segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

As voltas da vida


Existem várias metáforas para descrever a nossa vida, seja uma viagem de comboio, uma montanha russa, uma viagem de barco ou outra qualquer analogia. Uma grande onda sinoidal de altos e baixos.

De um momento para o outro, podemos cair numa fase descendente ou passar a uma fase ascendente ….. com sorte, a fase mais negativa é curta e o pico positivo mantem-se por muito tempo ….. com sorte.

Quando tudo parece estar bem, uma má notícia pode levarnos do céu ao purgatório. Por outro lado, um mero café pode catapultarnos do desespero para a emoção de um desafio. É a vida.

Uma coisa é certa, o passado é passado e com sorte constitui uma doce recordação ….. e sempre que possível, apreciemos o que temos para não o chorar quando o deixarmos de ter.

Olha sempre para o lado FIXE da vida.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Reforma ou Reforma Social


Assim que a passagem da Srª. Merkel deixar de criar ondas, iremo-nos virar novamente para a famosa reformulação do estado social. Tudo começou com um desafio do Passos para discutir algo que não explicou e, uma nega do Seguro sem perguntar o que era. Ou ambos sabem, ou andam a brincar aos políticos, mas já agora, seria útil alguém que saiba, dar-nos no mínimo uma pista ….. dava jeito.

Hoje ouvia uma explicação de como ganhar as eleições para presidente do Benfica …..atacar o Porto. Nas eleições para o governo é parecido, ou seja, dizer que quem lá está nada fez e que se vai por fim fazer as reformas que precisam ser feitas e que nunca houve coragem para as fazer. Mas neste momento, se olharmos para trás, nenhum deles as fez …..como acreditar que as farão?

Estive recentemente num evento do Paulo Edson Cunha, o “Café com …” onde esteve o Marques Mendes e ele disse uma frase certíssima que se aplica tanto a este governo como aos anteriores …..”o que não se fizer nos primeiros 6 meses da legislatura, já não se fará”. Esta é a realidade actual, a passada e sem uma mudança de mentalidade, a futura. O Seguro já renega o acordo que enquanto PS fez alegando desconhecer o mesmo …..mau princípio.

Qualquer gestor digno desse nome efectivamente não contrataria nenhum membro do governo para a sua gestão, o que não quer dizer que não o contrate …..como relações públicas e grupo de pressão têm naturalmente a sua utilidade. Não há uma política, estratégia e percurso para se cortar despesa …..apenas algumas medidas populistas para jornal publicar. Uma empresa tem uma visão e uma missão e traça a sua estratégia e as acções que vai fazer para as conseguir …..politicamente até hoje só vi o plano de reformulação das urgências que foi feito por técnicos e falhou apenas porque por uma questão de custos, fecharam-se urgências sem antes existirem as alternativas …..mas existe um plano que é consensual e de viabilidade reconhecida.

A Manuela Ferreira Leite disse algo do género “devíamos suspender a democracia por 6 meses” …..era mais útil se as decisões durante esse tempo não pudessem ser tomadas por políticos mas sim por tecnocratas sérios e que não estivessem dependentes da mama do estado. Fazia-se muito mais pelo País.

Dizer que se vai fazer reformas é fácil, ter a coragem de as fazer é que é difícil. Exemplo claro: o estado lançou em PPP o Hospital de Loures e com isso havia o compromisso de fechar 3 outros hospitais …..poupança de milhões …..qual o estado quase 1 ano após a abertura do hospital? Os outros 3 continuam a funcionar e a ter obras de melhoria.

Assim é natural que se gaste mais em saúde que o necessário. Quanto se poderia baixar nas Taxas Moderadoras se estes 3 hospitais não fossem um encargo desnecessário para todos nós?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Opps, enganei-me no restaurante



Depois de um dia extenuante, nada melhor que um belo jantar apreciado num bom restaurante, porém, ao chegar a ementa, constatamos que nos sentámos numa marisqueira e na carteira apenas o dinheiro para ir comer uma sandes numa roulotte. E agora?

Ao ver hoje o telejornal, parecia estar a ver esta cena …... adaptação tuga ….. os reitores insurgem-se pelo corte previsto no orçamento de 2013. A argumentação é paupérrima.

Num país onde o défice é o que é, onde os impostos sobreavaliados ficam 4,5 % (in our dreams) abaixo da despesa e o número de cursos sem estudantes e sem viabilidade de saída profissional é clarividente, os reitores queixam-se que o dinheiro não vai chegar e querem fazer greve ….. mais uma “os outros que paguem a crise”.

Tal como nos demasiados casos que ultimamente têm aparecido, não vejo uma palavra sobre acabar com cursos inúteis ….. com adaptação dos custos/universidades ao que é possível ter ….. com juntar universidades ….. apenas uma estúpida e repetida argumentação ..... o governo não nos pode reduzir o orçamento ….. que o vão buscar a outro sítio ….. ignóbil.

Depois de França acabar com o excesso de carros, Espanha começar a seguir o exemplo ….. cá não só isso é impensável, como é mesmo considerado uma vergonha andar de Clio ….. palavras que quê?

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Atitude


Existe uma grande diferença entre querer e realmente querer. Podemos querer muito algo, mas apenas dar passos tímidos nesse sentido e perdermo-nos com outras questões igualmente importantes…..porém, quando realmente queremos, quando existe uma atitude dirigida a esse fim, a diferença acontece.

Do ponto de vista macro, Portugal quer mudar e sair desta crise, porém, não o quer realmente.

Os políticos, sejam os actuais sejam os que os antecederam, têm uma vaga ideia de como fazer o que milhares de estudos e analistas já disseram que era necessário fazer ….realmente querer …..mas não têm coragem e/ou capacidade para tal. A análise há muito está feita …..apenas isso …..nunca passou de um “caderno de intenções”.

Efectivamente o Vitor Gaspar tem feito asneiras e atitudes menos correctas, mas tecnicamente não peca por burrice, apenas por falta de coragem. A minha dúvida em relação a ele é se é ele que não tem toma…das de decisão por coragem ou se, tal como os seus antecessores, está castrado pelo seu chefe, o primeiro-ministro. A receita é mais do mesmo …..se o meu governo não tem competência para colocar a despesa num nível que Portugal pode comportar, vamos aos impostos …..e vamos continuar a ir até sermos corridos porque a receita é descaradamente inferior ao orçamentado ou porque aguentámos até ás eleições e agora virão outros fazer o mesmo …..mas com outra cor.

A quem compete apresentar as famosas “reformas estruturais”? Ao ministro das Finanças ou aos diversos ministros no que são as suas competências? Quantos ministros já apresentaram uma estratégia, um plano e uma proposta de redução, isto para além de cortes cosméticos para a comunicação social, obviamente?

Qual foi o corte proposto, certo ou errado, que não teve logo uma onda de contestação popular? Para além das trapalhadas do governo de tirar num dia e repor no seguinte, tem sido constante as massas sociais a darem voz ao ditado bem português “os outros que paguem a crise” ….. assim nunca iremos lá …..isto nada tem a ver com a Troika …..é básico e evidente.

Ultimamente tenho ouvido muito a frase “Ser bom não chega” …. concordo e acrescento …. ”querer não chega, é preciso realmente querer”.

domingo, 7 de outubro de 2012

Um fim-de-semana diferente

 
Um fim-de-semana de 3 dias pode ser propício a muita coisa …. um passeio algures por Portugal, um salto a uma qualquer cidade europeia, um encontro de família, uma saída aguardada com amigos ou então apenas alguns dias de descanso caseiro.
 
Apesar de não ser o que tinha em mente, mas a realidade é o que é e algures no tempo teria de a aceitar e andar para a frente, acabou por ser um agradável fim-de-semana. Os animais foram vacinados, o sono ficou em dia, arrumei várias coisas em casa, terminei a leitura de um livro, vários filmes que foram sendo gravados ao longo do tempo finalmente foram visionados e, depois de muito tempo de inactividade, finalmente um pouco de exercício físico. Fazendo um cômputo geral, foi um bom fim-de-semana.
 
Muito mais havia para fazer, tanto em casa como fora, porém, o que está feito está feito e o resto a seu tempo o será. Mais um pouco e fechamos o divertimento pai/filhão com um jogo de PES ….. uma antevisão por certo do Real vs Barcelona.
 
Qual a diferença para outros mais calmos de um passado recente ….. pouca ou nenhuma ….. apenas diferente porque o senti diferente ….. lá bem no fundo, senti que era diferente …..

sábado, 6 de outubro de 2012

Castelos de ar


O próximo ano será o ano oficial de extinção da classe média ….. o elogio supremo da mediocridade ….. tudo o que achámos que lutámos no passado ou que aspirámos no futuro irá se evaporar. Estamos a pagar os erros do passado, a ignorância do presente e a tomar consciência de que desta forma não existe futuro.

Uma sociedade em que quem mais produz ou mais responsabilidade protagoniza, no final tem o mesmo valor disponível do seu salário que quem pouca ou nenhuma responsabilidade tem, não pode caminhar para outro destino que não o descalabro. A partir de determinado ponto a chamada justiça social nada mais é que uma ténue desculpa para justificar o que não é justificável. Numa sociedade supostamente liberal, aplicam-se os princípios dogmáticos do comunismo de distribuição da riqueza ….. mas quando toda ela estiver distribuída e não for gerada mais, o que irá acontecer?

Qualquer dona de casa sabe que o seu orçamento familiar não pode ter mais gastos que recebimentos, e, se isso por acaso acontecer, deverá ser pontual e explicado, recorrendo ás poupanças feitas num passado recente ou longínquo.  É o B-A-BA de qualquer economia, seja ela familiar ou de um país ….. o que tornaria qualquer dona de casa elegível para equiparada a doutorada em economia na universidade em que o Relvas se formou. Qualquer uma sabe, excepto os nossos actuais e antigos governantes, isto quando são chamados a tomar as decisões, claro.

Mas quando toca a cortar, ninguém quer ser “a vítima”. Todas as fundações passam a ser justificáveis, excepção feitas aquelas “detidas” por antigos barões ou simpatizantes de facções políticas que não as que estão no governo. Todos os ministérios não têm gastos injustificados. Todas as câmaras querem ter possibilidade de gastar mais do que podem pagar. Todos os trabalhadores acham-se no direito de ser aumentados ao invés dos demais. Todos exigimos que o vizinho do lado pague a crise.  

A nossa actual sociedade lusa é simplesmente a antítese da sociedade japonesa, dando como exemplo o caso de Fukushima. A nossa sociedade criou castelos de ar ….. numa época de vendavais.

sábado, 2 de junho de 2012

O papel do jornalista


Muito devemos ao jornalismo ….. ao bom jornalismo, claro. Vários são os casos que apenas ficaram conhecidos e se resolveram graças á coragem de publicar algumas reportagens. Em Portugal temos o exemplo recente do caso Casa Pia, como internacionalmente já tivemos um presidente americano deposto pela apresentação da verdade.

Outras situações existem que o jornalismo serve para sabermos a verdade, mesmo que não existam consequências para os prevaricadores. Poucos serão os que têm dúvidas depois de ouvirem as escutas no “caso da fruta”, o processo do Isaltino em Oeiras ou da Fátima em Felgueiras. Os textos ou gravações são públicos. De pouco serve a Wikileaks em termos de consequências ….. mas ficamos a saber a verdade. Estamos mais preparados para encarar a realidade e alterar a nossa postura.

Obviamente que existem histórias e factos que são ocultados pois ou não existem provas suficientes, e como tal esquecidas para não serem processados, ou então existe uma pressão qualquer e a história desaparece, como aconteceu mesmo assim na Casa Pia. Poucos devem acreditar que o Miguel Relvas não tentou pressionar.

Mas o jornalismo pode também servir de ajuda ou de facilitador de soluções. Estava hoje a ler um artigo da Joana Amaral Dias sobre as PPP e é apenas mais do mesmo, ou seja, a mera apresentação da evidência. No caso das PPP, o estado foi de uma burrice tal que mais parece ter sido propositado que apenas incompetência. Mas como em vários artigos sobre o tema, nem uma única possível solução ….. um caminho para forçar a que quem decide não possa apenas dizer “não existe soluções”.

As regras e leis em Portugal são apenas para ser cumpridas por quem não tem dinheiro, poder ou amigos influentes. É um facto sobejamente conhecido e interiorizado. O Alberto na Madeira apresentou um monumental buraco financeiro e depois de “xingar” o estado do continente, juntou mais 2 mil milhões ao buraco. A impunidade com que estas coisas acontecem é avassaladora ….. mas cabe também ao jornalismo ….. ao bom jornalismo ….. manter-se em cima destes acontecimentos e ouvindo outros sem condicionalismos, apontar soluções, perspectivar caminhos ….. rasgar horizontes.

Estamos a entrar no mês do Euro. Quem não se lembra do contributo que foi a música da Galp para a nossa selecção “menos ais, menos ais, menos ais”?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O último beijo do dia


Quase horas de deitar ….. o sono não chega ….. falta algo ….. aquele último beijo de boa noite ….. aquele “vai dormir que amanhã tudo te parecerá melhor” …..

….. já não há ….. desapareceu ….. e a noite ás vezes é tão assustadora …..

domingo, 27 de maio de 2012

Até os pássaros voam


Ao chegar ao café, ele procurou um pequeno espaço para se sentar. Naquele local em particular, essa tarefa poderia ser quase impossível, porém, a esplanada continuava como quando foi banhada pelos primeiros raios de sol. Vazia.

Em frente da esplanada as calmas águas do lago artificial convidavam ao relaxamento. Á volta tudo é verde, variando apenas a tonalidade e a forma. Batido a vento em algumas partes, parecia um dos novos quadros de arte moderna patrocinada pela tecnologia. Uma paisagem de grande beleza com algumas partes que se movimentam ….. existe vida na gravura.

A mesa foi estrategicamente escolhida no meio das demais. Uma pequena mesa com três cadeiras mesmo á beira do lago, por debaixo de um grande guarda-sol que iria permitir uma sombra se o momento chegasse.

Á volta tudo era tranquilo. Alguns pássaros desenhavam belas coreografias no ar, outros pareciam brincar em voos bastante acrobáticos. Um pequeno grupo de patos circulava perdido em direcção, mas firme em determinação. Passeavam juntos.

Com o café veio uma torrada. Nem demasiado seca, nem demasiado impregnada de manteiga. No ponto. O seu cheiro rapidamente se espalhou no ar e em menos de nada vários pássaros se acercavam. Os mais corajosos bastante perto, os demais em voos envergonhados do toca-e-foge para determinar o que poderiam esperar. Os patos rapidamente os imitaram. O seu grasnar rasgou por completo a letargia do momento.

Alguns foram bafejados por pequenas migalhas, tanto patos como pássaros. Os mais afoitos roubavam as pequenas guloseimas quase do próprio prato. Mas era apenas isso a que tinham direito ….. migalhas. De vez em quando, em intervalos de tempo quase metodologicamente escolhidos, pequenas migalhas.

Os patos rapidamente seguiram o seu caminho errante, ou talvez totalmente certo mas incorrectamente percepcionado como errante, todos juntos em suaves movimentos que quase não provocavam oscilação nas calmas águas do lago. Seguiram o seu caminho.

Algum tempo depois, cansados de ver o que poderia ser mas apenas com direito a pequenas amostras, até os pássaros se cansaram ….. e seguiram também eles o seu destino. As migalhas são como a cenoura que da ponta de uma vara é acenada ao burro para ele fazer o trajecto pretendido. Em algum momento deixa de fazer efeito. Em algum momento só isso não justifica o tempo.

Ao fim de algum tempo, até os pássaros voam …..

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Hiato de tempo


Quantas vezes vamos a conduzir e nos apercebemos que andámos vários kms sem ter essa percepção?

Tomados de uma letargia profunda, é como se o piloto automático tivesse tomado as rédeas do destino ….. quando “acordamos”, estamos longe de onde começamos e passou um tempo que não sabemos precisar.

Mas voltamos á realidade ….. em algum momento temos de voltar á realidade e encarar a estrada e o percurso que temos pela frente ….. a diferença na viagem é a estrada em que optamos por utilizar e se temos ou não um destino que queremos atingir ….. se existe um objectivo ou apenas uma viagem “ao sabor do vento”.

Haja um destino ou se navegue ao sabor do vento, esta frase é uma realidade:

“The pessimist complains about the wind
The optimist expects it to change
The realist adjusts the sails”
- William A. Ward

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Alinhamento perfeito


A vida é feita de perfeitas imperfeições. Quando achamos que tudo corre bem, algo começa a correr mal. Outras vezes quando nada corre bem, algo de positivo acontece.

Podemos esperar que todas as condições estejam perfeitas para aproveitar o que de bom a vida tem, mas o melhor será esperar sentado ….. é como esperar o alinhamento de todos os planetas ….. a probabilidade de isso acontecer é escassa ….. e a sua duração não é eterna.

Adiamos sistematicamente decisões ….. como a dieta que começa á segunda-feira ….. e da mesma forma que ela termina quase sempre ainda no decorrer dessa semana, o resto também padece muitas vezes do mesmo destino.

Especialmente numa época de crise, esperar que apareça um aumento, se troque de emprego, se troque de carro ….. que o periquito do vizinho tenha um enfarte mesmo no dia que queremos descansar ….etc, etc, etc.

Uma vez li um artigo engraçado sobre possuir um Ferrari. Em algum momento da vida, provavelmente o sonho de mais de metade dos homens ….. quem o tem, passou grande parte da vida a juntar condições para o poder comprar, para chegar e descobrir que já está velho demais para tirar partido do que tem ….. do que sempre sonhou.

….. quando se olha para trás, a razão que nos serviu de desculpa para trilhar esse caminho, ficou pelo caminho ….. deixou de existir ….. e voltamos á velha máxima ….. a generalidade das pessoas só dá valor ao que tem, quando o perde.

domingo, 13 de maio de 2012

Ida ao tapete

Existem várias frases ou cenários que são colocados nas palestras sobre motivação. Uma situação de inferioridade é muitas vezes o que é utilizado como catalisador.

Queres sem lembrado como o lutador que foi ao tapete 7 vezes ou como o que se levantou 8 vezes?

Ás vezes sentimo-nos nessa posição ….. olhamos á volta e apenas conseguimos vislumbrar os aspectos negativos da nossa vida ….. certo ou errado, sentimos que estamos deitados no tapete …..

….. e agora?