quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A beleza da simplicidade

Embora esteja um pouco triste com a qualidade dos serviços de turismo prestados no Algarve, que não pode ser explicado apenas por serem trabalhadores temporários, assisti recentemente a um episódio simplesmente notável pela sua simplicidade.

Decidimos ir jantar a Cacela Velha, que possui dentro da sua pequena povoação dois restaurantes e uma vista linda. O manjar para os olhos é uma visão sobre a Ria Formosa que no final do dia é simplesmente maravilhosa. Marcámos mesa num desses restaurantes depois de um grupo de 14 pessoas, no fim de uma já longa lista de espera e ela continuou a crescer depois de nós. Foi um longo período de espera, uma vez que todos estavam calmamente a apreciar o jantar e na conversa depois de muito provavelmente um longo dia de praia. A espera foi tanta que dos 10 que éramos, o cansaço de alguns miúdos fez-nos ficar reduzidos a 6.

Quando finalmente foi a nossa vez, o empregado começou a preparar a mesa para onde nos dirigimos. Como nem todos sabem esperar, logo apareceu um cliente com muito maus modos a dizer que era o próximo, que não havia respeito e outras frases habituais nestas situações. Assisti a um exemplo de simplicidade e excelência de serviço. O empregado, que sabia perfeitamente que éramos nós a seguir, pegou na lista ao pé do cavalheiro e fez uma simples pergunta:

“O senhor é o .......?”

O constrangimento do cavalheiro foi muito maior que a sua arrogância e má educação ..... limitou-se a dizer em tom envergonhado que não era ele ..... e recuar para onde tinha vindo. Sem se chatear ou sem mais qualquer problema, o empregado resolveu a situação e não creio que o senhor tenha voltado a criar dificuldades nessa noite.

A vida é muito mais simples quando não a complicamos. Tão mais simples!