segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Regresso às aulas

Novo ano escolar ..... novo ciclo ..... nova realidade ..... várias alterações .....

O regresso às aulas é sempre vivido com expectativa, mesmo por aqueles que não gostam particularmente das aulas ..... há sempre os amigos, a rotina que se conhece, etc.

Para nós este foi um começo diferente ..... muito diferente. Havia um vazio muito grande quando saímos da cama e, para qualquer um dos dois, foi um executar das rotinas habituais nestas situações sem pensar muito no que fazíamos ..... dois autómatos que disfarçam o seu sentimento ..... muito difícil. Apesar da brincadeira que tivemos, como felizmente sempre temos, o ambiente não era o mesmo ..... que saudades temos de ti, meu amor!

O trânsito ajudou um pouco, uma vez que as escolas públicas apenas começam amanhã, porém, ao chegar ao destino, a facilidade de estacionamento é que não existiu ..... o bom de ser pontual é que ao longo do tempo os outros por imperativo profissional ou disposição pessoal, o deixam de ser, facilitando assim o estacionamento ..... em resumo, não foi fácil estacionar. Esta apesar de tudo foi a parte mais fácil ..... o chegar até aqui.

O pátio estava apinhado de crianças e ..... várias e várias mães ..... em abono da verdade diga-se que este ano notei mais pais presentes mas, principalmente, várias mães ..... sentimos muito essa realidade. Apesar da alegria das aulas, o filhão estava triste ..... pagou essa tristeza também no teste de futebol do Belenenes ..... a nossa alegria não anda pelo melhor.

Pela primeira vez terei de apoiar o João sozinho nas escolhas a fazer ..... natação ..... Espanhol ..... Futebol ..... isto não está fácil de conciliar ..... e sempre foi uma escolha a dois .....

Falemos de coisas mais mundanas .....

Mais um ano escolar que começa como habitualmente, com professores a mais para as nossas capacidades e, como tal, com as habituais queixas nas ruas ..... se estamos com cada vez mais professores e menos alunos, o que é que a classe pretende? Tenho vindo a discutir este tema com vários professores e ainda não percebi. Tal como noutras profissões como advogados, psicólogos e outras tantas, é tudo uma questão de oferta e procura. Porque razão se fala sempre nos professores? O que são a mais que as restantes classes?

Este ano voltou a ser noticia o lançamento de livros de como se deve estudar, ou como ser um excelente aluno ..... cada livro o seu método ..... porque será então que se aceita que alunos entrem no ensino superior com notas negativas, como foi o caso de Setúbal? Qual o real significado das notas? Avaliam-se os alunos ou coloca-se apenas um número para a fila da faculdade, tal qual se tira uma senha no talho para comprar carne .....

Porque razão se deixam existir tantos cursos sem saída e, não existe um estudo ou indicação de quais as profissões mais necessárias daqui a 5 e 10 anos? Justifica-se a protecção de classes a que se assiste, como por exemplo os médicos?

Para terminar deixo um bom exemplo do que deve ser a interligação entre pais e escola. No colégio do João, os pais são convidados ao longo do ano para ler uma história, do plano nacional de leitura ou, se preferirem, são convidados a falar sobre a sua profissão, enquadrando-se estas conversas com a matéria em estudo. Começou com a professora do João, a Sandra, e está a expandir-se ..... as crianças adoram!

Para perceberem a importância que isso tem para os miúdos, devo dizer que quando contei a história, senti aquela sensação que quase somente os professores primários sentem ..... mais de 20 miúdos a prestarem efectivamente toda a atenção possível, prendendo-se aos pequenos pormenores, rindo do que havia para rir, ficando sérios nas partes mais “fortes” ..... é tão bom para os miúdos como o é para os pais. O João queria muito que o pai fosse o primeiro pai a ir lá ler uma história, porque até aquela altura, apenas as mães faziam essa tarefa ..... tal como o meu amor o fez, no ano passado ..... que bem que tu lias, meu amor ..... que saudades.

Tal como para o João, é um orgulho para os miúdos e eles não se esquecem, ficando mesmo tristes quando os pais não fazem o mesmo que os outros. Na visita seguinte, para não voltar a ler uma história outra vez, fiz algumas brincadeiras, como o texto em que apenas mudando a pontuação se altera o seu significado ..... o filhão já pediu para voltar a repetir as brincadeiras ..... e pediu logo no princípio do ano.

É uma forma que a Sandra arranjou de envolver os pais no que é a escola e a educação dos filhos ..... todos ficamos a ganhar ..... Parabéns Sandra!