segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Natureza humana

Na passada sexta e sábado estive num outdoor que, como geralmente acontece nestes casos, para além do convívio, boa comida e muito boa disposição, teve também actividades de equipa e jogos e/ou objectivos.

Claramente considero que estas actividades são acima de tudo destinadas a facilitar a comunicação entre os seus participantes, sendo estes colegas directos ou indirectos, conhecidos ou desconhecidos. Num ambiente descontraído, a natureza humana revela a sua componente de sociedade, com as pessoas a comunicar entre si e a criarem-se laços ou, no mínimo a destruir algumas barreiras, sejam elas psicológicas ou imaginárias. Se algumas barreiras ou simples obstáculos forem derrubados, então só por isso considero que valeu a pena.

Para quem organiza, são momentos que ajudam a tomar notas e formar opiniões pois, a forma como as pessoas reagem nestes jogos tem uma transposição para a vida real e empresarial. Aqui abro uma excepção. Se for um grupo onde existem posições hierárquicas bem definidas, tais elações não são fidedignas pois, ninguém no seu perfeito juízo esquece que se trata somente de uma actividade e a vida normal regressa depois disso ..... elementar. Se houver um administrador, por exemplo, para quem se viram todos à espera de orientação? Quem se sente impelido a ter de o fazer? Quem não tem esse facto presente em vários momentos dos jogos e dos comportamentos ..... simples natureza comportamental. Pode não inibir, mas que condiciona, condiciona.

Existe outra vertente engraçada. Grande parte destas actividades são constituídas por jogos que visam fomentar o espírito de equipa, ensinando ou não algo importante para a vida da empresa, mas, principalmente, jogos. E novamente a natureza humana se revela. Todos sabem que são jogos (vulgarmente designados como “a feijões”), mas todos querem ganhar. Esse é o objectivo de quase todos ..... mesmo os que podem começar sem interesse, que também os há, quando chega ao ponto da competição, ninguém quer ser o último ..... somos impelidos a ganhar. Sinceramente acho isso natural e desejável.

Este é outro momento engraçado da natureza humana, se bem que neste caso mais notório na nossa Lusitânia (oposto da Germânica) ..... as regras são explicadas e logo pensamos como podemos tirar mais partido delas ou, no mínimo, como as podemos manear mais aos nossos objectivos sem as quebrar ..... isto quando os juízes estão a ver. Se não houver controlo, a coisa já não é tão linear. Por exemplo, na actividade nocturna, tínhamos de andar num monte a procurar pontos de controlo sem nos separarmos, porém, confesso que nos cruzamos com uns mavericks de outros grupos ..... mas fica só entre nós ..... e se pensam que somos santinhos, diga-se que fomos desclassificados por chegar tarde demais e, isso só aconteceu porque seguimos um longo caminho que no fim tinha uma cancela e tivemos de voltar atrás e seguir outro caminho ..... foi uma volta demasiado grande ..... porque não passamos a cancela? ..... não foi por causa das regras que diziam para não o fazermos, foi porque consideramos em conjunto que a nossa segurança não valia um simples jogo ..... apenas por isso ..... o instinto de sobrevivência que, se fosse na vida real e não num jogo poderia ter conduzido a outro resultado, foi superior à ânsia de ganhar ..... mais ou menos ..... passámos a andar ainda mais depressa, apenas não o suficiente.

No dia seguinte, os pequenos jogos populares foram realizados com alegria, divertimento e, novamente, muita regra torcida mas não quebrada ..... nomeadamente por mim, mas infelizmente sem os resultados que esperava ..... paciência, fica para a próxima.

Acho que o resultado foi conseguido, havendo agora menos barreiras e um maior espírito de equipa ..... mas talvez mais 1 ou 2 quilos porque a comida era mesmo muito boa ..... outro dos aspectos da natureza humana, não se resiste à boa comida Portuguesa ..... a Lusitânia também tem as suas vantagens!