segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Em standby

Vivemos neste momento um clima de impasse político. Após semanas de avanços e recuos em várias vertentes, chegamos a uma situação de standby de decisões. O xadrez político está com as peças espartilhadas e qualquer jogada de ataque é possível. Estamos numa fase de contagem de “espingardas”.

Por um lado temos um primeiro-ministro que comprovadamente mente ao país e aos órgãos de soberania, tal como a Assembleia da República. Na prática, é quase irrelevante pois enquanto político, assumimos sempre que se der mais jeito, ele mente. E são todos iguais. Ainda recordo as afirmações do então ministro Morais Sarmento sobre a RTP. O que um político diz só é verdade se publicado em Diário da República ….. e mesmo assim, pode sempre ser revogado.

Face a um cenário destes, obviamente o PM deveria demitir-se ou o PR o demitir, porém, estamos numa situação de crise tão grande que ninguém quer que ele se demita, por mais que minta. O PR por sua vez não o pode demitir porque o seu partido vai a eleições, ou seja, só depois de haver um novo líder com um ou dois meses é que poderá demitir o governo para dar uma mão ao seu partido, mas aí já poderá ter passado esta fase. Por muita vontade que ele tenha, é que não pode mesmo deitar o governo abaixo ….. deve ser cá uma azia para aqueles lados!

O cenário de faz-de-conta atinge hoje em dia tamanhas proporções, que até o ‘The New York Times’ noticiou ontem que os bancos de Wall Street ajudaram alguns países europeus, em especial a Grécia, a ultrapassarem os limites de endividamento impostos por Bruxelas na última década. Em plena crise, a mentira continuou a imperar ….. a bem de uma pseudo-estabilidade, manteve-se tudo em standby.

Veremos o que irá acontecer nas próximas duas semanas.