quarta-feira, 14 de maio de 2014

Período Sabático

 
O equilíbrio é algo fundamental na nossa via e somos ensinados dessa forma desde pequenos. Já nos tempos de fraldas, quando tínhamos de beber um xarope doce ou vitaminas saborosas, queríamos sempre mais, porém, os nossos pais bloqueavam essa vontade com a explicação mais simples de todas ….. o que é demais, estraga ….. faz mal.
 
Neste aspeto convém fazer uma exceção de autor ….. eu não acredito que o mimo a mais faça mal. Não o é com as pessoas que amamos, incluindo conjugues e filhos. Não é o mimo a mais que faz mal. O que faz mal é o ultrapassar de barreiras, muitas vezes cívicas e de educação, que por laxismo dizemos que é mimo ….. não é …… pode-se dar mimo e manter a educação. A falta de mimo é um dos grandes motivos pelo qual as relações esmorecem ….. sejam elas qual forem. O mimo é a exteriorização do que nos vai na alma ….. para quem consegue exteriorizar, claro.
 
Vivemos intoxicados com as novas tecnologias e, especialmente em Portugal, tornamo-nos uns infoexcluídos se não seguimos a moda ….. o iphone, o ipad, o wireless a toda a hora, o Facebook, o Twitter, o Instagram, etc, etc, etc. Quem não existe na Net, parece que não existe. Há poucos dias falava com um amigo que deixou de publicar no seu blog para publicar apenas no Facebook. A diferença de leitores, segundo ele e eu acredito, é como comparar um jogo no campeonato distrital com um jogo da primeira divisão. Qualquer político que se preze, especialmente se for deputado ou candidato às eleições seguintes, tem de ter uma página no Facebook e Twittar como se não houvesse amanhã.
 
Mas o Facebook é um pouco como o Big Brother. Expomos muito mais a nossa vida que por exemplo num blog, pois colocamos fotografias, amigos, locais onde estamos ou estivemos, etc, etc, etc. É muito bom para os caçadores de relações esporádicas ….. ou pretensamente duradouras ….. para fins comerciais, o que inclui os políticos pois estão a vender-se a eles próprios, para expor pensamentos ou sentimentos ao mundo e para mim, a melhor de todas elas, poder dar os parabéns aos amigos que de outra forma nunca saberíamos que faziam anos.
 
E é como um vício. Dizemos que não vamos publicar nada e depois ….. é só um post ….. tal qual uma dieta, que dizemos ser rigorosa mas existe sempre aquela situação especial ….. e pimba!
 
Entrei em período sabático, não sei por quanto tempo. Gostava do Facebook para pensamentos esporádicos, dar os parabéns aos amigos, falar com algumas amigas em chat e recentemente, de partilhar as fotos tanto minhas como do filhão ….. e que bom era ver os likes e os comentários positivos. Mas preciso de uma pausa ….. de um período back to basis ….. às vezes faz falta.
 
Saí do Facebook ….. não tenho pena ….. um dia destes volto ….. quando me apetecer.
 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Então era assim!

 
A lei que restringe o fumo de tabaco nos locais públicos, com especial ênfase nos restaurantes, já está implementada há tanto tempo que já vamos perdendo alguma memória do antes. Depois de muita polémica, de muitas vozes que prometeram uma insurreição geral, como é típico em Portugal, acatámos as novas regras e a vida seguiu o seu curso.
 
Hoje em dia a memória do ambiente de fumo, que retirava muitas vezes o doce cheiro dos petiscos está quase banido. Poucos são os restaurantes que adotam as áreas de fumadores, não pela beleza ou generosidade da lei mas pelo que custa estar de acordo com os regulamentos. E graças á efetividade cada vez maior das inspeções, não compensa a transgressão. É das poucas áreas em Portugal que não compensa, diga-se.
 
Encontro-me a escrever este texto num pequeno bar de praia, em Aveiro, onde é permitido fumar. É tão estranho este cenário, que não deixa de chamar a atenção. E como as pessoas foram-se desabituando de fumar nos restaurantes, excepto nas esplanadas, a verdade é que são poucos os que estão de cigarro na boca. É impossível não dar atenção a esse aspeto.
 
Há algum tempo tive a oportunidade de almoçar 2 vezes num restaurante, uma delas na sala de fumadores porque não havia mais nenhuma mesa livre e, posteriormente, na sala de não fumadores, que por acaso até acho ser mais pequena que a outra. Que diferença! Notava-se que a extração de fumo era muito boa, mas o cheiro estava presente e incomodava ….. já nem me recordava a última vez que tive uma refeição estragada pelo fumo.
 
Felizmente que locais como estes são escassos, mas permitiu uma viagem ao passado para lembrar de como era no passado ….. e como é bom utilizar este tempo verbal.
 


domingo, 4 de maio de 2014

Cantinhos de Portugal

 
Já não é a primeira vez que escrevo sobre pequenas pausas, escapes à nossa realidade que, em locais bem escolhidos, transformam pouco tempo em autênticas férias. No que se refere ao bem escolhido é o local e naturalmente a companhia, uma vez que “um homem não é uma ilha”. Fugimos à nossa realidade por breves instantes mas parece uma eternidade.
 
Este fim-de-semana o escape foi com o filhão a Norte, num pequeno tesouro de Portugal. Uma pequena propriedade de turismo de habitação, perto de Vouzela e São Pedro do Sul, com uma vista deslumbrante sobre o vale do rio Vouga e as serras de Freitas, da Arada, de São Macário e de Montemuro. Um pequeno cantinho chamado de Paço daTorre. Lindo!
 
Uma casa com 500 anos recuperada com muito bom gosto, mantendo parte do edifício que é o encanto destas casas, nomeadamente as arcadas de pedra que se transformaram num jardim interior. Quartos espaçosos com uma pequena varanda saída com uma pequena mesa e 2 cadeiras com vista do vale. Situada numa zona com várias propostas de passeios pedonais, que desta vez não iremos aproveitar, e mesmo um pequeno cantinho, daqueles que descobrimos por acaso e que decidimos experimentar, e em boa hora o fazemos.
 
O filhão nomeou o local como o nosso refúgio para a escrita. Este post está a ser escrito à beira da piscina, daquelas projetadas que parece que vamos cair na paisagem, sentado numa cadeira com o filhão pouco mais ao lado a escrever o seu livro. Depois de manuscrever várias páginas encontra-se agora a passar para formato eletrónico. Um fim-de-semana de escrita, como ele se refere. Um descanso e bom para libertar a cabeça dos problemas do dia-a-dia.
 
Não é certamente o fim-de-semana que queríamos, especialmente pela data de hoje, mas é o melhor que podemos ter e isso é o mais importante. Era bem mais agradável quando estas saídas eram mais concorridas ….. por mais que adoremos estar um com o outro, a companhia feminina faz-lhe falta e ele gosta de não sermos apenas os 2 ….. mas a nossa realidade agora é esta. Apenas os 2 até ao momento que ele arranjar as suas próprias companhias. Como gosto de dizer, sem lamechices ….. é a vida.