quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Assim é difícil

Ao voltar de férias e para antecipar as corridas de última hora, fui á papelaria comprar os livros para o próximo ano lectivo do filhão ..... e fiquei estarrecido quando no final das contas me foi apresentado o valor ..... sem um dicionário de Inglês, o total perfazia a módica quantia de 360,00 € ..... trezentos e sessenta euros!

Pelo meio apareceram vários livros que supostamente darão para mais que 1 ano, se bem que tenho dúvidas que isso na realidade seja mesmo assim ..... certamente que com um novo ministro e para mostrar trabalho, algo irá alterar ou algo servirá de desculpa para as livreiras alterarem e depois ..... toca a comprar novos livros.

Tendo o privilégio de poder suportar tal despesa, não consegui parar de pensar na grande generalidade das famílias cujos rendimentos médios são os tais 800 €, que presumo sejam brutos ..... mesmo tendo apenas um filho a estudar, como é possível suportarem custos desta magnitude?

Se pensarmos que em termos de crédito habitação o número de famílias que não conseguem fazer face aos seus encargos não pára de aumentar, como se concilia isto com comprar livros para os filhos levarem para a escola? E como é possível após este esforço, ter capacidade para os alimentar convenientemente, algo fundamental para a sua sobrevivência como também para o desempenho escolar?

Os noticiários têm transmitido que este ano os livros subiram menos que a inflação, porém, este ano garantidamente comprei mais livros que no ano passado ..... resultado disso, a conta foi praticamente o dobro .....faltaram uns míseros 4 euros para ser exactamente o dobro. De que serve terem subido menos se depois o ministério exige mais livros?

Podemos aplicar todas as medidas que quisermos ao abrigo da Troika para salvar o país da banca rota, mas num cenário destes, quando conseguirmos salvar o país, que país iremos ter?