segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Entre o lume e a frigideira

Dentro em breve iremos ter eleições legislativas e confesso que nesta fase ainda não sei em que irei votar!

Pertenço aquele pequeno grupo de cidadãos politicamente independentes, que em função da situação conjuntural do país, dos partidos e dos programas, tomam o que consideram ser a melhor opção, que pode ser qualquer um dos partidos ou movimentos. Isto obriga a uma meditação superior aos que são dependentes de um partido, pois esses “têm” de votar sempre no mesmo, muitas vezes não questionando rigorosamente nada. É a minha virtude e o meu problema. A minha leitura da situação partidária actual antes de começar a correria eleitora é a seguinte:

PS – Temos um Sócrates cuja honestidade e integridade é no mínimo questionável (licenciatura, freeport, ...) e demonstrou que claudica ao poder do lobbie (saúde, educação, aeroporto, TGV, ...). Começou bem e acaba muito mal. Demonstrou pulso forte na resolução dos problemas, o que é necessário, mas falhou na forma, uma vez que decide e legisla primeiro e fala com os envolvidos depois. Numa expressão mais corriqueira, muita parra e pouca uva. No programa conhecido do PS consta o casamento homosexual, tema para o qual ainda não tenho uma opinião definitiva. Se tiver e for contra, obviamente não posso por uma questão de princípio e coerência votar PS. Eis um belo tema a merecer uma reflexão.

PSD – A Manuela cada vez convence menos, dado que faz questão de se calar muito e cada vez que fala, tem de explicar tudo 3 vezes. Para 1º ministro, é preciso ser assertivo, qualidade que ali não abunda. Tem feito tudo o que de errado podia fazer, nomeadamente ao nível do marketing político onde afirma privilegiar a verdade, quando foi exímia a mentir, como foi o caso do défice (outros tempos, eu sei). Demonstrou não ser coerente e ter pulso fraco nas listas, onde sucumbiu ao Alberto e protegeu figuras como o António Preto (que tromboflebite tão oportuna!) nas saias da Assembleia, ficando no ar a suspeição do pagamento de favores. No caso do António Preto é um dos slogans de campanha levado à letra – “Olhem por quem mais precisa”. Depois de criticar a repressão do Sócrates, copiou o estilo no saneamento político dos seus opositores. Eticamente não me parece nenhum exemplo para 1º ministro.

CDS – Já perdeu a virgindade política pois quando foi governo (coligação com PSD) e não teve capacidade de fazer o que apregoava. Vários são os seus elementos a contas com a justiça e o caso dos submarinos pode emergir a qualquer momento. Possui neste momento os melhores “animais políticos” da actualidade, mas do discurso ao fazer a conversa muda de figura.

BE – É um partido de causas e não de programa ou convicção. Existe para dizer mal de tudo e de todos, e de viver quem nem Dom Quixote na sua luta contra os bancos privados (esqueletos no armário?). Volto a escrever que é o partido das miúdas giras e inteligentes ..... honra lhes seja feita.

PCP – Partido da K7, preso a uma ideologia ou dogma que a sociedade de informação já demonstrou que apenas existe nos livros. Se ao menos os seus lideres lessem o Ensaio sobre a Cegueira de um dos seus mais reputados elementos.

Continuo a ter a convicção de que é meu dever cívico votar, e que devo tomar uma decisão sobre um deles, para o melhor e para o pior ..... mas não está fácil. Como os programas políticos estão a começar a aparecer, veremos o que a campanha trará.