos filhos são diferentes dos que nós vivemos, tal como os nossos foram diferentes dos nossos pais. Não há experiência mais próxima que o seu vizinho de sala ou carteira.

Recentemente o João estava a ficar com pequenas borbulhas, estilo urticária na cara. Embora não tenha ligado muito ao princípio, à medida que os dias passavam começava a estar com cada vez mais atenção até que, já preparado para marcar uma consulta na médica, recebi um sábio conselho de outra mãe “deve ser do frio que o meu também teve isso ..... experimenta o creme .....”.

Como era uma tentativa inócua e eu acredito na experiência, comprei o creme e comecei a aplicar ao João, atrasando a marcação da consulta. Acabou por ficar adiada para outra altura ..... era mesmo o frio!

Pais, mães e livros são bons conselheiros mas, nada como outras experiências mais próximas ..... obrigado mães amigas!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Uma outra atitude

A vida profissional numa empresa é baseada em interacção entre pessoas. Várias vezes somos confrontados com reuniões onde lideramos ou apenas participamos. Algumas dessas reuniões são sobre temas que dominamos, que temos alguns conhecimentos ou que desconhecemos no todo ou em parte. Uma boa parte destas reuniões são circunscritas ao nosso departamento ou área.

A nossa postura nesses eventos depende sempre em primeiro lugar do domínio da matéria, do interesse que temos no tema e, muito importante, da atitude que temos. A nossa atitude por sua vez é muito condicionada com a nossa satisfação organizacional e com a influência de factores externos à organização, tal como a nossa vida privada.

Profissionalmente atravesso uma fase como nunca tinha passado, sentido que pilares que suportavam o nosso pequeno eco sistema tal como o espírito de grupo, a confiança de ter “as costas quentes”, o sentir que o “erro inteligente” é protegido e o respeito hierárquico estão seriamente comprometidos. Essa conjuntura tem vindo a reflectir-se obviamente no meu desempenho, uma vez que considero que sempre que não estamos a dar o nosso melhor, não estamos a obter os melhores resultados. Podemos atingir o objectivo, mas sempre aquém do que seria possível fazer. Para uma empresa isso pode, na minha opinião, ser a diferença entre acabar o exercício com resultado positivo, embora pequeno, e acabar no positivo com resultados muito agradáveis para o accionista.

A minha aula de hoje, que era sobre Inteligência Emocional fez-me reflectir a minha atitude. Apesar de no início o Paulo Lopes ter feito uma boa prelecção sobre qual deveria ser a nossa atitude para que o objectivo fosse atingido, a verdade é que a forma inicial como os desafios foram lançados, levou-me a uma atitude que reconhecidamente era distinta do pretendido. E apesar de reconhecer esse factor, a verdade é que durante algum tempo, essa consciencialização não foi suficiente para alterar a minha postura. Estava numa atitude mais de recebedor da mensagem do que participante nela.

Houve uma frase que foi dita que me fez alterar essa mesma postura até ao final da aula e, mais importante, de extrapolar para além daquelas quatro paredes.

Estávamos numa sessão de brain storming mas efectivamente pouco participativos e, o Paulo referiu, e bem, que muito do resultado de uma reunião ou trabalho são reflexo da atitude com que nos empenhamos nelas. Se todos estivermos numa atitude pouco participativa, o resultado será sempre escasso em função das possibilidades do grupo. Essa pode ser uma abordagem ..... a outra é mentalizarmo-nos que a nossa atitude positiva pode levar a que os outros tenham uma postura semelhante. Que deve sempre haver alguém com coragem para ser o agente da mudança. Podemos e devemos utilizar o nosso espírito criativo, ou seja, se temos cérebro ..... usemo-lo.

No fundo, tudo se resume a pensarmos se queremos deixar as coisas como são apresentadas ou opinar para as conseguir melhorar. Às vezes basta que um tome essa atitude para que, numa reacção típica de um grupo, os demais sejam impelidos a seguir essa atitude, gerando assim um efeito positivo e, muito provavelmente, um resultado claramente superior.

A pergunta que este discurso me fez pensar foi “eu sinto-me realizado comigo se tiver uma atitude passiva ou se tiver uma atitude positiva?” ..... como posso eu dizer ao Filhão que o importante é sentir sempre que está a dar o seu melhor e, ao mesmo tempo, sentir que estou aquém do que posso fazer ..... que não tenho a atitude correcta ..... que entre fazer ou não fazer, não tenho feito a opção que a minha maneira de ser me impele ..... e que o resultado tem sido uma insatisfação principalmente comigo mesmo ..... fiquei a pensar. Independentemente da minha hierarquia se estar ou não a comportar como uma besta, e desculpem a palavra comportar, o meu profissionalismo está ou não a ser respeitado por mim?

Se tenho de trabalhar para viver, vou ficar a ver os acontecimentos sucederem-se à minha frente, tal qual televisão ou vou tomar as rédeas? Quero ser passivo ou activo? Qual a atitude que tem norteado a minha vida?

Para finalizar, registei igualmente uma sugestão que vou tentar seguir. Á boa maneira Portuguesa, muitas vezes quando falamos sobre algo ou alguém, dizemos “.... ....., MAS .....”. Uma atitude positiva é trocar o “mas” pelo “e” ..... conseguimos dizer o mesmo de uma forma bem mais positiva ..... vale a pena reflectir.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Arrogância, prepotência ou outra coisa qualquer

Quando voltei a estudar apenas me lembrei de todas as coisas positivas que com esse facto vinham. Do menos positivo apenas me ocorreu o esforço que o estudo acarreta para o dia-a-dia. Entretanto ganhei mais uma contrariedade à alegria do estudo.

Tal como um elevado número de estudantes, tive vários professores com atitudes distintas. A que mais me custava era o discurso do tipo “Comigo a nota máxima é um 14”. Acho que desde que existem professores que existem aqueles que se acham superiores à cadeira que leccionam. Sempre me fez muita confusão. Quanto mais nos afastamos das ciências exactas, maior é a probabilidade de isto acontecer.

Um curso tem um conteúdo temático e um programa a seguir. Cada cadeira ou matéria tem uma abrangência e um objectivo. Cada cadeira ou módulo deve ser precedido de uma avaliação. Se tudo estiver equilibrado, a avaliação ou nota final deve cobrir o conhecimento sobre a matéria ensinada. Não me parece plausível assumir que mesmo lendo muita literatura, e tendo em conta que existem outras cadeiras, que um aluno termine uma cadeira como especialista. Não creio que esse seja o objectivo de um curso superior. Volto a referir, se tudo estiver equilibrado, a avaliação deve cobrir o conhecimento sobre a matéria ensinada.

Um professor que ache que os seus alunos muito dificilmente têm mais de 14 valores, numa escala de 1 a 20 ou, que pelo menos metade da turma não consegue passar com sucesso à cadeira a primeira vez que a faz, só posso considerar que são maus professores. Das duas uma, ou não sabem ensinar o suficiente para a avaliação da nota ou, não têm capacidade de ensinar a matéria que deviam. Um professor com uma atitude semelhante a uma ou várias das descritas, quando enche o peito e conta estas histórias, se pensar um pouco, vai perceber que é como aquela mãe que vai ver a festa de formatura do filho e comenta para a vizinha “Olha, o meu filho é aquele ali, o único que está a marchar no passo certo .....”.

O primeiro módulo que tive foi Inovação e Estratégia, dada por um professor com umas aulas muito interessantes, tanto mais que ele é um excelente comunicador, mas com uma característica peculiar. No final do deu discurso, mostrava um slide que dizia exactamente o que ele tinha acabado de dizer, frase por frase, até mesmo à acentuação das frases. Impressionante, não é? E ainda mais quando o livro que acompanha o módulo foi escrito por si e, ao lê-lo chegamos à conclusão que é exactamente o mesmo. As mesmas frases, com os mesmos exemplos e piadas e, a mesma acentuação. Impressionante.

Sendo a sétima edição para o meu Grupo, já vários dos meus colegas tinham dito que no teste tinha de escrever exactamente o que ele tinha no livro. Quando lhes dizia que não fazia sentido, a argumentação seguinte era sempre similar, ou seja, “acredita em mim ..... escreve o que ele tem no livro ..... isto se queres ter boa nota”. É opinião corrente das pessoas com que falei que as melhores notas são as que dizem exactamente o que está no livro ..... isso mesmo.

O teste era constituído por apenas duas perguntas abertas: falar sobre o problema da competitividade de Portugal e a definição de um líder. Como não tenho capacidade de “empinar” para depois debitar, e como gosto de pensar e dizer o que penso, para além da atenção às aulas, à leitura dos acetatos e à leitura integral do livro, tive o cuidado de escrever algo do género “para não plagiar o que está escrito no livro .....”. Ficou curto!

O resultado do teste foi um conjunto de sensações ..... primeiro de espanto ..... pela negativa ..... segundo de admiração ..... terceiro de raiva ..... e por último, de desapontamento, tanto em mim, como no curso e na faculdade.

Sendo um PAGE (Programa Avançado de Gestão para Executivos), dado pela Universidade Católica, mais concretamente pela FCEE, achava que o objectivo seria abrir novos horizontes no nosso conhecimento. Acima de tudo, considero que um Gestor deve ser alguém com conhecimentos, que se rodeia da melhor informação possível para que as decisões que toma sejam as mais acertadas possíveis ..... porém, o que os resultados me dizem, e correndo o risco de presumir que as minhas respostas são piores que o que penso serem ..... é de que para a Universidade Católica e para a FCEE é de que um gestor deve escrever e pensar o que alguém quer que ele pense e diga ..... mas, voltando a cometer o delito de ter opinião, isso para mim não é um gestor ..... é uma ovelha!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Uma missão

Há acontecimentos que não sabemos explicar e pessoas que indiscutivelmente têm uma missão nesta vida.

No dia que o médico da Ana nos disse que a medicina nada mais tinha a oferecer, por ironia do destino no dia dos namorados, vim para a rua chorar e “respirar fundo”. Maldizia Deus e o mundo e tinha uma revolta interna tão grande, que esse sentimento dilacerava-me no interior. Por muita vontade que tivesse de fazer algo ou, no mínimo, trocar de lugar com a Ana, sentia-me do mais impotente que havia no mundo. Esse foi o momento em que o Padre Cruz se juntou à nossa triste jornada.

Apesar de estar de saída, tirou o seu tempo para me ouvir e depois ir falar com a Ana. Ficou connosco mais de 1 hora a conversar, essencialmente com a Ana. A Tranquilidade que aquele encontro nos trouxe, e em especial à Ana, não há dinheiro no mundo que pague, e para sempre estarei em dívida para com ele. Aquele conforto espiritual foi uma bênção a dois corações partidos. Foi até ao fim o nosso amparo espiritual.

Desde esse momento acompanhou todos aqueles dias fatídicos, sempre com uma palavra de carinho e humanidade, com uma forma de falar que nos transmitia uma paz interior imensa. Uma paz que apenas muito poucos o conseguem fazer. E a sua palavra e os seus gestos não se ficaram apenas por nós, estenderam-se igualmente ao João e aos restantes familiares. São momentos de uma dureza tal, que aquelas palavras e a forma como as coloca no seu discurso são como um oásis no deserto.

Hoje em dia, quando vamos à sua missa, o João fica ao seu lado .....

Quando idealizamos um padre no seu sentido mais puro, mais católico, com uma voz capaz de nos tocar no fundo e, uma bondade extrema, essa figura é materializada no Padre Cruz. Quando pensamos numa missa com “alma” que nos cativa e nos aproxima de Deus, essa missa existe, numa pequena e acolhedora capela ..... a do Padre Cruz ..... onde os sermões são para ouvir e apreciar .....

Só alguém muito especial que, entre muitas missões que lhe foram confiadas está o ajudar os outros, tocando, marcando e alterando a sua vida para melhor, pode ser assim. É indiscutivelmente uma pessoa muito especial.

Neste próximo fim-de-semana, mais propriamente no sábado às 19:00 no hospitalcuf descobertas, comemora-se uma cerimónia comemorativa do que é a sua vida e a sua fé.

Bendito seja por tudo o que fez e continua a fazer por nós.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Natal aos 9 anos

Quando chega a esta altura, as crianças acreditem ou não no Pai Natal, escrevem-lhe uma carta ou, no mínimo, vão dizendo uma lista infindável de presentes que gostavam de ter.

Até este ano, é o que tem acontecido com o João.

Este ano tudo está mais complicado. Para além das dificuldades psicológicas que a época transporta, ele já possui uma imensidade de brinquedos e gadgets, de jogos de tabuleiro, filmes e instrumentos musicais. O que poderá mais uma criança querer do ponto de vista material?

Com muita dificuldade já conseguiu sugerir 3 presentes, sendo 2 deles relacionados com wrestling. Mas isto foi com muita dificuldade.

Os 9 anos são efectivamente uma data difícil para as crianças, ou pelo menos para o João. Para além do que já tem, já não é suficientemente criança para querer brinquedos e ainda não é suficientemente crescido para querer prendas de adulto.

O que dar a uma criança de 9 anos que materialmente tem quase tudo? Aceito sugestões!

..... como sinto falta de ti para partilhar estas dúvidas e conversas, meu amor.

sábado, 15 de novembro de 2008

Não há equipa de resista

Imaginem uma equipa bem treinada, bem estruturada, motivada e com muita vontade de ganhar.

Imaginem que fazem parte dessa equipa e que querem mesmo muito ganhar.

Já imaginaram?

Agora imaginem que entram e campo e o jogo começa ..... conseguem recuperar a bola e partem para o ataque ..... toda a equipa em peso se adianta e lançam a bola para os vossos pontas de lança.

Agora imaginem que os pontas de lança são 2 velhinhos com 80 anos .....

Depois de rirem, releiam o texto mas substituam os “2 velhinhos com 80 anos” por “gestores inapropriados independentemente da idade” e pensem nas vossas empresas ou nas nossas PME’s .....

Esta analogia é de um meu colega do PAGE sobre a sua realidade, mas eu achei fabulosa e facilmente transposta a outras realidades!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O outro lado da mesa

Uma mesa é um objecto que pode ter várias utilizações. Desde o permitir que se coloquem pratos na mesa servindo para refeições, passando pelas mesas de estudo das escolas, enfim, são várias as suas funções e utilidades.

Existem várias técnicas negociais que estão estudadas e comprovadas no posicionamento dos intervenientes "à mesa das negociações”. Desde o sentar lado a lado numa atitude de parceria, até ao posicionamento em lados opostos por conveniência ou forma de distanciamento. Existem mesmo técnicas e atitudes distintas no número de participantes que se colocam do lado do cliente para pressionar o fornecedor. Enfim, a lista é vasta.

Seja qual for a posição ou atitude, e se pensarmos numa negociação, existem “sempre” dois lados, em que um acha que o produto ou serviço é caro e do outro lado acha que é barato. São muitas vezes posições antagónicas. Negociáveis se ambas as partes o quiserem, mas quase sempre diferentes.

Na política também é assim. E é igual para todos.

Enquanto o PSD era governo, o PS acusava-os de manipular a comunicação social e as notícias, numa atitude de propaganda. Estavam num dos lados da mesa. O PSD dizia que era manobra política do PS. Estava do outro lado da mesa. Nas últimas eleições, o PS e o PSD trocaram de lado, transitando uns para a oposição e os outros promovidos a governo. Os intervenientes trocaram mas os “lados” ficaram onde estavam. O PSD passou a acusar o governo de manipulação e instrumentalização da comunicação social e o PS a devolver as frases que estava habituado a ouvir de manobras de propaganda sem fundamento.

Por exemplo, imagine-se que o Sócrates foi acusado recentemente de ter telefonado de forma intimidadora a um jornalista, depois deste publicar uma peça menos abonatória ..... acreditam que é verdade ou mentira? ..... honestamente acha que qualquer uma delas é bem plausível .....

Nada de novo. A mesa é a mesma e o discurso é o mesmo, apenas os intervenientes trocam de lugares. A visão que têm é a mesma.

Hoje a MFL inovou. Temos de concordar que para quem não abria muito a boca, a tirada foi fantástica. Devia ser criada uma entidade (que obviamente não seria nem instrumentalizada nem alvo de pressão partidária ..... obviamente) e, espante-se, seria esta entidade a definir as notícias, o tempo dispendido em cada peça e o posicionamento dessas mesmas notícias ..... e este discurso não foi proferido no Hosp. Júlio de Matos! ..... só faltou dizer que era a bem da economia porque se acabava com a direcção editorial, já para não falar na livre opinião e gestão de empresas, que por acaso são da área da comunicação social ..... acreditam?

Tenho a certeza que dada a sua seriedade, seria uma estrutura isenta e longe do governo ..... para além de extremamente estúpida, na minha opinião, o que aconteceria quando ela mudasse de posição na mesa?

Aquele alguém especial

Várias são as pessoas que passam na nossa vida ou que connosco convivem, sejam amigos, colegas de trabalho ou meros conhecidos. Alguns quase não damos por eles, outros não os esquecemos.

Existem pessoas que emanam uma aura que as torna especiais. Que as distingue de todas as outras. Cada gesto, palavra ou acção toma outras proporções quando é dito ou feito por uma destas pessoas. São especiais. Sinceramente não sei o que as torna especiais, apenas pura e simplesmente o são.

Podemos estar 30 pessoas numa sala que esse alguém rapidamente sobressai. Não precisa de fazer nada ..... apenas naturalmente sobressai ..... quando ele ou ela lá está, acontece ..... são pessoas especiais. Todos os outros 29 somos meros figurantes nessa peça.

Posso-me considerar um privilegiado por ter partilhado o tempo que me foi Permitido ter com a Ana. Ela era uma dessas pessoas. Quem a conhecia sabia estar na presença de uma pessoa bonita, sociável e simpática. Quem privou pessoalmente com ela sabia a pessoa inteligente, meiga e fabulosa que ela era. Havia uma aura que a rodeava que a fazia especial e a ninguém deixava indiferente. Ela era isso mesmo ..... especial!

Talvez o que as pessoas mais retenham era a sua força positiva, a sua vontade de viver. Era o espelho da frase com que terminava as suas crónicas ..... Olhem sempre para o lado FIXE da vida! ..... era um exemplo e uma referência. Ela era isso mesmo ..... especial!

Não quero fazer o corolário de tudo o que a Ana era, pois não é esse o objectivo e este blog não só não tem espaço suficiente, como eu não tenho retórica para o fazer convenientemente. Apenas mais uma vez dizer o que todos sabemos ..... há pessoas especiais ..... e a Ana fazia parte desse grupo.

Amo-te muito, meu Amor, minha Soul-Mate. Tenho muitas saudades tuas .....

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Harakiri

O espírito de grupo é algo que não se impõem, não se ensina, não se obriga. É algo que ou existe ou não existe. Constrói-se ao longo de um determinado período de tempo, mais ou menos fortalecido pela relação directa e pessoal dos seus interveniente e, muito fruto da vontade destes e das vivências positivas e negativas de vários factores e episódios endógenos ou exógenos.

É algo que demora o seu tempo a construir mas que pode ser destruído muito rapidamente. É algo que nasce e cresce da vontade de um grupo de pessoas e, como tal, apenas subsiste enquanto essas pessoas assim o entenderem. Em si só nada é ou reflecte, porém, é indiscutivelmente um factor suplementar para o sucesso de uma equipa motivada e competente.

Deixar que o stress e a pressão desenfreada de resultados minem uma equipa ou organização é pura estupidez e, a longo prazo, o caminho certo para o insucesso. Quando tanto se fala que numa época e sociedade do conhecimento há que incentivar e proteger os nossos recursos, pois são o nosso maior activo, cada vez mais vejo exactamente o inverso.

Dando um exemplo. Proteger o erro inteligente é dar a abertura à equipa para continuar a correr riscos ..... é gerar um factor diferenciador internamente ..... é o contrário do que tenho visto desde a realidade mais próxima à mais distante. Invariavelmente isto acaba com a frase “o dinheiro não é meu mas o cu é!”. Se o profissionalismo imperar, continuam a existir resultados, porém, não existe excelência. A diferença em si pode não ser muita, mas poderá ser a suficiente para que a empresa não cumpra um dos seus papeis principais, remunerar monetariamente o accionista.

Se olharmos um pouco para a Pirâmide das Necessidades de Maslow, vemos o que constitui a base de todos nós. Quando vejo organizações minarem por completo essa estrutura, com actos mal comunicados ou percebidos, sinceramente fico a duvidar se algumas pessoas sabem o que é gerir. Quando vejo departamentos saberem da insatisfação dos seus recursos e continuarem sem os valorizar, havendo já provas dadas, sujeitando-se a deixá-los sair e correndo o risco que um novo elemento acarreta para a equipa, área, unidade ou mesmo organização, deixo de duvidar que saibam o que é gerir. Passo a ter a certeza que são elementos que ocupam um cargo de chefia por pura incompetência de quem os nomeou. É como ver um bêbado a conduzir, ou seja, ficamos com pena da sua família e de todos os que involuntariamente a vida ele coloca em perigo ou estraga. Não temos pena do bêbado.

Quando o trabalho de alguém depende de um grupo de pessoas que lhe reportam, directa ou indirectamente, e ainda por cima os bons resultados estão intrinsecamente ligados à qualidade dessa equipa, é estranho ver desbaratar esse património! Liderar uma equipa, departamento, unidade ou divisão é ter noção que o nosso trabalho é o resultado do trabalho dessa união de pessoas com qualidades, qualificações, vivências, personalidades e expectativas distintas. Uma andorinha não faz a primavera!

Desbaratar este património é mais que pura estupidez, é cometer Harakiri.

domingo, 2 de novembro de 2008

O esforço é para os outro

Descodificar siglas e anagramas é uma brincadeira que pode ser muito engraçada. É uma forma de passar o tempo, exercitar a mente ou rir com os amigos. Em muitos filmes é a forma de desvendar o mistério ou descobrir o tesouro. Por exemplo, OE2009 pode ser:

- Orçamento do Estado para 2009;
- Orçamento Eleitoralista para 2009;
- Orçamento Especulativo sobre 2009;
- etc ...

Quando a coisa é um pouco mais a sério, cada um escolhe meticulosamente as suas palavras para o que mais lhe convier. A política é para os seus intervenientes mais uma arma de arremesso que um desígnio Nacional. É a qualidade dos políticos que temos ..... que não difere dos outros países, diga-se. No caso do OE, a leitura do documento suscita-nos dúvidas e comentários e cada partido “lê” o seu texto como quiser passar a sua mensagem.

Como seria de prever, a oposição em peso categorizou o Orçamento de Estado de 2009 como um exercício de propaganda eleitoralista do PS. No computo geral não o considero de todo, uma vez que a nossa crise é tal que não há margem para o governo se poder desviar muito, porém, existem alguns aspectos que não percebo à luz do razoável. Mas dizer que no seu global não é um mau orçamento, não quer dizer que concorde com ele.

Para começar, como é possível que alguém decida por livre arbítrio alterar o que não pode e não deve ser alterado desta forma? Aquela usurpação da lei do financiamento dos partidos é claramente a tentativa de voltar a tornar mais obscuro o tema, e visa permitir encobrir o que não se quer mostrar e, a longo prazo, perpetuar a corrupção e o enriquecimento indevido de membros do governo. É o PS a dizer claramente que quer fazer batota. É inverter o caminho de transparência que se tinha iniciado, quando a linha de partida ainda está dois passos a trás e a linha de meta a perder de vista. É triste e só não teve mais impacto porque os restantes começam a fazer contas do que podiam ganhar.

A parte má do orçamento na minha opinião é continuarmos a ter medo de fazer as reformas que devem ser feitas. O Estado tem de fazer (à séria) três percursos que tarda em começar: acabar com a barbaridade de funcionários públicos que tem; sair das empresas/economia e, reduzir os seus custos para valores aceitáveis. A nossa economia tem de deixar de trabalhar para sustentar o Estado e começar a trabalhar para o Pais. Num ano de eleições, já sabíamos que assim seria ..... e assim será.

Um exemplo claro de que a mensagem que passa é de que são os outros devem fazer o esforço? – a dotação orçamental para despesas de deslocação. Pede-se à economia para conter a despesa e depois não se limitam os próprios deputados? Temos sorte de não haver Euro, Mundial ou Jogos Olímpicos ..... não há dinheiro para investimento e existe para ESTA despesa .....

Todos sabemos que os deputados viajam muito ..... em trabalho ..... a bem da nação ..... essa história de deputados que vivem em Lisboa e recebem ajudas de custo é boato ..... difamação pura ..... só pode, porque isso não seria sério .....

Se vamos fazer um esforço, então que seja para todos. Se há menor verba, que se utilize a que há de uma forma mais racional. Uma situação de crise é isso mesmo, gerir melhor os recursos que temos .....

Aumentar o salário mínimo ou as pensões, eu apoio ..... esta despesa não percebo.

sábado, 1 de novembro de 2008

Pessoas que nos marcaram

Se sou hoje melhor pessoa do que era antes, é graças a todas as pessoas que já passaram na minha vida. É graças a todos aqueles que serviram de exemplo pela positiva e pela negativa. Com todos aprendi, mas só me recordo dos bons. Esses deixaram a sua marca no meu coração e na minha alma.

As boas memórias irão perdurar para sempre em mim. Nunca me esquecerei de todas as histórias que a minha avó me contou, todos os barcos que com meu avô construí, todo o amor e momentos que com a Ana vivi ..... são vivências que constituem o que sou ..... a bondade que aprendi com meus avós e tudo o que aprendi com a Ana ..... tanto e tanto ..... eu sou isto tudo.

A vida é feita de pequenos episódios que nos marcam e nos moldam. É feita de maus momentos onde sofremos e bons momentos que é para o que vivemos. Aquela brincadeira com o pai ou mãe em criança que marcou, aquela travessura ao amigo, aquele primeiro beijo, todas as longas conversas à beira mar ..... tudo o que está para trás ..... tudo isso.

Todos nos marcam, de uma forma ou outra, mas a generalidade está por cá para o continuar a fazer ..... hoje é dia para pensarmos nos outros.

Somos mais ricos pelo que nos deixaram e muito mais podres por já nos terem deixado.

Amo-te tanto, mas mesmo tanto, meu amor, minha Soul-Mate ..... tenho tantas saudades tuas ..... como te queria ao pé de mim ..... como te continuo a amar tanto ..... amo-te!

República das bananas

Embora o título possa indicar que vou falar do Alberto, não é bem assim. Estas duas últimas semanas foram pródigas no desrespeito pela autoridade. E nem foi preciso o Alberto abrir a boca.

Percebo o descontentamento de alguns sectores ou grupos, simpatizando com algumas das suas causas, porém, perdem toda a razão quando a forma de protesto atinge os níveis que temos vindo a assistir. Quando assim é, podem ter toda a razão do mundo, mas deixo de querer saber se têm ou não razão ..... qual é a sua causa ..... é irrelevante ..... quero é saber porque ninguém actua sobre a sua forma de manifestação.

Como é possível num estado de direito um imbecil venha dizer que ou fazem o que ele quer, ou não renova contratos a mais ninguém. Como é possível que outro imbecil com uma fatiota a imitar uma farda, insinue uma revolução ou, no mínimo, uma insubordinação .....

Isto ainda não é a República das Bananas!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Porque no te callas

Por muito bem ou mal que o Rei de Espanha tenha feito ou venha a fazer, esta frase será sempre o que nos virá à cabeça quando pensarmos ou falarmos dele. É inevitável. Esta é também a frase que nos distingue e diferencia com os Espanhóis ..... eles defendem o que é deles, nós não! .....

Esta foi igualmente a frase que me veio imediatamente à cabeça quando ouvi ontem um inergume cujo nome não fixei a falar do aumento do salário mínimo nacional. Acho que o mentecapto pertencia a uma organização de patronato de PME’s ou similares. A estupidez deve ter algum limite para não ser considerada demência, o que não foi o caso. Como é possível defender que um aumento de 24,00 €, que não chega a 1,00 € por dia, irá enviar muitas PME’s para a falência?

Seria interessante verificar dos que pensam desta forma, quais os lucros que as suas empresas tiveram e quais os gastos destes elementos que entraram nas contas da sua empresa ..... duas informações que devem ser analisadas em conjunto ..... gostava de ter estes dados. Então uma medida de justiça social tem mais impacto que o aumento dos combustíveis ?

Um dos grandes problemas que Portugal tem é efectivamente ser dependente de PME’s, regra geral empresas criadas por empreendedores que dificilmente resistem à segunda geração. A qualidade moral da generalidade dos nossos empresários é a meu ver lastimável ..... mas felizmente não são todos assim e aos poucos estão a evoluir ..... aos poucos. Estes têm o condão de verem a empresa como um meio de entrarem na lista dos mais ricos de Portugal, achando que os trabalhadores deviam ser todos pagos abaixo de salário mínimo e que o Estado é a principal razão de não possuírem uma frota de Ferraris porque têm de pagar impostos. Não conseguem, e julgo que nunca conseguiram ver que uma empresa é um pequeno ecossistema inserido num ecossistema mais vasto, onde as relações intrínsecas entre todos estes são a base de sustentação do mesmo.

Que um mentacapto tenha estes comentários, é já de si confrangedor, porém, que a MFL defenda o mesmo é para além de patético e desadequado, completamente arrepiante. Ela sabe que é economista e que já teve aspirações a ser Primeiro Ministro?

Apetece mesmo dizer ..... Porque no te callas .....

sábado, 25 de outubro de 2008

Uma ida à escola

As condições sócio económicas já não permitem aos pais o acompanhamento de outros tempos, em que regra geral a mãe estava em casa e as crianças tinham mais atenção ou pelo menos mais supervisão. Hoje ambos os progenitores têm de trabalhar, havendo menos tempo para a família. Esta é maioritariamente a realidade da nossa geração enquanto pais.

A escola é vista por muitos como um local onde nos tempos que correm, infelizmente, muitos pais depositam os seus filhos de manhã e os recolhem à noite. Não só encaram a escola como armazém, como esperam que seja a escola e a professora a educar os catraios, muito para além do que está escrito nos livros. Não sabem nem querem saber o que em detalhe lá se passa.

Factos são factos e efectivamente a generalidade do tempo que as crianças passam acordadas é na escola, interagindo com os professores, auxiliares (o nome varia com a escola) e colegas. A professora passa mais tempo com os nossos filhos que nós. É um facto. È aí que vão aprender ou consolidar coisas simples como a sua cultura geral, as asneiras, a história, a sexualidade, etc. É aí que vão descobrir as coisas mais bonitas da vida como a amizade e o amor. É aí que mais frequentemente vão ser confrontados com a frustração das suas limitações físicas e intelectuais, tendo aí também a oportunidade de aprender a se suplantar.

E em casa não? ..... depende!

Várias serão as famílias que por falta do hábito do diálogo ou pela comodidade passam para a escola as suas responsabilidades, pelo que a resposta será não. Outras, em que existe diálogo e preocupação dos pais em providenciar esses sábios ensinamentos, a resposta é logicamente sim. Depende de cada criança e cada casa.

Sempre existiu e sempre existirá na mente das crianças um espaço que é a escola e outro que é a casa. Cabe-nos a nós, enquanto pais, ir ao encontro do seu mundo, da sua realidade e, porque não dizê-lo, do seu dia-a-dia. Somos nós que temos de lhes perguntar sobre a escola e saber ouvir o que eles disserem. É a nós que cabe a responsabilidade de falar com os professores e não o contrário. Aqui abro uma excepção. Quando existem situações fora do normal, terá de ser a professora a nos envolver e, em resposta, terá de haver a nossa preocupação. O primeiro passo deverá sempre ser dado pelos pais.

Num espírito de envolvimento, a Sandra, professora do João dá-nos a possibilidade de entrar exactamente no mundo dos nossos filhos. Com ela podemos entrar na sua sala de aulas. É como entrarmos no quarto dos nossos filhos, ou seja, somos nós que vamos ao seu encontro no seu espaço e não o contrário. Isso faz toda a diferença. Os pais que assim o quiserem, podem escolher um dia e ir ler uma historia, falar sobre a sua profissão, fazer um teatro, falar sobre um tema ou pura e simplesmente, ir fazer uma brincadeira. A oportunidade está lá, mesmo à mão de quem a quiser aproveitar.

No nosso caso, a primeira fez havia sido a Mãe e a segunda o pai, mas isso no ano passado. Hoje fui novamente à escola. Cabendo-me a mim o privilégio de abrir o ano escolar a estas actividades, fui ler um livro, que por sinal até era composto por duas histórias e, a pedido do João, fui fazer umas pequenas brincadeiras. Honestamente não sei quem gostou mais, se os colegas do João, se o próprio João ou se eu. Obrigado Sandra.

É maravilhoso poder ler uma história a um grupo de crianças em que temos a percepção que temos toda a sua atenção. Para tornar a experiência mais agradável, peguei na história e fiz um pouco de teatro, com gestos, vozes e expressões. Pequenos detalhes mas que eles valorizam. É giro olhar para todos eles e vermos as diferentes posturas, desde o que “bebe” todas as nossas palavras, ao que espera uma piada, etc. É maravilhoso olharmos e perceber o que um professor diz e sente quando afirma que é muito recompensador ensinar crianças.

A parte da brincadeira pode ser também ela muito gira. Pegar numa qualquer rábula ou brincadeira de lógica, embrulhar numa história e apresentar como uma vivência nossa e um desafio à turma, solicitando a sua ajuda a resolver o problema. A receptividade e participação deles é fabulosa. A associação de ideias que fazem é muito engraçada e, aos poucos e poucos, vão em conjunto chegando à conclusão ou resultado. Quando termina, vem-nos a cabeça o sorriso que o Colombo deve ter tido ao ouvir o “Ah, assim também eu!”. Volto a dizer, não sei quem se diverte mais. Volto a dizer, obrigado Sandra.

O João valoriza muito, mesmo muito, esta participação e acredito que faz com que os pais e a escola estejam mais próximos. Eu acho.

Para quem estiver a ler este espaço e não pertencer à realidade do colégio do João, deixo um desafio. Desçam do vosso pedestal de pais e vão ao encontro dos vossos filhos desta forma. Não quero dizer que as outras formas não são boas ou que esta é melhor. Nada disso. Apenas que é diferente e pode ser uma experiência muito boa para ambos.

De que mais se lembram da vossa infância senão de actos ou brincadeiras que vos marcaram por ser muito boas ou diferentes? Atrevam-se a ir ao espaço deles.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Há momentos assim

Há dias que o vazio da tua falta é imenso ..... parece que foi ontem ..... tanta saudade ....

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A irrelevância insular

As eleições em Portugal têm sempre alguma previsibilidade de resultados, sabendo-se quase sempre à partida quem ganha, ficando a emoção apenas em saber se existe maioria absoluta ou não, ou, se existe segunda volta ou não. Resultados como o de Rui Rio ou do Manuel Alegre são um mero acidente de percurso, uma pedrada no charco.

Outra previsibilidade é nos comentários pós resultados, em que todos os partidos vêm dar os parabéns a quem ganhou e fazer um discurso de vitória, focando este ou aquele aspecto dos resultados. É impressionante como ninguém perde uma eleição em Portugal desde que há eleições livres!

As eleições nos Açores são os preliminares para o que aí vem e, como seria de esperar, ninguém veio a terreno dizer que perdeu. Cada um analisa os resultados como pretende, tentando demarcar-se de quem apoiou e focando o assessório em detrimento do principal. Quem ganhou fala no absoluto e não no peso relativo de quem votou. Voltamos a ter apenas vencedores, mas, honestamente para mim é perfeitamente irrelevante pois são análises de uma inutilidade total e absoluta.

Discordo da generalidade dos analistas políticos ou politólogos como agora gostam de ser chamados. Na verdade não considero as eleições na Madeira e nos Açores relevantes pois são feudos em que o senhor feudal ganha. Tão simples como isso. Podem concorrer com as cores de um partido nacional ou com a bandeira feita pela mulher ..... ganham sempre. As votações nas nossas ilhas são como ir a um casino viciado.

Que análise se pode tirar face a isso ..... nenhuma!

O passo seguinte poderia ser falar de Gondomar, Felgueiras ou Oeiras, mas prefiro falar do famoso Orçamento do Queijo Limiano (2005). Alguém se lembra?

A semana passada li que era das poucas câmaras que nada deve aos seus fornecedores, honrando assim os seus compromissos. Parabéns ao Daniel Campelo e sua equipa pelo bom exemplo que deveria ser mais vezes referido por ser exactamente isso, um exemplo digno de boa gestão autárquica.

Que pena ser a excepção e não a regra!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A minha primeira história

Hoje não contei nenhuma história ..... pela primeira vez, o João quis ser ele a contar uma história!

Como já referi anteriormente, todas as noites conto uma história diferente, algo que nunca tinha contado. A generalidade das personagens varia entre pessoas, animais ou objectos e não possuem nomes. Existem pequenas excepções como a tartaruga Rita, o menino Pedro ou o cão Pantufas. Este último tem indiscutivelmente o recorde de histórias. É sobre um cão que só gosta de pregar partidas, seja ao seu dono, principal alvo, o gato da vizinha, seu principal inimigo ou o cão da rua com quem disputa a namorada ..... mais ou menos namorada, pois o namoro nunca foi assumido ..... love is only in the air.

A história de hoje foi sobre a vez que o Pantufas decidiu pregar uma partida ..... claro ..... ao seu velho dono meio cegueta ..... trocou-lhe os tacos de golf por tacos de madeira com bombas de Carnaval, daquelas de mau cheiro e, adivinhem o que aconteceu quando ele chegou ao campo ..... isso mesmo!

Hoje tive a minha primeira história ..... estou muito contente mamã!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Antes masmorra, agora SPA

A grande cruzada da maioria das pessoas é a sua educação, com a qual ganham a sua independência e posteriormente a sua satisfação pelo atingir dos seus objectivos.

O nosso legado aos nossos filhos é, entre muitos outros, o nível de vida que lhes proporcionamos, os valores que lhes transmitimos, o carinho e amor que os conforta e, seguindo a mesma linha de raciocínio, o incentivo para a sua própria cruzada. Feitas bem as contas, pelo menos um terço da nossa vida é gasto ou investido na nossa educação. O termo utilizado obviamente varia mediante a nossa vontade e predisposição para.

Todos nós enquanto estudantes, tivemos pressa de começar a trabalhar para sermos auto-suficientes e não ter de aturar aquela fase da nossa vida maioritariamente caracterizada no momento como, “uma grande seca!”. Quando começamos a trabalhar, com tudo de bom que vem associado, também vem a parte má ou no mínimo menos boa ..... responsabilidade ..... compromisso ..... objectivos ..... frustração ..... falta de tempo ..... etc. Não há bela sem senão (expressão popular). Cada um pelo seu motivo, ficamos com saudades dos tempos de estudante.

Para algumas pessoas, nas quais eu estou incluído, a procura de conhecimento e informação é tal que, a nossa actividade profissional não é suficiente para saciar esse querer. A esta razão junta-se o mundo competitivo e elitista onde vivemos, que olha para os nossos diplomas como olha para os nossos carros, casas ou roupa ..... isso pode não acontecer no dia-a-dia mas, numa realidade de procura de novos desafios (leia-se procura de emprego), tem o seu peso. Estes foram os principais motivos, para além da oportunidade, que me levou a voltar a estudar. Sinto-me como o Sherlock Holmes, com a devida reverência ao seu intelecto, em que preciso de uma “droga” capaz de elevar a minha mente para outros patamares. Um momento e um espaço para parar e para pensar.

Comparo um pouco o estudar nesta fase da minha vida e dado o tipo de curso que é, um Programa Avançado de Gestão Empresarial (PAGE) da Universidade Católica, a uma ida a um SPA.

Porquê? – porque é como ir a um local obter o relaxamento que queremos, e em que nos “entregamos” nas mãos de vários profissionais de diferentes valências que tratam de nós e nos melhoram. Saímos de lá com a sensação pretendida e num estado psicologicamente melhor do que quando entrámos. A diferença é somente entre a palavra relaxamento e a excitação do conhecimento. Tudo o resto é semelhante, certo?

Assim sendo, o Notas e Pensamentos irá entrar numa nova era. O facto de todas as semanas ser “forçado” a parar e meditar sobre um assunto, tratado por um profissional ou especialista dessa área, indiscutivelmente terá resultados e produzirá consequências visíveis neste espaço.

Isto representa o “sair da minha área de conforto”, com todo o risco, beleza e recompensa que isso representa. Isto é crescer e aprender ..... tal como os meus pais sempre me ensinaram!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Boa ocasião para estar calada

O meu chefe tem várias frases engraçadas e pertinentes, sendo uma delas a que quando alguém diz que temos um problema, na realidade temos dois. O primeiro é o problema em si que podemos ter ou não, e que por conseguinte podemos ou não resolver. Esse é o nosso primeiro problema. Ultrapassada esta questão, temos um segundo problema ..... a ideia de que a outra pessoa considera que temos um problema. Independentemente de existir ou não o primeiro, ou já o termos resolvido, resta-nos este. Temos de demonstrar à pessoa em causa que já não existe problema.

A Manuela Ferreira Leite está a braços com esta situação. A sociedade toda é unânime em considerar que ela está demasiado calada e, dado o momento político, financeiro e temporal face à apresentação do orçamento, o seu voto de silêncio não pode mais perdurar. A este momento conjuntural junta-se igualmente o arrufo com a sua “voz” até ao momento, que para uns é o seu papagaio de serviço e para outros quem mexe os cordéis quando ela aparece.

A MFL padece igualmente do mesmo problema das grandes empresas em regime de concorrência, que é um problema que não é exclusivamente seu mas de toda a classe política, desde que não esteja no governo, isto é, tem de ter, falar ou acompanhar a concorrência. Nestes casos o objectivo não é fazer nem primeiro nem melhor que os outros, é só acompanhar para não ficar a ideia de que só existem os outros. As chamadas de vídeo no telemóvel não servem para nada ..... mas o que pensam de uma operadora que não as tenha?

Ela tinha que dizer algo ..... mas na minha modesta opinião, depois de falar de tudo o que falou ..... com o passado que tem e principalmente a sua formação e “conhecimentos” ..... perdeu uma boa ocasião para estar calada.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Reduzir para jornal ver

Enquanto todos se preparam para analisar e escalpelizar o Orçamento de Estado para 2009, o Portas voltou à sua formula já por demais gasta. Vamos propor uma medida que fique muito bem nos jornais ..... reduzir o IVA nas cadeiras de bebé.

Como a questão das fraldas já é tema muito impresso, tinha de ser inventada outra coisa. Deixo outras sugestões para pesquisarem o valor do IVA e proporem se fizer sentido: ceroulas (com a particularidade que podem inventar a taxa de IVA sazonal); Meias, luvas e barretes; afrodisíacos para incentivar a natalidade; .....

Sento o dia 14 um marco importante em termos de Orçamento, prevejo que este sentimento de deja vu entre numa semana pródiga, com a CDU a dizer que os trabalhadores e os reformados deviam ser aumentados em 100%, o BE a dizer o mesmo por outras palavras porque não pode usar as mesmas, etc, etc, etc.

Vão ser tempos difíceis e, apesar de achar que o governo devia ir muito mais longe do que foi ..... muito mais longe ..... a verdade é que reconhecidamente não é a melhor altura mas, o emagrecimento do estado não pode parar. A filosofia terá de continuar a ser o ênfase na redução do peso do estado na nossa economia e a redução do desperdício e funcionários públicos.

Conjunturalmente este é o melhor cenário para o governo. Pode ser em alguns aspectos austero porque os tempos assim o obrigam e, por outro lado, pode tomar determinadas medidas que serão sempre vistas como apoio estatal em tempo de crise e não como populismo eleitoral, típico da nossa cultura democrática. É um momento péssimo para nós mas, não posso deixar de considerar que é o ideal para o PS em ano de eleições.

Sendo um momento ideal para a linha de Orçamentos do PS, esperemos que seja positivo para Portugal.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Hoje é segunda-feira

O ser humano é um animal de hábitos. Toda a nossa vida é basicamente caracterizada por momentos, não necessariamente por esta ordem:

- nascemos;
- vamos para a escola;
- começamos a trabalhar;
- casamos;
- temos filhos;
- ficamos viúvos;
- morremos.

Tal como estas datas, temos tendência a apontar eventos para marcos:

- na próxima semana, vou por a minha vida em ordem;
- na segunda começo a fazer dieta;
- na segunda deixo de fumar;
- na segunda vou falar com ela/e.
- na próxima semana começo a procurar outro emprego.

E como estes existem vários exemplos. Existe uma marca de cafés que começou por colocar nos pacotes de açúcar, várias frases com a particularidade da parte inferior ser sempre a mesma: “Hoje é esse dia

Sendo hoje segunda-feira, boa semana para todos e que façam com que ..... hoje seja esse dia ..... e
Olhem sempre para o lado FIXE da vida!

sábado, 11 de outubro de 2008

Estou estarrecido

Fui procurar a descrição da palavra crise nos dicionários (online). No meio de tantos resultados, o que vou apresentar é extraído da Wikipedia, na definição associada à Teoria Sistémica:

A crise não é necessariamente evolutiva. Define-se como a perturbação temporária dos mecanismos de regulação de um sistema, de um indivíduo ou de um grupo. Esta perturbação tem origem em causas externas e internas.”

Esta última frase é por demais evidente ..... causas externas e internas. Podemos aplicar ao mundo, à Europa, a Portugal, à economia, às finanças, à nossa empresa, etc, etc, etc. Podemos aplicar às famílias Portuguesas. Podemos explicar as dificuldades por motivos de conjuntura, porém, isso não justifica a forma como os orçamentos familiares são elaborados e realizados (gastos).

Gosto das crónicas do António Barreto pois considero que faz uma leitura muito boa do que fomos e somos enquanto sociedade e, se ele fosse fazer uma apreciação dos dias actuais, claramente demonstraria um quadro parecido à situação que irei descrever mais adiante e se torna cada vez mais comum: as nossas famílias que vivem acima das suas possibilidades, não se privando do supérfluo como telemóveis ou andar de carro, e quando o ordenado é depositado, serve para com sorte repor a conta a 0 (isso mesmo, zero) porque a autorização de saque a descoberto já foi utilizada. Como não há poupanças, muito menos rigor e inexplicavelmente uma noção da realidade, quando pretendem comprar algo, recorrem a uma das várias empresas que emprestam sem perguntar muito ..... eu disse uma mas podia muito bem dizer várias. As últimas tendências é falarmos na consolidação de créditos ..... esta era previsível.

Como gosto de analisar e pensar nestes aspectos, sendo uma realidade comum na nossa sociedade actual, de vez em quando dou-me ao trabalho de fazer contas. Acabei de simular num determinada empresa, uma Grande Emprestadora de dinheiro (Money) e, se pedisse 15.000,00 € a 96 meses (8 anos), acabaria por pagar 27.628,80 €, ou seja, quase o dobro. Colocando em números e esquecendo as correcções monetárias de um período de 8 anos, estamos a falar em pagar a mais 12.628,80 € (84,2%). A matemática é uma ciência exacta.

Não consigo perceber como, à luz da realidade de hoje, as famílias são na sua generalidade incapazes de estabelecer para si um orçamento. Claro que existem várias que não o necessitam de fazer, mas essas não são a maioria. É preciso que as pessoas saibam viver dentro das suas possibilidades ou, estejam preparadas para sofrer as consequências. E as contas têm de ser feitas rapidamente pois se há despesas que podem ser cortadas de imediato, outras há que desaparecem mas a factura ainda perdura 1 ou 2 meses. Ao ter sido barbaramente Espoliado do meu amor, isso obviamente também se reflectiu em termos monetários e, como tenho um filho para sustentar e educar a opção foi simples: cortar com o que não faz falta, reduzir ao máximo os empréstimos, definir um novo plano de poupança mais ajustado à nova realidade e, na medida do possível, manter alguns extras como jantar fora com os amigos ou comprar uma revista ou prenda para o João. Na medida do possível. Investi muitas horas a fazer contas e simulações.

É a regra básica de economia. Não posso gastar mais do que ganho, ou seja, ou passo a ganhar mais ou altero as minhas despesas para serem menores, cortando o que não for essencial. Num local de guerra, alguém pensa em construir uma explanada com piscina?

Acabei de transferir 1.000,00 € para uma pessoa que estava aflita. Não vou prejudicar em nada o meu filho, mas vai-me fazer falta. O pedido era até à próxima semana mas, enviei de seguida um SMS a estender o prazo até ao próximo ordenado. Porquê? Garanto que não é por querer ser a Madre Teresa de Calcutá, é porque sei que a pessoa em causa para me pagar para a próxima semana teria de pedir emprestado a outro ou recorrer (e ela recorre) a uma dessas empresas de créditos.

Sabendo o que está do outro lado da linha, não consigo deixar de pensar como foi possível bater no fundo e não ter a cabeça suficiente para largar as grilhetas que prendem ao fundo ..... estou estarrecido.

Temos de assumir a nossa incompetência

Quem ouve esta frase, seja em que contexto for, tem sempre pelo menos 1 segundo de retracção. Quando esta frase é proferida num ambiente de trabalho, o seu impacto é claramente superior. É uma boa frase para reflexão.

Todos nós temos uma consciência mais ou menos clara das nossas capacidades e limitações nas várias facetas da nossa vida – enquanto filhos, pais, amigos, colegas, empregados, etc. Obviamente que podemos estar equivocados num grau ligeiramente superior ou inferior, mediante o assunto em causa, mas temos uma certa consciência dessas mesmas capacidades. Tendo colegas sul americanos, é comum ouvir a frase “o bom negócio é comprar um Argentino pelo preço que ele realmente vale e vende-lo pelo preço que ele acha que vale”. Pronto, neste caso existe um desfasamento grande, mas vamos considerar esta como a excepção que confirma a regra. O conceito a reter é que todos temos as nossas limitações.

Quando enquadrado num ambiente profissional, fica na generalidade do comum dos mortais a ideia que sendo incompetente, estamos a mais na empresa. A ideia não era extremar a esse nível. O grau desta afirmação é na exacta medida em que o espírito Português é querer saber e perceber de tudo, quando na realidade devemos reconhecer a nossa incompetência. Isso mesmo que escrevi, reconhecer a nossa incompetência. O mundo de hoje, quer a nível tecnológico quer a nível de conceitos, avança a uma velocidade tal que é impossível sabermos tudo de tudo. Reconhecer isso é o primeiro passo para o sucesso.

Podemos ter umas noções sobre a generalidade dos assuntos, mas não podemos ser especialistas em tudo. Quem o tenta ser, invariavelmente acaba sendo medíocre em muito, com excepção na sua realidade argentina da realidade. O mundo de hoje não abranda, não pára e não espera. Evolui à velocidade do engenho do homem. O que hoje sei, amanhã é passado.

Sendo o limite uma forma de barreira, para além desse ponto existe um novo universo que, pelo facto de existir, faz-nos perceber o que não sabemos ou dominamos, o que leva à existência de desconhecimento em certos assuntos.

Desde há muito tempo que sou da opinião que não precisamos de ser os melhores, temos é de nos rodear deles. Trazendo isto para o plano mais mundano, o melhor treinador não é o que é melhor guarda-redes, defesa, médio e ponta-de-lança. O melhor treinador é o que obtém mais vitórias, seu objectivo principal. Para isso não precisa de ser o melhor nos itens atrás referidos. Para isso, precisa de se rodear dos melhores e os orientar, maximizando os seus recursos de forma a que o resultado do todo seja superior à soma individual das partes. Assim é no futebol e assim é nos negócios. A diferença está na nossa qualidade para utilizar os recursos que temos à nossa disposição, intrinsecamente ligado ao facto de serem nessa medida, melhores ou piores. A facilidade do sucesso advém da nossa mestria na sua utilização da forma mais adequada, eficiente e eficaz.

Ao reconhecermos a nossa incompetência, em alguns aspectos concretos, desde que exista humildade para o reconhecer, haverá humildade para procurar ou rodearmo-nos de quem sabe, ou num nível mais primário e directo, procurar saber para perceber. Atenção a uma palavra que está no meio das outras: alguns ..... generalizar esta questão não é incompetência é pura burrice.

Devido à pressão a que estamos sujeitos, à exigência da sociedade de sermos perfeitos, temos tendência a não olhar para as coisas desta forma, menosprezando as nossas próprias limitações. O correcto seria desafiarmos as nossas limitações. Uma boa forma que deixo para consideração, é às vezes pensar assim: Em alguns aspectos, somos incompetentes!

Pergunta: Se o texto ao invés de dizer incompetência disse-se desconhecimento, teria o mesmo impacto? ..... apenas para reflectir.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Os 15 minutos de fama

Andy Warhol escreveu um dia a frase que se tornou celebre e intemporal: “In the future everyone will be famous for fifteen minutes (No futuro, toda a gente será célebre durante quinze minutos)”. Tem havido muitas interpretações e utilizações dessa frase, sendo que pessoalmente é a que mais me vem à cabeça quando vejo alguém perfeitamente desconhecido, pelo menos para mim, nas páginas das revistas cor-de-rosa. Outro momento que a frase me ocorre é sempre que penso nos concursos do tipo Big Brother, Quinta das celebridades, e por aí em diante até ao Momento da Verdade.

No caso destes concursos, fica-me sempre a dúvida se os concorrentes vão pelo dinheiro, pela exposição, pelos 15 minutos de fama ou tudo isso junto. Os pioneiros ficaram sempre recordados nos livros de história como pioneiros mas têm um preço a pagar. O pisar onde ainda não havia sido pisado. Quem vem a seguir, pode ou não aprender com quem lhes precedeu, porém, não podem alegar que não sabiam o que poderia acontecer. Quando entram na sua aventura dos 15 minutos de fama, já têm a vantagem de saber os ganhos e os riscos, e o grau de exposição que podem vir a ter. Quando os concorrentes do primeiro Big Brother saíram, tanto eles como Portugal inteiro assistiram a um fenómeno novo, exactamente por isso mesmo, por ser novo. Inegavelmente pagaram um preço que ninguém imaginou ou poderia imaginar.

Como várias coisas na vida, só passado algum tempo podemos analisar com isenção os episódios passados, fazendo uma análise mais ponderada e fundamentada. Essa é a vantagem dos participantes mais recentes neste tipo de programa, pois podem verificar as vantagens e desvantagens dos programas nos seus concorrentes. E como o tempo é um bom conselheiro, podem analisar se a médio ou longo prazo o tipo de exposição é benéfico ou não. Sabem ou estimam o custo dos 15 minutos de fama.

O último invento nesta linha de programas tem para mim uma particularidade curiosa. Enquanto nos primeiros, a quem assistia era permitido ver a vida exterior da pessoa, onde ela consciente ou inconscientemente mostra o que pretende e permite mostrar, este último já não é assim. O formato do programa mostra o interior da pessoa. Expõem-na perante os seus convidados, o público e o resto do mundo.

O pouco que vi, quer do programa Português quer do Americano, deixou-me algo perplexo. Não o fiquei com nenhum dos segredos revelados, pois nos tempos que correm não estranho se alguém é ou foi capaz de roubar ou virar homosexual por dinheiro. Se está junto de outra pessoa sem amor, pois várias são as que apenas não querem ficar sozinhas ou têm medo de parecer falhadas para a sociedade por o estarem. Quem vê as estatísticas dos divórcios ou da percentagem de relações extra-conjugais dos nossos tempos, não pode estranhar o que se diz ..... o que eu estranho e não percebo, é o momento e a forma que estas pessoas escolhem para “se revelarem” ..... porquê nos 15 minutos de fama? Se sabem o que disseram, porque continuam? Porque não avisam antes?

De alguma forma acredito que para muitos seja o click que precisam para desabafar e se revelarem, aproveitando o que daí podem ganhar monetariamente. Talvez por ser uma pessoa muito fechada nos meus sentimentos, olho com muita estranheza para este fenómeno. Talvez. Mas não percebo como podem esconder algumas coisas dos seus parceiros, família ou amigos e, acima de tudo, não percebo como esse é o preço que estão dispostos a pagar. Essa é para mim a pergunta mais intrigante ..... porquê?
Talvez para um psicólogo ou sociólogo este fenómeno seja perfeitamente claro e perceptível ..... para mim é que não.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pai, um menino pode ter tudo o que quer?

Uma das características que sempre admirei nas crianças foi o seu espírito questionador. Começam cedo com a idade dos porquês, na sua descoberta do que é o mundo que os rodeia e, com sorte, nunca deixam de questionar. Existem perguntas simples e perguntas complicadas, como qualquer pai que esteja a ler este texto bem saberá. Algumas perguntas são fáceis de responder e outras muito complicadas, mas todas devem sempre merecer uma resposta o mais honesta possível. Esta é uma das principais formas de aprendizagem que sempre existiu e mostra o grau de confiança que as crianças têm nos seus progenitores.

Um dos episódios mais engraçados do filhão neste aspecto foi uma vez que saímos para passear e, como estava muito vento (frio), disse-lhe para irmos depressa para dentro do carro para não apanharmos vento. Uma frase corriqueira que se diz naturalmente, sem que seja questionada na sua essência, excepto pelo espírito curioso e sagaz de uma criança ..... “Ó pai, o que quer dizer apanhar vento? Como se apanha o vento?”. Imaginem-se com uma criança de 4 anos e pensem numa resposta imediata ..... como fui apanhado desprevenido, tentei o melhor que sabia explicar o que era uma força de expressão, isto obviamente tendo em conta a idade do petiz e, achava que até não me estaria a sair mal até ouvir aquela frase em suspiro ..... “pronto pai, esquece!” ..... uma mãe a rir e um filho resignado ..... priceless!

A pergunta de hoje, aos 9 anos, continua a ser fácil de explicar a um adulto e complicada para uma criança ..... “Ó pai, um menino pode ter tudo o que quer?

Ao ouvir a pergunta, relembrei-me da minha infância e de como era estranho que eu tivesse algumas coisas mas os outros meninos tinham tantas coisas que eu gostaria de ter. Porque razão não podia eu ter tudo o que gostava? Nunca me tendo faltado nada do que verdadeiramente era essencial em termos materiais, a verdade era que os tempos não eram fáceis e o supérfluo nunca abundou. Até ganharmos consciência do valor do dinheiro, acho que todos nos questionamos da mesma forma, independentemente de termos um pouco mais ou um pouco menos. E se podermos ter essa sorte, agradecemos o que tivemos e reconhecemos os esforços a quem nos deu, com mais ou menos sacrifício. Eu dou, agradeço e espero um dia poder retribuir ..... num mundo cada vez mais individualista, fica ao critério de cada um as suas acções.

Depois de uma ou duas perguntas para perceber o contexto que o tinha levado a fazer tal pergunta, comecei por lhe explicar que ele estava inserido numa escola privada, o que de si já o coloca a um nível de crianças que não passam propriamente necessidades. Também lhe expliquei que naturalmente à pais que fazem mais esforços para isso e outros que não precisam de se esforçar e, como tal, podem dar aos filhos, se o quiserem, muitas e muitas coisas. Depois disto, expliquei-lhe que era preciso também perceber a realidade de cada criança e como é de alguma forma natural que filhos de pais separados tenham um pouco mais que os outros. Percebendo a dificuldade desta afirmação, expliquei-lhe que era uma forma de os pais tentarem compensar os filhos pela situação que obviamente não é a que eles gostariam ou, noutros casos, uma forma de um pai/mãe tentar agradar mais que o outro.

Passada a questão mais materialista, seguimos para a questão de princípios e, a explicação do porque ele próprio não tinha mais coisas. Foi uma excelente oportunidade para lhe transmitir que o valor que damos às coisas é grande parte da luta ou esforço com que as obtivemos, dando-lhe exemplos concretos nossos e dele. Sou (e éramos) da opinião que uma criança que tudo tem, a pouco ou nada dá valor e, se tudo for assim tão simples e ao alcance de um Quero!, quando chegarem à vida adulta vão ter mais dificuldades em encarar a privação ou o ouvir de um não ..... que raio, se sempre tive o que quis, porque razão agora não é assim ..... que faço? ..... uma birra ainda funcionará? ..... alguns acham que sim!

Esta explicação sociológica pode ser muito bonita e filosoficamente correcta, mas no banco de trás vão apenas 9 anos de consciência social e, como tal, puxei da arma secreta que já estava preparada para uma boa ocasião. Esta justificava!

No decorrer do mês de Julho, durante aproximadamente 2 semanas, sempre que o João pedia algo e sem que ele se apercebesse, tomava nota do pedido, da data e do preço. Ao fim deste tempo, tinha uma lista de várias linhas em que o preço ia desde os 5/10 € até aos 2.300 €. Depois de achar que ele tinha percebido a importância de saber que não podemos ter tudo o que queremos e que devemos viver dentro das nossas possibilidades, falei-lhe desta lista e comecei a ler por dia, os pedidos e o seu valor. No final, perguntei-lhe se algum daqueles itens lhe tinha feito mesmo falta e se ele era mais infeliz por não os ter tido e, já tendo alguma percepção do que é o dinheiro, se ele teria utilizado muitas vezes o item de 2.300 € ..... fiquei muito satisfeito com a resposta ..... “Não”.

Sinceramente acho que a evidência do seu próprio exemplo foi importante para perceber o que lhe tinha explicado. Efectivamente um menino pode, dentro do razoável, ter tudo o que quer, porém, isso não faz sentido como exemplo de vida nem será mais feliz por isso. Fim de explicação.

Tal como todas as crianças, o João é um consumista nato, em muito ajudado por muitas e muitas horas de anúncios de brinquedos na televisão. Tal como muitas crianças, sempre que vai a uma loja quer muitas coisas. E como muitas crianças dos nossos dias, tem tantas coisas que o interesse do que recebe dura 1 ou 2 dias, porque é apenas mais uma. Para orgulho dos pais, percebe que não pode ter tudo e que nem tudo faz sentido, e, como tal, não insiste nem faz birras.

Sempre foi e continua a ser um orgulho de filho. Não por esta razão mas também por esta razão.

domingo, 5 de outubro de 2008

O ontem foi há seis meses

Já passou da meia-noite ..... tal como a vida perdeu grande parte do seu significado, o tempo tornou-se apenas um ponteiro que passa repetidamente pelos pontos de um qualquer relógio ..... parece que foi ontem que te tornas-te numa bela estrela que lá no alto do firmamento, olha por nós cá em baixo ..... mas a realidade é que faz hoje seis meses ..... seis meses ..... cento e oitenta dias ..... mais de quatro mil horas ..... uma eternidade ..... um enorme grande vazio ..... o ontem foi há seis meses.

Não consigo escrever muito mais hoje ..... deixo-te a letra da música “Have You Ever Really Loved A Woman” do Bryan Adams, a quem agradeço as palavras:

To really love a woman
to understand her
you’ve got to know what deep inside
hear every thought see every dream
and give her wings when she wants to fly
and when you find yourself lying helpless in her arms
You know you really love a woman

When you love a woman
you tell her that she’s really woman
When you love a woman
you tell her that she’s the one
She needs somebody
to tell her that it’s gonna last forever
So tell me have you ever really
really, reallly
ever loved a woman?

To really love a woman
to let her hold you
till you know how she needs to be touched
you’ve gotta breath her
and really taste her
until you can feel her in your blood
when you can see your unborn children in her eyes
You know you really love a woman

When you love a woman
you tell her that she’s really woman
When you love a woman
you tell that she’s the one
She needs somebody
to tell her that you’ll always be together
so tell me have you’ve ever really,
really, really ever loved a woman?

You’ve got to give her some faith
hold her tight
a little tenderness
you’ve gotta treat her right
she will be there foryou
taking good care of you
(you’ve really gotta love your woman) (yeah)
and when you find yourself lying helpless in her arms
you know you really love a woman

When you love a woman
you tell her that she’s really woman
When you love a woman
you tell her that she’s the one
She needs somebody
to tell her that it’s gonna last forever
So tell me have you ever, really
really, really, ever loved a woman?
Just tell me have you ever really,
really, really, ever loved a woman?
Just tell me have you ever really,
really, really, ever loved a woman?

Como eu gostava de te cantar esta música no carro, enquanto passeávamos, dando-te muitos mimos e beijinhos na mão ..... como me fazes falta, meu amor ....

Amo-te muito, meu amor ….. minha soulmate ….. tenho muitas saudades tuas, linda ..... tantas .....

Quem se encosta a quem

Cavaco Silva discursou hoje na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), referindo-se a falta de autonomia de alguns empresários que se colam ao estado, porém, este tem um peso tão grande na economia que não sei quem se cola a quem.

Se o estado cumprisse o seu papel de legislador e regulador, ao invés de intervencionista, estaria a enviar uma mensagem de isenção. Se os nossos empresários soubessem que o estado não se imiscuía, controlava e sofria de uma subversão de valores à conta do clientelismo amigo-partidário, será que teriam tendência a se encostar?

No caso do Hospital Amadora-Sintra, depois de 10 anos de gestão privada, o estado decidiu que queria controlar. Por acaso as contas são melhores que as restantes EPE’s ..... quem se cola a quem?

Talvez se o estado não passasse tanto a mensagem de clientelismo, os empresários não se colassem tanto a este ..... talvez.