Às vezes um jogo é uma
lição de vida. Um simples jogo de estratégia, neste caso o Risk, pode-nos fazer pensar um pouco na volatilidade com que
pequenas opções e conjugações de fatores, podem fazer ruir toda uma estratégia
aparentemente ganhadora. No fundo, a teoria do Chaos a acontecer num jogo de tabuleiro.
Fruto de uma vantagem tática
em termos de superioridade de territórios ocupados e tropas no terreno, não
tive em atenção vários fatores estrategicamente relevantes. Estava a encurralar
um adversário num canto do mundo e outro no canto inverso. Duas frentes de
batalha nunca são fáceis e esta até estava bem encaminhada, porém, em 2 jogadas
tudo ruiu.
Descorando a regra
básica do xadrez, de pensar sempre várias jogadas mais à frente, não tive em
atenção que o meu adversário seguinte teria de obrigatoriamente trocar de
cartas, e como tal não protegi convenientemente essa zona do tabuleiro. Ao
deixar um dos diques ruir, isso fragilizou a outra batalha, o que por si
poderia não ter sido mal de todo mas, os ataques desferidos por ambos foram
ocasionalmente nas áreas que em conjunto poderiam fazer mais estragos ..... e
fizeram. Apenas um deles poderia aproveitar essa vantagem tática momentânea e,
como bom jogador estratega que é, assim o fez. Fui dizimado em 4 jogadas.
Tão importante como
delinear uma estratégia que acreditamos ganhadora, é fundamental não nos
desviarmos muito do caminho traçado. E sendo a vida um grande tabuleiro, ganha
quem tem a melhor estratégia e consegue antecipar ao máximo as jogadas
seguintes. Ter os olhos no objetivo final é indiscutivelmente o mais
importante, porém, se toda a nossa atenção apenas se focar aí, podemos apanhar
um golpe lateral sem estarmos preparados para isso, e nem sempre podemos
conseguir recuperar. Qualquer boxer num ringue o sabe.
Aprende-se muito com as pequenas derrotas da vida
..... extrapolar pequenos nadas pode ser uma lição ..... haja a humildade de
perceber isso.