terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sinais no tempo certo


Gosto particularmente da expressão “olhar e ver”. Poderia igualmente ser a expressão “escutar e ouvir”, mas não, este post é sobre a primeira. Quantas são as vezes que estamos a olhar para algo, seja paisagem ou situação, mas nos está a escapar algo? Ou mesmo tudo?
 
Talvez porque sempre fiz questão de dar valor ao que tinha quando o tinha ….. maioritariamente ….. e poder apreciar na sua totalidade ou pelo menos na componente que achava relevante ou que as situações me permitiam, sempre fui sensível às pequenas mensagens ou sinais com que nos vamos deparando na nossa vida. E muitas vezes os sinais aparecem e podem não voltar a aparecer, o que faz toda a diferença estar atento aos mesmos. Adoro particularmente uma curta metragem sobre isso mesmo, que por acaso acaba por correr bem.
 
Desengane-se quem julgar que este post é sobre o mesmo assunto que a curta metragem. É mais que isso. É sobre os vários sinais que vamos recebendo e que decidimos aproveitar, ignorar ou não nos apercebemos até ao momento que é demasiado tarde para os aproveitar.
 
Saber aproveitar o que temos é mais do que apenas o expressar. É saber pesar os limites de até onde podemos “ter” o que temos, de forma a aproveitar ao máximo isso. Mas o que temos de forma genérica está constantemente em risco de o deixarmos de ter, e muitas são as situações que para isso contribuem ….. umas forçadas por nós, outras por elementos externos que nem sempre nos apercebemos ….. até muitas vezes ser tarde demais.
 
Ás vezes um sinal pode vir pura e simplesmente de uma revista que lemos ….. apenas um artigo mas que muito pode dizer se estivermos a conseguir ver para além do que apenas é apresentado ….. sinais é o que não faltam, mas é preciso olhar e vê-los.
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

O silêncio

 
Já passa das 22:30 quando ela se sentou na sua varanda. Era mais uma daquelas agradáveis noites de verão, sem uma única nuvem que impedisse de ver o céu estrelado em todo o seu esplendor. A Lua, em quarto minguante, tinha ainda uma cor viva que refletia sobre as águas da baía. Nada mais se ouvia que o vinil do Bolero de Ravel que ela tinha posto instantes antes a tocar.
 
A humidade do ar fazia que no seu corpo torneado por inúmeras horas de ginásio aparecessem pequenas gotículas de água. As pontas do robe de cetim transparente esvoaçavam ao sabor da pequena brisa que soprava. Era tarde ….. tinha sido um dia complicado ….. precisava daquela calma …..
 
O dia culminava uma série de comprometedores silêncios ….. depois de muito procurar um diálogo de várias maneiras possíveis ….. menos a via direta ….. dava agora por si a atirar a toalha ao tapete ….. assumia a sua derrota ….. algum dia teria de o reconhecer ….. hoje havia sido o dia. A frase podia estar num qualquer pacote de açúcar da Nicola, mas não, apenas ecoava na sua cabeça.
 
Ao ir bebendo o sumo de manga que havia preparado pensava nessa frase ….. deitar a toalha ao tapete ….. que expressão estranha quando usada daquela forma. O gesto é em si de desistência, porém, não pelo próprio mas por alguém que assiste e o assume, maioritariamente porque o lutador em causa não deverá estar em condições de o fazer …. Mas era ela que o tinha feito ….. o silêncio havia ganho ….. não tinha mais forças para lutar contra ele ….. reconhecia toda a sua incapacidade ….. finito ….. apenas o Bolero imperava naquela varanda …. isso e pequenas brisas de ar quente …. que noite!
 
A noite estava calma e tranquila ….. a sua mente não ….. opostos circunstanciais ….. e ela deixou-se ficar na espreguiçadeira de tecido branco a saborear a noite ….. e o silêncio que invadia a sua mente ..... sempre o maldito silêncio .....
 
Tinha cerca de 4 minutos até a musica terminar ….. e o silêncio total e absoluto extravasar a sua mente e invadir aquele espaço ….. ficando apenas isso ….. silêncio …..
 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Mais um ano que termina


Este ano pareceu-me que durou muito mais que os outros. Era um ano previsivelmente complicado, porem, a realidade suplantou qualquer expectativa. Foi duro e diferente. Está quase no tempo apropriado ….. foi.
 
Em termos políticos foi talvez dos piores anos do nosso passado recente. Para além dos problemas originados pelo mau programa de resposta á troika, tivemos uma birra (irrevogável) que soubemos hoje nos custou 2,5 mil milhões de euros ….. nem mesmo uma verdadeira mulher conseguia ter feito pior ….. quase mil milhões para pagar uma assessoria ao governo sobre uns swaps que a atual ministra assinou enquanto gestora pública, deu aval enquanto avaliadora mas que depois disse desconhecer …. e que para serem resgatados nos custaram até ao momento 1,5 mil milhões e ….. como seria de esperar ….. a comissão política “arranjada” para analisar o caso acusa apenas o governo anterior que era de outra cor ….. nada de novo, e como estamos em Portugal, nada irá acontecer. Como num ano de austeridade o governo aumenta em mil milhões a rubrica de aquisições e despesas …… ou seja, tudo ao contrário do que deveria ter sido.
 
Em termos pessoais vi um post num amigo que resume bem o que foi este ano: “Some times you win, sometimes you learn” ….. expectativas são como os números do euromilhões ….. têm um prazo de validade curta ….. só valem até ao dia do sorteio.
 
Foi um ano difícil a todos os níveis, mas no final volto ao mesmo de há uns anos. O ano termina e o filhão está ótimo, tenho um emprego que me diverte imenso e continuo rodeado de amigos ….. venha o próximo.