segunda-feira, 8 de março de 2010

Em que acreditamos?

Para além do período de crise económica que estamos a atravessar, vivemos igualmente num ambiente de descrédito total pelos pilares da nossa sociedade.

Desde sempre nos habituámos a não acreditar nos políticos, sendo estes os primeiros a tudo fazer para não serem credíveis. Á boa maneira Portuguesa, apesar da ideia generalizada sobre a classe, se formos falar com eles individualmente acham-se bons, o problema são sempre os outros.

Não acreditamos na justiça, dando esta sistematicamente provas de ser um autêntico faz-de-conta. Enquanto por exemplo nos Estados Unidos sabemos que ela funciona para todos, sabemos que aqui só é preso quem assalta na rua. As Fátimas Felgueiras da vida se são condenadas, é sempre com pena suspensa e, as excepções como o Isaltino, sabemos que o são por motivos políticos. Sabemos que a generalidade dos nossos magistrados pertencem a ordens como a Maçonaria, Opus Dei ou similares ….. conhecendo um pouco o funcionamento destas, onde reside a isenção profissional?

Não acreditamos nos jornais pois estão instrumentalizados pelos grupos económicos a que pertencem, vincadamente associados a facções políticas. Sabemos que vivem também da publicidade, grande factor de pressão, podendo-se em muitos casos ver isso separado por apenas algumas páginas. Sabemos igualmente que servem de arma de arremesso, sendo autênticos pontas de lança nas campanhas de difamação.

Não acreditamos na educação, que é alvo de reformas sistemáticas à anos e anos, com os resultados devastadores quando comparados com os restantes países. O rácio de despesa nessa área da nossa sociedade é assustadora.

Começa a ser difícil ter algo em que acreditar na nossa sociedade. Precisamos de alterar as bases para voltarmos a acreditar. É mesmo preciso.