domingo, 17 de julho de 2011

Faz o que eu digo

É sempre muito mais fácil opinar sobre a vida dos outros que fazer algo na nossa. Mesmo quando estamos envolvidos no impacto das decisões, dizer é e será sempre mais fácil que fazer.

Os partidos da oposição são os primeiros enquanto oposição a criticar o governo vigente de todas as formas e feitios, dando indicações do que deveria ser feito e como deveria ser feito, porém, quando chega o momento de mostrar o que apregoam, aí é que começas os “mas .....”.

O Pedro Passos Coelho que acompanhou as negociações para os PEC e o acordo com a Troika foi peremptório a ensinar o governo do que não deveria fazer (IVA, IRS, ...) e na sua solução, porém, agora chegados ao poder, a coisa “afinal já não é bem assim e têm de ser feitos sacrifícios” ..... onde anda agora o Paulo Rangel e as suas afirmações? ..... tanto discurso sobre a factura ser paga sempre pelos mesmos e depois vai-se buscar o dinheiro aos rendimentos de quem não pode fugir aos impostos ..... e os que como vários deputados prestam serviços de consultoria a empresas e recebem por via de recibos verdes e outros expedientes?

O Bloco de Esquerda, que tanto apregoa o investimento em tempo de crise, de ser contra a precariedade do emprego e não haver investimentos e outros chavões, foi obrigado a engolir as suas convicções nacionais face á evidência económica ..... os custos ditam muitas das acções.

O resultado directo da sua perca de deputados, para além de uma ferida enorme no amor próprio e a evidência de passarem a 5 força política em Portugal é pura e simplesmente económico ..... directinho á formação do seu líder. Com menos deputados no parlamento, a sua estrutura obviamente deverá ser menor e como tal a subvenção que o estado paga é menor. Economia básica e fácil de perceber, ou como a Joana Amaral Dias poderia dizer, consta em qualquer “Manual de Economia para Tótós”.

A atitude racional e que os bloquistas tomaram é a mesma que as empresas que tanto criticaram, ou seja, reduzir custos cortando na publicidade e nos recursos afectos. A tal precariedade da situação patronal que com tanto amor e empenho foi vista nos lábios dos seus dinossauros líderes, rendeu-se á evidência da lei da sobrevivência económica. Até aqui tudo normal, apenas que face a tudo o que sempre disseram é fazer o que dizem que não deveria ser feito em Portugal.

Por mais racional e economicamente sustentável, o Francisco Louça tem uma dificuldade ideológica ..... consegue justificar as medidas, mas não consegue explicar as mesmas.

Dizer é e sempre será diferente de fazer ..... especialmente para os políticos.