No momento em que estou a escrever o que me vai na alma, iniciou-se o Dia da Mãe. Essa maravilhosa instituição que é a Mãe.
Quando falo em Mãe, não me estou a referir à pessoa que querendo ou não querendo engravidou e que teve um filho/a. Não estou igualmente a falar das mães que o são em registo e no dia-a-dia, mas, embora em presença física, não estão na realidade “próximas” e que nunca tiveram a CORAGEM de dizer o quanto gostavam deles, sendo mais fácil dizer bem do amigo/a ou de qualquer outra pessoa que não o filho/a ..... estou a falar daquelas que dão carinho e amor, sorrisos e alegrias, presença e atenção.
Para quem me estiver a ler isto pode parecer muito caustico, mesmo violento. Mas como dizer a um filho que tinha uma verdadeira Mãe, que Deus achou que a sua missão estava cumprida e que não deveria ficar mais tempo cá?
Como explicar a uma criança que tinha tanto amor, carinho e compreensão que agora só tem lembranças e fotografias. Que durante anos teve uma relação extremamente epidérmica e que agora não há contacto ..... apenas um vazio. Como?
A Ana foi uma Mãe maravilhosa, sempre pronta a “mimar” o filho com amor e carinho, mesmo nas alturas em que tais manifestações tinham de ser feitas como se ela fosse de porcelana. Mas mesmo assim, nunca negou um abraço, mimo ou beijo. Nunca! Toda a vida balanceou a responsabilidade de ser Mãe, no rigor, disciplina e ensinamentos para a vida com o mimo, beijos, honestidade, carinhos e afectos ..... que sorte que o filhão teve. Quantas são as crianças que não têm numa vida completa o que a Ana lhe dava TODOS os dias!
Para mim o maior acto de coragem de Mãe, que não posso deixar de contar, daquelas que separam a mãe da Mãe, foi infelizmente a despedida. Ter a coragem de saber que a sua vida defina e despedir-se do filho, com toda a serenidade que só ela sabia ter ............. quem tiver filhos que pondere se teria coragem para tal ....... quantos com honestidade podem responder afirmativamente?
A Ana foi uma Mãe maravilhosa que construiu e cimentou os “alicerces” deste ser que tanto orgulho nos dá. Que mimou e respeitou enquanto educava. Que beijou e acariciou quer nos momentos alegres, como nas situações menos boas. Acima de tudo, que sempre teve a coragem de dizer ao filho o quanto gostava dele e o quanto orgulho tinha no fantástico ser em que ele se está a transformar. Quantos filhos podem dizer o mesmo ..... os que o poderem dizer, têm na minha opinião, uma Mãe ..... o meu filhão tinha! Tantas linhas seriam necessárias para descrever o quão maravilhosa ela era como Mãe ..... tantas e tantas histórias e momentos que fundamentam a minha opinião ..... que feliz que o filhão foi e que perca tão grande que Deus nos impôs. Porquê?
Dentro de algumas horas vamos visitar a tua última morada física. O filho vai-te levar a tua prenda, que pediu à Sandra para te fazer e poder levar .... só uma Mãe merece isto ..... tu mereces isto! O filhão pediu-me para não chorar ..... não sei se consigo ..... só de estar a escrever este texto estou lavado em lágrimas ..... espero conseguir ser forte como tu eras ..... ajuda-me, por favor!
Espero poder imitar, nem que seja palidamente, o teu papel, meu Amor, porque a Mãe maravilhosa que o eras, nunca vou conseguir ser.
Feliz Dia da Mãe, estejas onde estiveres. Amo-te muito!