sábado, 6 de outubro de 2012

Castelos de ar


O próximo ano será o ano oficial de extinção da classe média ….. o elogio supremo da mediocridade ….. tudo o que achámos que lutámos no passado ou que aspirámos no futuro irá se evaporar. Estamos a pagar os erros do passado, a ignorância do presente e a tomar consciência de que desta forma não existe futuro.

Uma sociedade em que quem mais produz ou mais responsabilidade protagoniza, no final tem o mesmo valor disponível do seu salário que quem pouca ou nenhuma responsabilidade tem, não pode caminhar para outro destino que não o descalabro. A partir de determinado ponto a chamada justiça social nada mais é que uma ténue desculpa para justificar o que não é justificável. Numa sociedade supostamente liberal, aplicam-se os princípios dogmáticos do comunismo de distribuição da riqueza ….. mas quando toda ela estiver distribuída e não for gerada mais, o que irá acontecer?

Qualquer dona de casa sabe que o seu orçamento familiar não pode ter mais gastos que recebimentos, e, se isso por acaso acontecer, deverá ser pontual e explicado, recorrendo ás poupanças feitas num passado recente ou longínquo.  É o B-A-BA de qualquer economia, seja ela familiar ou de um país ….. o que tornaria qualquer dona de casa elegível para equiparada a doutorada em economia na universidade em que o Relvas se formou. Qualquer uma sabe, excepto os nossos actuais e antigos governantes, isto quando são chamados a tomar as decisões, claro.

Mas quando toca a cortar, ninguém quer ser “a vítima”. Todas as fundações passam a ser justificáveis, excepção feitas aquelas “detidas” por antigos barões ou simpatizantes de facções políticas que não as que estão no governo. Todos os ministérios não têm gastos injustificados. Todas as câmaras querem ter possibilidade de gastar mais do que podem pagar. Todos os trabalhadores acham-se no direito de ser aumentados ao invés dos demais. Todos exigimos que o vizinho do lado pague a crise.  

A nossa actual sociedade lusa é simplesmente a antítese da sociedade japonesa, dando como exemplo o caso de Fukushima. A nossa sociedade criou castelos de ar ….. numa época de vendavais.