terça-feira, 21 de outubro de 2008

A irrelevância insular

As eleições em Portugal têm sempre alguma previsibilidade de resultados, sabendo-se quase sempre à partida quem ganha, ficando a emoção apenas em saber se existe maioria absoluta ou não, ou, se existe segunda volta ou não. Resultados como o de Rui Rio ou do Manuel Alegre são um mero acidente de percurso, uma pedrada no charco.

Outra previsibilidade é nos comentários pós resultados, em que todos os partidos vêm dar os parabéns a quem ganhou e fazer um discurso de vitória, focando este ou aquele aspecto dos resultados. É impressionante como ninguém perde uma eleição em Portugal desde que há eleições livres!

As eleições nos Açores são os preliminares para o que aí vem e, como seria de esperar, ninguém veio a terreno dizer que perdeu. Cada um analisa os resultados como pretende, tentando demarcar-se de quem apoiou e focando o assessório em detrimento do principal. Quem ganhou fala no absoluto e não no peso relativo de quem votou. Voltamos a ter apenas vencedores, mas, honestamente para mim é perfeitamente irrelevante pois são análises de uma inutilidade total e absoluta.

Discordo da generalidade dos analistas políticos ou politólogos como agora gostam de ser chamados. Na verdade não considero as eleições na Madeira e nos Açores relevantes pois são feudos em que o senhor feudal ganha. Tão simples como isso. Podem concorrer com as cores de um partido nacional ou com a bandeira feita pela mulher ..... ganham sempre. As votações nas nossas ilhas são como ir a um casino viciado.

Que análise se pode tirar face a isso ..... nenhuma!

O passo seguinte poderia ser falar de Gondomar, Felgueiras ou Oeiras, mas prefiro falar do famoso Orçamento do Queijo Limiano (2005). Alguém se lembra?

A semana passada li que era das poucas câmaras que nada deve aos seus fornecedores, honrando assim os seus compromissos. Parabéns ao Daniel Campelo e sua equipa pelo bom exemplo que deveria ser mais vezes referido por ser exactamente isso, um exemplo digno de boa gestão autárquica.

Que pena ser a excepção e não a regra!