Os últimos dias de
2013 trouxeram de volta às contas do país 1.253 milhões de €uros. Este valor
não veio das prometidas reformas estruturais que em Portugal são apenas uma
frase de campanha, não veio de uma qualquer privatização (de uma empresa com
lucros), nem mesmo veio de qualquer uma das tradicionais formas de chegarmos a estes
números grandes. Estes valores que já deviam estar nas contas do estado há
muito, foram obtidos fruto de mais um vergonhoso regime de regularização de
dívidas fiscais e à segurança social (RERD).
Tal como aconteceu em
1996 com o famoso Plano Mateus e em 2002
sob a égide da Manuela Ferreira Leite, em 2012 com os seus “parcos” 258 milhões
arrecadados, 2013 viu nascer mais um famigerado programa de perdão fiscal. E com
o privilégio dos prevaricadores se tornarem-se os heróis do orçamento ao permitir
ajudar no cumprimento do défice de 5,5%. Este valor, que não corresponde á totalidade do valor devido,
representa a módica quantia de 0,7% do nosso PIB. Um
valor recorde que evidência bem a deterioração da nossa economia, a
inoperância dos mecanismos de fiscalização e o descrédito da nossa justiça.
Mais
uma vez quem honrou os seus compromissos com a sociedade, às vezes gerando
problemas graves de tesouraria e por conseguinte com impacto no seu negócio, vê
agora os devedores serem aclamados de heróis, e o seu contributo ser enaltecido
por uma corja de políticos sedentos de louros. Quem honrou os seus compromissos
foi portanto otário pois poderia ter aplicado esse dinheiro numa qualquer
instituição bancária retirando daí os devidos juros, e ainda favorecendo a
economia porque disponibilizava fundos aos bancos para estes poderem ajudar
outras empresas, e, quando naturalmente aparecesse outro período de perdão
fiscal, pagaria a sua divida, correndo o único risco de poder ser agraciado com
uma medalha pelo Presidente da República por serviços à pátria.
Para cúmulo dos cúmulos, o Paulo Núncio como qualquer político de 5ª categoria e desejo de fama tem vindo a enaltecer estes números e o programa per si. Como qualquer político o importante é a propaganda pessoal do que consegue obter. Acredito que ele tenha uns dias muito mais alegres, pois deve adorar levantar-se de manhã e olhar-se ao espelho ….. e até deve imaginar já com o seu fato posto antes de sair de casa onde é que também a ele o PR colocaria a medalha de mérito. Se vergonha tivesse, apresentava os números discretamente e calava-se, ou ia pensar como pode garantir que a dívida por receber não atingia estes números, mas aí deixava de ser um político e podia ser visto como competente, o que para ele certamente será um crime de lesa a pátria.
Para cúmulo dos cúmulos, o Paulo Núncio como qualquer político de 5ª categoria e desejo de fama tem vindo a enaltecer estes números e o programa per si. Como qualquer político o importante é a propaganda pessoal do que consegue obter. Acredito que ele tenha uns dias muito mais alegres, pois deve adorar levantar-se de manhã e olhar-se ao espelho ….. e até deve imaginar já com o seu fato posto antes de sair de casa onde é que também a ele o PR colocaria a medalha de mérito. Se vergonha tivesse, apresentava os números discretamente e calava-se, ou ia pensar como pode garantir que a dívida por receber não atingia estes números, mas aí deixava de ser um político e podia ser visto como competente, o que para ele certamente será um crime de lesa a pátria.
Desde que o programa
foi lançado até ao seu términos distaram apenas 3 curtos meses, nos quais, 319 mil
contribuintes souberam que podiam ter acesso ao perdão, reunirão o capital
necessário e pagaram. Apenas para deixar bem claro ….. 3 meses desde o anuncio
ao fim do programa ….. 1.253.025.037 €uros reunidos e pagos em 3 meses. A imponência
dos números é expressiva ….. foi o que aconteceu.
Temos um estado que
não cumpre os seus compromissos de pagamento, tanto diretamente como nas
empresas da sua esfera mas que, em contrapartida, exige o pagamento do IVA a
tempo e horas. Mas á luz do que tem sido a regra, o próprio estado está a
passar a mensagem que também o contribuinte pode fazer o mesmo que este faz. Ou
seja, não precisa de pagar os seus impostos pois um dia destes quando esta
dívida acumulada já for muito elevada e isso se repercutir nas contas públicas
pela sua incapacidade governativa, haverá certamente um novo perdão fiscal.
Qual é portanto hoje em dia a motivação para o comum
cidadão/empresa respeitar o pagamento de impostos devido?